A IGREJA CARISMÁTICA, 1Pe.1.16-21.
Introd.: Carismática – grego – charisma.
Aparece o N.T. traduzida como “[...] dom espiritual [...] repartido [...] para que (muitos servos
de Deus) sejam confirmados”, Rm.1.11.
Em outra Escritura Paulo fala que “[...] o dom pela
graça de um só homem, Jesus Cristo, foi abundante sobre muitos”, Rm.5.15.
Ele também declara que “[...] o dom
gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor [...] (logo) os
dons [...] de Deus são irrevogáveis (não desfaz)”,
Rm.6.23; 11.29 sobre a vida daqueles que são escolhidos por Deus.
É por este motivo que “não (podemos) fazer-nos
negligentes para com o dom (trabalho, ministério) que há em nós [...]”, 1Tm.4.14. Em
muitas igrejas esses dons são usados para se referir àqueles que dão ênfase aos
dons do Espírito Santo.
Vamos analisar os principais
problemas causados pelo movimento carismático e o modo como devemos lidar com
eles.
I – Experiência X Escrituras.
No meio
carismático as experiências são supervalorizadas. Elas não precisam nem sequer
de uma base bíblica.
Eventos
são mostrados em programas de rádio e TV, ou na internet.
A postura
daqueles que frequentam tais igrejas assume a seguinte postura: “Se as
Escrituras não apoiam a experiência, pior para as Escrituras”.
Alguns
exemplos absurdos:
Ana Paula
Valadão – Unção do leão rugindo.
Galinha
falando em línguas e o galo interpretando.
Unção da vassoura.
Colher de
pedreiro ungida.
Unção do
pulo.
Unção do
pássaro.
Unção da
lama.
Pastor
cutucado por um anjo. O anjo lhe fazia cócegas, tamanha era a ‘intimidade’ que
tinha com o Senhor.
O público
fica extasiado com essas coisas – grita, chora, dá glória a Deus.
Nesse
meio, para que alguém continue a ser visto como espiritual, deve estar
constantemente envolvido com mais e mais experiências.
A consequência da busca incessante
de alguma experiência para se mostrar espiritual aconteceu com Moisés.
Após “[...] descer Moisés
do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho [...] não sabia
Moisés que a pele do seu rosto resplandecia (experiência particular com Deus),
depois de haver Deus falado com ele. (Até esse momento Moisés não havia
percebido, então,) olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis
que resplandecia a pele do seu rosto; e temeram chegar-se a ele. Então, Moisés
os chamou; Arão e todos os príncipes [...] e Moisés lhes falou [...] aos quais
ordenou ele tudo o que o SENHOR lhe falara no monte Sinai. (A partir desse
momento) [...] Moisés [...] pôs um véu sobre o rosto (talvez para dizer aos
demais: sou mais chegado de Deus, mais espiritual). Porém, vindo Moisés perante
o SENHOR para falar-lhe, removia o véu até sair [...] assim, pois, viam os
filhos de Israel o rosto de Moisés, viam que a pele do seu rosto resplandecia;
porém Moisés cobria de novo o rosto com o véu até entrar a falar”, Ex.34.29-35.
Todos nós somos gratos em querer ser
visto pelos outros e Moisés não era diferente.
Paulo fala “[...] que Moisés [...] punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel
não atentassem na terminação (fim) do que se desvanecia (já havia desaparecido
o brilho, pois era transitório)”,
2Co.3.13.
Queremos
que o outro fique sabendo que estamos orando, lendo a Bíblia, jejuando, fazendo
algum sacrifício como que dizendo: “Sou mais espiritual”.
Quando se
acha que o que dá sentido à vida cristão são a quantidade e a intensidade das
experiências tidas, entramos em um buraco sem fundo, pois sempre haverá uma
experiência maior.
Por não se
importarem em respaldar as experiências com a Escritura, ou por fazerem isso
com base em versículos fora do contexto, quando o fazem, os carismáticos já
trouxeram para dentro da igreja, vários outros desvios – ‘dente de ouro’,
‘vômito santo’, ‘unção do riso’, ‘cair no espírito’, ‘unção da ligeireza da
corsa’.
Esses
crentes ditos mais ‘próximos de Deus’, colocam um jugo muito grande sobre
aqueles que não têm tais experiências.
Paulo foi
acusado pelos falsos mestres de que “[...] a presença pessoal dele (era) fraca, e a
palavra desprezível”, 2Co.10.10.
Paulo lhes
disse que não era como aqueles “[...] que se louvam a si mesmos [...]”, 2Co.10.12, dando a entender que, os falsos profetas não
consideravam Paulo espiritual.
É por esse
motivo que Paulo fala: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém,
passarei às visões e revelações do Senhor”,
2Co.12.1.
