Introd.: Todo crente verdadeiro preocupa-se e
empenha-se no seu desenvolvimento espiritual.
Após
exortar os irmãos de Filipos para uma vida de união, humildade e serviço,
seguindo o exemplo de Jesus, Paulo motiva os crentes ao desenvolvimento da
salvação.
Paulo
faz uma conexão deste parágrafo com o anterior ao dizer: “Assim, pois, amados meus, como sempre
obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha
ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”, Fp.2.12.
O
objetivo é que cada um de nós aprenda e busque a santificação.
Portanto,
todo cristão que cresce e se desenvolve espiritualmente é feliz.
1 – Conceito bíblico de
salvação.
A
respeito da “[...] nossa salvação [...]”,
Fp.2.12, o que a Bíblia declara a respeito?
Num
sentido restrito, a salvação é a redenção de Deus que acontece no dia em que “[...] Jesus [...] diz (ao nosso coração que)
[...] houve salvação nesta casa [...] porque o Filho do Homem veio buscar e
salvar o perdido”, Lc.19.9, 10.
Essa
“[...] salvação (é) pela graça [...]
mediante a fé; e isto não vem de nós; é dom de Deus; não de obras, para que
ninguém se glorie”, Ef.2.8, 9.
A
salvação exige “[...] arrependimento
[...] e cada um de nós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos nossos
pecados, e receberemos o dom do Espírito Santo”, At.2.38.
No
dia em que aceito ou sou aceito por Cristo Jesus, somos salvos por Deus.
A
salvação é mais ampla. Ela começa na conversão, continua na santificação e
culmina com a glorificação.
É
por isto que “[...] aos que (Deus) predestinou,
a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que
justificou, a esses também glorificou”, Rm.8.30.
Os
teólogos reformados criaram o termo “ordem da salvação”, para juntar todos os
termos bíblicos que descrevem a obra do Espírito Santo na salvação do homem
pecador.
A
salvação compreende o chamado de Deus, o novo nascimento ou regeneração, a
união com Cristo, a conversão om arrependimento e fé, a justificação, a adoção,
a santificação e a glorificação.
A
palavra “[...] desenvolvei (katergazesthai
– concluir, completar ou terminar) [...]”, Fp.2.12, incentiva o cristão
a continuar na fé até a obra de Deus ser concluída nele, mesmo porque, “estamos plenamente certos de que aquele que
começou boa obra em nós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus (Segunda
Vinda)”, Fp.1.6.
É
por este motivo que precisamos “preservar
a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo [...] (nos) gloriemos de que não
corremos em vão, nem (nos) [...] esforçamos inutilmente”, Fp.2.16.
Quando
Paulo fala que devemos “[...]
desenvolver a nossa salvação [...]”, Fp.2.12, ele pede que o cristão se
esforce em buscar uma vida de “[...]
santificação [...] pois esta é a vontade de Deus [...]”, 1Ts.4.3.
O
cristão precisa buscar “[...] encher-se
do Espírito”, Ef.5.18, “[...]
crescer em ações de graças [...] para (ser) conduzido a Deus [...]”,
Cl.2.7; 1Pe.3.18.
A
salvação compreende uma obra que inicia-se na conversão e termina com a
glorificação.
“[...] Desenvolver a nossa salvação (é pedir e
lutar) com temor e tremor”, Fp.2.12 a fim de que Deus complete essa obra
em nós.
2 – Por que desenvolver a
nossa salvação?
Três
razões bíblicas para “[...] desenvolver
a nossa salvação [...]”, Fp.2.12.
1
– Por obediência a Deus.
“[...] Desenvolver a nossa salvação (tem que
ser) com temor e tremor”, Fp.2.12 como um ato de obediência a Deus.
O
desejo do “[...] Senhor [...] (é que
possamos) crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos
[...]”, 1Ts.3.12.
A
“[...] obediência [...] não (deve ser
motivada) somente na [...] presença (ou) ausência (de Paulo, pastor, cônjuge)
[...]”, Fp.2.12, devemos nos “[...]
tornar obediente (como Jesus foi) [...]”, Fp.2.8.
2
– Deus nos dá o desejo de querer e o poder para realizar este
desenvolvimento.
Precisamos
saber que “[...] Deus é quem efetua em nós
tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”, Fp.2.13.
Não há
desenvolvimento espiritual sem a ajuda de Deus.
É
Deus quem nos “dá um só coração,
espírito novo [...] (é o que tem poder de) tirar da nossa carne o coração de pedra e nos dar
coração de carne; para que andemos nos seus estatutos, e guardemos os seus
juízos, e os executemos [...]”, Ez.11.19, 20.
