Um dos acontecimentos mais marcantes e comentados de
todos os tempos, neste mês de dezembro, é o nascimento de Jesus Cristo. Embora
nem todos saibam o real significado do natal, ainda assim a comemoração
acontece nos quatro cantos do mundo.
As luzinhas piscando ou as festas sendo regadas das
melhores iguarias estão presentes entre pobres e ricos, negros e brancos,
índios, mulatos e amarelos.
Pode-se perceber que entre uma ou outra etnia, entre
esta ou aquela classe social, os holofotes são acesos e mirados na parte que
lhes faz bem ao coração.
Verdade é que a maioria dos festeiros dá mais valor
aos “[...] magos (estudioso das estrelas) que vieram do Oriente a Jerusalém”
(Mt 2.1) do que ao próprio dono da vida.
Já outro destaque vai para a “[...] estrela vista no
Oriente [...]” (Mt 2.2) como se ela tivesse condições de iluminar o caminho
para o homem na escuridão. Que belo engano, mesmo “[...] porque até entre
estrela e estrela há diferenças de esplendor” (1Co 15.41) e o único que pode
mostrar o verdadeiro caminho é “[...] Jesus (que) é a luz do mundo; quem O
segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8.12).
É de se perceber também que está sempre em destaque
a “[...] manjedoura (cocho) [...]” (Lc 2.7) que acolheu “[...] o [...] Rei
[...] humilde [...]” (Mt 21.5).
Outros tantos investem em luzes para fazer aparecer
os “[...] pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as
vigílias da noite” (Lc 2.8) e ao “[...] anjo (com) uma multidão da milícia
celestial [...]” (Lc 2.13).
Agindo desta forma eles se esquecem de dar “Glória a
Deus nas maiores alturas [...]” (Lc 2.14).
Tudo isso aconteceu erradamente e poderia até mesmo
aumentar o erro, caso jogassem mais luz sobre Herodes Antipas, o gado, o burro,
José, Maria, a hospedaria e seu dono. Para! Chega de lançar brilho sobre
aqueles que não merecem.
Quando os magos “[...] viram o menino Jesus [...]”
(Mt 2.11) eles tiveram uma atitude que poucos tem tomado nestes últimos dias.
Eles “[...] prostraram-se [...] (quando encontraram o) Menino Jesus [...]” (Mt
2.11).
A prostração dá a ideia de descer de um lugar mais
elevado para chegar ao nível mais inferior possível. Isso fala de dependência,
humilhação, de sair da posição ereta para a posição que mais consiga se dobrar.
Talvez seja necessário que a pessoa coloque uma
dobradiça em seu pescoço e a puxe numa carretilha a fim de que ele dobre até chegar
a deitar-se ao chão. É como se o humilhado estivesse sendo submetido a algum
julgamento onde o abatido se julga culpado de todas as denúncias apresentadas
contra ele.
Isso deve ter acontecido do mesmo modo quando Davi
reconheceu a sua culpa ao declarar de coração aberto que “pecou contra Deus,
contra Ele somente, e fez o que era mal perante os seus olhos [...]” (Sl 51.4).
Essa é uma das atitudes muito preciosas que todos os
homens precisam tomar quando se encontrarem com o Menino Jesus.
Outra atitude surpreendente que os magos tiveram, e
que pouco se tem visto, foi a de “[...] adorar Jesus Cristo [...]” (Mt 2.11), o
recém-nascido. Ao falar sobre adoração é bom lembrar que esse ato pode ser
feito, de preferência, “[...] nos [...] átrios (pátio descoberto) [...] à porta
(ou dentro) da casa do meu Deus [...]” (Sl 84.10) ou ainda, particularmente,
dentro do seu coração.
A adoração fala de culto, de honra, reverência,
homenagem prestada, seja para expressar respeito ou para suplicar “[...] aquele
que vive pelos séculos dos séculos [...]” (Ap 10.6).
E para demonstrar esse amanhecer de um novo estilo
de culto Àquele que “[...] pode salvar totalmente os que por ele se chegam a
Deus [...]” (Hb 7.25), os magos ofertaram ao “[...] menino [...] os seus
tesouros [...]: ouro, incenso e mirra” (Mt 2.11).
O ouro serviu, possivelmente, para a fuga para o
Egito, o incenso, para ser misturado com especiarias, ser queimado nas
cerimônias de adoração a Deus e a mirra, que podia ser transformada num
precioso perfume ou misturada com vinho, servindo como calmante nos momentos de
dores e que, muito provavelmente, Jesus tenha usado.
Espera-se que as comemorações deste dia natalício de
Jesus, o acontecimento mais marcante em sua vida, seja o verdadeiro desejo de
“[...] conhecer o Pai, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” (Jo 17.3).
Rev. Salvador P. Santana
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