ABANDONADOS POR
DESCUIDO
Assim começa a infância de muitas
crianças mesmo antes do nascimento: por descuido o futuro pai se envolve com
delinquentes de sua cidade, por descuido o pai engravida a mãe, por descuido
ele deixa de ir ao cartório de registro civil, por descuido deixa de dar um
nome ao recém-nascido; tempos atrás, uma coisa estranha ficava escrita no
registro de nascimento: “filho de pai desconhecido”, por descuido abandonou por
completo o seu lar, o seu filho, a sua esposa, a sua cidade para viver ao lado
de outra e repetir o mesmo processo de abandono.
Esse tipo de história se repete
todos os dias nos quatro cantos do mundo. Nenhuma nacionalidade, crença, raça
está isenta dessa questão do descuido dos filhos.
São pais que rejeitam assumir a
responsabilidade, que negam a paternidade mesmo diante do juiz.
São pais que deixam seus filhos
abandonados nos becos, nas esquinas, nas praças, dentro de casa. Esse descuido
é típico de pais que são negligentes no cuidado da alimentação, do vestuário,
da moradia, dos estudos. É certo que o governo tem sua parcela de culpa, pois
na falta de trabalho, salário e o amparo legal como educação, saúde e
segurança, haverá perda para toda a família.
A história bíblica não é diferente
da secular. Assim como existem pais descuidados no meio incrédulo, também há no
meio evangélico.
Muitos pais por descuido deixaram
seus filhos entregues às práticas mundanas; daí, “[...] por haverem desprezado
o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental
reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28).
Como a história se repete, mas em
rostos diferentes, conta-se que “eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial
e não se importavam com o SENHOR” (1Sm 2.12).
O juiz e sumo sacerdote Eli, por
descuido, deixou seus filhos crescerem em desobediência e rebeldia contra Deus
de tal forma que “era, pois, mui grande o pecado desses moços perante o SENHOR,
porquanto eles desprezavam a oferta do SENHOR” (1Sm 2.17).
Devido a tais pecados, Deus advertiu
Eli nestes termos: “[...] por que honras a teus filhos mais do que a mim, para
tu e eles [...] engordarem das melhores de todas as ofertas do meu povo de
Israel?” (1Sm 2.29). Essa pergunta precisa continuar em cada ouvido.
A história ainda se repete. Muitos
filhos têm pais descuidados que os deixam sem nome, sem casa, sem carinho, sem
conforto, sem estudo, sem vergonha. Eli descuidou, mas Deus, não. Deus os puniu
quando “[...] sobreveio a seus dois filhos, a Hofni e Finéias: ambos morreram
no mesmo dia” (1Sm 2.34).
Os jovens deste século não são menos
negligentes que os dois filhos de Eli. Todos e em todos os tempos têm se
rebelado contra Deus. Pais e filhos descuidados propagam o mal contra si
mesmos, contra o próximo e são “[...] achados lutando contra Deus [...]” (At
5.39).
O resultado contra filhos e pais é
que “pecando o homem contra o próximo, Deus lhe será o árbitro; pecando, porém,
contra o SENHOR, quem intercederá por ele? Entretanto, não ouviram a voz de seu
pai, porque o SENHOR os queria matar” (1Sm 2.25).
A todos os pais e filhos descuidados
só existe uma solução: “lança sobre Deus toda a sua ansiedade, porque ele tem
cuidado de [...] (cada um)” (1Pe 5.7).
Rev.
Salvador P. Santana
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