OS SACRAMENTOS – NECESSIDADE E PROMESSA, Ef.2.11-22.
Introd.: Os sacramentos são uma necessidade
essencial ao crente, conforme uma prescrição dos preceitos divinos.
Negligenciá-los
implicaria pobreza e fraqueza espiritual.
Os
sacramentos nos tramitem duas realidades centrais: a garantia do cumprimento das
promessas pactuais e nosso pertencimento à família da aliança.
Nos
comunicam verdades essenciais do evangelho de Cristo, as boas-novas de
salvação.
São
expressões vívidas da graça de salvação de Deus em Cristo.
Os
sacramentos nos ensinam que Deus é quem entra em uma aliança graciosa com o
pecador, suprindo o cumprimento dos termos do contrato pactual redentivo.
Os
sacramentos cumprem o propósito de confirmar e aumentar a nossa fé.
Os
sacramentos devem ser compreendidos como uma confissão de fé e expressão de
nossa obediência ao Deus da aliança.
É
exposição concreta das verdades centrais da fé cristã: a morte, a ressurreição
de Cristo, a aplicação dos benefícios redentores da morte sacrificial de Cristo
a participação do crente na família da aliança.
1 – A necessidade dos
sacramentos.
Paulo
instrui a igreja dizendo que “portanto,
(devemos) lembrar de que, outrora, nós, gentios na carne (sem Deus), chamados
incircuncisão (sem salvação) por aqueles que se intitulam circuncisos (salvos),
na carne, por mãos humanas, naquele tempo, estávamos sem Cristo, separados da
comunidade de Israel e estranhos às alianças (acordo, pacto, contrato – Deus
abençoa, o povo obedece) da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo”,
Ef.2.11, 12.
Sacramentos
– ordenanças instituídas pelo Senhor. Objetivo – fortalecer a fé, confirmar as
verdades eternas, e diante dos homens, reconhecimento público da nossa fé em
Cristo.
Por
este motivo Paulo fala que “mas, agora,
em Cristo Jesus, nós, que antes estávamos longe, fomos aproximados pelo sangue
de Cristo”, Ef.2.13 para ser de Deus e dar testemunho.
Os
sacramentos são necessários somente à igreja. Devem ser administrados apenas àqueles
que são membros do pacto da graça, “[...]
para confirmar as promessas feitas aos nossos pais”, Rm.15.8.
O
motivo é “porque ele (Jesus Cristo) é a
nossa paz, o qual de ambos (judeus e gentios) fez um; e, tendo derribado a
parede da separação que estava no meio, a inimizade”, Ef.2.14 nos tornou
filhos de Deus.
Os
sinais são necessários como sinais que apontam os benefícios da mediação de
Cristo àqueles que estão no pacto.
O
batismo significa o pertencimento à família da aliança, por este motivo, “[...] cada um [...] (deve) ser batizado em
nome de Jesus Cristo para remissão dos seus pecados [...]”, At.2.38.
A
Ceia significa a salvação em Cristo Jesus aos crentes, porque “[...] o cálice da bênção [...] é a comunhão
do sangue de Cristo [...] o pão que [...] é a comunhão do corpo de Cristo [...]”,
1Co.10.16.
Veja
que o próprio Jesus “aboliu, na sua
carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois (judeu e
gentio) criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz”, Ef.2.15.
Os
sacramentos são necessários porque servem ao propósito de aumentar nossa fé e,
consequentemente as demais graças recebidas pelos crentes.
Precisamos
entender que “fomos, pois, sepultados
com ele (Jesus) na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado
dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de
vida”, Rm.6.4 para dar testemunho.
Perceba
que o crente quando obedece ao que Jesus ordenou, ele vive “com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando uns aos outros em amor, esforçando diligentemente por
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz”, Ef.4.2, 3.
É
obediente todo aquele que “[...] em um
só Espírito [...] foi batizado em um corpo (igreja) [...]”, 1Co.12.13.
É
por este motivo que todos os crentes em Cristo, judeus e gentios, se “[...] reconciliou ambos em um só corpo (igreja)
com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade (que havia
entre judeus e gentios)”, Ef.2.16.
Os
sacramentos se fazem necessários como elementos distintivos para aqueles que
pertencem a Cristo e também servem de confissão de fé e testemunho da salvação
em Cristo Jesus.
É
o que fala o apóstolo Paulo aos Efésios “[...]
de que, outrora [...] (erámos) gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles
(judeus) que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas”,
Ef.2.11; hoje professamos a mesma fé.
“Naquele tempo, estávamos sem Cristo,
separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não
tendo esperança e sem Deus no mundo”, Ef.2.12, mas hoje podemos dar
testemunho de que somos de Deus.
O
batismo é a marca da membresia da igreja, a Ceia do Senhor é a marca do membro
comungante da igreja, isto é, da membresia da igreja que envolve a profissão de
fé voluntária e pessoal em Cristo Jesus, e a obediência a ele – Johannes
Geerhardus – Os puritanos.
Os
sacramentos são santos “[...] sinais
(do pacto da graça) [...] como selo da justiça da fé [...]”, Rm.4.11.
