OS RESULTADOS DA NOSSA UNIÃO COM CRISTO, Cl.3.1-4.1.
Objetivo: A nossa união com Cristo afeta a nossa maneira
de viver.
Nar.: O resultado principal da união do crente com
Cristo é a sua santificação.
O
processo de santificação espiritual não pode ser alcançado por meio de
filosofias, nem por cumprimento de regras legais, nem através de experiências
místicas nem por rigor ascético.
A
declaração de Paulo é que “portanto, se
fomos ressuscitados (passamos pela morte) juntamente com Cristo [...]”,
Cl.3.1, haverá resultados nessa união com Cristo.
Um
resultado imediato é que devemos “[...]
buscar (esforço perseverante) as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado
à direita de Deus”, Cl.3.1.
Essa
“busca [...] (deve ser) em primeiro
lugar, o seu reino [...]”, Mt.6.33 tal como aquele “[...] que negocia e procura boas pérolas”,
Mt.13.45.
Desta
forma cada servo de Deus precisa “pensar
nas coisas lá do alto (céu, Jesus, Deus, vida eterna), não nas que são aqui da
terra (vida passageira, bens, saúde, vida sem Cristo, inferno)”, Cl.3.2.
A
justificativa de Paulo é “porque morremos,
e a nossa vida está oculta (encoberto) juntamente com Cristo, em Deus”,
Cl.3.3.
Essa
relação será revelada “quando Cristo,
que é a nossa vida, se manifestar (Segunda Vinda), então, nós também seremos manifestados
(conhecidos) com ele, em glória”, Cl.3.4, salvos em Cristo para toda a
eternidade.
A
batalha do aperfeiçoamento espiritual começa com as mudanças de mentalidade e
de foco a partir do momento em que buscamos “[...]
todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento [...]”, Cl.2.3.
A
nossa união com Cristo é o fundamento da vida de santificação que o cristão
deve perseguir.
Os
resultados da nossa união com Cristo fala sobre [...]
1 – O lado negativo da
santificação: Abandonem velhos hábitos.
Paulo
apresenta duas listas de vícios que precisamos eliminar da nossa vida “fazendo (imperativo-impõe, manda), pois,
morrer a nossa natureza (desejo íntimo) terrena: [...]”, Cl.3.5.
1) “[...] Prostituição (porneia) [...]”,
Cl.3.5.
Fala
sobre relação sexual ilícita – adultério, fornicação,
homossexualidade, lesbianismo, relação sexual com animais, com parentes
próximos, relação sexual com um homem ou mulher divorciada.
Por
este motivo o servo de Deus deve obedecer “[...]
a vontade de Deus: a nossa santificação [...] (para) abster-se da prostituição”,
1Ts.4.3.
Eis
o motivo de “Jesus [...] dizer:
qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas,
a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete
adultério”, Mt.5.32;
2) “[...] Impureza [...]”, Cl.3.5.
É a contaminação
moral ou imoral através dos desejos sexuais, luxúria-conduta vergonhosa, imoralidade,
vida devassa.
Em
outro texto Paulo fala que precisamos “[...]
saber que os injustos não herdarão o reino de Deus [...] (entre eles se acham
os) impuros [...]”, 1Co.6.9.
Outra
verdade que devemos entender é que “[...]
a carne milita (cobiça) contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque
são opostos entre si; para que não façamos o que, porventura, seja do nosso
querer”, Gl.5.17;
3)
“[...] Paixão lasciva (conduta
vergonhosa, como sensualidade, imoralidade sexual) [...]”, Cl.3.5.
É
a paixão que leva às perversões sexuais a ponto de “[...] Deus os entregar a paixões (desejo ardente) infames (má
fama, baixo, vergonhoso, desonra, desgraça); porque até as mulheres mudaram o
modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza”,
Rm.1.26;
4) “[...] Desejo (epitemia
– anseio pelo que é proibido) maligno (mal, perverso, Diabo) [...]”,
Cl.3.5 que abrange todos os maus desejos;
5) “[...] Avareza (pleonexia
– desejo ávido de ter mais incontrolável, insaciabilidade, cobiça) [...]”,
Cl.3.5.
