quarta-feira, 15 de abril de 2020

MAIOR OU MENOR.


MAIOR OU MENOR
            Dizem que um vírus é menor que “[...] uma partícula de poeira [...] um pouquinho menor que a espessura dos próprios cabelos [...]” – Época, n. 1135, 13.04.20, “O que será o amanhã”, por Hélio Gurovitz, pág.40. Com apenas um vírus, talvez menor que tudo quanto se possa ver através de um microscópio, tudo é paralisado. A economia corre o risco de um colapso. As grandes produções cinematográficas e novelas foram postergadas para os próximos meses ou anos. Os encontros em festas, bares, restaurantes, igrejas, bancos estão com as suas portas fechadas ou quase fechadas. Famílias deixaram de lado as visitas esporádicas. O home office está mais em prática nestes últimos dias, devido a muitos não poderem ir e vir aos seus locais de trabalho.
            Aqueles que ainda não se despediram dos seus pais, irmãos, filhos, amigos ou que, não se reconciliaram com seus inimigos, façam isso rápido. Sim, você não sabe quem irá primeiro, se ele s ou você. Quantos já morreram que estavam perto ou longe e você ainda continua vivo? Faça logo, pois ninguém “[...] sabe o que sucederá amanhã. Que é a sua vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14).
            O menor vírus pode matar um bem maior que ele, o homem. É assustador, preocupante a ponto de separar do menor ao maior inimigo, do maior ao menor indivíduo, do mais ancião ao mais novo da turma. O menor vírus separa partidários, torcedores de futebol, alunos e professores, igrejas irmãs e coirmãs, seitas e religiões, os mais fanáticos aos menos carismáticos. Parece que o vírus veio para ficar, mas nem mesmo o maior ou menor cientista sabe da verdadeira resposta.
            Estes dias parece que revive os dias em que o profeta Jeremias anunciou que Nabucodonosor, não um vírus, mas um soberano entraria em Judá para levá-lo cativo. Aconteceu nos dias “[...] do reinado de Zedequias [...] no nono ano [...] aos dez dias do décimo mês, veio [...] Nabucodonosor, rei da Babilônia [...] contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela, e levantaram contra ela tranqueiras em redor. A cidade ficou sitiada até ao undécimo ano do rei Zedequias” (2Rs 25.1, 2). Houve fome, aperto, desespero por um ano e seis meses em quarentena.
            A verdade é que nem todos foram feitos reféns ou algemados, colocados em troncos, e muito menos ficaram resguardados, mas muitos judeus naquela época enfrentaram “[...] a morte subindo pelas suas janelas e entrando em seus palácios; exterminou das ruas as crianças e os jovens, das praças” (Jr 9.21). Poucos escaparam para serem levados ou deixados.
            A situação em Israel ficou tão angustiante que “se ouviu um clamor em Ramá (próximo à Tiro), pranto, [choro] e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não mais existiam” (Mt 2.18).
            Em cada tempo maior ou menor em que Deus permite ou determina as calamidades naturais ou por força humana, ele providencia o escape, a libertação, o cuidado, a salvação.
            Davi é um grande exemplo do cuidado de Deus em sua vida em todas as angústias, aflições, desesperos que ele enfrentou. Certa vez, “falou Davi ao SENHOR as palavras deste cântico, no dia em que o SENHOR o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul. E disse: O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte e o meu refúgio. Ó Deus, da violência tu me salvas” (2Sm 22.1-3).
            Davi reconhece que “[...] da violência Deus o salva” (2Sm 22.1-3). E este salvamento não é diferente em todos os tempos, épocas ou com qualquer ser humano. Seja a sua dor, desespero, angústia, medo maior ou menor, não importa, fique sabendo que, mais cedo ou mais tarde “o SENHOR, seu Deus, naquele dia, o salvará, como ao rebanho do seu povo; porque eles são pedras de uma coroa e resplandecem na terra dele” (Zc 9.16).
            Como já foi dito acima; ninguém “[...] sabe o que sucederá amanhã [...]” (Tg 4.14). A situação em que o mundo, especificamente, o Brasil está passando, nenhum cientista pode afirmar que será maior ou menor a sua intensidade. Ninguém em sã consciência pode afirmar com certeza, nem mesmo você, se a enfermidade atual ou outra acometerá você.
            Portanto, duas opções para você: 1 – Ore “por amor de Sião (você), me não calarei e, por amor de Jerusalém (família, amigos e inimigos), não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa” (Is 62.1) a fim de que sejas liberto;
            2 – “[...] Faz calar e sossegar a sua alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a sua alma para contigo. Espera [...] no SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl 131.2, 3) ainda que seja menor ou maior o seu sofrimento.
            Rev. Salvador P. Santana

Nenhum comentário:

Postar um comentário