DESENTENDIMENTO
Onde houver uma reunião de animais irracionais você
perceberá que há entre eles desentendimento. Procure e verá em uma alcateia
faminta a procura de um frango à solta no quintal ou uma vara em discórdia por
uma porção de milho jogado ao chão.
É possível perceber uma brutalidade
tal de desentendimento entre os animais irracionais a ponto de rasgarem-se uns
aos outros, e podem chegar à morte.
Mas o que é interessante notar em
animais irracionais é que, após o desentendimento, tudo volta à normalidade,
continuam vivendo normalmente. Decorrido algum tempo, novos desentendimentos
surgem, para logo depois, levarem uma vida unidos em comunidade.
Tire agora a sua visão investigatória
dos animais irracionais e olhe mais firmemente para o animal racional ou, se
preferir, os seres humanos, pode ainda ser a sua própria pessoa. Veja as
semelhanças: Um é irracional e briguento, o outro é racional briguento e o mais
intrigante, vingativo.
Devido ao homem ser racional,
semelhante a Deus, então, cada um é responsável pelos seus próprios atos pelo
motivo de que, “[...] não há criatura que não seja manifesta na [...] presença
(de) Deus; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos
olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13). Fique atento, pois “[...]
cada um [...] dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14.12).
Todos sabem que o desentendimento faz
parte da vida cotidiana de cada indivíduo, não que isso seja uma regra, mas é
necessário para o amadurecimento espiritual.
Agora, não tome como desculpa o
amadurecimento espiritual e viva a contender constantemente com todos que
encontrar pela frente. Saiba que o desejo de Jesus é que cada um “[...] ame uns
aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de
Deus e conhece a Deus” (1Jo 4.7).
Verdade é que, agindo com amor para
com o próximo, os desentendimentos serão mais espaçados, mais raleados, menos
frequentes e, quando ocorrerem, haverá mais possibilidade de reconciliação,
isto porque, a ideia é de que você “[...] é nascido de Deus e conhece a Deus”
(1Jo 4.7).
É possível que em sua caminhada neste
mundo, você já tenha tido muitas e incontáveis desavenças com seus familiares,
vizinhos, colegas de trabalho, escola. Enfim, por onde passa, há desacordo, mas
isso não é motivo de deixar completamente de se relacionar com essas pessoas.
Diante de tanta discórdia, a sua alma fica triste, amargurada, angustiada. O
que fazer?
Reconheça que você se desentendeu,
seja lá com quem for; se rico, pobre, negro ou branco, religioso ou não. Não
importa, é o seu erro, nada de justificativas diante de quem quer que seja.
Davi falou para Deus: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal
perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro
no teu julgar” (Sl 51.4).
O rei Davi não pensou duas vezes para
resolver o seu problema com Deus e colocar a sua vida em ordem. Houve sim,
querelas com Bate-Seba, com quem adulterou, com Urias, esposo da sua amante e
soldado do seu exército. É possível que tenha havido contendas com os
familiares de Bate-Seba e com todas as suas esposas, nove no total.
Aprenda com os desentendimentos para
você não cair no mesmo erro. O sábio Salomão fala que é melhor “[...] guardar a
boca (a fim de) conservar a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo
se arruína” (Pv 13.3). Já percebeu quantas palavras irrefletidas saíram dos
seus lábios e que deram em desordem, brigas até nas vias de tapas e mortes?
Invista no discernimento,
inteligência, percepção, entendimento que é o contrário do desentendimento.
Desta forma você terá condições de conviver bem com todos os homens neste mundo
cheio de inquietações, mas que é imensamente abençoado por Deus, o qual
proporciona a cada homem viver em harmonia.
Aquela pessoa que se desentendeu com
você, seja por qual motivo for, faça como Jesus ordena: “Se teu irmão pecar
[contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão”
(Mt 18.15).
Retorne a amizade, ao companheirismo,
a conversar de novo, andar juntos porque “[...] Jesus a si mesmo se deu por
nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo
exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2.14).
Que Deus abençoe a sua vida
espiritual!
Rev. Salvador P.
Santana
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