sábado, 4 de agosto de 2018

Cl.3.1-4.1 - OS RESULTADOS DA NOSSA UNIÃO COM CRISTO.


OS RESULTADOS DA NOSSA UNIÃO COM CRISTO, Cl.3.1-4.1.



Objetivo:         A nossa união com Cristo afeta a nossa maneira de viver.

Nar.:    O resultado principal da união do crente com Cristo é a sua santificação.

            O processo de santificação espiritual não pode ser alcançado por meio de filosofias, nem por cumprimento de regras legais, nem através de experiências místicas nem por rigor ascético.

            A declaração de Paulo é que “portanto, se fomos ressuscitados (passamos pela morte) juntamente com Cristo [...]”, Cl.3.1, haverá resultados nessa união com Cristo.

            Um resultado imediato é que devemos “[...] buscar (esforço perseverante) as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus”, Cl.3.1.

            Essa “busca [...] (deve ser) em primeiro lugar, o seu reino [...]”, Mt.6.33 tal como aquele “[...] que negocia e procura boas pérolas”, Mt.13.45.

            Desta forma cada servo de Deus precisa “pensar nas coisas lá do alto (céu, Jesus, Deus, vida eterna), não nas que são aqui da terra (vida passageira, bens, saúde, vida sem Cristo, inferno)”, Cl.3.2.

            A justificativa de Paulo é “porque morremos, e a nossa vida está oculta (encoberto) juntamente com Cristo, em Deus”, Cl.3.3.

            Essa relação será revelada “quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar (Segunda Vinda), então, nós também seremos manifestados (conhecidos) com ele, em glória”, Cl.3.4, salvos em Cristo para toda a eternidade.

            A batalha do aperfeiçoamento espiritual começa com as mudanças de mentalidade e de foco a partir do momento em que buscamos “[...] todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento [...]”, Cl.2.3.

            A nossa união com Cristo é o fundamento da vida de santificação que o cristão deve perseguir.

            Os resultados da nossa união com Cristo fala sobre [...]

1 – O lado negativo da santificação: Abandonem velhos hábitos.

            Paulo apresenta duas listas de vícios que precisamos eliminar da nossa vida “fazendo (imperativo-impõe, manda), pois, morrer a nossa natureza (desejo íntimo) terrena: [...]”, Cl.3.5.

            1) “[...] Prostituição (porneia) [...]”, Cl.3.5.

            Fala sobre relação sexual ilícita – adultério, fornicação, homossexualidade, lesbianismo, relação sexual com animais, com parentes próximos, relação sexual com um homem ou mulher divorciada.

            Por este motivo o servo de Deus deve obedecer “[...] a vontade de Deus: a nossa santificação [...] (para) abster-se da prostituição”, 1Ts.4.3.

            Eis o motivo de “Jesus [...] dizer: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério”, Mt.5.32;

            2) “[...] Impureza [...]”, Cl.3.5.

            É a contaminação moral ou imoral através dos desejos sexuais, luxúria-conduta vergonhosa, imoralidade, vida devassa.

            Em outro texto Paulo fala que precisamos “[...] saber que os injustos não herdarão o reino de Deus [...] (entre eles se acham os) impuros [...]”, 1Co.6.9.

            Outra verdade que devemos entender é que “[...] a carne milita (cobiça) contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façamos o que, porventura, seja do nosso querer”, Gl.5.17;

            3) “[...] Paixão lasciva (conduta vergonhosa, como sensualidade, imoralidade sexual) [...]”, Cl.3.5.

            É a paixão que leva às perversões sexuais a ponto de “[...] Deus os entregar a paixões (desejo ardente) infames (má fama, baixo, vergonhoso, desonra, desgraça); porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza”, Rm.1.26;

            4) “[...] Desejo (epitemia – anseio pelo que é proibido) maligno (mal, perverso, Diabo) [...]”, Cl.3.5 que abrange todos os maus desejos;

            5) “[...] Avareza (pleonexia – desejo ávido de ter mais incontrolável, insaciabilidade, cobiça) [...]”, Cl.3.5.

            Fique sabendo “[...] que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes nos avisou e testificou claramente, é o vingador”, 1Ts.4.6.

            A “[...] Avareza [...] é idolatria (aquilo que substitui Deus)”, Cl.3.5.

            João declara que devemos “[...] saber que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”, 1Jo.5.20.

            A declaração bíblica é que, “por estas coisas é que vem a ira (reação contra o pecado) de Deus sobre os filhos da desobediência”, Cl.3.6.

            O apóstolo reconhece que “[...] nessas mesmas coisas andávamos [...] também, noutro tempo, quando vivíamos nelas”, Cl.3.7.

            Agora (que somos servos de Jesus), porém, (precisamos) despojar (colocar de lado, tirar do caminho, remover), igualmente, de tudo isto [...]”, Cl.3.8 que afeta a nossa vida moral.

            6) Precisamos continuar “[...] despojando (da) [...] ira [...] (e) indignação [...]”, Cl.3.8 que se resumem nas explosões de mau gênio que destroem os relacionamentos;

            7) “[...] Maldade (kakia – desejo de injuriar, mal moral ou danos feitos às pessoas usando a falsidade) [...]”, Cl.3.8;

            8) “[...] Maledicência (blasphemia – calúnia, difamação, discurso injurioso contra o bom nome de alguém, discurso ímpio e repreensivo, injurioso contra a majestade divina) [...]”, Cl.3.8;

            9) “[...] Linguagem obscena (aisrologia – palavra suja, discurso obsceno ou baixo, palavrões e fala grosseira e ofensiva) do nosso falar”, Cl.3.8;

            10) “Não mentir (pseudomai – falar falsidades deliberadas, enganar) uns aos outros [...]”, Cl.3.9.

            Em outro Evangelho Paulo fala que precisamos “[...] deixar a mentira, falando cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros”, Ef.4.25.

            A justificativa aos crentes é que, “[...] uma vez que nos despimos do velho homem com os seus feitos e nos revestimos do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos”, Cl.3.9-11 para mudar corações.

Aplicações práticas:    A nossa união com Cristo afeta a nossa maneira de viver;

            Após a nossa união com Cristo precisamos abandonar velhos hábitos ou pecados;

            Unidos a Cristo todos os cristãos são iguais espiritualmente.

2 – O lado positivo da santificação: incorporem novos hábitos.

            Os velhos hábitos devem ser substituídos por novos.

            É como despir-se de uma roupa velha e vestir-se de uma nova.

            É o “revestir-se, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade”, Cl.3.12.

            E por causa disso, os nossos relacionamentos são influenciados por novas atitudes.

            Todos devem se relacionar “[...] de ternos (suave) afetos (amizade, amor) de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade (paciência, tolerância)”, Cl.3.12.

            Nossos relacionamentos na igreja.

            O relacionamento entre os irmãos é marcado por mútuas obrigações, mas primeiro é preciso “revestir-se, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos (suave) afetos (amizade, amor) de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade (paciência, tolerância)”, Cl.3.12:

            1) “Suportai-vos uns aos outros [...]”, Cl.3.13.

            Suportar é a capacidade de aceitar e acolher aquele que é diferente, complexo e muitas vezes indesejável.

            Na família da fé não escolhemos com quem nos relacionar, mas devemos conviver com aqueles que Deus escolheu para fazer parte da sua família na fé.

            É importante para o nosso crescimento espiritual “acolher ao que é débil (fraco) na fé, não, porém, para discutir opiniões”, Rm.14.1.

            Esse acolhimento acontece porque “[...] somos fortes (logo) devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos”, Rm.15.1.

            Se faz necessário que “[...] cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação (do corpo de Cristo)”, Rm.15.2.

            O nosso grande exemplo é “[...] Cristo (que) não se agradou a si mesmo [...]”, Rm.15.3.

            2) “[...] Perdoai mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem [...]”, Cl.3.13.

            Perdoar é divino. E, graças a Deus, como cristãos, recebemos o perdão de Deus e a capacidade de “[...] perdoar mutuamente (reciprocamente), caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem [...]”, Cl.3.13.            

            Perdoar não é uma opção, mas um mandamento dado por Deus para “[...] perdoarmos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, nos perdoou”, Ef.4.32.

            Perdoar não é luxo, mas uma necessidade espiritual para o nosso crescimento, mesmo porque, o nosso “[...] Pai celeste nos fará, se do íntimo não perdoarmos cada um a seu irmão”, Mt.18.35.

            Fique atento! “[...] Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoamos nós”, Cl.3.13.

            A fim de que haja perdão em nosso coração, é preciso que, “acima de tudo isto (bondade, humildade, perdão, mansidão), porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”, Cl.3.14.

            Por este motivo, “seja a paz de Cristo o árbitro (decide, determina, controla, ordena) em nosso coração, à qual, também, fomos chamados em um só corpo; e sede agradecidos”, Cl.3.15.

            3) “[...] Instruir-nos e aconselhar-nos mutuamente (reciprocamente) [...]”, Cl.3.16.

            [...] Instruir (didasko – ensinar) [...]”, Cl.3.16.

            Significa a transmissão oral do conteúdo bíblico.

            [...] Aconselhar (noutheteo – advertir ou exortar) [...]”, Cl.3.16.

            [...] Aconselhar [...]”, Cl.3.16 é advertir ou confrontar aquilo que é errado por meio da Bíblia.

            O conteúdo da instrução e do aconselhamento é a Palavra de Deus.

            Por isso de Paulo dizer que é preciso “habitar, ricamente, em nós a palavra de Cristo [...]”, Cl.3.16.

            Através de “[...] toda a sabedoria (concedida por Deus aos servos de Jesus, temos condições de, através do), louvor a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em nosso coração”, Cl.3.16, são meios de instrução aos novatos na fé.

            A conclusão de Paulo é que “e tudo o que fizermos, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”, Cl.3.17.

            Nossos relacionamentos na família e no trabalho.

            A união com Jesus afeta também a nossa maneira de nos relacionarmos em casa e no trabalho.

            Paulo usa a expressão “[...] no Senhor”, Cl.3.18 e dá os seguintes mandamentos:

            1)         Esposas, sede submissas (estar sujeita) ao próprio marido, como convém no Senhor”, Cl.3.18.

            A submissão é a marca que identifica a esposa cristão.

            Ela deve se colocar sob a direção do seu esposo ou aderir à sua missão de líder espiritual da família.

            A expressão “[...] convém (aneko – apropriado e conveniente) [...]”, Cl.3.18 indica que a submissão feminina é apropriada “porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja [...]”, Ef.5.23;

            2)         Maridos, amai sua esposa e não a trate com amargura”, Cl.3.19.

            O “marido [...] (deve) amar sua mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”, Ef.5.25.

            Quem ama não trata com amargura ou ódio.

            Com certeza, a submissão da esposa torna-se fácil se ela for amada pelo seu marido e tratada de forma amorosa, por isso, “no amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”, 1Jo.4.18;

            3) “Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor”, Cl.3.20.

            [...] Obedecer [...]”, Cl.3.20 é um reconhecimento da posição de honra que os pais têm sobre os filhos.

            Honrar [...] pai e [...] mãe ([...] é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra”, Ef.6.2, 3.

            Filhos [...] obedecendo [...] fazê-lo é grato (euarestos – agradável, aceitável, aquilo que dá satisfação. Indica que está) agradando diante do Senhor”, Cl.3.20;

            4)         Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados”, Cl.3.21.

            Os filhos são presentes de Deus para os pais.

            [...] Os filhos são herança do SENHOR [...]”, Sl.127.3.

            O filho nasce para “[...] viver em família e [...] (trazer) alegria [...]”, Sl.113.9 aos seus.

            O papel dos “[...] pais [...] (é) criar (seus) filhos na disciplina e na admoestação do Senhor”, Ef.6.4.

            O cuidado que Deus exige dos pais é que os mesmos “[...] não (devem) irritar os seus filhos (no processo de educação doméstica), para que não fiquem desanimados”, Cl.3.21 com disciplina exagerada;

            5)         Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza (simplicidade) de coração, temendo ao Senhor”, Cl.3.22.

            A Bíblia não aprova ou ordena a escravidão.

            A igreja nascente sob o Império Romano era cheia de escravos convertidos.

            Estima-se que só em Roma, um terço dos habitantes eram escravos.

            A – Obediência abrangente – “Servos, obedecei em tudo ao [...] senhor segundo a carne [...]”, Cl.3.22 não apenas nas coisas agradáveis e de fácil acordo, mas também em situações desagradáveis;

            B – Obediência honesta – “Servos, obedecei [...] não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens [...]”, Cl.3.22 para impressionar ou por motivos egoístas.

            C – Obediência espiritual – “Servos, obedecei [...] em singeleza (simplicidade) de coração, temendo ao Senhor”, Cl.3.22.

            Toda pessoa deixa de ser escrava tão logo comece a trabalhar para o Senhor Jesus e não para os homens.

            Caso o servo começar em “tudo quanto fizer, fazer de todo o coração, como para o Senhor e não para homens”, Cl.3.23 o seu trabalho será mais leve e abençoado.

            C – Obediência esperançosa – “cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança (eterna). A Cristo, o Senhor, é que estais servindo”, Cl.3.24.

            Os escravos não tinham direito a herança ou benefícios trabalhistas, mas ao se tornarem de Cristo, os escravos podiam “[...] clamar: Aba, Pai [...] sendo filhos, são também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo [...]”, Rm.8.15, 17.      

            O servo que serve a Jesus “[...] já não é escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus”, Gl.4.7.

            6)         Senhores, tratai os servos com justiça (agir de acordo com os mandamentos) e com equidade (imparcial não favorecendo mais um lado, igualdade), certos de que também vós tendes Senhor no céu”, Cl.4.1.

            Paulo fala que escravos e senhores são iguais diante do Senhor.

            É preciso lembrar que “[...] aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas”, Cl.3.25.

            Lembrete! Deus está atento porque “[...] o salário dos trabalhadores que ceifam os [...] campos e que (pelos patrões são) [...] retidos com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos”, Tg.5.4.

            Fica claro que quando nos unimos a Cristo, esta união afetou todos os nossos valores éticos e relacionais.

            Jesus é o Senhor da minha vida, dos meus relacionamentos, do meu lar e do meu trabalho.

            Aplicações práticas:    A santificação deve ser buscada de forma positiva através de novos hábitos;

            Sendo crente devo suportar, perdoar e aconselhar com os meus irmãos na igreja;

            Marido e mulher, pais e filhos devem se relacionar olhando para o exemplo de Cristo e os princípios da Bíblia;

            A relação trabalhista entre patrão e empregado deve ser diferente da relação trabalhista dos incrédulos.

            Revesta-se, pois, como eleito de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade”, Cl.3.12.



            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Filipenses e Colossenses – Cristo: Nossa alegria e suficiência – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3

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