É muito difícil ser
pastor evangélico. Difícil porque o relacionamento é pessoal. Ele trabalha com
vidas, pessoas semelhantes a ele mesmo.
Todos, sem exceção,
vieram de lares e famílias com pensamentos diferentes, atitudes estranhas que
ele, com um olhar crítico, percebe que existe algo de anormal na vida deste ou
daquele.
Mas, afinal, quem tem
o direito de dizer que fulano ou beltrano age de forma diferente, sendo que ele
mesmo aos olhos dos outros também age desigual aos demais?
Eis o motivo do
conselho de Paulo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes
deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus
ouvintes” (1Tm 4.16).
O apóstolo, instruído
pelo Espírito Santo, sabia muito bem que existe apenas um, tanto no céu quanto
na terra que pode “[...] sondar os corações, o SENHOR” (Pv 21.2), por isso ele
inicia o texto alertando o ouvinte/leitor a “Ter cuidado de si mesmo [...]”
(1Tm 4.16).
Isso porque, todos
devem de algum modo fazer uma autoanálise das suas palavras, ações e
pensamentos à fim de ter um relacionamento amoroso com o seu próximo.
Sim, porque caso a
pessoa não olhe para os seus próprios erros, “como poderá dizer a teu irmão:
Deixa, irmão, que eu tire o argueiro (cisco) do teu olho, não vendo tu mesmo a
trave (viga) que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e,
então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”
(Lc 6.42).
Caro leitor, você tem
feito uma avaliação da sua própria vida ou tem se preocupado excessivamente com
a vida do outro?
Você percebe como
nesse aspecto é complicado ser pastor quando se trata de relacionamento
interpessoal?
O
próximo passo de Paulo é falar sobre a amizade do homem com Deus. Essa amizade
se dá através da pessoa que “[...] tem cuidado [...] da doutrina [...]” (1Tm
4.16).
Você há de convir que
você mesmo pode buscar o verdadeiro ensino para a sua própria vida. Como?!
Certa vez Jesus disse aos judeus: “Está escrito nos profetas: E serão todos
ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido,
esse vem a mim” (Jo 6.45).
Preste atenção! Jesus
está dizendo que “[...] serão todos ensinados por Deus [...]” (Jo 6.45), então,
cabe a cada um se esforçar ao máximo para buscar o verdadeiro ensino para o
crescimento espiritual, mesmo porque, nenhum está isento dessa responsabilidade
em relação à sua vida espiritual.
Ou seja, ter cuidado
da sua própria vida não é entregar-se aos cuidados do pastor ou seja lá quem
for; o interesse e o desejo deve ser seu e de mais ninguém. É preciso
perguntar: Que nível de espiritualidade ou conhecimento você está tendo do
próprio Deus, da doutrina/ensino?
Você tem conhecimento
superficial ou você tem ouvido dos lábios de outras pessoas e não tem buscado
na fonte, a Bíblia Sagrada? Ao buscar esse conhecimento você faz uma reflexão
de como está o nível do seu relacionamento com Deus ou você tem avaliado a vida
do outro?
Você já sabe que o
cuidado é da sua própria vida. Pense bem a respeito!
Deu para perceber o
por quê é arriscado e melindroso ser pastor? Arriscado porque muitos pensam que
o desejo do ministro é, como dizem, “pegar no pé” ou estar perseguindo por este
ou aquele motivo.
Caso o ministro vier
a instruir o converso a “ter cuidado dele mesmo e da doutrina (e com o dever
de) continuar nestes deveres [...]” (1Tm 4.16) a ovelha poderá dizer: “É
problema meu. Faço o que quero e quando quero”.
O que afinal poderá
fazer o pastor com essa ovelha rebelde? Praticamente nada, mas poderá
adverti-lo de que “[...] fazendo assim (cuidando do relacionamento com o
próximo e com Deus), salvará tanto a ele mesmo como aos seus ouvintes” (1Tm
4.16).
Você, pastor, está
disposto a agir dessa forma?
Rev. Salvador P.
Santana
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