Objetivo: O
exercício dos dons tem o objetivo de mostrar aos crentes os prejuízos e os
resultados positivos na vida dos servos que os pratica.
Nar.: No texto, Paulo fala sobre o dever de cada um de nós é “[...]
seguir a verdade em amor, (daí, o resultado é o) crescimento em tudo (mas é
preciso notar que deve ser) naquele que é a cabeça, Cristo”, Ef.4.15.
É somente através de Cristo “de quem
todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a
justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação
de si mesmo em amor”, Ef.4.16.
Os dons existem para integrar o
crente no Corpo de Cristo como servo e bom mordomo, para a edificação do Corpo.
Habilitados por Deus, os membros do
Corpo devem “servir uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como
bons despenseiros da multiforme graça de Deus”, 1Pe.4.10.
Esses servos são agentes ou canais
através dos quais o amor de Cristo atrai outros para Ele e os entrosa
integralmente no Corpo.
O membro do Corpo de Cristo, obra de
artesanato de Deus, é preparado de antemão pelo Senhor para funcionar com um
canal através do qual Ele transmite e dispensa bênçãos a outros, como e quando
quiser.
O exercício do dom é um meio pelo
qual o amor de Cristo é manifestado através do crente-possuidor para o bem de
outros.
Prejuízos resultantes do
desconhecimento dos dons espirituais.
1 – Comparações entre um irmão e
outro.
Crentes se comparam negativamente
com outros irmãos bem sucedidos como pregadores, professores na Escola
Dominical, evangelista, cantores, organistas.
O fato de você não se achar
importante, não estar satisfeito e alegre com sua identidade no Corpo, não
elimina sua responsabilidade de funcionar de acordo com o plano e chamado de
Deus, portanto, é dever de cada um “servir uns aos outros, cada um conforme o
dom que recebeu [...]”, 1Pe.4.10.
Não assumindo a sua
responsabilidade, você não deixa de ser uma parte; você é considerado um “[...]
servo mau e negligente, (mesmo) sabendo que Jesus ceifa onde não semeou e ajunta
onde não espalhou [...]”, Mt.25.26.
O oposto do crente com complexo de
inferioridade é aquele que é vaidoso, muito importante aos seus próprios olhos,
é como “o fariseu [...] (que) orava de si para si mesmo, [...]”, Lc.18.11.
Paulo nos instrui de que “[...] cada
um prove o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não
em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo”, Gl.6.4, 5.
“[...] Fardo (gr. phortion)”,
Gl.6.5, é algo a ser carregado sem referência a seu peso; pode ser ou não
pesado.
2 – Falta de reconhecimento mútuo.
Quando falta conhecimento mútuo
sobre dons, deixamos de valorizar uns aos outros.
Nossa tendência é querer que outros
sejam uma cópia de nossa pessoa.
Ficamos impacientes com aqueles que
não o são, criticando sua atuação diferente.
Por não compreendermos seus dons e
por estarmos procurando neles evidência de um dom que nós temos, entendemos mal
as coisas boas que fazem.
Tiago fala “de onde procedem guerras
e contendas que há entre nós [...] dos prazeres que militam na nossa carne
[...]”, Tg.4.1.
A falta de compreensão sobre que
dons espirituais levam crentes sinceros e dedicados a se comportarem de maneira
diferente uns dos outros.
Através do exercício de seus dons,
Deus o abençoa, e também abençoa outros.
A ideia de muitos é que cada crente
deveria estar fazendo as mesmas coisas que ele e obtendo os mesmos resultados.
Paulo exorta a todos quantos têm
“[...] diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja
segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que
ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que
contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce
misericórdia, com alegria”, Rm.12.6-8.
Nós que no Corpo de Cristo somos
‘dentes’, sutil ou insistentemente pedimos aos demais no corpo para mastigar
comida.
Nossa falha em distinguir entre um
dom e outro, ou entre dons, responsabilidades cristãs e cargos, nos leva a
incentivar ou insistir com outro que procurem se desenvolver bem em áreas para
as quais Deus não lhes deu um dom e não determinou que eles tivessem uma atuação
mais acentuada.
