quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A IGREJA DA AUTOAJUDA, Jr.17.5-10.

       A IGREJA DA AUTOAJUDA, Jr.17.5-10.

Introd.:           Existem muitos livros de autoajuda: A arte de viver, o poder do agora, dez leis para ser feliz, seja líder de si mesmo, você pode curar sua vida e o poder das afirmações positivas são alguns exemplos desse tipo de publicação.
            Muitas pessoas são viciadas em livros de autoajuda e não abrem mão desse tipo de leitura.
            Infelizmente, muitos cristãos têm aderido a uma pregação de autoajuda ao invés da exposição sadia da Palavra do Senhor.
            A consequência é o enfraquecimento da piedade e a frustração dos crentes.
            Eu e você precisamos [...]
I – Entender o problema.
            “O céu ajuda aqueles que ajudam a si mesmos”.
            Essa é a frase de abertura do livro “Autoajuda”, escrito por Samuel Smiles – 1859 é considerado o primeiro livro de autoajuda.
            A intenção desse tipo de texto é proporcionar às pessoas domínio sobre o seu corpo e mente, a fim de capacitá-las à autorrealização em todas as esferas da vida.
            A ideia de autoajuda é bem mais antiga.
            A primeira palestra sobre autoajuda aconteceu no Éden, tendo como preletor Satanás, que ensinou sobre o segredo da autossuficiência de que “[...] comendo (do fruto, Gn.2.17) se nos abre os olhos e, como Deus, seremos conhecedores do bem e do mal”, Gn.3.5.
            Eva e Adão caíram em pecado por julgarem que poderiam viver sem Deus.
            Um livro que satiriza a autoajuda afirma que “o único jeito de ficar rico com um livro e escrevendo um”.
            O site “Diário da Saúde” cita a pesquisa de uma universidade americana de que pessoas que se questionam sobre a capacidade de realizar uma tarefa saem-se melhor do que aquelas que dizem a si mesmas que se sairão bem.
            Muitas igrejas ‘importaram’ a ideia sem considerar, ou sem se importar, com os pressupostos equivocados por trás da concepção de autoajuda.
            Consideremos dois deles:
            A – Bondade do homem.
            Para o homem ajudar-se a si mesmo, é necessário crer que ele é bom.
            Daí vem o apelo de muitos livros sobre ‘conhecer a si mesmo’, encontrar seu eu interior’.
            A verdade é que muitos desconhecem que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”, Jr.17.9.
            Esse conhecimento é necessário, pois as respostas estão no mais profundo do nosso ser, porque “a nossa alma tem sede de Deus, do Deus vivo [...]”, Sl.42.2.
            João Calvino: “Um vez que os seres humanos têm um amor desordenado e cego por si mesmos, mostram-se dispostos a acreditar que não existe neles nada que mereça desprezo. Assim, sem necessidade de outro advogado, todos acolhem a vã opinião de que o ser humano é autossuficiente para ter uma vida digna e feliz” – Institutas da religião cristã, Vol. 1.
            A Escritura faz ruir essa concepção, pois o homem é totalmente depravado.
            Isto não quer dizer que o homem é tão mal quanto poderia ser, mas que o pecado afetou todas as suas faculdades.
            Ainda que o homem tenha sido criado “[...] conforme a semelhança (de) Deus (e) abençoado [...]”, Gn.1.26,28 e santo, com a desobediência de Adão, ao “[...] ouvir a voz do SENHOR Deus [...] escondeu-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher [...]”, Gn.3.8.
            Todos passaram, a partir de então, a ser “[...] depravado (e) cava (inclina para) o mal [...]”, Pv.16.27.
            Tudo aquilo que o homem deseja, pensa e faz, está afetado pelo pecado porque “o SENHOR vê que a maldade do homem se [...] multiplica na terra e que é continuamente mau todo o desígnio do seu coração”, Gn.6.5.
            Salomão fala “[...] que [...] o coração do homem está cheio de maldade, nele há desvario (loucura, delírio) enquanto vivem; depois, rumo aos mortos”, Ec.9.3.
            E o texto base fala que “[...] o coração [...] (é) desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”, Jr.17.9.
            O próprio Jesus declara que “[...] de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura”, Mc.7.21,22.
