quinta-feira, 28 de maio de 2020

ESPINHO.


ESPINHO

            Em meio a tantas lutas é preciso suportar o espinho na carne. A indisposição, o cansaço, a vida financeira, as dificuldades do lar, o parente brigão, o irmão que ofende. Tudo isso contribui para o sofrimento humano.
            O sofrimento de Paulo foi preventivo. Tinha o objetivo de impedir que ele tivesse orgulho espiritual, em virtude das emocionantes visões de sua experiência anterior.
            Atitude em meio aos espinhos da vida. Humildade é o sentimento que leva a pessoa a reconhecer suas próprias limitações e dependência. A humildade serviu “[...] para que (Paulo) não se ensoberbecesse [...]”, 2Co.12.7. Era para ele não levantar ou elevar-se acima, não se exaltar, não ter um espírito altivo.
            Paulo se considerava um anti-herói com esse espinho: sem forças, sem glória, sem triunfos. Seu verdadeiro lugar era entre os vencidos.
            A humildade serviu para que Paulo “[...] não se exaltasse com a grandeza das revelações [...]”, 2Co.12.7 recebidas. Para não se julgar o melhor crente, mais consagrado, melhor orador, que fazia mais milagres. A humildade era para quebrar o excesso de qualidade, de caráter extraordinário, a fim de não ultrapassar os seus limites.
            Para se tornar humilde “[...] foi-me posto um espinho na carne [...]”, 2Co.12.7, diz o texto. Espinho comunica a ideia de dor, de aflição, de sofrimento, de humilhação, ou de enfermidades físicas, mas não de levar a tentação para pecar.
            O espinho foi posto para impedir o orgulho – dom de curar, de línguas, de profecia, socorro, governo – quando se julgam os melhores.
            Quem se julga melhor Deus envia o Seu “[...] mensageiro [...] Satanás [...]” com espinho, 2Co.12.7 para humilhar e rebaixar o desejo de grandeza.
            O poder satânico é real e pode atingir o crente, se assim o Senhor Deus permitir. Quem ordenou foi o próprio Deus “[...] para (o) [...] esbofetear [...]”, 2Co.12.7 para tratar com violência, espancar.
            Deus o fez lembrar que em sua notável obra de realizações ele era pequeno, e que tudo quanto fora feito fora efetuado pelo poder de Deus “[...] a fim de que não se exaltasse”, 2Co.12.7. Paulo recebeu essa lição como benefício para mantê-lo humilde.
            Você está sofrendo? O espinho está machucando? Seja cauteloso na oração. “Por causa [...]”, 2Co.12.8 do espinho na carne. Paulo desejava livramento, não obteve, talvez tenha pensado :-Irei servir a Deus com mais dedicação.
            Foi então que Paulo viu na oração um meio de modificar as coisas; por isso, as orações devem ser de acordo com a vontade de Deus.        Se a enfermidade está persistente, Deus não respondeu com a cura, se “[...] três vezes (você já) pediu ao Senhor [...]”, 2Co.12.8 ou não tenha sido persistente. Essa enfermidade não pôde ser curada através da oração.
            Paulo não recebeu o que solicitou, mas recebeu o poder espiritual para poder tolerar o que tinha de sofrer. Não pense que a oração vai mudar os planos de Deus só porque você orou; Deus é soberano, aceite a vontade dEle.
            Seja um vencedor, ainda “[...] que (Deus não) afastou de você”, 2Co.12.8 a enfermidade. Olhe para a determinação dos deficientes físicos e os compare com a sua saúde. “Deus sabe de antemão o que é melhor para (todos) mas do que o [...] entendimento (de todos os homens que) é capaz de aprender”. (João Calvino).

            Quando Deus responde a oração com um ‘não’ é porque algo muito melhor vai acontecer. Se você não for humilde, cauteloso na oração, não haverá graça suficiente. Quem enviou esta palavra para Paulo foi o próprio Deus que “[...] disse (para) Paulo: A minha graça te basta [...]”, 2Co.12.9, a minha presença, o meu favor, o meu poder, disse Deus, é o melhor para você.

            Em vez de livrá-lo, Deus cobriu o sofrimento com sua graça, transformando dores em alegrias. A atuação do poder de Cristo é mais importante que a ausência da dor. “[...] A graça basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza [...]”, 2Co.12.9. O poder de Deus vai se manifestar na fraqueza.
            O poder de Cristo atua naquele que confia nele. O poder de Deus não pode ajudar e nem usar o homem autossuficiente. O homem vence por causa da força de Cristo que habita em nele.
            Mais fraqueza, mais graça, mais poder de Cristo, por isso Paulo “[...] de boa vontade [...]”, 2Co.12.9 aceitou a sua nova atitude ao invés de fazer mais uma oração. Só assim Paulo passou a “[...] se gloriar nas fraquezas [...]”, 2Co.12.9 quando começou a depender de Deus.
            A finalidade foi “[...] para que sobre (Paulo e todos os homens que) [...] repouse o poder de Cristo”, 2Co.12.9. A vitória espiritual depende, não das condições do corpo, e, sim, das condições da alma e do trabalho que Deus tem feito em favor de todos.
            Portanto, o que Deus outorga ao homem é sempre suficiente para viver a vida diária, para suportar os sofrimentos e espinhos na carne. Deus realiza o seu propósito sem tirar o espinho. A graça é suficiente em meio aos espinhos.
            Creia! Deus atua em todo sofrimento. Paulo não é masoquista. Os seus males, perseguições e sofrimentos promoviam a vontade de Deus em sua própria vida. Causa susto “pelo que (Paulo) sente prazer [...]”, 2Co.12.10 da certeza que todas as coisas contribuem para o seu bem.
            Prazer porque sentia o poder de Cristo “[...] nas fraquezas (fome, sede, frio), nas injúrias (insultos, maus tratos), nas necessidades (aflição, tortura), nas perseguições (apedrejamento, prisão), nas angústias [...]”, 2Co.12.10, nos apertos e nas circunstâncias da vida.
            Neste mundo é possível sofrer tudo “[...] por amor de Cristo [...]”, 2Co.12.10.
            Toda fortaleza em meio aos espinhos só pode ser encontrada em Cristo, “[...] porque, quando (você) é fraco, então, é que (você pode e) é forte”, 2Co.12.10 em Deus.
             Rev. Salvador P. Santana

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