domingo, 17 de setembro de 2017

Fp.2.12-30 - A ALEGRIA DO DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL.

A ALEGRIA DO DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL, Fp.2.12-30.

           

Introd.:           Todo crente verdadeiro preocupa-se e empenha-se no seu desenvolvimento espiritual.

            Após exortar os irmãos de Filipos para uma vida de união, humildade e serviço, seguindo o exemplo de Jesus, Paulo motiva os crentes ao desenvolvimento da salvação.

            Paulo faz uma conexão deste parágrafo com o anterior ao dizer: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”, Fp.2.12.

            O objetivo é que cada um de nós aprenda e busque a santificação.

            Portanto, todo cristão que cresce e se desenvolve espiritualmente é feliz.

1 – Conceito bíblico de salvação.

            A respeito da “[...] nossa salvação [...]”, Fp.2.12, o que a Bíblia declara a respeito?

            Num sentido restrito, a salvação é a redenção de Deus que acontece no dia em que “[...] Jesus [...] diz (ao nosso coração que) [...] houve salvação nesta casa [...] porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”, Lc.19.9, 10.

            Essa “[...] salvação (é) pela graça [...] mediante a fé; e isto não vem de nós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”, Ef.2.8, 9.

            A salvação exige “[...] arrependimento [...] e cada um de nós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos nossos pecados, e receberemos o dom do Espírito Santo”, At.2.38.

            No dia em que aceito ou sou aceito por Cristo Jesus, somos salvos por Deus.

            A salvação é mais ampla. Ela começa na conversão, continua na santificação e culmina com a glorificação.  

            É por isto que “[...] aos que (Deus) predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”, Rm.8.30.

            Os teólogos reformados criaram o termo “ordem da salvação”, para juntar todos os termos bíblicos que descrevem a obra do Espírito Santo na salvação do homem pecador.

            A salvação compreende o chamado de Deus, o novo nascimento ou regeneração, a união com Cristo, a conversão om arrependimento e fé, a justificação, a adoção, a santificação e a glorificação.

            A palavra “[...] desenvolvei (katergazesthai – concluir, completar ou terminar) [...]”, Fp.2.12, incentiva o cristão a continuar na fé até a obra de Deus ser concluída nele, mesmo porque, “estamos plenamente certos de que aquele que começou boa obra em nós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus (Segunda Vinda)”, Fp.1.6.

            É por este motivo que precisamos “preservar a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo [...] (nos) gloriemos de que não corremos em vão, nem (nos) [...] esforçamos inutilmente”, Fp.2.16.

            Quando Paulo fala que devemos “[...] desenvolver a nossa salvação [...]”, Fp.2.12, ele pede que o cristão se esforce em buscar uma vida de “[...] santificação [...] pois esta é a vontade de Deus [...]”, 1Ts.4.3.

            O cristão precisa buscar “[...] encher-se do Espírito”, Ef.5.18, “[...] crescer em ações de graças [...] para (ser) conduzido a Deus [...]”, Cl.2.7; 1Pe.3.18.

            A salvação compreende uma obra que inicia-se na conversão e termina com a glorificação.

            [...] Desenvolver a nossa salvação (é pedir e lutar) com temor e tremor”, Fp.2.12 a fim de que Deus complete essa obra em nós.

2 – Por que desenvolver a nossa salvação?

            Três razões bíblicas para “[...] desenvolver a nossa salvação [...]”, Fp.2.12.

            1 – Por obediência a Deus.

            [...] Desenvolver a nossa salvação (tem que ser) com temor e tremor”, Fp.2.12 como um ato de obediência a Deus.

            O desejo do “[...] Senhor [...] (é que possamos) crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos [...]”, 1Ts.3.12.

            A “[...] obediência [...] não (deve ser motivada) somente na [...] presença (ou) ausência (de Paulo, pastor, cônjuge) [...]”, Fp.2.12, devemos nos “[...] tornar obediente (como Jesus foi) [...]”, Fp.2.8.

            2 – Deus nos dá o desejo de querer e o poder para realizar este desenvolvimento.

            Precisamos saber que “[...] Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”, Fp.2.13.

            Não há desenvolvimento espiritual sem a ajuda de Deus.

            É Deus quem nos “dá um só coração, espírito novo [...] (é o que tem poder de)  tirar da nossa carne o coração de pedra e nos dar coração de carne; para que andemos nos seus estatutos, e guardemos os seus juízos, e os executemos [...]”, Ez.11.19, 20.

