A IGREJA DA AUTOAJUDA, Jr.17.5-10.
Introd.: Existem muitos livros de autoajuda: A
arte de viver, o poder do agora, dez leis para ser feliz, seja líder de si
mesmo, você pode curar sua vida e o poder das afirmações positivas são alguns
exemplos desse tipo de publicação.
Muitas pessoas são viciadas em
livros de autoajuda e não abrem mão desse tipo de leitura.
Infelizmente, muitos cristãos têm
aderido a uma pregação de autoajuda ao invés da exposição sadia da Palavra do Senhor.
A consequência é o enfraquecimento
da piedade e a frustração dos crentes.
Eu e você precisamos [...]
I – Entender o problema.
“O céu
ajuda aqueles que ajudam a si mesmos”.
Essa é a
frase de abertura do livro “Autoajuda”, escrito por Samuel Smiles – 1859 é
considerado o primeiro livro de autoajuda.
A intenção
desse tipo de texto é proporcionar às pessoas domínio sobre o seu corpo e mente,
a fim de capacitá-las à autorrealização em todas as esferas da vida.
A ideia de
autoajuda é bem mais antiga.
A primeira
palestra sobre autoajuda aconteceu no Éden, tendo como preletor Satanás, que
ensinou sobre o segredo da autossuficiência de que “[...] comendo (do fruto, Gn.2.17)
se nos abre os olhos e, como Deus, seremos conhecedores do bem e do mal”, Gn.3.5.
Eva e Adão
caíram em pecado por julgarem que poderiam viver sem Deus.
Um livro
que satiriza a autoajuda afirma que “o único jeito de ficar rico com um livro e
escrevendo um”.
O site
“Diário da Saúde” cita a pesquisa de uma universidade americana de que pessoas
que se questionam sobre a capacidade de realizar uma tarefa saem-se melhor do
que aquelas que dizem a si mesmas que se sairão bem.
Muitas
igrejas ‘importaram’ a ideia sem considerar, ou sem se importar, com os
pressupostos equivocados por trás da concepção de autoajuda.
Consideremos
dois deles:
A – Bondade
do homem.
Para o
homem ajudar-se a si mesmo, é necessário crer que ele é bom.
Daí vem o
apelo de muitos livros sobre ‘conhecer a si mesmo’, encontrar seu eu interior’.
A verdade é que muitos desconhecem
que “enganoso
é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o
conhecerá?”, Jr.17.9.
Esse
conhecimento é necessário, pois as respostas estão no mais profundo do nosso
ser, porque “a nossa alma tem sede de Deus, do Deus vivo [...]”, Sl.42.2.
João
Calvino: “Um vez que os seres humanos têm um amor desordenado e cego por si
mesmos, mostram-se dispostos a acreditar que não existe neles nada que mereça
desprezo. Assim, sem necessidade de outro advogado, todos acolhem a vã opinião
de que o ser humano é autossuficiente para ter uma vida digna e feliz” –
Institutas da religião cristã, Vol. 1.
A
Escritura faz ruir essa concepção, pois o homem é totalmente depravado.
Isto não
quer dizer que o homem é tão mal quanto poderia ser, mas que o pecado afetou
todas as suas faculdades.
Ainda que
o homem tenha sido criado “[...] conforme a semelhança (de) Deus (e)
abençoado [...]”, Gn.1.26,28 e santo, com a
desobediência de Adão, ao “[...] ouvir a voz do SENHOR Deus [...] escondeu-se
da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher [...]”, Gn.3.8.
Todos
passaram, a partir de então, a ser “[...] depravado (e) cava (inclina para) o mal
[...]”, Pv.16.27.
Tudo
aquilo que o homem deseja, pensa e faz, está afetado pelo pecado porque “o SENHOR vê que
a maldade do homem se [...] multiplica na terra e que é continuamente mau todo
o desígnio do seu coração”, Gn.6.5.
Salomão
fala “[...] que [...] o coração do homem está cheio de maldade, nele há
desvario (loucura, delírio) enquanto vivem; depois, rumo aos mortos”, Ec.9.3.
E o texto base fala que “[...] o coração
[...] (é) desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”, Jr.17.9.
O próprio Jesus declara que “[...] de dentro,
do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os
furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a
lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura”, Mc.7.21,22.
Em outra Escritura “[...] está escrito: Não há
justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se
extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um
sequer”, Rm.3.10-12.
É preciso considerar ainda sobre a
[...]
B – Capacidade
de controle.
Sendo
o homem bom, ele tem em si mesmo capacidade de mudar vários aspectos de sua
vida, obtendo pleno domínio sobre cada um deles.