Fique
sabendo “[...] que, nesta matéria,
ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas
coisas, como antes nos avisou e testificou claramente, é o vingador”,
1Ts.4.6.
A “[...] Avareza [...] é idolatria (aquilo que
substitui Deus)”, Cl.3.5.
João
declara que devemos “[...] saber que o
Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o
verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o
verdadeiro Deus e a vida eterna”, 1Jo.5.20.
A
declaração bíblica é que, “por estas
coisas é que vem a ira (reação contra o pecado) de Deus sobre os filhos da
desobediência”, Cl.3.6.
O
apóstolo reconhece que “[...] nessas
mesmas coisas andávamos [...] também, noutro tempo, quando vivíamos nelas”,
Cl.3.7.
“Agora (que somos servos de Jesus), porém, (precisamos)
despojar (colocar de lado, tirar do caminho, remover),
igualmente, de tudo isto [...]”, Cl.3.8 que afeta a nossa vida moral.
6)
Precisamos continuar “[...] despojando
(da) [...] ira [...] (e) indignação [...]”, Cl.3.8 que se resumem nas
explosões de mau gênio que destroem os relacionamentos;
7) “[...] Maldade (kakia
– desejo de injuriar, mal moral ou danos feitos às pessoas usando a falsidade)
[...]”, Cl.3.8;
8) “[...] Maledicência (blasphemia
– calúnia, difamação, discurso injurioso contra o bom nome de alguém, discurso
ímpio e repreensivo, injurioso contra a majestade divina) [...]”,
Cl.3.8;
9)
“[...] Linguagem obscena (aisrologia – palavra suja, discurso obsceno ou baixo,
palavrões e fala grosseira e ofensiva) do nosso falar”, Cl.3.8;
10) “Não mentir (pseudomai
– falar falsidades deliberadas, enganar) uns aos outros [...]”,
Cl.3.9.
Em outro
Evangelho Paulo fala que precisamos “[...]
deixar a mentira, falando cada um a verdade com o seu próximo, porque somos
membros uns dos outros”, Ef.4.25.
A
justificativa aos crentes é que, “[...]
uma vez que nos despimos do velho homem com os seus feitos e nos revestimos do
novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que
o criou; no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão,
bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos”, Cl.3.9-11
para mudar corações.
Aplicações práticas: A nossa união com Cristo afeta a nossa
maneira de viver;
Após
a nossa união com Cristo precisamos abandonar velhos hábitos ou pecados;
Unidos
a Cristo todos os cristãos são iguais espiritualmente.
2 – O lado positivo da
santificação: incorporem novos hábitos.
Os
velhos hábitos devem ser substituídos por novos.
É
como despir-se de uma roupa velha e vestir-se de uma nova.
É
o “revestir-se, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de
humildade, de mansidão, de longanimidade”, Cl.3.12.
E
por causa disso, os nossos relacionamentos são influenciados por novas
atitudes.
Todos
devem se relacionar “[...] de ternos
(suave) afetos (amizade, amor) de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de longanimidade (paciência, tolerância)”, Cl.3.12.
Nossos
relacionamentos na igreja.
O
relacionamento entre os irmãos é marcado por mútuas obrigações, mas primeiro é
preciso “revestir-se, pois, como
eleitos de Deus, santos e amados, de ternos (suave) afetos (amizade, amor) de
misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade
(paciência, tolerância)”, Cl.3.12:
1)
“Suportai-vos uns aos outros [...]”,
Cl.3.13.
Suportar
é a capacidade de aceitar e acolher aquele que é diferente, complexo e muitas
vezes indesejável.
Na
família da fé não escolhemos com quem nos relacionar, mas devemos conviver com
aqueles que Deus escolheu para fazer parte da sua família na fé.
É
importante para o nosso crescimento espiritual “acolher
ao que é débil (fraco) na fé, não, porém, para discutir opiniões”,
Rm.14.1.
Esse
acolhimento acontece porque “[...]
somos fortes (logo) devemos suportar as debilidades dos fracos e não
agradar-nos a nós mesmos”, Rm.15.1.