É
o Espírito Santo que desperta o nosso desejo por Deus “[...] pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas
que conduzem à vida e à piedade [...]”, 2Pe.1.3.
3
– Deus quer o nosso desenvolvimento.
A
expressão “[...] segundo a sua boa
vontade”, Fp.2.13 significa a concretização do seu propósito.
A
“[...] vontade (de Deus começou desde a
nossa) predestinação para ele [...] por meio de Jesus Cristo [...]”,
Ef.1.5.
O
nosso desenvolvimento tem o objetivo de “[...]
nos tornar irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de
uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandecemos como luzeiros no
mundo”, Fp.2.15.
Por
este motivo devemos “fazer tudo sem
murmurações nem contendas”, Fp.2.14.
Não
adianta querer fugir do desenvolvimento espiritual, mesmo porque, “bem sabemos que tudo (Deus) pode, e nenhum
dos seus planos pode ser frustrado”, Jó 42.2.
3 – Quais são as evidências do
desenvolvimento (espiritual) da salvação na vida do crente?
1
– O crente reverencia e respeita a Deus.
A expressão
“[...] temor e tremor”, Fp.2.12 indicam
reverência e respeito, o temor de ofender a Deus.
Devemos
aprender a “[...] servir a Deus de modo
agradável, com reverência e santo temor”, Hb.12.28.
Esse
temor fala sobre humildade, quando reconhecemos que “[...] em nós não há força para resistir (qualquer enfrentamento)
e não sabemos nós o que fazer (em qualquer situação) [...]”, 2Cr.20.12.
Logo,
devemos pedir: “[...] Ó Deus, sê
propício a mim, pecador!”, Lc.18.13.
O
desenvolvimento espiritual acontece em meio à reverência santa.
2
– O crente faz de tudo sem murmurar e contender.
Paulo
conhecia muito bem o Velho Testamento, por isso instruiu aos Filipenses a “fazer tudo sem murmuração nem contenda”,
Fp.2.14.
“[...] Alguns (dos Israelitas) [...] murmuraram
e foram destruídos pelo exterminador”, 1Co.10.10 no deserto, os quais
não agradaram a Deus.
O
verdadeiro cristão não deve ser um murmurador, mas um adorador “[...] grato a Deus [...] (por) ter [...] recebido
a palavra (de Deus em seu coração) [...]”, 1Ts.2.13.
2
– O crente tem uma vida de santidade e testemunho.
As
palavras “[...] irrepreensíveis [...]
sinceros [...] (e) inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta
[...]”, Fp.2.15 destacam a vida de pureza e testemunho do cristão.
A santidade
e testemunho deve acontecer pelo motivo de cada um de nós ter o dever de “[...] resplandecer como luzeiros no mundo”,
Fp.2.15.
O
próprio Jesus declarou que “nós somos o
sal da terra [...] nós somos a luz do mundo [...]”, Mt.5.13, 14.
3
– O crente se sacrifica alegremente por Deus e pela obra missionária.
Paulo
se “[...] alegrava [...] com todos (da
igreja de Filipos pelo motivo de ele) ser oferecido (entregue, gasto em favor
da missão) por libação (derramamento de óleo, vinho, leite como forma de culto
a Deus) [...]”, Fp.2.17.
O
desejo do apóstolo era de se “[...]
sacrificar [...] (assim como o) serviço da [...] fé (da igreja em adoração a
Deus. Então ele se) [...] alegrava [...] com todos [...] (se) congratulando (repetição
da alegria para enfatizar a disposição do coração em servir a Deus)”,
Fp.2.17.
Então,
Paulo conclama a igreja “assim [...]
também, pela mesma razão (do bem da igreja), alegrar-se e congratular-se [...]
(com ele)”, Fp.1.18.
A
reverência a Deus é um sintoma de desenvolvimento espiritual – hora de leitura
bíblica, oração, pregação – respeito.
Então,
é preciso fazer tudo, tanto na igreja quanto fora dela sem murmuração.
Todos
nós precisamos buscar ser alegres no trabalho que desenvolvemos na igreja.
4 – O instrumento de Deus para
o nosso desenvolvimento.
Paulo
liga o assunto do desenvolvimento da salvação, com o trabalho pastoral.
A maior
ameaça espiritual para uma igreja é o falso pastor, o falso mestre ou o falso
líder espiritual.
A
respeito da igreja de Filipos, Paulo tomou algumas decisões:
A
sua “esperança (de salvação da igreja),
porém, (estava) no Senhor Jesus [...]”, Fp.2.19.
