OS DONS PODEM SER ESCOLHIDOS E TROCADOS À VONTADE? 1Co.12.11.
Objetivo: Entender
“porque os dons (presente) e a vocação (escolha) de Deus são irrevogáveis (arrependimento)”,
Rm.11.29.
Quando o crente recebe o dom, Deus
jamais toma de volta.
O Senhor distribui dons espirituais
para “[...] capacitá-los [...]”, 1Co.12.10 “[...] para a obra a que Deus os têm
chamado”, At.13.2.
Quando o crente é chamado por Deus,
serve para “[...] aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço,
para a edificação do corpo de Cristo”, Ef.4.12.
É preciso saber que “[...] Deus
dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve”,
1Co.12.18.
É por esse motivo que “[...] um só e
o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a
cada um, individualmente”, 1Co.12.11.
Da parte de Deus, os dons
espirituais são concedidos pela graça. Da parte humana, são recebidos, e não
conseguidos; descobertos, e não escolhidos.
A pergunta de Paulo: “Pois quem é
que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o
recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?”, 1Co.4.7.
Deus não dá a homens e mulheres a
responsabilidade de diferenciar os membros do Corpo entre si.
Nenhum ser humano tem o privilégio
ou o poder de decidir quem recebe qual dom espiritual, isto porquê, “a uns
estabeleceu Deus na igreja [...]”, 1Co.12.28 com o dom que o próprio Deus
determinou, “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os
membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros”, 1Co.12.25.
Podemos não entender Deus, mas
podemos aceitar pela fé que Deus têm boas razões para distribuir os dons como o
faz, isso, “porque os [...] pensamentos (de) Deus não são os nossos
pensamentos, nem os nossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR,”, Is.55.8.
Se dons não são escolhidos por seus
possuidores, como entender Paulo orientando os crentes a “[...] procurar, com
zelo, os melhores dons (?) [...]”, 1Co.12.31:
1 – “[...] Procurar, com zelo
[...]”, 1Co.12.31, pode ser traduzido por “valorizar grandemente” – João
Calvino – Corinthians;
2 – O verbo “[...] procurar [...] (e
o objeto) dons [...]”, 1Co.12.31, se dirige a indivíduos que deveriam aspirar a
um ou outro dom, mas o corpo todo deveria desejar e abrir espaço par o
exercício dos dons que melhor conduzem a edificação;
3 – “[...] os melhores dons [...]”,
1Co.12.31, são os ministérios de “[...] apóstolos [...] profetas [...] evangelistas
[...] pastores e mestres”, Ef.4.11;
4 – Há
uma outra interpretação, geralmente menos conhecida, que se coaduna com o
ensino global paulino:
“[...] Procurai [...]”, 1Co.12.31, é
uma palavra de repreensão dirigida à igreja exibicionista em Corinto, a qual
Paulo disse que “[...] passaria a mostrar (a eles) ainda um caminho sobremodo
excelente”, 1Co.12.31.
Paulo acabara de mostrar que Deus
escolhe os dons conforme o “[...] Espírito realiza todas estas coisas,
distribuindo, como lhe apraz, a cada um, individualmente. (E que) [...] Deus
dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve”,
1Co.12.11, 18.
Não há dons maiores e outros menores
na medida divina.
O contexto leva a entender que os “[...]
os melhores dons [...]”, 1Co.12.31 eram aqueles mais prezados pelos coríntios e
que eles, por engano, julgavam ser mais importantes do que outros.
Eram “[...] os melhores [...]”,
1Co.12.31, só no entender dos coríntios.
Deus sendo o doador de todos os dons
espirituais, nenhum servo pode considerar que têm “[...] os melhores dons
[...]”, 1Co.12.31, mesmo porque, “[...] os [...] pensamentos (de) Deus não são
os nossos pensamentos, nem os nossos caminhos, os seus caminhos, diz o SENHOR”,
Is.55.8.
É possível receber dons
espirituais para ministério pela imposição das mãos?
Muitos advogam que Paulo, ao falar: “Não
te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido
mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério”, 1Tm.4.14, e que,
“por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela
imposição das minhas mãos”, 2¨Tm.1.6.
Conforme muitos, essas palavras de
Paulo, justifica a prática de um crente buscar um dom espiritual através da
imposição das mãos de outros irmãos.
É bom lembrar que “[...] Timóteo
[...] (foi consagrado) ministro de Deus no evangelho de Cristo [...] (para) alimentar
com as palavras da fé e da boa doutrina [...]”, 1Ts.3.2; 1Tm.4.6.
A imposição das mãos de Paulo e do
presbitério, publicamente outorgou a Timóteo a autoridade e o poder para ser um
ministro de Cristo – Stott.
O ato de impor as mãos autoriza
oficialmente o ministro com o dom para ser ministrado na igreja – ordenação de
pastores, presbíteros e diáconos.
A permanência dos dons.
Dons espirituais para o ministério
são de caráter pessoal, fazendo parte integrante do ser que nasceu de novo.
Os dons são constantes na vida 24 horas
por dia.
Ele age e reage espontaneamente, de
acordo com seus dons espirituais pessoais, sejam identificados por ele ou não.
O exercício do dom espiritual
pessoal não foge do controle de seu possuidor e ele é, portanto,
mordomo/administrador do dom, responsável em prestar contas a Deus por seu uso,
isso porque, os servos de Deus devem “servir uns aos outros, cada um conforme o
dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”, 1Pe.4.10.
Seria difícil, impossível,
desenvolver um dom espiritual e ser um bom e responsável mordomo, caso o dom
desapareça, aparecendo outro.
Paulo, para ilustrar os dons
espirituais, fala que “[...] o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser
o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do
corpo”, 1Co.12.14, 15.
Isto quer dizer que o pé continua
sendo pé até a morte, e a mão continua sendo a mão para sempre.
Por falta de oportunidade de
exercê-lo, alguém pode perder um dom?
O exercício dos dons é estruturado,
planejado, dentro do contexto de um ministério, sociedade da igreja.
Alguém com o dom de evangelista,
acamado, cercado por crentes e incrédulos, ele não perde o dom, ele pode
colocá-lo em prática anunciando o evangelho.
Todos os dons são dados em
caráter definitivo?
“[...] Assim como o corpo é um e tem
muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo [...]
o pé (não deixa de ser o pé) [...] nem por isso deixa de ser do corpo”,
1Co.12.12, 15.
Desta forma os dons dados são de
caráter definitivo para o crente.
Alguns pastores e comentaristas
dizem que os “[...] dons de curar [...] operações de milagres [...] variedade
de línguas [...] (e de) interpretação”, 1Co.12.9, 10, cessaram quando o Cânon
(régua, vara de medir, III ou IV séc. a.C.) da Bíblia foi definitivamente
estabelecido, quando não são autorizados acrescentar ou remover livros.
Conclusão: Os
dons não podem ser escolhidos ou trocados à vontade “porque os dons e a vocação
de Deus são irrevogáveis”, Rm.11.29.
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