QUASE FOI PARA O
BELELÉU
Essa expressão é bem desconhecida
nestes últimos dias. Na verdade, ela caiu em desuso. É tão desconhecida que nem
mesmo a pessoa de mais idade faz menção dessa frase. Quando pronunciada, o
espectador, que se dá pouco à leitura, que não sabe vasculhar o dicionário,
ignora e odeia por completo a literatura brasileira, fica a ver navios sem
saber o que significa beleléu.
Os antigos, quando faziam alguma
visita aos moribundos, depois de sua recuperação, diziam: - “Quase você foi
para o beleléu!”
É bem verdade que os visitadores não
explicavam o significado teológico, apenas davam a entender que o convalescente
quase “morreu, desapareceu, sumiu, malogrou, fracassou, quase foi para o brejo”
– Dic. Aurélio.
O pobre indigente, ou não, naquelas
épocas, passava a vida inteira, até o dia do beleléu, sem saber para onde ia a
sua alma pós-morte. Falar sobre o futuro dos mortos era assunto para o
sacerdote, aquele que tinha a primazia de estudar as Escrituras, nunca para um
pai de família.
Era proibido falar sobre céu e
inferno, mais especificamente sobre este último que causava medo, horror, e por
sinal, era desconhecido dos leigos.
Essas verdades começaram a clarear
na mente dos incautos a partir do século XVI, e isso, na Alemanha. No Brasil,
começaram a aflorar essas ideias a partir do século XIX, logo após a
Proclamação da República, quando houve a separação entre igreja e estado, mas
veio a ser concluído a partir dos anos de 1950.
Todos hão de concordar que a morte
física faz parte do ciclo natural da vida. Ninguém escapa, porque “[...] por um
só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).
Sendo assim, é dever de todos os
homens buscar o conhecimento das verdades bíblicas para torná-las explícitas a
todos que desejam saber sobre o seu futuro certo, a respeito da salvação, que
Deus já predeterminou na eternidade.
Deus, falando através do profeta
Daniel, declara: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para
a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno” (Dn 12.2). De acordo com
esse texto, cai por terra toda e qualquer ideia de purgatório, limbus, sono da
alma, aniquilamento e segunda oportunidade para aceitar a Cristo.
Fique sabendo que “[...] aos homens
está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9.27). É
por isso que Jesus afirma que todos devem “[...] conhecer a verdade, e a
verdade o libertará” (Jo 8.32). Sem esse conhecimento não há como saber sobre o
futuro certo da sua própria vida. Não haverá possibilidade de saber qual será o
paradeiro pós-morte “[...] tanto nos que são salvos como nos que se perdem”
(2Co 2.15).
Nestes dias turbulentos, de
chacinas, enfrentamento por coisas banais, quase ir para o beleléu está muito
mais perto do que nunca, em especial entre os jovens de 19 a 25 anos, devido à
imprudência no trânsito, ao uso do álcool, drogas, prostituição.
O ir para o beleléu não há de deixar
ninguém escapar, desde o feto até os adultos. Para ser promovido ao beleléu,
não importa a sua classe social, raça, religião; não tem escapatória, todos
devem estar precavidos para que a morte, ou o tal beleléu não o pegue de
surpresa.
Biblicamente falando, só existe um
meio para se precaver, para que o beleléu não seja um inconveniente para você,
“pois (você) sabe que [...] (será) levado à morte e à casa destinada a todo
vivente” (Jó 30.23).
Querendo ou não, tentando fugir, sem
chances, “porque a morte sobe pelas suas janelas e entra em seus palácios;
extermina das ruas as crianças e os jovens, das praças” (Jr 9.21).
O que resta ao ser humano é andar
preparado para esse dia que pode chegar a qualquer momento não pegue você sem
estar acondicionado ao momento. O único meio é “[...] crê no Filho (para que)
tenha a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá
a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36).
Fique sabendo que os únicos que
podem se tornar filhos de Deus são “[...] todos quantos [...] receberam Jesus,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu
nome” (Jo 1.12).
Para esses que creem no único Filho
de Deus, Jesus Cristo, podem ter a certeza: no dia do beleléu “[...] não
existirá medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz
tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1Jo 4.18).
Fique de sobreaviso! A qualquer
momento você pode ir para o beleléu e além da crença que você deve ter em
Jesus, por obrigação, você deve buscar a santificação, e isso por três motivos:
1 – “[...] esta é a vontade de Deus: a vossa santificação [...]” (1Ts 4.3); 2 –
“[...] Deus [...] (o) chamou [...] para a santificação” (1Ts 4.7); e 3 – “Segui
a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Faça uma autoanálise e veja que Deus
tem livrado você de quase ir para o beleléu sem a observância de suas
obrigações. Ele ainda não o fez por causa de suas muitas misericórdias.
Rev. Salvador P. Santana
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