Introd.: A
igreja, apesar de ser a comunidade de pecadores regenerados, não é perfeita.
Apesar
de haver boas intenções, a fidelidade à Palavra fica esquecida, visto que cada
um pretende dar à igreja um modo que lhe é peculiar, segundo melhor lhe parece.
Não
é raro dentro da igreja, membros, imbuídos de bons sentimentos temam pelo
futuro da igreja, como se ela pudesse fracassar e ser destruída.
Os
homens se esquecem de que a igreja é de Deus. Foi ele mesmo quem a elegeu, quem
a chamou e guarda povo que a compõe.
No
texto base, “indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe,
pergunta a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?”, Mt.16.13.
Os
discípulos “[...] responderam (apresentando um quadro da opinião
popular): Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum
dos profetas”,
Mt.16.14.
“Mas
(Jesus pergunta a seus discípulos qual a opinião deles) [...] vós [...] quem
dizeis que eu sou?”,
Mt.16.15.
A “resposta
(coube a) Simão Pedro, dizendo: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, Mt.16.16.
“[...]
Jesus [...] afirmou (qualificando como): Bem-aventurado [...] Simão Barjonas
(por ter compreendido essa realidade), porque não foi carne e sangue que [...] revelaram
(a) Pedro, mas (o) [...] Pai, que está nos céus”, Mt.16.17.
Cristão
fala da igreja de Deus, referindo-se à sua origem, suas lutas e vitória final.
A
lição fala de alguns aspectos fundamentais da igreja, que a tornam insubstituível.
1 – A igreja está fundamentada em Cristo.
“[...]
Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja [...]”, Mt.16.18.
Aqui
temos um jogo de palavras. O nome Pedro significa “pedaço de rocha”, “pedra”,
“um pequeno deslocamento do maciço rochoso”.
Jesus
“[...] disse que [...] sobre esta pedra (rocha) edificarei a
minha igreja [...]”,
Mt.16.18.
Apesar
de haver essa distinção entre as palavras utilizadas, é necessário dizer que,
na literatura clássica, a diferença entre os termos não é tão nítida, e essas
palavras eram usadas indistintamente.
Todavia,
comparando esse texto com outros das Escrituras podemos entender que aqui ele
se refere a Cristo.
Jesus,
citando o salmo 118.22, fala sobre “[...] a pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular (Cristo)”, Sl.118.22.
Paulo,
referindo-se aos judeus, diz: “E beberam da mesma fonte espiritual; porque
bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo”, 1Co.10.4.
A
igreja é edificada em Cristo, “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e
profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o
edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor”, Ef.2.20, 21.
O
fundamento da igreja não é o homem, com as suas fraquezas e pecados, nem a sua
vacilante confissão de fé; mas sim o próprio Cristo como rocha eterna e
inabalável.
2 – A igreja é edificada por Cristo.
A
igreja sempre fez parte do propósito eterno de Deus. Deus não confiou essa
tarefa a mais ninguém.
Daí
a declaração de Cristo: “[...] edificarei a minha igreja [...]”, Mt.16.18.
A
igreja não pertence a terceiros, ela é do Senhor. Ele mesmo a edifica.
A
expressão “[...] minha igreja [...]”, Mt.16.18 indica a relação
pessoal que o Senhor mantém com o seu povo.
Paulo
fala aos efésios que “[...] nós juntamente estamos sendo edificados
para habitação de Deus no Espírito”, Ef.2.22.
Na
criação “[...] Deus [...] fez o homem à (sua) imagem,
conforme a (sua) semelhança [...]”, Gn.1.26 com o propósito de adorá-Lo; sendo os
primeiros membros da igreja de Deus.
O
propósito de Deus foi “que nos salvou e nos chamou com santa
vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e
graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”, 2Tm.1.9.
A
Bíblia ensina “[...] que a fé [...] é dos eleitos de Deus e o pleno
conhecimento da verdade segundo a piedade, na esperança da vida eterna que o
Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos”, Tt.1.1, 2. A confissão da identidade do Filho é
fundamental para o ingresso na igreja, essa confissão só é possível pela graça “[...]
revelada [...] (através do) Pai, que está nos céus”, Mt.16.17.
