DE CASA EM CASA – As comunidades domésticas na vida da igreja, At.5.41, 42.
Introd.: O contexto
urbano é marcado pela distância entre as pessoas.
Encontramos as dificuldades de
locomoção, solidão e anonimato que são parceiros constantes.
Dessa forma, as vantagens oferecidas
pelas reuniões de pequenos grupos ou comunidade domésticas são grandes.
Os grupos familiares são cada vez
mais comuns nas grandes cidades e algumas igrejas investem com o desejo de
fazer missões.
De casa em casa fala sobre [...]
I – As comunidades domésticas.
A história
do cristianismo relata sobre as comunidades domésticas que se reuniam para
celebrar e propagar sua fé.
Desde o início da igreja cristã em
Jerusalém, “[...]
todos os dias, (os irmãos) no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar
e de pregar Jesus, o Cristo”, At.5.42.
A “[...] irmã Ninfa, de Laodiceia (atual Turquia), [...]
hospedava a igreja [...] em sua casa”, Cl.4.15
com a finalidade de orar, ler a Bíblia, professar a fé aos incrédulos e participar
da comunhão.
Em Colossos (pronuncia-se Colóssos –
atual Turquia) “[...]
a irmã Áfia, e a Arquipo [...] (também hospedavam uma) igreja [...] em sua casa”, Fm.2 não apenas com o desejo de evangelizar, mas também
para crescimento espiritual.
Como “[...] a casa de Jasom [...] (em Tessalônica estava
sendo usada com o mesmo propósito de crescimento espiritual e evangelização) os
judeus [...] movidos de inveja, trouxeram [...] alguns homens maus dentre a
malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade e, assaltaram a (sua) casa
[...] procurando trazê-los para o meio do povo”,
At.17.5 para ser apedrejado por causa do ensino sobre Jesus Cristo ressuscitado.
Havia também em “[...] Macedônia (sul da Europa,
casas onde) [...] Paulo se entregava totalmente à palavra, testemunhando aos
judeus que o Cristo é Jesus”, At.18.5.
Em “[...] Cesareia [...] (a) casa de Filipe, o
evangelista, que era um dos sete [...]”,
At.21.8 servia não apenas como descanso para Paulo, mas também para pregar o
evangelho do Senhor Jesus Cristo.
A casa de Lídia, em Filipos, cidade
da Macedônia, que foi “[...] batizada, ela e toda a sua casa [...] rogou (a Paulo) [...]
que [...] entrasse em sua casa e aí ficasse [...] (para continuar doutrinando a
sua família e aos demais que desejassem)”,
At.16.15.
Ainda em Filipos, Paulo, foi para a
prisão, ali ele teve a oportunidade de “[...] pregar a palavra de Deus [...] a todos [...] da [...] casa
(do carcereiro, que, após ouvir a respeito da salvação) [...] foi ele batizado,
e todos os seus [...] a sua própria casa (ficou a serviço da evangelização.
Então,) [...] crerem em Deus”, At.16.15,
32-34.
Na
cidade de Acaia, que, junto com a Macedônia, formava a Grécia, “[...] a casa de Estéfanas [...]”, 1Co.1.16 foi um celeiro de divulgação da mensagem divina.
Paulo falou aos Coríntios que “[...] (que a casa de Estéfanas (era)
[...] as primícias da Acaia e que se consagraram ao serviço dos santos)”, 1Co.16.15 para anunciar o Reino de Deus.
A primeira comunidade cristã se
reuniu na “[...]
casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitas pessoas estavam
congregadas e oravam”, At.12.12 – muitas
vezes, em nossos dias, falta essa oportunidade em nossos lares.
Em Jerusalém, os crentes se reuniam
com o propósito de “[...]
perseverar na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações”, At.2.42.
Veja que as reuniões sempre giravam
em torno de leitura bíblica, oração e cânticos.
Após a morte e ressurreição de
Jesus, as reuniões nos lares proporcionavam “em cada alma [...] temor (medo, terror, reverência)
[...]”, At.2.43 a Deus.
O interesse daqueles irmãos
reunindo-se de em casas ou no templo, era tão somente “[...] crer (e) estarem juntos [...]”, At.2.44 para compartilhar a fé e ajudar uns aos outros.
Esse ajuntamento e comunhão levou-os
a “vender as suas
propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém
tinha necessidade”, At.2.45.
O costume daqueles crentes era de
viver “diariamente
perseverando unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas
refeições com alegria e singeleza (simplicidade) de coração, louvando a Deus e
contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso (o resultado vem do
próprio Deus), acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”, At.2.46, 47.
Era para o “[...] templo (que os discípulos) subiam
[...] para a oração da hora nona (15h00)”, At.3.1.
Essa disponibilidade em seus
corações acontecia “[...]
todos os dias, (ora) no templo [...] (ora) de casa em casa, não cessavam de
ensinar e de pregar Jesus, o Cristo”, At.5.42.
Devido a perseguição dos Judeus, ir
ao templo tornou-se impraticável, então, “[...] resolveram ir à casa de Maria, mãe de João, cognominado
Marcos, onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam”, At.12.12.
Quando das viagens de Paulo, ele
sempre procurava “[...]
uma sinagoga de judeus (e) [...] segundo o seu costume, foi procurá-los e [...]
arrazoou (conversar, discutir, debater) com eles acerca das Escrituras, expondo
e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre
os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu [...] anuncio”, At.17.1-4.
Mas, não demorou muito para que
alguns “[...] judeus
[...] movidos de inveja, trouxessem [...] alguns homens maus dentre a
malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade [...] (dizendo que) Paulo (e
os demais irmãos) [...] procediam contra os decretos de César, afirmando ser
Jesus outro rei”, At.17.5, 7.
