CARINHO
DE MAE
“Você já imaginou
se de uma hora para outra você perde o contato com seu filho? A poucos
instantes lá estava ele brincando e de repente ele não está mais ali. Procura
em todos os lugares, com amigos e vizinhos e nada. Ele desapareceu!!! Só
na cidade de São Paulo e região metropolitana, desaparecem aproximadamente 60
pessoas por dia (estatística do DHPP), sem que alguém possa impedir” -
http://www.maesemluta.org.br/historia.php.
Muitas dessas mães procuram seus
filhos desaparecidos. Elas não sabem se eles foram sequestrados, roubados,
aliciados ou mortos. Essas mães, por não terem recebido ainda os corpos de seus
filhos, persistem na busca do querido desaparecido.
Pode ser que estes tenham saído
apenas para dar um passeio pela praça, ido à escola e não retornado. É possível
que tenham ficado em casa com parentes, amigos e vizinhos, e que, desde aquele
dia não mais voltaram para o seio materno.
Essas mães estão como “[...] Raquel
(que) chorando por seus filhos e inconsolável por causa deles, porque não
existem [...] clama [...] pranteia [...] (com) grande lamento” (Jr 31.15) a
perda do seu querido(a).
Elas ainda não desistiram de
procurar “[...] (porque o amor materno (continua) se aguçando por seu filho) [...]”
(1Rs 3.26). São mães que vão de porta em porta, de bairro em bairro, de cidade
em cidade, estado em estado, procurando pelo inexplicável desaparecimento
daquele que ela tanto ama e quer bem.
Impossível dizer que as mães não são
excelentes. Elas conseguem lavar, passar, cozinhar, cuidar do esposo e dos
filhos, e tudo isso é feito ao mesmo tempo. Quase todas sabem cuidar com muita
dedicação de seus bebês, algumas poucas, matam ou os entregam para a adoção,
mas essa “[...] mulher (jamais) pode [...] esquecer-se do filho [...]” (Is 49.15).
Sempre ficará martelando em sua
mente e doendo em seu coração o desprezo feito ao seu neném que um dia teve a
oportunidade de segurar em seus braços. Essas são totalmente diferentes das
Mães em Luta que persistem em buscar o filho perdido para poder acolhê-lo.
Mãe que é mãe sabe fazer carinho que
perdura em seus filhos para sempre. São gestos simples, mas cheios de doçura,
quietude, amabilidade. Essa demonstração de afabilidade deixa muitos homens
adultos quietos, tranquilos, sossegados, chegando ao ponto de tirar uma soneca,
devido a esse grande cuidado.
O carinho que mais se destaca e por
todos os tempos é o modo dessas mães “[...] acariciarem os (seus) próprios
filhos” (1Ts 2.7). Esse, talvez, seja um dos grandes desejos da ONG Mães em Luta,
procurar, sem saber, aonde, seus filhos, para, se possível, fazer novos afagos
no rosto e cabelo daquele que um dia foi o seu recém-nascido.
Que “[...] o Deus de Israel [...]
conceda a petição [...] feita” (1Sm 1.17) pelas mães que tem seus filhos perdidos
e tantas outras anônimas.
Aquele que pensa que o cuidado
materno estaciona, está completamente enganado. Filhos adultos, casados, pais
experientes, de cabelo encanecido, ainda assim as mães não deixam de orar,
zelar, corrigir, aconselhar, dar palpite, mesmo porquê, a “[...] sua mãe (não
deseja perder o desejo de ainda) consolar [...]” (Is 66.13) o seu nenê já
crescido, independente. Talvez seja esse o grande motivo das Mães em Luta ainda
não perderem a esperança de um dia poder fazer isso com seu filho desaparecido.
À você mãe, que tem o seu filho por
perto ou longe, mas sabe onde ele está e tem a oportunidade de lhe fazer um
carinho, que pode fazer uma ligação telefônica e ouvir a voz meiga, carinhosa
ou até mesmo rancorosa, dê graças a Deus por esse seu filho. Pense no desespero
das Mães em Luta e ajude-as a ter a oportunidade de abraçar e acariciar o seu
filho que está perdido. Elas também são mães como você.
Rev. Salvador P. Santana
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