FAMÍLIAS E OS SEUS FREQUENTES DESEQUILÍBRIOS
A verdade é que a família não é um projeto humano; é de Deus. É por este motivo que famílias ainda resistem às pressões internas e externas.
Podem surgir descontroles de ordem material, financeira, sentimental, conjugal ou sexual, mas ainda assim, ela se mantém unida.
Foi o próprio “[...] Deus [que] criou [...] homem e mulher [...] e Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra [...]” (Gn 1.27, 28).
É preciso entender que não é pelo motivo de ser um projeto de Deus que nessa família não existirá problema.
Desde que, “[...] por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).
Então, onde se possa encontrar uma família, sempre haverá desde os pequenos até os mais graves deslizes que se veem no meio da sociedade. Isto é fato em todas as culturas, em todos os lares, na vida de todos os homens, mesmo que não haja cônjuge e filhos.
A Palavra de Deus mostra famílias que foram orientadas e escolhidas por Deus, mas ainda assim, tiveram os seus deslizes, as suas lutas e desarmonias.
A história sagrada fala sobre a família de Adão e Eva, onde aconteceu o primeiro homicídio, no qual, “[...] sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou” (Gn 4.8).
Este crime hediondo, assim como na lei brasileira, foi reprovado não somente pela sociedade da época, mas principalmente pelo criador, o próprio Deus.
Outro fato não menos prejudicial que o homicídio, embaraçou a família de Abraão. Conta-se que “[...] Abraão [...] disse de Sara, sua mulher: Ela é minha irmã; assim, pois, Abimeleque, rei de Gerar, mandou buscá-la” (Gn 20.2) para ser a sua esposa. Neste caso foi preciso a intervenção de Deus a fim de que Sara não fosse entregue aos braços do soberano dos filisteus, devido a mentira de Abraão.
A Bíblia está repleta de episódios de famílias que se encheram de confusões. Todos sabem que o livro Sagrado não esconde os defeitos humanos.
O incesto entre Ló e suas duas filhas; a trapaça de Jacó contra Esaú; Judá, antecedente de Jesus, profana o leito de seu pai Jacó, deitando-se com Bila; os filhos de Jacó vendem José como escravo à Potifar, comandante do exército de Faraó; o assassinato de um egípcio pelas mãos de Moisés; a prática de adultério entre Davi e Bate-Seba; a rebeldia dos filhos do sacerdote Eli.
Enfim, toda família sofre transformações e não existe uma sequer que possa se desvencilhar dos seus problemas, lutas, discórdias, se Deus não interferir no seio familiar, em todo o decorrer da sua história. É sabido que todos esses casos familiares, sejam eles de grande ou pequeno porte, foram solucionados, principalmente, com a operação milagrosa de Deus.
Falando sobre transformações familiares, percebe-se que Haynes e Marodin, Fundamentos da mediação familiar, 1996, pg. 49, levantam um assunto que é recorrente em quase todas as famílias, sobre aquele desejo de “[...] amigos e famílias frequentemente encorajarem a guerra e não soluções razoáveis [...]”.
Neste caso, em muitas famílias encontra-se um delito criminoso onde pais e filhos se digladiam em busca, não de soluções, mas de intrigas, brigas, discórdias entre si, daí, o retorno à sensatez se torna inviável por causa de um ou de todos os membros da família.
Então, cada família precisa se reorganizar e fazer a opção de resolver os seus labores aflitivos e destrutivos que surjam no seu dia a dia. Cada membro da família deve e precisa “[...] compreender o ponto de vista do outro [este] é o primeiro passo para mover-se em direção a um acordo [...] quando as pessoas modificam posições originais [...]” (idem) onde havia mentiras e acusações infundadas para denegrir a imagem do outro.
Diante de todos os embates e desequilíbrios familiares, crendo ou não na Palavra de Deus, saiba que “[...] cada um [...] dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14.12), portanto, se faz necessário que todos “tenham cuidado de si mesmos [...]” (1Tm.4.16).
Rev. Salvador P. Santana
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