SONHAR
Alguém
sonhou que lia um texto bíblico e acordou. Ao acordar ainda balbuciava algumas
palavras desse sonho, mas já era tarde demais porque o sono despertara por
completo. Que pena, fora apenas um sonho.
Sonhar
faz bem, principalmente quando o sonho se relaciona com as coisas sagradas.
Melhor ainda, quando ele se realiza como o que aconteceu com os sonhos de José
do Egito. Ele chegou a vice-rei do Egito, providência de Deus, e cuidou de toda
a sua família.
O
juiz Gideão teve um sonho, o sonho de libertar Israel das mãos opressoras do midianitas
que lhes saqueavam todo produto semeado. Isto aconteceu “[...] por sete anos
[...] (porque) fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o SENHOR; por
isso, o SENHOR os entregou nas mãos dos midianitas [...]” (Jz 6.1). Gideão, com
“[...] trezentos homens [...] (venceu) [...] porque o SENHOR entregou o arraial
dos midianitas nas [...] mãos” (Jz 7.16, 15) do juiz Gideão.
Outro
sonhador em favor do povo foi o rei “Salomão (que) amava ao SENHOR [...] (este
lhe) apareceu [...] a Salomão [...] em sonhos. Dizendo-lhe Deus: Pede-me o que
queres que eu te dê. (O pedido do filho de Davi foi que Deus lhe) desse, pois
[...] coração compreensivo para julgar a seu povo, para que prudentemente
discirna entre o bem e o mal [...]” (1Rs 3.3, 5, 9). Salomão alcançou e foi bem
sucedido.
É,
o sonho do sagrado, do bem-estar espiritual, do amor à família, da felicidade do
próximo está cada dia mais distante dos travesseiros. Tudo indica que os sonhos
estão mais relacionados com o bem-estar financeiro, saúde física perfeita e com
o futuro promissor dos filhos em estudar, conseguir os melhores empregos para
ficarem ricos, do que a vida espiritual individual de cada um.
Já
não se ouve mais falar em sonhos reais sobre a leitura da Palavra de Deus
conforme a exortação de Paulo a Timóteo de que se deve “[...] aplicar-se à leitura,
à exortação, ao ensino” (1Tm 4.13).
Parece
que ninguém deseja sonhar com grupos de orações em imitação à Igreja Primitiva
quando “todos (os apóstolos) [...] perseveravam unânimes em oração, com as
mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1.14).
Caiu
no esquecimento o sonho de ver esta nação totalmente evangelizada, que foi
imposta a cada cristão o dever de levar a mensagem da salvação para “[...] fazer
discípulos de todas as nações [...]” (Mt 28.19).
Os
sonhos de uma vida mais abençoada espiritualmente se esvaem a cada dia. As
preocupações atuais são mais com o físico e o financeiro, o que é totalmente
contrário ao ensino Paulino de que “bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que [...] tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais em Cristo” (Ef 1.3) cada servo de Jesus.
É
preciso aprender sonhar muito mais com as bênçãos de Deus, sobre a vida
daqueles que servem ao Senhor. É necessário que todos aprendam não somente
sonhar de verdade, mas que, acima de tudo, peçam a Deus para “olhar desde a sua
santa habitação, desde o céu, e abençoar o seu povo, a Israel, e a terra [...]
como juraste (aos) [...] pais, terra que mana leite e mel” (Dt 26.15).
Não
deixe de sonhar com a sua vida espiritual transformada pelo poder de Deus, pois
só assim, a sua vida será “[...] aperfeiçoada, firmada, fortificada e
fundamentada” (1Pe 5.10) nos preceitos de Deus.
Peça
a Deus sonhos como os de José do Egito que lutou por uma vida profissional
abençoada. Insista com Deus para sonhar os sonhos de Gideão que dependeu de
Deus para guerrear contra os seus inimigos. Sonhe como Salomão em ter um “[...]
coração compreensivo para julgar [...] para [...] discernir entre o bem e o mal
[...]” (1Rs 3.9).
Sonhe
para o seu próprio bem espiritual. Sonhe com mudanças internas e externas em
sua vida, em sua família e em favor da sua igreja.
Rev.
Salvador P. Santana
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