OS SACRAMENTOS COMO MEIO DE GRAÇA, Mt.28.19,
20.
Introd.: Estudar os sacramentos como meio de
graça devemos lembrar a incapacidade humana em prover as bênçãos concernente à
sua própria existência, menos ainda, à sua salvação.
Os
meios da graça têm por objetivo conduzir os eleitos de Deus a uma comunhão
maior com o Senhor da aliança.
Os
meios da graça são instrumento para o fortalecimento espiritual do crente.
São
meios que Cristo instituiu, e os utiliza, para comunicar a sua graça.
Sem
Cristo os meios de graças perdem sua eficácia, todavia, dependem da ação do
Espírito Santo na sua aplicação.
1 – Os sacramentos e a
comunicação da graça.
O
Catecismos Maior – 154. Quais são os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os
benefícios de sua mediação? Todas as suas ordenanças,
especialmente a Palavra, os Sacramentos e a Oração; todas essas ordenanças se
tornam eficazes aos eleitos em sua salvação.
Eis
o motivo de Jesus ordenar “ir,
portanto, fazendo discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo”, Mt.28.19.
É
preciso também “[...] perseverar na
doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”,
At.2.42.
Não é à toa
que devemos “ter cuidado de nós mesmos
e da doutrina. Continuar nestes deveres; porque, fazendo assim, salvaremos tanto
a nós mesmos como aos nossos ouvintes”, 1Tm.4.16.
Outro
meio que somos comunicados é quando “falamos
entre nós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e
cânticos espirituais”, Ef.5.19.
Sendo
assim, precisamos “tomar também o
capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”,
Ef.6.17 para ser lida e praticada.
2 – Os sacramentos e a graça
redentora de Cristo.
A
fim de combater os falsos mestres, Paulo escreve aos Colossenses dizendo que “nele (Jesus), também fomos circuncidados, não
por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a
circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo,
no qual igualmente fomos ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o
ressuscitou dentre os mortos”, Cl.2.11, 12.
Os
falsos mestres pediam a circuncisão da carne apenas como formalismo religioso,
sem atentar para o fato de que, no N.T., a circuncisão fora substituída pelo
batismo.
Os
falsos mestres “[...] ensinavam [...]
que [...] se não [...] circuncidassem segundo o costume de Moisés, não podiam ser
salvos”, At.15.1.
A
instrução de Paulo aos Gálatas é que “[...]
em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a
fé que atua pelo amor”, Gl.5.6.
Os falsos
mestres não entendiam o verdadeiro significado da circuncisão, que desempenhava
o papel de símbolo e sinal externo de algo que ocorre interiormente no
indivíduo.
É
preciso reafirmar que “o SENHOR, nosso Deus,
(desde o A.T. deseja que o homem) circuncida o seu coração e o coração de sua
descendência, para amares o SENHOR, nosso Deus, de todo o coração e de toda a nossa
alma, para que vivamos. (Também, no N.T., Paulo fala aos romanos que) [...] judeu
é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração [...]”,
Dt.30.6; Rm.2.29.
Paulo
afirma que “[...] fomos circuncidados,
não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão
de Cristo [...]”, Cl.2.11, ou circuncidados em Cristo Jesus.
William
Hendriksen – C.N.T., Cl e Fm, SP, ECC apresenta a superioridade da circuncisão
em Cristo.
DIFERENÇAS ENTRE
AS CIRCUNCISÕES
Nova dispensação
|
Antiga dispensação
|
Realizada pelo
Espírito Santo
|
Realizada pela mão
humana
|
É de caráter
interno
|
É de caráter
externo
|
É removido o velho
homem
|
É removida a pele
|
Chamada de
circuncisão de Cristo
|
Chamada de
abraâmica e mosaica
|
A
expressão “[...] despojamento do corpo
da carne [...]”, Cl.2.11 tem o intuito de relembrar ao cristão que ele
possuía uma nova vida, em Cristo.
“[...] Despojamento [...]”, Cl.2.11
aponta para a ideia de rompimento com a vida e apresenta que, no batismo, o
crente abandona as vestes antigas e passa a usar roupas novas, “porque todos quantos fomos batizados em
Cristo de Cristo nos revestimos”, Gl.3.27.