Essa
revelação é feita de acordo com o propósito de Deus a partir do momento em que,
“se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu
coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque
com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da
salvação”,
Rm.10.9, 10. Essa revelação é feita de
acordo com o propósito de Deus, mesmo porque, “[...] ninguém
conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a
quem o Filho o quiser revelar. Por isso, (Deus) nos faz compreender que ninguém
que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém
pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo”, Mt.11.27; 1Co.12.3.
O
evangelho de João declara: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim;
e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Ninguém pode vir a mim se o
Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. E
prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim,
se, pelo Pai, não lhe for concedido”, Jo.6.37, 44, 65.
Ao longo da história, o Espírito tem
estabelecido a igreja, chamando, por meio da Palavra, homens para constituir a
igreja de Deus.
A
igreja de Deus está sendo formada e aperfeiçoada. Por isso, ela não é perfeita,
mas está sendo lapidada pelo próprio Deus.
É
por este motivo que “[...] todo o edifício, bem ajustado, cresce
para santuário dedicado ao Senhor, no qual também nós juntamente estamos sendo
edificados para habitação de Deus no Espírito”, Ef.2.21, 22.
“As
imperfeições e as marcas na igreja visível ainda estão sendo refinadas pelo
Mestre de obras” (John MacArthur).
Assim
é a igreja no tempo presente, com suas imperfeições, constituída de pessoas
como nós, que precisam ser instruídas, corrigidas, consoladas, estimuladas,
precisando ser acabadas.
O
nosso Arquiteto e Mestre tem todo o controle da obra.
Jesus
fala que “ainda tem outras ovelhas, não deste aprisco; a Ele
[...] convém conduzi-las; elas ouvirão a sua voz; então, haverá um rebanho e um
pastor”,
Jo.10.16.
3 – A igreja é preservada por Cristo.
Jesus
fala que “[...] edificará a sua igreja, e as portas do inferno
não prevalecerão contra ela”, Mt.16.18.
A
igreja se deparará sempre com as investidas do diabo, que tentará bloquear o
seu avanço e, se possível, destruí-la.
Jesus não se refere a uma igreja
específica, ele fala sobre todos aqueles que permanecem unidos a Cristo, a qual
“[...] é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade
[...] (pertence a essa igreja todos) aqueles que vierem a crer em Jesus, por
intermédio da sua palavra”, 1Tm.3.15; Jo.17.20.
É
preciso saber que o diabo ou “o ladrão vem somente para roubar, matar e
destruir [...]”,
Jo.10.10.
A
ousadia de Satanás é demonstrada no contexto pelo fato de ele logo usar a “[...]
Pedro [...] (quando) chama Jesus à parte, começa a reprová-lo, dizendo: Tem
compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá (morte e
ressurreição). Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és
para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos
homens”,
Mt.16.22, 23.
A
nossa confiança em Deus não pode se transformar em autoconfiança. Satanás é
muito poderoso. Jamais o venceremos sozinhos.
Então,
é necessário “o SENHOR (nos) [...] guardar de todo mal; guardar a nossa
alma [...] guardar o nosso coração e a nossa mente em Cristo Jesus [...] (isto
porque) o Senhor é fiel; ele nos confirmará e guardará do Maligno [...] somos
guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para
revelar-se no último tempo”, Sl.121.7; Sl.121.7; Fp.4.7; 2Ts.3.3; 1Pe.1.5.
Se
faz necessário que a igreja viva debaixo do poder de Cristo, pois “quem
pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam
manifestas, porque feitas em Deus”, Jo.3.21.
É por este motivo que a igreja é
chamada de “[...] coluna e baluarte da verdade [...] (porque a
essa igreja) foram confiados os oráculos de Deus”, 1Tm.3.15; Rm.3.2.
A
confiança que temos da preservação da igreja é que Jesus “[...]
é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”, Ef.3.20.
Deus
se dignou a preservar a verdade por meio da igreja. Deus continua e continuará
preservando o seu povo
4 – A igreja e sua missão.