Se
faz necessário que “[...] cada um de
nós agrade ao próximo no que é bom para edificação (do corpo de Cristo)”,
Rm.15.2.
O
nosso grande exemplo é “[...] Cristo (que)
não se agradou a si mesmo [...]”, Rm.15.3.
2)
“[...] Perdoai mutuamente, caso alguém
tenha motivo de queixa contra outrem [...]”, Cl.3.13.
Perdoar
é divino. E, graças a Deus, como cristãos, recebemos o perdão de Deus e a
capacidade de “[...] perdoar mutuamente
(reciprocamente), caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem [...]”,
Cl.3.13.
Perdoar
não é uma opção, mas um mandamento dado por Deus para “[...] perdoarmos uns aos outros, como também Deus, em Cristo,
nos perdoou”, Ef.4.32.
Perdoar
não é luxo, mas uma necessidade espiritual para o nosso crescimento, mesmo
porque, o nosso “[...] Pai celeste nos
fará, se do íntimo não perdoarmos cada um a seu irmão”, Mt.18.35.
Fique
atento! “[...] Assim como o Senhor nos
perdoou, assim também perdoamos nós”, Cl.3.13.
A
fim de que haja perdão em nosso coração, é preciso que, “acima de tudo isto (bondade, humildade,
perdão, mansidão), porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”,
Cl.3.14.
Por
este motivo, “seja a paz de Cristo o
árbitro (decide, determina, controla, ordena) em nosso coração, à qual, também,
fomos chamados em um só corpo; e sede agradecidos”, Cl.3.15.
3)
“[...] Instruir-nos e aconselhar-nos
mutuamente (reciprocamente) [...]”, Cl.3.16.
“[...] Instruir (didasko – ensinar) [...]”,
Cl.3.16.
Significa
a transmissão oral do conteúdo bíblico.
“[...] Aconselhar (noutheteo – advertir ou
exortar) [...]”, Cl.3.16.
“[...] Aconselhar [...]”, Cl.3.16 é
advertir ou confrontar aquilo que é errado por meio da Bíblia.
O
conteúdo da instrução e do aconselhamento é a Palavra de Deus.
Por
isso de Paulo dizer que é preciso “habitar,
ricamente, em nós a palavra de Cristo [...]”, Cl.3.16.
Através
de “[...] toda a sabedoria (concedida
por Deus aos servos de Jesus, temos condições de, através do), louvor a Deus,
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em nosso coração”,
Cl.3.16, são meios de instrução aos novatos na fé.
A
conclusão de Paulo é que “e tudo o que
fizermos, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando
por ele graças a Deus Pai”, Cl.3.17.
Nossos
relacionamentos na família e no trabalho.
A
união com Jesus afeta também a nossa maneira de nos relacionarmos em casa e no
trabalho.
Paulo
usa a expressão “[...] no Senhor”,
Cl.3.18 e dá os seguintes mandamentos:
1) “Esposas,
sede submissas (estar sujeita) ao próprio marido, como convém no Senhor”,
Cl.3.18.
A
submissão é a marca que identifica a esposa cristão.
Ela
deve se colocar sob a direção do seu esposo ou aderir à sua missão de líder
espiritual da família.
A
expressão “[...] convém (aneko –
apropriado e conveniente) [...]”, Cl.3.18 indica que a submissão
feminina é apropriada “porque o marido
é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja [...]”,
Ef.5.23;
2) “Maridos,
amai sua esposa e não a trate com amargura”, Cl.3.19.
O
“marido [...] (deve) amar sua mulher,
como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”,
Ef.5.25.
Quem
ama não trata com amargura ou ódio.
Com
certeza, a submissão da esposa torna-se fácil se ela for amada pelo seu marido
e tratada de forma amorosa, por isso, “no
amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo
produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”,
1Jo.4.18;
3)
“Filhos, em tudo obedecei a vossos
pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor”, Cl.3.20.
“[...] Obedecer [...]”, Cl.3.20 é um
reconhecimento da posição de honra que os pais têm sobre os filhos.
“Honrar [...] pai e [...] mãe ([...] é o
primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida
sobre a terra”, Ef.6.2, 3.