Devido a persistência da perseguição,
“[...] Paulo se
entregou totalmente à palavra, testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus. (Ainda
assim, os Judeus continuaram) se opondo [...] e blasfemando [...] (então) Paulo
(muda de estratégia) [...] (indo anunciar o evangelho) para os gentios. Saiu
[...] entrou na casa de um homem chamado Tício Justo, que era temente a Deus; a
casa era contígua à sinagoga (outra tática a fim de evangelizar os Judeus
incrédulos)”, At.18.5-7.
As comunidades domésticas eram
locais onde os cristãos se reuniam a fim de evitar a perseguição tanto de
Judeus quanto de gentios.
Ali, nas “[...] casas (dos) [...] irmãos
[...] (eles) se consagravam ao serviço dos santos [...]”, 1Co.16.15.
As reuniões que aconteciam nessas “[...] casas [...] (havia) conforto
(entre) os irmãos (devido alguma perseguição, diante de alguma enfermidade ou a
falta de algo necessário para a subsistência) [...]”, At.16.40.
O costume principal que havia entre
esses irmãos era de “jamais
deixar de [...] anunciar coisa alguma proveitosa e de [...] ensinar
publicamente [...] (os preceitos de Deus) de casa em casa”, At.20.20.
Ao escrever aos Romanos, Paulo
identifica “[...] a
igreja que se reunia na casa [...] (de) Epêneto [...] os da casa de Narciso (e)
[...] Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e os irmãos que se reunia com
eles (com o desejo de proclamarem o evangelho da salvação, pois estavam entre
os gentios)”, Rm.16.5, 11, 14.
Acontecia também de alguns irmãos se
disporem a “[...]
hospedar (não apenas os evangelistas e apóstolos, mas também dispunham suas
casas para que) toda a igreja (se reunisse entre eles) [...]”, Rm.16.23.
Nos resta saber se as portas de
nossas casas estão abertas para pregar o evangelho.
A disponibilidade dessas casas
servia também para [...]
II – Entrosamento e proximidade.
Seria um exagero tomar essas
referências bíblicas sobre as reuniões nos lares e defender que a igreja
verdadeira é aquela que se reúne fora do templo.
Após um período de intensa
perseguição, a igreja passou a ater um local comum para suas reuniões e cultos,
pois não havia mais necessidade de ela se esconder.
Na Idade Média (entre os séculos V e
XV), com o surgimento dos movimentos de fraternidade, como os Valdenses (Pedro
Valdo), e o dos franciscanos (Francisco de Assis), é que as comunidades
domésticas voltaram a ser usadas com maior intensidade no cristianismo.
Após a Reforma Protestante, essas reuniões
foram úteis para os huguenotes (calvinistas franceses).
A prática de se reunir em comunidades
domésticas se estendeu à Morávia (República Checa),
Os irmãos Morávios se reuniam para
orações nos lares.
Na Inglaterra os metodistas faziam o
mesmo, na Alemanha os petistas costumavam reunir em casas para estudar as
Escrituras e fazer orações.
Mais recentemente, as comunidades
domésticas têm sido muito úteis à ‘igreja do silêncio’, na Rússia e na China.
O
uso dos pequenos grupos foi motivado pelas circunstâncias difíceis em que a
igreja vivia, sendo proibida de adorar a Deus em locais públicos.
Nos últimos anos, as reuniões nos
lares são realizadas em contextos urbanos.
A estrutura celular das comunidades
domésticas parece oferecer, nas grandes cidades, aquilo que o complexo urbano
dificulta: entrosamento e proximidade.
III – Algumas alternativas.
A – Estudo
bíblico.
No Brasil
várias igrejas estão adotando essa prática como alternativa para os estudos
bíblicos semanais.
Em vez de
manter o estudo bíblico no templo, se reúne nos lares com menor números de
pessoas.
O material
de estudo pode ser a mesma revista da Escola Dominical, um livro da Bíblia,
material de estudo indutivo ou um livro cristão.
Pode ser
que o resultado aconteça com maior frequência dos membros e muitos visitantes.
B – Comunhão.
As
vantagens oferecidas nas reuniões domésticas podem variar de acordo com as
características da cidade e da igreja.
Reuniões de
pequenos grupos podem desenvolver em ambientes familiares e pode possibilitar
mais comunhão.
C – Treinamento.
Pequenos grupos
podem ser benéficos no treinamento de algumas pessoas.
Cada uma
terá uma função a desempenhar para o bom andamento das reuniões.
Em vez de
ser apenas um expectador, o membro de um pequeno grupo será um participante
ativo.
D – Oração
e evangelização.
Os pequenos grupos servem como
pontes para oração e evangelização de vizinhos, amigos e parentes.
As
reuniões em pequenos grupos estimulam a oração e a evangelização.
Conclusão: Em Jerusalém,
após os apóstolos serem soltos, “[...] eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido
considerados dignos de sofrer afrontas (pelo) [...] Nome (de Jesus) At.5.41.
A soltura dos apóstolos não
aconteceu porque “[...]
todos os dias, no templo e de casa em casa, (os irmãos) não cessavam de ensinar
e de pregar Jesus, o Cristo”, At.5.42.
Aplicação: Faça do seu
lar um local para glorificar o nome de Jesus e para anunciar as boas novas de
salvação.
Sempre que possível, realize
reuniões em sua casa.
Chame os familiares, amigos e
vizinhos para eles ouvirem do amor de Deus.
Adaptado pelo
Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa fé – CCC – Rev. Valdeci Santos –
adaptado.
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