É por casa
desse tipo de convicção que ouvimos, vez por outra, alguém afirmar que na
Bíblia está escrito: ‘Faça a sua parte e eu te ajudarei’.
Não é de
se estranhar as várias ‘correntes’ e ‘campanhas’ oferecidas nas igrejas
envolvidas com a autoajuda, em que tudo depende daquilo que o crente fará.
Se ele
seguir as instruções e for fiel as ‘sete sextas-feiras’, obterá o que deseja.
Só depende dele. Não consegue o que almeja, é porque não fez o que deveria.
Aqui
também está envolvida a ideia do ‘pensamento positivo’ – ‘eu posso’, ‘eu
consigo’, eu tenho capacidade’.
Muitos
usam textos fora do contexto ao dizer: “tudo posso naquele que me fortalece”,
Fp.4.13, ‘eu sou filho do dono do ouro e da prata’, ‘eu fui criado para ser
cabeça e não cauda’.
Expressões
como ‘eu profetizo’, ‘eu recebo’, ‘eu determino’, também refletem a mesma
ideia.
A Bíblia é clara ao afirmar: “Atendei, agora, vós que
dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e
negociaremos, e teremos lucros. Nós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a nossa
vida? Somos, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa”, Tg.4.13,14.
O homem
não tem poder para ajudar a si mesmo, porque “assim diz o SENHOR: Maldito o homem
que confia no homem (ou em si mesmo), faz da carne mortal o seu braço e aparta
o seu coração do SENHOR!”, Jr.17.5.
A qualquer instante, qualquer um de
nós pode “[...] ser como o arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o
bem; antes, morará nos lugares secos do deserto (dificuldade, morte), na terra
salgada (fome, sede) e inabitável (solitário)”,
Jr.17.6.
Precisamos saber que “o coração do homem traça o
seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos”, Pv.16.9.
A igreja da autoajuda tem [...]
II – A raiz do problema no amor-próprio.
A ênfase
no amor-próprio como requisito para outras ‘conquistas’ é difundida por todos
os lados.
Ultraje a
Rigor canta: ‘Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim’.
Esse modo
de penar é encontrado nas igrejas da autoajuda.
A
Escritura Sagrada caminha na contramão de tudo isso.
Certa vez, “[...] um [...] intérprete da
ei, experimentou Jesus, lhe perguntando: Mestre, qual é o grande mandamento na
Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro
mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”, Mt.22.40.
Os defensores da autoajuda querem
implantar um terceiro mandamento: ‘se alguém não se ama, não conseguirá amar ao
próximo’.
O homem por natureza já se ama
demais e não precisa ser estimulado a se amar ainda mais.
O
amor-próprio já existe tal como Paulo declara: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes,
a alimenta e dela cuida [...]”, Ef.5.29.
O amor-próprio é um grande problema,
pois “[...] nos
últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas,
avarentos, jactanciosos (orgulho), arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos
pais, ingratos, irreverentes (falta respeito às coisas sagradas)”, 2Tm.3.1,2.
Se quisermos honrar a Deus, agindo
de maneira bíblica, devemos aceitar o alvo do amor de Deus em nossas vidas e
nos dispor ao amor ao próximo.
Esse “[...] amor (deve) ser sem hipocrisia [...]
cordial (sincero) uns aos outros [...]”,
Rm.12.9,10.
“[...] O amor (precisa) edificar”, 1Co.8.1.
Por esse motivo, todos nós devemos “[...] amar de palavra [...]
de fato e de verdade”, 1Jo.3.18. Somos exortados a “[...] não nos conformar com
este século [...]”, Rm.12.2, por isso devemos
deixar de lado o que o mundo ensina sobre o amor egoísta – amor-próprio e viver
o amor bíblico, por Deus e pelo próximo.
Para amar de verdade, necessitamos
[...]
III – Buscar ajuda do alto.
Crentes
que absorvem o discurso da autoajuda ficam frustrados porque o Senhor não lhe
deu aquilo que ele queria.
A piedade
cristã também fica comprometida, então, que cada um não se sinta
autossuficiente, pois “aquele [...] que pena estar em pé veja que não caia”, 1Co.10.12.
No texto base da lição, após falar
que é “[...] maldito o homem que confia no homem [...]”, Jr.17.5, logo em seguida, o texto declara que será “bendito o homem
que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR”,
Jr.17.7.
Essa confiança em Deus é porque “Ele é antes de todas as
coisas. Nele, tudo subsiste”, Cl.1.17 e “Ele [...] sustenta todas as
coisas pela palavra do seu poder [...]”,
Hb.1.3.
Esse é o caminho bíblico, pois de
Deus depende:
A – A
salvação.