            É o Espírito Santo que desperta o nosso desejo por Deus “[...] pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade [...]”, 2Pe.1.3.

            3 – Deus quer o nosso desenvolvimento.

            A expressão “[...] segundo a sua boa vontade”, Fp.2.13 significa a concretização do seu propósito.

            A “[...] vontade (de Deus começou desde a nossa) predestinação para ele [...] por meio de Jesus Cristo [...]”, Ef.1.5.

            O nosso desenvolvimento tem o objetivo de “[...] nos tornar irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandecemos como luzeiros no mundo”, Fp.2.15.

            Por este motivo devemos “fazer tudo sem murmurações nem contendas”, Fp.2.14.

            Não adianta querer fugir do desenvolvimento espiritual, mesmo porque, “bem sabemos que tudo (Deus) pode, e nenhum dos seus planos pode ser frustrado”, Jó 42.2.

3 – Quais são as evidências do desenvolvimento (espiritual) da salvação na vida do crente?

            1 – O crente reverencia e respeita a Deus.

            A expressão “[...] temor e tremor”, Fp.2.12 indicam reverência e respeito, o temor de ofender a Deus.

            Devemos aprender a “[...] servir a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor”, Hb.12.28.

            Esse temor fala sobre humildade, quando reconhecemos que “[...] em nós não há força para resistir (qualquer enfrentamento) e não sabemos nós o que fazer (em qualquer situação) [...]”, 2Cr.20.12.

            Logo, devemos pedir: “[...] Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”, Lc.18.13.

            O desenvolvimento espiritual acontece em meio à reverência santa.

            2 – O crente faz de tudo sem murmurar e contender.

            Paulo conhecia muito bem o Velho Testamento, por isso instruiu aos Filipenses a “fazer tudo sem murmuração nem contenda”, Fp.2.14.

            [...] Alguns (dos Israelitas) [...] murmuraram e foram destruídos pelo exterminador”, 1Co.10.10 no deserto, os quais não agradaram a Deus.

            O verdadeiro cristão não deve ser um murmurador, mas um adorador “[...] grato a Deus [...] (por) ter [...] recebido a palavra (de Deus em seu coração) [...]”, 1Ts.2.13.

            2 – O crente tem uma vida de santidade e testemunho.

            As palavras “[...] irrepreensíveis [...] sinceros [...] (e) inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta [...]”, Fp.2.15 destacam a vida de pureza e testemunho do cristão.

            A santidade e testemunho deve acontecer pelo motivo de cada um de nós ter o dever de “[...] resplandecer como luzeiros no mundo”, Fp.2.15.

            O próprio Jesus declarou que “nós somos o sal da terra [...] nós somos a luz do mundo [...]”, Mt.5.13, 14.

            3 – O crente se sacrifica alegremente por Deus e pela obra missionária.

            Paulo se “[...] alegrava [...] com todos (da igreja de Filipos pelo motivo de ele) ser oferecido (entregue, gasto em favor da missão) por libação (derramamento de óleo, vinho, leite como forma de culto a Deus) [...]”, Fp.2.17.

            O desejo do apóstolo era de se “[...] sacrificar [...] (assim como o) serviço da [...] fé (da igreja em adoração a Deus. Então ele se) [...] alegrava [...] com todos [...] (se) congratulando (repetição da alegria para enfatizar a disposição do coração em servir a Deus)”, Fp.2.17.

            Então, Paulo conclama a igreja “assim [...] também, pela mesma razão (do bem da igreja), alegrar-se e congratular-se [...] (com ele)”, Fp.1.18.

            A reverência a Deus é um sintoma de desenvolvimento espiritual – hora de leitura bíblica, oração, pregação – respeito.

            Então, é preciso fazer tudo, tanto na igreja quanto fora dela sem murmuração.

            Todos nós precisamos buscar ser alegres no trabalho que desenvolvemos na igreja.

4 – O instrumento de Deus para o nosso desenvolvimento.

            Paulo liga o assunto do desenvolvimento da salvação, com o trabalho pastoral.

            A maior ameaça espiritual para uma igreja é o falso pastor, o falso mestre ou o falso líder espiritual.

            A respeito da igreja de Filipos, Paulo tomou algumas decisões:

            A sua “esperança (de salvação da igreja), porém, (estava) no Senhor Jesus [...]”, Fp.2.19.

