ENCHEU A CASA
Conta-se
que todo final de semana o membro de uma determinada igreja fazia reclamações
para o seu pastor. Ele já não aguentava mais o aperto físico que havia em sua
casa.
Dizia
que apenas um cômodo servia de sala, cozinha e quarto. Estava para entrar em
desespero. O casal não conseguia andar com desenvoltura em meio ao aperto. Cada
domingo que adentrava na igreja pedia ao dirigente ou ao pastor para orar a seu
favor pedindo providências.
O
pastor, incomodado com essa situação, na segunda-feira, fez uma visita à casa
do irmão. Ao chegar, o pastor ficou encostado no batente da porta e travou uma
bela conversa com a sua ovelha.
A
fim de tentar solucionar o problema, o ministro deu-lhe uma galinha de
presente, aconselhando-o a conservá-la por uma semana dentro de casa. Não
satisfeito com mais aperto, queixou-se novamente para o bispo no domingo
seguinte.
Foi
acalmado e aconselhado a conservar a galinha por mais uma semana, juntamente
com um bode. Nesta semana a compressão foi ainda maior e novo queixume seguido
de outro presente, um burrico.
Não
suportando mais a situação, foi ao culto da semana seguinte disposto a falar
poucas e boas ao seu conselheiro espiritual. Para sua surpresa, antes que
dissesse qualquer palavra, o orientador vendo a sua aflição, disse-lhe: – “eu
sei que está apertado, aquenta mais esta semana, e, resolvo dar-lhe um boi para
acrescentar aos que você já conserva dentro de casa”.
Sem
entender o motivo, após o culto, foi para casa tocando o seu novo animal. A
semana transcorreu na mais perfeita ordem e o discípulo não compareceu ao
culto. Preocupado, o orientador foi à procura do aprendiz.
Quando
o ministro chegou, batendo à porta, ouviu uma voz espremida saindo de dentro de
casa, daí, o conselheiro pediu-lhe que enxotasse os animais para fora da casa.
Feito. Demorou sair o principiante, mas ao sair, suspirando aliviado, disse: –
Ufa! Que casa maravilhosa e espaçosa.
O
povo de Deus vive a reclamar contra as dádivas recebidas da “[...] poderosa mão
(de Deus) [...]” (Dt 34.12). Ao olhar a história da trajetória do povo de
Israel, percebe-se a grande semelhança daqueles, para com estes que vivem nos
dias atuais. No deserto “[...] o povo murmurou contra Moisés [...]
(perguntando): Que havemos de beber?” (Ex 15.24). Devido a bondade de Deus,
nunca faltou água para este povo.
Logo
depois, irrefletidamente, olharam para trás e se “lembraram dos peixes que, no
Egito, comiam de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das
cebolas e dos alhos” (Nm 11.5).
Que
belo engodo! Depressa esse
povo esqueceu-se “[...] da ânsia de espírito e da dura escravidão” (Ex 6.9) que
amargaram no Egito. Apagaram da memória com muita facilidade que todo alimento
ingerido, toda água bebida e toda veste recebida, estava sendo descontados em
folha de trabalho forçado.
Ainda assim “[...] o populacho [...]
tinha grande desejo das comidas dos egípcios [...] (e) tornaram a chorar [...]
dizendo: Quem nos dará carne a comer?” (Nm 11.4).
Tem acontecido, constantemente, de
Deus, “[...] o SENHOR dos Exércitos [...] abrir as janelas do céu e [...] derramar
[...] bênçãos sem medida” (Ml 3.10) sobre o seu povo e as reclamações não param
de acontecer.
Os discípulos ficam tão cheios de
bênçãos, que muitas vezes, faz tal como o irmão que encheu a sua casa com
presente do seu mestre. Daí, ele fica impedido de sair para cultuar “[...]
àquele que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima ao rico mais do
que ao pobre; porque todos são obra de suas mãos” (Jó 34.19) e abençoa a quem
quer.
A partir de hoje, “em tudo, dai
graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para contigo” (1Ts 5.18)
porque a sua casa está cheia.
Rev.
Salvador P. Santana
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