Mas,
o seu desejo era “[...] mandar Timóteo
(homem de fé, neto Lóide e filho Eunice), o mais breve possível (para a igreja
ser instruída) [...]”, Fp.2.19.
A
instrução era “[...] a fim de que Paulo
se sentisse animado (em saber que a igreja receberia a verdade como alimento,
pois havia) [...] tido conhecimento da [...] situação (de falsos mestres no
seio da igreja)”, Fp.2.19.
O
envio de Timóteo era “porque a ninguém (Paulo)
tinha de igual sentimento (de confiança) que, sinceramente, cuidasse dos [...]
interesses (da igreja)”, Fp.2.20.
Paulo
sabia que “[...] todos (os falsos
pastores que estavam em Filipos) eles buscavam o que (era) [...] seu próprio
(roubadores), não o que é (o verdadeiro ensino) de Cristo Jesus”,
Fp.2.21.
Paulo
recomenda Timóteo pelo motivo da igreja “[...]
conhecer o seu caráter (qualidade) provado (teste), pois serviu ao evangelho,
junto (com) Paulo, como filho ao pai”, Fp.2.22.
“Este (Timóteo), com efeito, é quem (Paulo) esperava
enviar, tão logo tivesse ele visto a sua situação (prisional em Roma – soltura ou
morte)”, Fp.2.23.
Paulo
desejava o mesmo desenvolvimento espiritual para a igreja que ele havia
alcançado.
“E (Paulo) estava persuadido (confiado) no
Senhor (tanto o crescimento espiritual da igreja como) de que também ele mesmo,
brevemente, iria (à Filipos; esperança de ser solto da prisão)”,
Fp.2.24.
Paulo
é exemplo de líder espiritual consagrado e confiou Timóteo à igreja também como
exemplo de vida cristã.
Outra
atitude de Paulo foi enviar Epafrodito à igreja de Filipos.
O
próprio Paulo “julgou [...] necessário
mandar até Filipos Epafrodito (simpático, amável, afável) [...]”,
Fp.2.25.
Encontramos
em muitas igrejas pastores grosseiros, sem educação, exploradores.
Paulo
reconhecia em “[...] Epafrodito [...] por
um lado, (um) [...] irmão, cooperador e companheiro de lutas [...]”,
Fp.2.25.
Por
este motivo Paulo “julgou [...] (que) Epafrodito
[...] (outrora) mensageiro (da igreja de Filipos para) [...] auxiliar (Paulo) nas
suas necessidades”, Fp.2.25 era a pessoa certa para ministrar na igreja
em lugar de Paulo.
Paulo
percebe “[...] que Epafrodito tinha
saudade de todos (da igreja de Filipos) e (ao mesmo tempo) estava angustiado
porque (a igreja) ouvira que Epafrodito adoeceu”, Fp.2.26.
Veja
que, para o nosso crescimento, o texto mostra que “com efeito, Epafrodito adoeceu mortalmente (Paulo tinha o dom de
curar e nada pôde fazer); Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele,
mas também de Paulo, para que ele não tivesse tristeza sobre tristeza”,
Fp.2.27 de ver o seu irmão e amigo desfalecer.
Não
só por causa da enfermidade, mas principalmente da saudade dos filipenses, “por isso, tanto mais Paulo se apressa em mandar
Epafrodito, para que, vendo-o novamente, (a igreja se) alegra, e Paulo tenha
menos tristeza”, Fp.2.28 em saber que a igreja está em boas mãos para progredir
espiritualmente.
Assim
como a igreja de Filipos, em nossos dias devemos “receber (homens compromissados com a verdade e alicerçados)
[...] no Senhor, com toda a alegria, e honrar sempre a homens como esse”,
Fp.2.29.
Tanto
Timóteo como Epafrodito “[...] por
causa da obra de Cristo, chegaram [...] às portas da morte e se dispuseram a
dar a própria vida, para suprir a [...] carência (de muitos irmãos) de socorro (e
principalmente) para Paulo [...]”, Fp.2.30.
Aplicações práticas:
Paulo,
Timóteo e Epafrodito possuíam um único desejo: Servir ao Senhor sem se importar
com seus interesses pessoais; assim sejamos nós.
Pastores
como estes homens devem ser contratados pelas nossas igrejas. Ore a esse favor.
Você
tem recebido a influência de algum pastor para o seu desenvolvimento
espiritual?
Paulo,
Timóteo e Epafrodito foram influentes. E você?
Seja
alegre no seu desenvolvimento espiritual.
Adaptado pelo Rev. Salvador P.
Santana para ED – Filipenses e Colossenses – Cristo: Nossa alegria e
suficiência – Z3 editora – Rev. Arival Dias Casimiro.
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