Na casa onde existe gato doméstico, nem os donos,
nem os visitantes ficam sem receber uma encostada na perna pela calda do
bichano.
Geralmente, eles chegam de mansinho, por baixo da
mesa, encostados ao sofá ou por cima do encosto, por entre as pernas. Pronto.
Já estão alisando o desavisado.
Alguns desses bichanos são tão folgados, ou
adestrados, ou mal acostumados, que os moradores e frequentadores de uma hora
para outra, são surpreendidos com o pulo do felino ao colo.
Não se sabe ao certo o motivo de tanta insistência,
mas, pode ser o desejo de ser acariciado pelo homem, ser coçado, limpar o seu
pelo, tirar uma soneca, ou, mais uma vez encostar novamente, enrijecer a calda
para, mais uma vez, encostar e sossegar.
Por mais que você ralhe com ele, até parece que ele
entende ao contrário; não desiste, sai por alguns instantes e logo volta para
encostar-se novamente.
É preciso ressaltar que os gatos, quando vistos
juntos, geralmente, quando não estão brincando, estão dormindo e se alimentando
próximos uns dos outros.
O homem é totalmente diferente a respeito da
insistência de ficar junto com o seu próximo. Quanto mais ele tiver condições
de se afastar do parente, amigo, vizinho, companheiro, irmão em Cristo, ele o
faz com maestria.
Não é preciso acontecer discussão, discórdia, olhar
indiferente, ou qualquer tipo de reclamação, é uma reação natural na vida do
homem. Pelo menos em algum momento da vida, e, em algumas pessoas é constante,
ele “[...] anda irado, e [...] descai-lhe o semblante [...]” (Gn 4.6).
Esse afastamento começou desde o dia em que o homem
e “[...] a mulher [...] (tiveram) aberto os olhos [...] (e decidiram) comer do
fruto (da) árvore desejável para dar entendimento [...]” (Gn 3.5,6), desse
momento em diante, ao menor sinal de “[...] ouvir a voz do SENHOR Deus [...] o
homem e a mulher escondem-se da presença do SENHOR Deus [...]” (Gn 3.8).
Após essa decisão impensada de separação da presença
do SENHOR, o homem só acumula prejuízos. Desde então, uns contra os outros
começam a causar grandes embaraços no meio social.
O convívio familiar chega a ponto de “[...] Caim se
levantar contra Abel, seu irmão, e o matar” (Gn 4.8). A situação se agrava e “a
terra [...] (se) corrompe [...] e (fica) cheia de violência à vista de Deus”
(Gn 6.11).
Na verdade, Deus tem controle total sobre todas as
coisas, em momento algum o homem é aprisionado por Deus para impedi-lo de ser
agressivo, danificar um ao outro, pelo contrário, Deus opera a sua vontade
permissiva quando e por quanto tempo desejar sobre todos os homens, sem jamais
forçá-lo a qualquer coisa.
Isto é tão verdade que um dos profetas menores chega
a dizer que “[...] não há entre os homens um que seja reto; todos espreitam
derramar sangue; cada um caça a seu irmão com rede” (Mq 7.2) e mais adiante ele
completa dizendo que “[...] o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a
mãe, a nora contra a sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa”
Mq.7.6. Estranho, mas é verdade!
Solução para todo esse problema existe. Isto não
quer dizer que os homens viverão como famílias de bichinhos de estimação,
criados para serem verdadeiros, dóceis e carinhosos para sempre com todos os
seus. Até mesmo no convívio dos gatos existem unhas expostas e mordidas que
podem levar à morte.
Sempre haverá um respingo de brutalidade, inimizade,
discórdia entre os homens. Precisa-se saber que em Jesus tudo pode ser
transformado e renovado, porque “[...] se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17.
É verdade que os gatos não devem ser imitados, o
único que tem exemplo de vida transformada, de perdão, de companheirismo, de
caminhar junto e de fazer a vontade daquele que o escolheu, deixou registrado
que o servo de Deus deve “ser seus imitadores, como também (foi) [...] de
Cristo”, 1Co.11.1.
Rev. Salvador P. Santana
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