            Mas, o seu desejo era “[...] mandar Timóteo (homem de fé, neto Lóide e filho Eunice), o mais breve possível (para a igreja ser instruída) [...]”, Fp.2.19.

            A instrução era “[...] a fim de que Paulo se sentisse animado (em saber que a igreja receberia a verdade como alimento, pois havia) [...] tido conhecimento da [...] situação (de falsos mestres no seio da igreja)”, Fp.2.19.

            O envio de Timóteo era “porque a ninguém (Paulo) tinha de igual sentimento (de confiança) que, sinceramente, cuidasse dos [...] interesses (da igreja)”, Fp.2.20.

            Paulo sabia que “[...] todos (os falsos pastores que estavam em Filipos) eles buscavam o que (era) [...] seu próprio (roubadores), não o que é (o verdadeiro ensino) de Cristo Jesus”, Fp.2.21.

            Paulo recomenda Timóteo pelo motivo da igreja “[...] conhecer o seu caráter (qualidade) provado (teste), pois serviu ao evangelho, junto (com) Paulo, como filho ao pai”, Fp.2.22.

            Este (Timóteo), com efeito, é quem (Paulo) esperava enviar, tão logo tivesse ele visto a sua situação (prisional em Roma – soltura ou morte)”, Fp.2.23.

            Paulo desejava o mesmo desenvolvimento espiritual para a igreja que ele havia alcançado.

            E (Paulo) estava persuadido (confiado) no Senhor (tanto o crescimento espiritual da igreja como) de que também ele mesmo, brevemente, iria (à Filipos; esperança de ser solto da prisão)”, Fp.2.24.

            Paulo é exemplo de líder espiritual consagrado e confiou Timóteo à igreja também como exemplo de vida cristã.

            Outra atitude de Paulo foi enviar Epafrodito à igreja de Filipos.

            O próprio Paulo “julgou [...] necessário mandar até Filipos Epafrodito (simpático, amável, afável) [...]”, Fp.2.25.

            Encontramos em muitas igrejas pastores grosseiros, sem educação, exploradores.

            Paulo reconhecia em “[...] Epafrodito [...] por um lado, (um) [...] irmão, cooperador e companheiro de lutas [...]”, Fp.2.25.

            Por este motivo Paulo “julgou [...] (que) Epafrodito [...] (outrora) mensageiro (da igreja de Filipos para) [...] auxiliar (Paulo) nas suas necessidades”, Fp.2.25 era a pessoa certa para ministrar na igreja em lugar de Paulo.

            Paulo percebe “[...] que Epafrodito tinha saudade de todos (da igreja de Filipos) e (ao mesmo tempo) estava angustiado porque (a igreja) ouvira que Epafrodito adoeceu”, Fp.2.26.

            Veja que, para o nosso crescimento, o texto mostra que “com efeito, Epafrodito adoeceu mortalmente (Paulo tinha o dom de curar e nada pôde fazer); Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de Paulo, para que ele não tivesse tristeza sobre tristeza”, Fp.2.27 de ver o seu irmão e amigo desfalecer.

            Não só por causa da enfermidade, mas principalmente da saudade dos filipenses, “por isso, tanto mais Paulo se apressa em mandar Epafrodito, para que, vendo-o novamente, (a igreja se) alegra, e Paulo tenha menos tristeza”, Fp.2.28 em saber que a igreja está em boas mãos para progredir espiritualmente.

            Assim como a igreja de Filipos, em nossos dias devemos “receber (homens compromissados com a verdade e alicerçados) [...] no Senhor, com toda a alegria, e honrar sempre a homens como esse”, Fp.2.29.

            Tanto Timóteo como Epafrodito “[...] por causa da obra de Cristo, chegaram [...] às portas da morte e se dispuseram a dar a própria vida, para suprir a [...] carência (de muitos irmãos) de socorro (e principalmente) para Paulo [...]”, Fp.2.30.

Aplicações práticas:   

            Paulo, Timóteo e Epafrodito possuíam um único desejo: Servir ao Senhor sem se importar com seus interesses pessoais; assim sejamos nós.

            Pastores como estes homens devem ser contratados pelas nossas igrejas. Ore a esse favor.

            Você tem recebido a influência de algum pastor para o seu desenvolvimento espiritual?

            Paulo, Timóteo e Epafrodito foram influentes. E você?

            Seja alegre no seu desenvolvimento espiritual.
 
 

     Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Filipenses e Colossenses – Cristo: Nossa alegria e suficiência – Z3 editora – Rev. Arival Dias Casimiro.  

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