Logo
depois ele completa: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das
revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me
esbofetear, a fim de que não me exalte”,
2Co.12.7.
A ênfase
principal dos carismáticos é que todos os crentes devem buscar ardentemente o
batismo do Espírito Santo como experiência distinta da salvação.
Eles
chamam de segunda bênção, evidenciada, principalmente, pelo dom de línguas.
Esse
ensino não resiste a uma verificação bíblica, mesmo porque, “[...] em um só
Espírito, todos nós fomos batizados em (formar) um só corpo, quer judeus, quer
gregos, quer escravos, quer livres. E a todos os foi dado beber de um só
Espírito”, 1Co.12.13.
Não existe
nenhuma margem para se entender o batismo do Espírito como uma segunda bênção.
Após a
nossa escolha em Jesus, “[...] o nosso corpo é santuário do Espírito
Santo, que está em nós, o qual temos da parte de Deus, e que não somos de nós
mesmos [...]”, 1Co.6.19.
Sendo de
Cristo, “[...] somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei
e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”, 2Co.6.16.
Não existe
uma segunda bênção porque; “[...] se alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele”, Rm.8.9.
No meio
carismático existe as [...]
II – Falsas
promessas.
A ênfase
nos sinais e maravilhas, e o entendimento de que estes são uma parte essencial
da vida cristã fazem do movimento carismático uma grande fábrica de ilusões.
A ideia
passada aos fiéis é que Deus certamente vai curar, conceder prosperidade e dar
fim a todos os problemas.
É
interessante notar no meio dos carismáticos quando eles declaram que “o SENHOR te porá por cabeça e não
por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, (mas não leem o final do verso
que diz:) se obedeceres aos mandamentos do SENHOR, teu Deus, que hoje te
ordeno, para os guardar e cumprir”, Dt.28.13.
Os
carismáticos ainda dizem: “Eu sou filho do dono do ouro e da prata”.
É preciso
saber que o Senhor Deus pode curar, fazer prosperar e resolver qualquer
problema, mas Deus não faz isso todo o tempo e com todas as pessoas.
Não tendo
como fundamentar biblicamente que Deus fará sempre aquilo que os crentes
esperam que ele faça, os carismáticos apelam para a experiência. O resultado
são as falsas promessas feitas em nome de Deus.
A – Fé
na fé.
O
movimento chamado “Confissão positiva” surgiu no meio carismático.
Eles
ensinam que Jesus já fez tudo o que precisava fazer, bastando ao crente agora
exercer sua fé.
Don
Grosset (Há poder em suas palavras, Ed. Vida) diz: “todo este livro trata só de
como obter o que se declara”. Ou seja, para que alguém receba algo, deve crer
naquilo que declarou, isso é fé na fé.
Os carismáticos afirmam ser errado
pedir para Deus fazer a sua vontade e, que, quando alguém não recebe o que
pediu, é porque faltou fé.
Ensinam
que devem determinar, ordenar, reivindicar aquilo que Jesus já conquistou para
eles, pois essa é uma promessa da Bíblia, e Deus não volta atrás naquilo que
promete.
É verdade
que Deus sempre cumpre o que promete. O problema é não encontrarmos nas
Escrituras promessa alguma sugerindo a obrigação de Deus em fazer tudo que
pedimos com fé.
Jesus é
contrário aos ensinos dos carismáticos ao nos ensinar a orar pedindo: “[...] faça-se a
tua vontade, assim na terra como no céu”,
Mt.6.10.
João, o
apóstolo, também fala contra o falso ensino da determinação, da reivindicação
ao declarar que “[...] esta é a confiança que temos para com Jesus: que, se pedirmos
alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve”, 1Jo.5.14.
Muitos
pastores televisivos aliados aos carismáticos dizem que, se você não recebeu o
que pediu foi simplesmente por falta de fé.
Com esse
pensamento antibíblico, os carismáticos pode declarar que Davi não tinha fé,
pois “buscou Davi a Deus pela criança: jejuou Davi [...] (mas) a criança
morreu [...]”, 2Sm.12.16,19.
Outro
também que é considerado um incrédulo, por parte dos carismáticos, sem fé, é o
apóstolo Paulo.
Paulo “[...] pediu três
vezes ao Senhor que [...] afastasse dele [...] (o) espinho na carne [...] (mas
o) Senhor lhe disse: A minha graça te basta [...]”, 2Co.12.8,7,9.
Que tipo
de fé é a sua?
B – Normatização
da experiência.
Biblicamente falando, não há respaldo
para as alegadas experiências dos carismáticos, mas imagine que uma delas, pelo
menos, seja autêntica.
Isso
confere o direito de normatizá-la e afirmar que todo crente pode e deve
experimentá-la? Não.
Nem todas
as promessas feitas na Bíblia se aplicam aos cristãos de modo geral.