            Em outra Escritura “[...] está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”, Rm.3.10-12.
            É preciso considerar ainda sobre a [...]
            B – Capacidade de controle.
            Sendo o homem bom, ele tem em si mesmo capacidade de mudar vários aspectos de sua vida, obtendo pleno domínio sobre cada um deles.
            É por casa desse tipo de convicção que ouvimos, vez por outra, alguém afirmar que na Bíblia está escrito: ‘Faça a sua parte e eu te ajudarei’.
            Não é de se estranhar as várias ‘correntes’ e ‘campanhas’ oferecidas nas igrejas envolvidas com a autoajuda, em que tudo depende daquilo que o crente fará.
            Se ele seguir as instruções e for fiel as ‘sete sextas-feiras’, obterá o que deseja. Só depende dele. Não consegue o que almeja, é porque não fez o que deveria.
            Aqui também está envolvida a ideia do ‘pensamento positivo’ – ‘eu posso’, ‘eu consigo’, eu tenho capacidade’.
            Muitos usam textos fora do contexto ao dizer: “tudo posso naquele que me fortalece”, Fp.4.13, ‘eu sou filho do dono do ouro e da prata’, ‘eu fui criado para ser cabeça e não cauda’.
            Expressões como ‘eu profetizo’, ‘eu recebo’, ‘eu determino’, também refletem a mesma ideia.
            A Bíblia é clara ao afirmar: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Nós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a nossa vida? Somos, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa”, Tg.4.13,14.
            O homem não tem poder para ajudar a si mesmo, porque “assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem (ou em si mesmo), faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!”, Jr.17.5.
            A qualquer instante, qualquer um de nós pode “[...] ser como o arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto (dificuldade, morte), na terra salgada (fome, sede) e inabitável (solitário)”, Jr.17.6.
            Precisamos saber que “o coração do homem traça o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos”, Pv.16.9.
            A igreja da autoajuda tem [...]
II – A raiz do problema no amor-próprio.
            A ênfase no amor-próprio como requisito para outras ‘conquistas’ é difundida por todos os lados.
            Ultraje a Rigor canta: ‘Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim’.
            Esse modo de penar é encontrado nas igrejas da autoajuda.
            A Escritura Sagrada caminha na contramão de tudo isso.
            Certa vez, “[...] um [...] intérprete da ei, experimentou Jesus, lhe perguntando: Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”, Mt.22.40.
            Os defensores da autoajuda querem implantar um terceiro mandamento: ‘se alguém não se ama, não conseguirá amar ao próximo’.
            O homem por natureza já se ama demais e não precisa ser estimulado a se amar ainda mais.
            O amor-próprio já existe tal como Paulo declara: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida [...]”, Ef.5.29.
            O amor-próprio é um grande problema, pois “[...] nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos (orgulho), arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes (falta respeito às coisas sagradas)”, 2Tm.3.1,2.
            Se quisermos honrar a Deus, agindo de maneira bíblica, devemos aceitar o alvo do amor de Deus em nossas vidas e nos dispor ao amor ao próximo.
            Esse “[...] amor (deve) ser sem hipocrisia [...] cordial (sincero) uns aos outros [...]”, Rm.12.9,10.
            “[...] O amor (precisa) edificar”, 1Co.8.1.
            Por esse motivo, todos nós devemos “[...] amar de palavra [...] de fato e de verdade”, 1Jo.3.18.           Somos exortados a “[...] não nos conformar com este século [...]”, Rm.12.2, por isso devemos deixar de lado o que o mundo ensina sobre o amor egoísta – amor-próprio e viver o amor bíblico, por Deus e pelo próximo.
            Para amar de verdade, necessitamos [...]
III – Buscar ajuda do alto.
            Crentes que absorvem o discurso da autoajuda ficam frustrados porque o Senhor não lhe deu aquilo que ele queria.
            A piedade cristã também fica comprometida, então, que cada um não se sinta autossuficiente, pois “aquele [...] que pena estar em pé veja que não caia”, 1Co.10.12.
            No texto base da lição, após falar que é “[...] maldito o homem que confia no homem [...]”, Jr.17.5, logo em seguida, o texto declara que será “bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR”, Jr.17.7.
