quarta-feira, 21 de junho de 2017

PESCADORES.

PESCADORES

            Os pescadores em território brasileiro são suficientes para suprir a mesa desse povo. A cada dia ou noite, se preferir, pescadores profissionais, amadores e inexperientes saem para os barrancos dos rios, igarapés, lagos, mares com seus barcos a remo ou motorizados.

            Muitos desses profissionais ou iniciantes, num dia, não de sorte, mas de Deus usar da Sua bondade em permitir que “[...] lançando ao mar o anzol [...] o primeiro peixe [...] (seja) fisgado [...] (para ser) tirado [...]” (Mt 17.27) da água, ou que fique preso à rede, ou no arrastão.

            Tudo depende da mão poderosa do Senhor, dono de tudo e que pode permitir a este ou àquele trazer uns ou nenhum peixe para terra firme.

            É interessante notar que, a maioria dos pescadores profissionais deixam a profissão, mas não deixam de pescar. Pode também acontecer com todos os demais que não tem tanta experiência na arte da pesca.

            É preciso saber que dentre muitos aborrecidos, cansados por perceberem que as águas estão contaminadas ou que já não aguentam mais, param, entregam redes, anzóis, chumbadas, barcos, remos para ficarem balançando na rede do quintal de sua casa.

            Alguns outros poucos pescadores existem, não nos rios, nem nos mares, mas em porto seguro.

            Certa vez Jesus fez um convite especial a dois discípulos Seus. É possível, que muitos, nos dias atuais, digam que essa atitude de Cristo foi exclusiva àqueles dois seguidores.

            Sim, exatamente, foi o lançamento da escolha dos doze que Jesus convidou “[...] os irmãos Simão e André [...]” (Mc 1.16), e mais dez em seguida, “dizendo-lhes [...] Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1.17).

            Esses primeiros seguidores de Jesus Cristo, ou melhor, servos fiéis, “[...] deixaram imediatamente as redes e o seguiram” (Mc 1.18).

            A narração bíblica não fala que eles abandonaram a pesca no mar e logo de imediato investiram na pesca humana. O tempo de aprendizagem foi mais ou menos de uns três anos.

            Em todo esse período eles foram instruídos, alimentados, disciplinados e admoestados na forma de se “[...] fazer a vontade de Deus, (para se tornar) [...] irmão, irmã e mãe (de) Jesus” (Mc 3.35). Outros desses pescadores de homens se perderam eternamente, alguns mais tarde O abandonaram.

            Ao longo da caminhada, depois de cumprirem com sua missão de pescar ou de aprender o ofício, “[...] não ficaram amedrontados [...] consideraram o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros [...] confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra [...] outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites [...] algemas e prisões [...] apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada [...] necessitados, afligidos, maltratados” (Hb 11.23,26,13,36,37), mas nem por isso desistiram. Foram insistentes na obra da pescaria de homens.

            Nestes dias é muito triste perceber que uma boa porcentagem daqueles que algum dia resolveram seguir o Mestre, ou até mesmo que foram chamados, escolhidos, fazem como os pescadores de peixes.

            Muitos estão se acotovelando em meio à multidão perdida porque aposentaram de uma vez por todas a lição apresentada, aprendida, orientada pelo dono da vida, Jesus Cristo, e nunca mais retornaram para “[...] ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

            É impossível “[...] anunciar nas terras longínquas (?) [...]” (Jr 31.10). Fique por perto, em sua casa, no seu trabalho, na sua cidade e  evangelize. Faça uma contribuição financeira para aqueles que estão na tarefa árdua da evangelização. Ore em favor dos missionários. Interceda junto ao trono de Deus pelos povos perdidos, os marginalizados, viciados, fracos, doentes para que “[...] pela graça (eles) sejam salvos, mediante a fé; e isto não vem deles (e nem de você); é dom de Deus” (Ef 2.8).

            Não seja mais um pescador deitado na rede do seu quintal.

Rev. Salvador P. Santana

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