Sendo todos nós depravados e não
termos condições de buscar a Deus por si mesmo, então, o homem depende da ação
de Deus, pois “como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem
entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram
inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”, Rm.3.10-12.
O desejo de Deus é que todos “[...] sejam salvos [...] (mas muitos) têm zelo por Deus, porém não
com entendimento (para serem mudados). Porquanto, desconhecendo a justiça de
Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de
Deus”, Rm.10.1-3.
Então, é certo “[...] que
ninguém será justificado (perdoa a culpa para não ser condenado) diante dele
por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”, Rm.3.20.
Endo assim, “se, com a tua boca,
confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a
boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele
que nele crê não será confundido (e) [...] todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo”, Rm.10.9-13.
Devemos saber
que “[...] é Cristo (que põe) fim (à tentativa de o homem
ser salvo pelo cumprimento) da lei [...] (só será salvo) todo aquele que crê”, Rm.10.4.
É por esse
motivo que “[...] não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua
misericórdia (para salvar alguns)”, Rm.9.16.
O caminho bíblico é que de Deus
depende:
B – A
perseverança.
Além de
ser incapaz de se salvar, o homem é também incapaz de se manter nesse estado.
Para perseverar
no caminho da justiça, o homem depende “[...] daquele (Deus) que começou boa obra em nós [...] (para) completá-la até
ao Dia de Cristo Jesus”, Fp.1.6.
É por isso
que podemos afirmar que “nem a altura, nem a
profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”,
Rm.8.39.
Essa verdade foi dita por Jesus: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da
minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai
ninguém pode arrebatar”, Jo.10.28,29.
Estamos seguros com Cristo Jesus.
O caminho bíblico nos fala que de
Deus depende:
C – A
santificação.
A busca da santificação é um
imperativo para o crente; “pois esta é a vontade de Deus: a nossa santificação, que nos
abstenhais da prostituição; porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e
sim para a santificação”, 1Ts.4.3,7.
A ordem de
Deus é que eu e você devemos “seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor”, Hb.12.14.
Essa busca para “[...] desenvolver a nossa
santificação (só é possível na) obediência [...] com temor e tremor; porque
Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade”, Fp.2.12,13.
Para eu e você andar no caminho
bíblico, de Deus também depende:
D – Toda
a piedade cristã.
Deus chama
seus filhos a uma vida de piedade – reverência, respeito, fidelidade a Deus.
Jesus
exige de nós tudo aquilo que Ele já fez por nó, dando-nos exemplo.
É por isso
que “nós amamos
porque ele nos amou primeiro”, 1Jo.4.19.
Precisamos
ter compaixão e perdoar porque Deus “[...] perdoou toda (a nossa) [...] dívida porque [...]
suplicamos; (então) [...] devemos [...] igualmente, compadecer-se do nosso conservo,
como também (Deus) se compadece de nós [...]”,
Mt.18.32,33.
Assim
como “[...]
Deus [...] nos conforta em toda a nossa tribulação [...] podemos consolar os
que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos
contemplados por Deus”, 2Co.1.4.
Só agimos
com piedade – reverência, respeito, fidelidade a Deus, porque “[...] pelo seu divino poder,
nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo
conhecimento (da verdade) completo daquele que nos chamou para a sua própria
glória e virtude”, 2Pe.1.3.
Cada um de
nós é chamado a se “[...] tornar coparticipante da natureza divina, livrando-se da corrupção
das paixões que há no mundo”, 2Pe.1.4.
Ora, se a
autoajuda não condiz com o caminho bíblico, então [...]
Conclusão: Todo cristão
precisa ser “[...] como a árvore plantada junto às águas, que estende as
suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha
fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto”, Jr.17.8.
Sendo assim, todo cristão é “[...] convocado (por Jesus)
[...] a vir após Ele, a si mesmo se negar, tomar a sua cruz e segui-lo. Quem
quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de Jesus
e do evangelho salvá-la-á. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e
perder a sua alma?”, Mc.8.34-,36.
Devemos lembrar sempre que tudo
aquilo que necessitamos está em Cristo, isto porque, “[...] Deus é o meu ajudador,
o SENHOR é quem me sustenta a vida”, Sl.54.4.
Aplicação: Sonde o seu coração e verifique se já não
foi seduzido pela ideia de autoajuda e amor próprio.
Se sim, confesse ao Senhor essa
falta e submeta-se ao senhorio do “[...] SENHOR [...] (que) esquadrinha o coração, ele
prova os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo
o fruto das suas ações”, Jr.17.10.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa fé – CCC – Rev. Milton Coutinho
Jesus Jr.
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