Ficamos muitas vezes frustrados, com
complexos de inferioridade ou superioridade com interpretações negativas.
3 – Confusão sobre consagração.
O “[...] consagrar-se (dedicar-se ao
serviço), hoje, ao SENHOR [...]”, Ex.32.29 é essencial para cada crente.
Não podemos confundir consagração
com o exercício bem sucedido de dons espirituais, pode levar o irmão a
questionar, indevidamente, o grau de sua dedicação a Deus.
“Se você se consagrar mais, você
também poderá realizar o mesmo trabalho de fulano e será igualmente bem
sucedido”.
Esse pensamento levará crentes à
frustração, tristeza, depressão, cheio de culpa por não conseguir se consagrar
adequadamente.
Sua consagração sincera ao Senhor
determina em parte a eficácia do exercício de um dom, mas toda a consagração do
mundo não lhe dará um dom.
A exortação a mim e a você é que, “se
alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na
força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por
meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos
séculos. Amém!”, 1Pe.4.11.
4 – Mordomos mal informados ou
infiéis.
Todos serão cobrados, ainda que, “receoso,
escondemos na terra o [...] talento (ou o dom) [...] responderá [...] o senhor:
Servo mau e negligente [...] cumpria [...] que entregasses o meu dinheiro aos
banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu”, Mt.25.25-27.
A prestação de contas não é
facultativa.
Pedro é muito claro ao dizer que
devemos “servir uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus”, 1Pe.4.10.
Pedro reconhece que o possuidor do
dom é tido como um despenseiro, um mordomo, um administrador do dom que Deus
lhe confiou para servi-Lo e glorificá-lo.
Resultados positivos do
conhecimento de dons espirituais.
O possuidor do dom espiritual é
ricamente abençoado.
Exercer o seu dom lhe dá alegria, sente-se
realizado, valorizado pelo próprio Deus.
Devemos entender de “[...] que (é
somente) o SENHOR Deus (que) me ajuda; quem há que me condene? [...]”, Is.50.9,
então, a respeito dos dons, sou ajudado diariamente.
1 – Fardos são perdidos.
Muitos “atam fardos pesados [e
difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles
mesmos nem com o dedo querem movê-los”, Mt.23.4.
Muitos irmãos insistem para que
trabalhemos mais e nos consagremos mais.
Ficamos cansados e oprimidos tentando
servir a Deus como o outro serve.
Jesus nos convida: “Vinde a mim,
todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre
vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e
achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é
leve”, Mt.11.28-30.
Descobrir quais dons espirituais que
não temos é perder um grande fardo.
Descansamos quando descobrimos quem
somos no Corpo de Cristo.
A respeito dos “[...] dons
espirituais, (devemos) procurar progredir, para a edificação da igreja”,
1Co.14.12.
2 – Há reconhecimento mútuo de
dons.
Todos os crentes “[...] são feitura (de)
Deus, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou
para que andássemos nelas”, Ef.2.10.
Ao reconhecer o nosso lugar no Corpo
de Cristo, teremos condições de respeitar os dons dos irmãos.
Deus opera de uma maneira muito
especial em cada crente com o dom que Ele presenteou a seu filho.
Olhe para o seu corpo e perceba que
não há rivalidade entre pernas e braços, pelo contrário, existe uma união
perfeita.
Por isso, “para que não haja divisão
no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns
dos outros”, 1Co.12.25.
A maneira equilibrada de se ajustar
no Corpo de Cristo é saber que “[...] todo o corpo, bem ajustado e consolidado
pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o
seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”, Ef.4.16.
3 – Preconceitos desaparecem.
A compreensão sobre os dons
espirituais elimina preconceitos: “Somente os homens têm o dom de profecia”.