O
batismo foi instituído por Deus para “[...]
fazer discípulos [...] batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo”, Mt.28.19.
A
Santa Ceia foi “[...] entregue (a) nós [...]”,
1Co.11.23 para representar Cristo e seus benefícios, e confirmar o nosso
interesse nele.
Os
sacramentos nos diferenciam de “[...]
algum estrangeiro (não pertence a igreja) se [...] quiser celebrar a Páscoa (Ceia)
do SENHOR, seja-lhe circuncidado (batizado e) [...] não podemos ser
participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”, Ex.12.48;
1Co.10.21.
É
por este motivo que “[...] já não somos
estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e somos da família de
Deus”, Ef.2.19.
Após
o “[...] batismo [...] observamos extasiado
(atônito) os sinais e grandes milagres praticados”, At.8.13 pelo Senhor,
servimo-lo com dedicação e se confirma em nós a salvação.
A
confirmação da salvação não é por causa do batismo ou da participação da Santa
Ceia, “[...] mas (porque) Deus [...] dá
o crescimento”, 1Co.3.7, “porque
pela graça somos salvos, mediante a fé [...]”, Ef.2.8.
Os
sacramentos são meios que comunicam o amor gracioso de Deus àqueles que fazem
parte do povo do Senhor, devemos considerar os sacramentos meios necessários,
pois assim foram constituídos pelo Pai, para a comunicação das bênçãos da graça
de Deus aos seus filhos.
2 – A promessa e os
sacramentos.
“O
sacramento nunca existe sem uma promessa” – João Calvino.
Paulo
fala que por este motivo, “[...] por
ele (Jesus), ambos (judeus e gentios) temos acesso ao Pai em um Espírito”,
Ef.2.18.
Os
gentios não foram admitidos à aliança à toa, Deus já havia feito a promessa de “[...] provocar a zelos (os judeus) com aquele
que não é povo (gentios); com louca nação os despertou à ira”, Dt.32.21.
É
por este motivo de Paulo dizer aos romanos que “[...]
Moisés já dizia: Eu vos porei em ciúmes com um povo que não é nação, com gente
insensata eu vos provocarei à ira”, Rm.10.19.
É
preciso lembrar que partiu do próprio Deus “[...]
vir, evangelizar paz a nós (gentios) outros que estávamos longe e paz também
aos que estavam perto (judeus)”, Ef.2.17.
Este
texto nos faz lembrar que Deus fez a promessa a “[...]
Abraão [...] (de que seria) pai de numerosas nações [...]”, Gn.17.5.
O
sacramento é como “[...] o sinal da
circuncisão como selo da justiça da fé [...]”, Rm.4.11, o qual se sela
um testamento ou promessa de Deus em nosso favor.
Perceba
que é somente “[...] por ele (Jesus),
ambos (gentios e judeus) temos acesso ao Pai em um Espírito”, Ef.2.18,
sem o qual não podemos ser selados ou confirmados como parte da família de
Deus.
Os
sacramentos também cumprem a promessa do Senhor de nos sustentar e fortalecer a
nossa fé.
Vemos
essa verdade quando Paulo fala que somos “edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e profetas (doutrina), sendo ele mesmo, Cristo
Jesus, a pedra angular”, Ef.2.20 que pode fortalecer e fortificar a
nossa fé.
A
promessa contida nos sacramentos se apresenta como uma promessa de salvação
porque “no qual (Jesus) todo o
edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor”,
Ef.2.21.
E,
ainda neste mundo, “no qual (Jesus) também
nós juntamente estamos sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”,
Ef.2.22.
Conclusão: Os sacramentos são uma necessidade real na
vida cristã, pois têm o objetivo de fortalecer nossa fé e confirmar as
promessas do Senhor Deus da aliança, além disso, se apresentam como uma
confissão de fé pública.
Os
sacramentos foram instituídos pelo Senhor como penhor e garantia dos benefícios
redentivos de Cristo, de fazer parte da família de Deus, portanto, salvos em
Jesus Cristo.
Os
sacramentos também promovem um fortalecimento de nossa fé, quando consideramos
as promessas de Deus e o modo gracioso como ele tem nos sustentado.
Aplicação: Podemos ser crentes em Cristo abrindo mão
dos sacramentos?
Palavra e sacramento: Como
uma igreja genuína é identificada.
O
mundo contém igrejas de estilo próprio com credenciais duvidosas ou falsas –
igrejas unitaristas e a igreja mórmon, ambas negam a Trindade.
Com
a Reforma protestante os reformadores tiveram de determinar as marcas da verdadeira
igreja.
1
– A pregação fiel da Palavra de Deus. Ensina pela Escritura os pontos
essenciais do Evangelho cristão;
2
– O uso correto dos sacramentos. O batismo e a Ceia do Senhor são explanados na
proclamação do evangelho para confirmar e fortalecer a fé em Cristo.
Lutero
especificou as chaves da disciplina, um ministro autorizado, culto público e
sofrimento sob a cruz – Teologia Concisa, J. I. Packer, ECC.
Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana
para E.D. – O batismo e a Ceia do Senhor – Palavra Viva – Rev. Christian
Brially Tavares de Medeiros – ECC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário