MAIOR OU MENOR
Dizem que
um vírus é menor que “[...] uma partícula de poeira [...] um pouquinho menor
que a espessura dos próprios cabelos [...]” – Época, n. 1135, 13.04.20, “O que
será o amanhã”, por Hélio Gurovitz, pág.40. Com apenas um vírus, talvez menor
que tudo quanto se possa ver através de um microscópio, tudo é paralisado. A
economia corre o risco de um colapso. As grandes produções cinematográficas e
novelas foram postergadas para os próximos meses ou anos. Os encontros em
festas, bares, restaurantes, igrejas, bancos estão com as suas portas fechadas
ou quase fechadas. Famílias deixaram de lado as visitas esporádicas. O home
office está mais em prática nestes últimos dias, devido a muitos não
poderem ir e vir aos seus locais de trabalho.
Aqueles
que ainda não se despediram dos seus pais, irmãos, filhos, amigos ou que, não
se reconciliaram com seus inimigos, façam isso rápido. Sim, você não sabe
quem irá primeiro, se ele s ou você. Quantos já morreram que estavam perto
ou longe e você ainda continua vivo? Faça logo, pois ninguém “[...] sabe o que
sucederá amanhã. Que é a sua vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por
instante e logo se dissipa” (Tg 4.14).
O menor
vírus pode matar um bem maior que ele, o homem. É assustador, preocupante
a ponto de separar do menor ao maior inimigo, do maior ao menor indivíduo, do
mais ancião ao mais novo da turma. O menor vírus separa partidários, torcedores
de futebol, alunos e professores, igrejas irmãs e coirmãs, seitas e religiões,
os mais fanáticos aos menos carismáticos. Parece que o vírus veio para ficar,
mas nem mesmo o maior ou menor cientista sabe da verdadeira resposta.
Estes dias
parece que revive os dias em que o profeta Jeremias anunciou que Nabucodonosor,
não um vírus, mas um soberano entraria em Judá para levá-lo cativo. Aconteceu
nos dias “[...] do reinado de Zedequias [...] no nono ano [...] aos dez dias do
décimo mês, veio [...] Nabucodonosor, rei da Babilônia [...] contra Jerusalém,
ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela, e levantaram contra ela
tranqueiras em redor. A cidade ficou sitiada até ao undécimo ano do rei
Zedequias” (2Rs 25.1, 2). Houve fome, aperto, desespero por um ano e seis meses
em quarentena.
A verdade
é que nem todos foram feitos reféns ou algemados, colocados em troncos, e muito
menos ficaram resguardados, mas muitos judeus naquela época enfrentaram “[...]
a morte subindo pelas suas janelas e entrando em seus palácios; exterminou das
ruas as crianças e os jovens, das praças” (Jr 9.21). Poucos escaparam para
serem levados ou deixados.
A situação
em Israel ficou tão angustiante que “se ouviu um clamor em Ramá (próximo à
Tiro), pranto, [choro] e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e
inconsolável porque não mais existiam” (Mt 2.18).
Em cada
tempo maior ou menor em que Deus permite ou determina as calamidades naturais
ou por força humana, ele providencia o escape, a libertação, o cuidado, a
salvação.
Davi é um
grande exemplo do cuidado de Deus em sua vida em todas as angústias, aflições,
desesperos que ele enfrentou. Certa vez, “falou Davi ao SENHOR as palavras
deste cântico, no dia em que o SENHOR o livrou das mãos de todos os seus
inimigos e das mãos de Saul. E disse: O SENHOR é a minha rocha, a minha
cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu
escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte e o meu refúgio. Ó Deus, da
violência tu me salvas” (2Sm 22.1-3).
Davi
reconhece que “[...] da violência Deus o salva” (2Sm 22.1-3). E este salvamento
não é diferente em todos os tempos, épocas ou com qualquer ser humano. Seja a
sua dor, desespero, angústia, medo maior ou menor, não importa,
fique sabendo que, mais cedo ou mais tarde “o SENHOR, seu Deus, naquele
dia, o salvará, como ao rebanho do seu povo; porque eles são pedras de uma
coroa e resplandecem na terra dele” (Zc 9.16).
Como já
foi dito acima; ninguém “[...] sabe o que sucederá amanhã [...]” (Tg 4.14). A
situação em que o mundo, especificamente, o Brasil está passando, nenhum
cientista pode afirmar que será maior ou menor a sua intensidade. Ninguém em sã
consciência pode afirmar com certeza, nem mesmo você, se a enfermidade atual ou
outra acometerá você.
Portanto,
duas opções para você: 1 – Ore “por amor de Sião (você), me não calarei e, por
amor de Jerusalém (família, amigos e inimigos), não me aquietarei, até que saia
a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa” (Is
62.1) a fim de que sejas liberto;
2 – “[...]
Faz calar e sossegar a sua alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços
de sua mãe, como essa criança é a sua alma para contigo. Espera [...] no
SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl 131.2, 3) ainda que seja menor ou maior
o seu sofrimento.
Rev. Salvador P. Santana
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