O texto bíblico fala que “a uns
estabeleceu Deus na igreja (o texto não fala que é somente homens ou mulheres)
[...] apóstolos [...] profetas [...] mestres [...] operadores de milagres [...]
dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”, 1Co.12.28.
E o melhor, “a manifestação do
Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso”, 1Co.12.7.
Dons espirituais nada têm a ver com
raça, cor, nacionalidade ou posição social.
Deus unifica o seu povo através do
entrosamento de seus filhos, usando seus dons espirituais para o bem mútuo.
Precisamos entender que não têm
pastores superestrela, um indivíduo que possui todos os dons.
Cada um dos apóstolos teve seu dom e
todos trabalharam em favor do Corpo de Cristo: João, mestre; Paulo,
evangelista, mestre, cura; Pedro, línguas, evangelista.
“[...] Havia diversidade nas
realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos”, 1Co.12.6, por esse
motivo não pode haver preconceito.
4 – O mesmo amor, unidos de alma.
Paulo declara que os crentes devem
“[...] pensar a mesma coisa, ter o mesmo amor, ser unidos de alma [...]”,
Fp.2.2.
Ao viver unidos, “[...] não pensamos
de nós mesmos além do que convém; antes, pensamos com moderação, segundo a
medida da fé que Deus repartiu a cada um”, Rm.12.3.
Precisamos evitar a vaidade “pois
quem é que nos faz sobressair [...]”, 1Co.4.7 é o próprio Deus.
O Corpo unido vai amadurecer “até
que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à
perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”, Ef.4.13.
Com o mesmo amor podemos promover o
crescimento e o desenvolvimento espiritual.
5 – O crescimento da igreja.
A igreja vai crescer quando “[...]
todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a
justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação
de si mesmo em amor”, Ef.4.16.
Os crentes se servem mutuamente e
promovem a edificação uns dos outros.
Deus supre necessidades sentidas
pelo não crente através dos dons que recebemos.
O que mais importa é que “[...] o
(próprio) Senhor [...] acrescenta [...] dia a dia, os que (vão) [...] sendo
salvos”, At.2.47.
6 – Deus é glorificado.
Jesus declara que “nisto é
glorificado seu Pai, em que demos muito fruto; e assim nos tornaremos seus
discípulos”, Jo.15.8.
O resultado feliz e abençoado são os
dons “[...] para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de
Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos.
Amém!”, 1Pe.4.11.
7 – Espaço para todos.
Se eu, exercendo um dom, contribuo
para a unidade e a pureza da igreja, Deus é glorificado.
Se, exercendo um dom, contribuindo
para a desunião, os alvos de Deus não são alcançados e a igreja cai em
descrédito.
Cada servo de Deus “tem, porém,
diferentes dons segundo a graça que nos foi dada [...]”, Rm.12.6.
Os dons de Deus são distribuídos de
tal forma que cada um tem uma porção limitada, e cada um deve estar ocupado em
canalizar seus dons “[...] para que a igreja receba edificação”, 1Co.14.5.
Conclusão: Para
alcançar os propósitos de Deus para o Corpo de Cristo é essencial que haja
espaço para os diversos membros exercerem seus dons.
É essencial que os membros sejam
ativos e não espectadores passivos no Corpo.
Salomão fala sobre aquele “[...] que
trabalha com mão remissa empobrece [...]”, Pv.10.4 espiritualmente.
O incentivo de Jesus para os seus
servos é que o “[...] seu Pai trabalha até agora, e Jesus trabalha também”,
Jo.5.17, portanto, “sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados”, Ef.5.1.
“E [...] Jesus adverte: A seara é
grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que
mande trabalhadores para a sua seara”, Lc.10.2.
Deus é glorificado não pelo crente
individualista, mas pelo Corpo de Cristo funcionando em união.
Aprenda “[...] seguir a verdade em
amor, cresça em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem
ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação
de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em
amor”, Ef.4.15, 16.
Adaptado pelo Rev. Salvador P.
Santana para E.D. – Quem é você no Corpo de
Cristo – Mis. Lida E. Knight – LPC.
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