Os pescadores em território brasileiro são suficientes
para suprir a mesa desse povo. A cada dia ou noite, se preferir, pescadores
profissionais, amadores e inexperientes saem para os barrancos dos rios,
igarapés, lagos, mares com seus barcos a remo ou motorizados.
Muitos desses profissionais ou iniciantes, num dia,
não de sorte, mas de Deus usar da Sua bondade em permitir que “[...] lançando
ao mar o anzol [...] o primeiro peixe [...] (seja) fisgado [...] (para ser)
tirado [...]” (Mt 17.27) da água, ou que fique preso à rede, ou no arrastão.
Tudo depende da mão poderosa do Senhor, dono de tudo
e que pode permitir a este ou àquele trazer uns ou nenhum peixe para terra
firme.
É interessante notar que, a maioria dos pescadores
profissionais deixam a profissão, mas não deixam de pescar. Pode também
acontecer com todos os demais que não tem tanta experiência na arte da pesca.
É preciso saber que dentre muitos aborrecidos,
cansados por perceberem que as águas estão contaminadas ou que já não aguentam
mais, param, entregam redes, anzóis, chumbadas, barcos, remos para ficarem
balançando na rede do quintal de sua casa.
Alguns outros poucos pescadores existem, não nos
rios, nem nos mares, mas em porto seguro.
Certa vez Jesus fez um convite especial a dois
discípulos Seus. É possível, que muitos, nos dias atuais, digam que essa
atitude de Cristo foi exclusiva àqueles dois seguidores.
Sim, exatamente, foi o lançamento da escolha dos doze
que Jesus convidou “[...] os irmãos Simão e André [...]” (Mc 1.16), e mais dez
em seguida, “dizendo-lhes [...] Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens” (Mc 1.17).
Esses primeiros seguidores de Jesus Cristo, ou
melhor, servos fiéis, “[...] deixaram imediatamente as redes e o seguiram” (Mc
1.18).
A narração bíblica não fala que eles abandonaram a
pesca no mar e logo de imediato investiram na pesca humana. O tempo de
aprendizagem foi mais ou menos de uns três anos.
Em todo esse período eles foram instruídos,
alimentados, disciplinados e admoestados na forma de se “[...] fazer a vontade
de Deus, (para se tornar) [...] irmão, irmã e mãe (de) Jesus” (Mc 3.35). Outros
desses pescadores de homens se perderam eternamente, alguns mais tarde O
abandonaram.
Ao longo da caminhada, depois de cumprirem com sua
missão de pescar ou de aprender o ofício, “[...] não ficaram amedrontados [...]
consideraram o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros [...]
confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra [...] outros, por
sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites [...] algemas e prisões
[...] apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada [...]
necessitados, afligidos, maltratados” (Hb 11.23,26,13,36,37), mas nem por isso
desistiram. Foram insistentes na obra da pescaria de homens.
Nestes dias é muito triste perceber que uma boa
porcentagem daqueles que algum dia resolveram seguir o Mestre, ou até mesmo que
foram chamados, escolhidos, fazem como os pescadores de peixes.
Muitos estão se acotovelando em meio à multidão perdida
porque aposentaram de uma vez por todas a lição apresentada, aprendida,
orientada pelo dono da vida, Jesus Cristo, e nunca mais retornaram para “[...]
ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
É impossível “[...] anunciar nas terras longínquas
(?) [...]” (Jr 31.10). Fique por perto, em sua casa, no seu trabalho, na sua
cidade e evangelize. Faça uma contribuição financeira para aqueles que
estão na tarefa árdua da evangelização. Ore em favor dos missionários. Interceda
junto ao trono de Deus pelos povos perdidos, os marginalizados, viciados, fracos,
doentes para que “[...] pela graça (eles) sejam salvos, mediante a fé; e isto
não vem deles (e nem de você); é dom de Deus” (Ef 2.8).
Não seja mais um pescador deitado na rede do seu
quintal.
Rev.
Salvador P. Santana
Nenhum comentário:
Postar um comentário