A promessa
de “[...]
crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”,
At.16.31 não se aplica a todas as pessoas.
Essa
promessa foi cumprida, mas fora feita especificamente ao carcereiro da cidade
de Filipos e não a todos os crentes.
Um exemplo
é dos filhos de Eli, Hofni e Fineias que “[...] não ouviram a voz de seu pai, porque os
SENHOR os queria matar”, 1Sm.2.25 – não sabemos
sobre o destino eterno desses homens.
Os
carismáticos generalizam as experiências.
O resultado
desse tipo de comportamento será a decepção para com Deus, por ele ter
‘descumprido o trato’ ou a ‘fabricação’ da experiência, a fim de continuarem a
ser vistos como espirituais.
Precisamos
entender que a [...]
III – Experiência (é) confirmada pela Palavra.
A
experiência faz parte da vida cristã.
Os
cristãos têm como regra de fé as afirmações (ou proposições) feitas na
Escritura, por isso dizemos que a Escritura é nossa regra de prática.
A
experiência deve estar, portanto, firmada naquilo que a Bíblia ensina, e não
existir à parte dela.
Pedro
escreve a segunda epístola aos crentes com o objetivo de fortalecê-los e serem
orientá-los quanto à presença de falsos mestres dentro da igreja.
Um dos
ensinos falsos “[...] nos últimos dias, (é que) virão escarnecedores com os
seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a
promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas
permanecem como desde o princípio da criação”,
2Pe.3.3,4.
Pedro
deseja aos leitores “graça e paz [...] (para) ser multiplicada, no pleno
conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor”,
2Pe.1.2.
Ao obter
conhecimento, o servo de Deus sabe que “[...] pelo [...] divino poder (de) Deus, nos têm
sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento
completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”, 2Pe.1.3 e não para obter riqueza ou saúde completa.
Pedro
deseja que cada um de nós “[...] esteja sempre [...] lembrado acerca destas
coisas (doação da vida e piedade) [...]”,
2Pe.1.12 e não da experiência para viver é por isso que [...]
A – Pedro
conta a sua experiência.
Pedro foi testemunha ocular da
majestade de Cristo quando ele, Tiago e João ouviram a voz do Pai dizendo: “Este é o meu
filho amado, em quem me comprazo”, Jo.1.17.
Essa experiência de Pedro aconteceu
no dia da transfiguração de Jesus.
As vestes do Mestre resplandeceram e
eles viram, ao lado de Jesus, Moisés e Elias. Por esse motivo Mateus registrou as
palavras do Pai em relação ao seu Filho.
Pedro afirma nesta epístola que o
evangelho pregado por ele não é uma fábula, e sim algo experimentado por ele.
Pedro sabia que a experiência por si
só não é suficiente, por isso continuou seu argumento.
B – Sob o crivo da Escritura.
Após falar
da experiência da transfiguração, Pedro fala que “[...] não nos deu a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas ele (Tiago e João) [...]
foram testemunhas oculares da [...] majestade (de) Jesus (quando da Sua
transfiguração)”, 2Pe.1.16.
A experiência de Pedro foi também de
saber que “[...] Jesus recebeu, da parte de Deus
Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz:
Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”,
2Pe.1.17.
Ele declara: “Ora, esta voz (do Pai celeste), vinda do céu, nós a ouvimos quando
estávamos com ele no monte santo”, 2Pe.1.18 e
nem por isso Pedro, Tiago e João se consideraram mais espirituais que os demais
apóstolos.
Pedro e os demais apóstolos “tiveram, assim, tanto mais confirmada a palavra profética (anunciada
pelo V.T.), e fazemos bem em atendê-la (também), como a uma candeia que brilha
em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em nosso
coração”, 2Pe.1.19 para esclarecer-nos a
respeito da vinda de Cristo e de como viver para Deus sem muito alarde.
A experiência de Pedro só é válida
porque a Escritura pode confirmar em nosso coração.
A influência carismática estranha às
Escrituras não pode [...]
Conclusão: Fazer parte
da nossa vida.
Pedro “sabia, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular
elucidação (explicação)”, 2Pe.1.20 através de
um texto isolado ou porque um anjo tenha lhe falado.
É por isso que ele fala que “[...] nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo”, 2Pe.1.21.
Eu e você precisamos acreditar muito
mais na Palavra de Deus e não em profecias falsas ou algo semelhante, pois ela
é a nossa única regra de fé e prática.
Aplicação.
Você
costuma avaliar as experiências por meio da Palavra de Deus?
Dedique
tempo ao estudo pessoal e não perca as oportunidades de estudo oferecidas pela
igreja.
Submeta-se
à vontade de Deus, ele não está sujeito àquilo que queremos, mas fará sempre o
que lhe apraz – dá com prazer.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa fé – CCC – Rev. Milton Coutinho
Jesus Jr.
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