            Essa confiança em Deus é porque “Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste”, Cl.1.17 e “Ele [...] sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder [...]”, Hb.1.3.
            Esse é o caminho bíblico, pois de Deus depende:
            A – A salvação.
            Sendo todos nós depravados e não termos condições de buscar a Deus por si mesmo, então, o homem depende da ação de Deus, pois “como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”, Rm.3.10-12.
            O desejo de Deus é que todos “[...] sejam salvos [...] (mas muitos) têm zelo por Deus, porém não com entendimento (para serem mudados). Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus”, Rm.10.1-3.
            Então, é certo “[...] que ninguém será justificado (perdoa a culpa para não ser condenado) diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”, Rm.3.20.
            Endo assim, “se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido (e) [...] todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”, Rm.10.9-13.
            Devemos saber que “[...] é Cristo (que põe) fim (à tentativa de o homem ser salvo pelo cumprimento) da lei [...] (só será salvo) todo aquele que crê”, Rm.10.4.
            É por esse motivo que “[...] não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia (para salvar alguns)”, Rm.9.16.
            O caminho bíblico é que de Deus depende:
            B – A perseverança.
            Além de ser incapaz de se salvar, o homem é também incapaz de se manter nesse estado.
            Para perseverar no caminho da justiça, o homem depende “[...] daquele (Deus) que começou boa obra em nós [...] (para) completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”, Fp.1.6.
            É por isso que podemos afirmar que “nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”, Rm.8.39.
            Essa verdade foi dita por Jesus: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar”, Jo.10.28,29.
            Estamos seguros com Cristo Jesus.
            O caminho bíblico nos fala que de Deus depende:
            C – A santificação.
            A busca da santificação é um imperativo para o crente; “pois esta é a vontade de Deus: a nossa santificação, que nos abstenhais da prostituição; porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação”, 1Ts.4.3,7.
            A ordem de Deus é que eu e você devemos “seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”, Hb.12.14.
            Essa busca para “[...] desenvolver a nossa santificação (só é possível na) obediência [...] com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”, Fp.2.12,13.
            Para eu e você andar no caminho bíblico, de Deus também depende:
            D – Toda a piedade cristã.
            Deus chama seus filhos a uma vida de piedade – reverência, respeito, fidelidade a Deus.
            Jesus exige de nós tudo aquilo que Ele já fez por nó, dando-nos exemplo.
            É por isso que “nós amamos porque ele nos amou primeiro”, 1Jo.4.19.
            Precisamos ter compaixão e perdoar porque Deus “[...] perdoou toda (a nossa) [...] dívida porque [...] suplicamos; (então) [...] devemos [...] igualmente, compadecer-se do nosso conservo, como também (Deus) se compadece de nós [...]”, Mt.18.32,33.
            Assim como “[...] Deus [...] nos conforta em toda a nossa tribulação [...] podemos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus”, 2Co.1.4.
            Só agimos com piedade – reverência, respeito, fidelidade a Deus, porque “[...] pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento (da verdade) completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”, 2Pe.1.3. 
            Cada um de nós é chamado a se “[...] tornar coparticipante da natureza divina, livrando-se da corrupção das paixões que há no mundo”, 2Pe.1.4.
            Ora, se a autoajuda não condiz com o caminho bíblico, então [...]
Conclusão:      Todo cristão precisa ser “[...] como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto”, Jr.17.8.
            Sendo assim, todo cristão é “[...] convocado (por Jesus) [...] a vir após Ele, a si mesmo se negar, tomar a sua cruz e segui-lo. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de Jesus e do evangelho salvá-la-á. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”, Mc.8.34-,36.
            Devemos lembrar sempre que tudo aquilo que necessitamos está em Cristo, isto porque, “[...] Deus é o meu ajudador, o SENHOR é quem me sustenta a vida”, Sl.54.4.
Aplicação:       Sonde o seu coração e verifique se já não foi seduzido pela ideia de autoajuda e amor próprio.
            Se sim, confesse ao Senhor essa falta e submeta-se ao senhorio do “[...] SENHOR [...] (que) esquadrinha o coração, ele prova os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”, Jr.17.10.
           

            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa fé – CCC – Rev. Milton Coutinho Jesus Jr.

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