Por
meio da obra de humilhação, Cristo conquistou para nós a obra do Espírito
Santo, pois “[...] Ele foi (para o céu)
[...] o Consolador [...] (foi) enviado (a nós)”, Jo.16.7.
Foi
o Espírito Santo que nos fez “[...]
nascer de novo [...] quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no
reino de Deus”, Jo.3.3, 5.
É
por este motivo que “[...] morremos, e
a nossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”, Cl.3.3.
A
graça redentora de Jesus nos faz “[...]
conhecer Cristo, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus
sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte”, Fp.3.10, então, Ele
suprirá todas as necessidades do corpo e da alma, no tempo atual e na
eternidade.
Paulo
exalta o batismo e desaprova a continuidade do rito da circuncisão, se considerado
como tendo algo a ver com a salvação.
“[...] Paulo [...] diz que, se nos deixarmos circuncidar/batizar,
Cristo de nada nos aproveitará”, Gl.5.2 para a salvação.
A
clara implicação é que o batismo tomou o lugar da circuncisão.
João
declara que já desfrutamos no presente dos benefícios da vida eterna, pois todo
crente que “[...] comer a [...] carne e
beber o [...] sangue (de) Jesus tem a vida eterna, e Jesus o ressuscitará no
último dia”, Jo.6.54.
Por
este motivo temos que “ensinar (os
novos crentes) a guardar todas as coisas que (Jesus) nos têm ordenado. E eis
que Jesus está conosco todos os dias até à consumação do século”,
Mt.28.20.
Já
no tempo presente podemos desfrutar da pregação da Palavra de Deus, porque é só
“examinar as Escrituras, porque julgamos
ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim (Jesus)”,
Jo.5.39. É bom
lembrar que temos apenas o início das bênçãos vindouras, estamos esperando a
consumação completa do reino de Deus, logo, “estamos
plenamente certos de que aquele que começou boa obra em nós há de completá-la
até ao Dia de Cristo Jesus”, Fp.1.6.
A
Ceia é um meio de graça que nos fortalece no presente tempo por meio da
comunhão com o Filho de Deus, renovando nossa certeza de salvação em Cristo
Jesus.
3 – Os benefícios da graça de
Deus.
O
ponto inicial dessa graça “[...] é a
vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”, Rm.6.23.
O
benefício da graça diz respeito “[...]
ao que me separou (Deus Pai) antes de eu nascer e me chamou pela sua graça
[...]”, Gl.1.15. O benefício requer que eu seja “[...] salvo pela graça, mediante a fé; e isto
não vem de nós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”,
Ef.2.8, 9.
Temos
que gravar em nossa mente que a “[...]
graça [...] nos foi dada em Cristo Jesus”, 1Co.1.4.
Somos
beneficiados porque “Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)”,
Gl.3.13. É por este motivo que “[...] já nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo Jesus”, Rm.8.1.
Os
sacramentos imprimem em nós a certeza de que estamos em comunhão, pois somos “[...] amados de Deus [...]”, Rm.1.7 e
sendo de Deus, devemos “[...] pensar a
mesma coisa, ter o mesmo amor, ser unidos de alma, tendo o mesmo sentimento (modo
de entender, sentir, reagir e opinar)”, Fp.2.2.
Por
meio da completa obra de Jesus de humilhação, Cristo conquistou para nós a obra
do Espírito Santo, por isso, “[...]
convinha que Jesus (fosse) [...] porque, se Ele não fosse, o Consolador não viria
para nós [...] Ele foi [...] (e) nos enviou”, Jo.16.7.
O
Espírito Santo implanta nos corações a semente da nova vida, pois “[...] se alguém não nascer de novo, não pode
ver o reino de Deus [...] (e) quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no reino de Deus”, Jo.3.3, 5.
Devemos
entender que “[...] morremos (para o
pecado), e a nossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus”,
Cl.3.3.
Conclusão: Os sacramentos como meios de graça nos
fazem lembrar de nossa total dependência do Senhor.
Os
sacramentos são sinais do pacto e devemos entendê-los como instrumentos de redenção,
a garantia fidedigna da vida em sua totalidade.
Aplicação: Quanto você valoriza ao participar da
Ceia do Senhor?
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – O batismo e a Ceia do Senhor –
Palavra Viva – Rev. Christian Brially Tavares de Medeiros – ECC.
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