SUBSTÂNCIA
ESTRANHA
“Ostra Perlífera que não foi ferida não produz pérolas”.
Para que produza é necessário uma substância estranha. “Pérolas são feridas
curadas. Pérolas são produto da dor”, resultado da entrada de uma substância
estranha ou indesejável em seu interior, como uma parasita ou um grão de areia”
que adentra para machucar com intensa dor.
“A parte interna da concha da ostra é uma substância
lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar
começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para
proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada”
– Amor Ágape – Ilustrações.
A vida de muitos crentes é como uma ostra, está cheia de
substâncias estranhas. São cercados de pessoas que lhes ferem, maltratam,
desprezam, ignoram, ambicionam. É como declara o salmista de que “não têm conta
os males que me cercam; as minhas iniquidades me alcançaram, tantas, que me
impedem a vista; são mais numerosas que os cabelos de minha cabeça, e o coração
me desfalece” (Sl 40.12).
São problemas intermináveis que parecem não ter fim. Eles
nascem dentro de casa quando existe uma discussão por problemas irrisórios, no
trabalho devido a falta de atenção, na escola por esquecimento de uma tarefa,
na rua no trânsito estressante, nas filas intermináveis, por alguém
intransigente; parece não haver “[...] nenhum alívio [...] pelo contrário, em
tudo (você) foi atribulado: lutas por fora, temores por dentro.” (2Co 7.5).
A substância estranha é colocada pelo salmista como algo
proveitoso para os filhos de Deus. Ele declara com todas as letras de que
“foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”
(Sl 119.71).
Se faz necessário uma substância estranha estar por perto
de você para que haja produção de pérola. Essa substância estranha pode ser um
amigo, um ente querido ou quem sabe, um inimigo.
Ele, como uma substância estranha pode ferir você com
palavras rudes, amargas, ou com uma voz suave e mansa. Ele o acusará de coisas
que você não fez e isso pode machucá-lo muito.
A substância estranha não aceita a sua ideia, o seu
palpite, o seu jeito de ser, a maneira como você vê as coisas, faz certa
atividade, o seu defeito, e por fim, você será mal interpretado, gerando assim
mais uma dor.
Você foi atacado com duros golpes da indiferença, do
ciúme, da maldade, do ódio e acabou saindo mais ferido. Essa é a história, a
situação de “[...] todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus
serão perseguidos” (2Tm 3.12).
Qual deve ser a atitude de tão pesado golpe? Que ação ou
reação em meio a alguma substância estranha? Simples! Libere o nácar do amor,
produza uma pérola, cubra de camadas de amor as mágoas recebidas, as falas
distorcidas, as rejeições sofridas, as palavras injuriosas, faça como Cantares de
Salomão que “[...] ornou tudo interiormente [...] (com) colunas de prata, a
espalda de ouro, o assento de púrpura [...] com amor pelas [...]” (Ct 3.10)
substâncias estranhas, por aquilo que está afligindo você, angustiando,
acabando com o seu dia.
É preciso que cada um seja instruído a “amar cordialmente
uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm
12.10). Exija que “todos os seus atos sejam feitos com amor” (1Co 16.14) e isso
inclui até mesmo a substância estranha que está ao seu lado com um único
objetivo: “[...] para (você) não ser condenado com o mundo” (1Co 11.32), e, o
melhor, que “[...] o Deus de toda a graça, que em Cristo (o) chamou à sua
eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo (o) há de
aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar” (1Pe 5.10).
É fácil liberar o amor? Não! Você já tentou alguma vez?
Caso negativo, tente pelo menos envolver a substância estranha com as camadas
de amor, aquele que tanto te perturba e o faz ficar inquieto, sim, tenha o alvo
de imitar Aquele que “[...] com amor eterno [...] te amou; por isso, com
benignidade te atraiu” (Jr 31.3).
E que fique bem gravado: sem a ferida você não pode
produzir a pérola do amor.
Rev. Salvador P. Santana
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