Quer
aqui, quer na eternidade, a igreja permanecerá como testemunho, inclusive para
os anjos, das diversas perfeições de Deus que se agenciam em perfeita sabedoria
para constituir, santificar e preservar a igreja.
A
declaração de Paulo é “para que, pela igreja (povo santo), a
multiforme (variedade) sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos
principados e potestades nos lugares celestiais”, Ef.3.10.
A
existência da igreja determina a sua missão.
A
igreja foi constituída por Deus para glorificá-lo em sua existência. E, de
fato, o Senhor é glorificado quando a igreja o obedece.
No
culto a igreja compartilha a graça da qual ela é beneficiária.
O
salmista fala que a igreja deve “adorar (inclinar, prostrar
diante do) [...] SENHOR na beleza da sua santidade; tremer diante dele, todas
as terras”,
Sl.96.9.
A
missão da igreja se inspira e fundamenta no exemplo trinitário.
O “[...] Deus (Pai)
[...] deu o seu Filho unigênito (enviando-o), para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna”, Jo.3.16;
“[...]
O Pai (e o) Filho [...] enviaram [...] o Consolador, o Espírito Santo [...] (que)
nos ensina todas as coisas e nos fará lembrar de tudo o que nos tem dito”, Jo.14.26;
E
nós, como igreja de Deis, somos “[...] enviados ao mundo
[...] (e através do) Espírito [...]”, Jo.17.18; At.8.29 somos conduzidos a pregar o
evangelho.
Outra
missão da igreja é “[...] ser [...] testemunhas (de) Jesus tanto
em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, At.1.8.
Precisamos
saber que “[...] não há salvação em nenhum outro; porque abaixo
do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa
que sejamos salvos”,
At.4.12.
É
por este motivo que a igreja deve se mobilizar a fim de levar outros homens a “[...]
invocar aquele em quem não creram [...] (mas) e como crerão naquele de quem
nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não
forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam
coisas boas!”,
Rm.10.14, 15.
A evangelização tem como alvo final “[...]
glorificar a Deus [...] (e) quando Jesus vier (virá) para ser glorificado (louvar, exaltar,
magnificar, celebrar, honrar, tornar excelente, renomado) nos
seus santos e ser admirado em todos os que creram (nEle) [...]”, Jo.21.19; 2Ts.1.10.
Neste grande Dia saberemos que foi “[...]
Deus o que exaltou Jesus sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo
nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e
debaixo da terra”,
Fp.2.9, 10. Apesar de uma luta
intensa, do combate atroz contra o mundo, a carne e o diabo, podemos já, nesta
vida, exultar, na certeza do cuidado de Deus, que nos garante a vitória final
porque “[...] Jesus [...] é poderoso para nos guardar de
tropeços e para nos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao
único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória,
majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os
séculos. Amém!”,
Jd.24, 25.
É por isto que “[...]
somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”, Rm.8.37.
Diante da nossa missão, devemos “[...]
ser firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no
Senhor, o nosso trabalho não é vão” 1Co.15.58.
Conclusão: A igreja está sendo formada, moldada à imagem de Cristo. O
Senhor dirige a história com esse propósito, é devido a esta verdade que a
Escritura declara “[...] que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”, Rm.8.28.
Assim
como Jesus “deu as chaves do reino dos céus (à igreja); (para
que) o que ligar na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligar na terra
terá sido desligado nos céus”, Mt.16.19, então, “[...] pelo seu divino poder, nos têm sido
doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento
completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”, 2Pe.1.3.
No
ministério terreno de Jesus, Ele “[...] advertiu os
discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo”, Mt.16.20, mas hoje,
devemos anunciar que Jesus reina para todo sempre e, o Pai pode tornar a quem
Ele desejar fazer parte da grande família que precisa da igreja.
Aplicação: Qual a
importância é para você fazer parte do corpo de Cristo?
Você
é atuante na igreja e uma boa testemunha de seu Senhor?
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – Palavra viva – O credo apostólico–
Em vez de fé na fé, o conteúdo da fé – CCC – Rev. Hermister Maia Pereira da
Costa.
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