“Filhos [...] obedecendo [...] fazê-lo é grato
(euarestos – agradável, aceitável, aquilo que dá satisfação. Indica que está) agradando
diante do Senhor”, Cl.3.20;
4) “Pais,
não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados”,
Cl.3.21.
Os
filhos são presentes de Deus para os pais.
“[...] Os filhos são herança do SENHOR [...]”,
Sl.127.3.
O
filho nasce para “[...] viver em
família e [...] (trazer) alegria [...]”, Sl.113.9 aos seus.
O
papel dos “[...] pais [...] (é) criar
(seus) filhos na disciplina e na admoestação do Senhor”, Ef.6.4.
O
cuidado que Deus exige dos pais é que os mesmos “[...]
não (devem) irritar os seus filhos (no processo de educação doméstica), para
que não fiquem desanimados”, Cl.3.21 com disciplina exagerada;
5) “Servos,
obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob
vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza (simplicidade)
de coração, temendo ao Senhor”, Cl.3.22.
A
Bíblia não aprova ou ordena a escravidão.
A
igreja nascente sob o Império Romano era cheia de escravos convertidos.
Estima-se
que só em Roma, um terço dos habitantes eram escravos.
A
– Obediência abrangente – “Servos,
obedecei em tudo ao [...] senhor segundo a carne [...]”, Cl.3.22 não
apenas nas coisas agradáveis e de fácil acordo, mas também em situações
desagradáveis;
B
– Obediência honesta – “Servos,
obedecei [...] não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens
[...]”, Cl.3.22 para impressionar ou por motivos egoístas.
C
– Obediência espiritual – “Servos,
obedecei [...] em singeleza (simplicidade) de coração, temendo ao Senhor”,
Cl.3.22.
Toda
pessoa deixa de ser escrava tão logo comece a trabalhar para o Senhor Jesus e
não para os homens.
Caso
o servo começar em “tudo quanto fizer,
fazer de todo o coração, como para o Senhor e não para homens”, Cl.3.23
o seu trabalho será mais leve e abençoado.
C
– Obediência esperançosa – “cientes de
que recebereis do Senhor a recompensa da herança (eterna). A Cristo, o Senhor,
é que estais servindo”, Cl.3.24.
Os
escravos não tinham direito a herança ou benefícios trabalhistas, mas ao se
tornarem de Cristo, os escravos podiam “[...]
clamar: Aba, Pai [...] sendo filhos, são também herdeiros, herdeiros de Deus e
coerdeiros com Cristo [...]”, Rm.8.15, 17.
O
servo que serve a Jesus “[...] já não é
escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus”, Gl.4.7.
6) “Senhores,
tratai os servos com justiça (agir de acordo com os mandamentos) e com equidade
(imparcial não favorecendo mais um lado, igualdade), certos de que também vós
tendes Senhor no céu”, Cl.4.1.
Paulo
fala que escravos e senhores são iguais diante do Senhor.
É
preciso lembrar que “[...] aquele que
faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de
pessoas”, Cl.3.25.
Lembrete!
Deus está atento porque “[...] o
salário dos trabalhadores que ceifam os [...] campos e que (pelos patrões são)
[...] retidos com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetram
até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos”, Tg.5.4.
Fica
claro que quando nos unimos a Cristo, esta união afetou todos os nossos valores
éticos e relacionais.
Jesus
é o Senhor da minha vida, dos meus relacionamentos, do meu lar e do meu
trabalho.
Aplicações
práticas: A santificação deve ser buscada
de forma positiva através de novos hábitos;
Sendo
crente devo suportar, perdoar e aconselhar com os meus irmãos na igreja;
Marido
e mulher, pais e filhos devem se relacionar olhando para o exemplo de Cristo e
os princípios da Bíblia;
A
relação trabalhista entre patrão e empregado deve ser diferente da relação
trabalhista dos incrédulos.
“Revesta-se, pois, como eleito de Deus, santos
e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de
mansidão, de longanimidade”, Cl.3.12.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Filipenses e Colossenses – Cristo:
Nossa alegria e suficiência – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3
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