PIERCINGS E TATUAGEM
Hoje
em dia se discute a respeito do cristão, servo de Deus, sobre a permissão de
fazer ou não tatuagem no corpo e colocar piercings. Pais há que defendem com
unhas e dentes e deixam seus filhos, sob sua guarda, marcarem todo o corpo.
Outros mais rígidos dizem com alto e bom som: “Filho meu tem que obedecer as
minhas ordens”.
Filhos
há que, desobedientes que são, enfrentam seus progenitores atacando-os
frontalmente. Eles se deixam levar pela influência de seus amigos fazendo sinais
em seus corpos. Alguns dizem abertamente que desejam aumentar o número dos
chamados marcados pela besta, daí, incluem “a todos, os pequenos e os grandes,
os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa
marca sobre a mão direita ou sobre a fronte” (Ap 13.16).
A
marca visível não quer dizer que a pessoa faz parte dos aliados à besta. Este
texto fala muito mais sobre aquilo que a pessoa faz, seus atos, e o que ela
pensa, o que está impregnado na mente e no coração. Mas é preciso tomar cuidado
com o que muitas vezes a pessoa tem dito impensadamente, como por exemplo: ‘Eu
quero fazer parte do número dos não aliados de Deus’.
A
respeito do povo de Israel é dito que “[...] Deus lhes fez o que desejavam” (Sl
78.29). A discussão é longa, e a maioria deles não entra num acordo amigável e
jamais pergunta à Bíblia qual afinal é a posição, conselho e ensino do criador
do corpo humano que é o próprio Deus. O Senhor de todas as coisas certa vez
disse ao profeta Jeremias: “Invoca-me (chamar, gritar), e te responderei;
anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3).
Para
que todas as dúvidas sejam sanadas, então, que se comece perguntando: – Deus,
quem é o dono do corpo humano? E Ele responde: “Acaso, não sabeis que o vosso
corpo é santuário (lugar de habitação) do Espírito Santo, que está em vós, o
qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Sendo
o corpo propriedade do Espírito Santo de Deus deduz-se que ninguém neste mundo
pode fazer o que bem entende com esse corpo. Também é preciso saber que, no
geral, ou seja, quando se fala de igreja como corpo, organismo vivo neste
mundo, todos quantos fazem parte dessa instituição militante, precisam aprender
a “[…] dar testemunho” (Lc 21.13).
É
exatamente isso o que cada aprendiz do reino dos céus deve fazer enquanto
estiver neste mundo. Essa atitude deve ser tomada porque mais uma vez Paulo
reforça dizendo: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros
desse corpo” (1Co 12.27). Neste caso quem tem autonomia sobre o corpo humano
não é o pai, a mãe e nem mesmo o filho, mas o Deus Supremo e Sustentador de
todas as coisas.
Ora,
sendo Deus o criador e sustentador de todos as coisas, é evidente que o corpo
físico deve ser protegido, porque a ordem é esta: “Tem cuidado de ti mesmo […]”
(1Tm 4.16). Nesse cuidado se inclui: boa alimentação, veste adequada, cuidado
com a saúde, e, é lógico, não se machucando, porque o correto deve ser este:
“Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida,
como também Cristo o faz com a igreja” (Ef 5.29). Todo esse cuidado é requerido
porque o único dono do corpo é o Deus Todo-Poderoso.
Mais
uma pergunta: Na história bíblica, na época da igreja primitiva e da igreja
cristã, há algum relato sobre tatuagens ou piercings? Sim. Quando Deus
mandou Moisés escrever as leis para dar direção ao Seu povo, Ele ordenou
dizendo: “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma
sobre vós. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.28).
Esta
ordem fora dada porque o costume dos povos vizinhos era de “[…] clamar em altas
vozes e se retalharem com facas e com lancetas (pequeno punhal), segundo o seu
costume […]” (1Rs 18.28). Esses cortes não eram profundos, eram feitas pequenas
ranhuras “[…] até derramarem sangue” (1Rs 18.28). Com essa atitude seus corpos
ficavam tatuados para sempre. Deus não permitiu que tal acontecesse com seus
filhos.
Noutra
época, antes de Israel ser levado para o cativeiro, a mensagem proibitiva
enviada através do profeta Jeremias foi escrita nestes termos: “Nesta terra,
morrerão grandes e pequenos e não serão sepultados; não os prantearão, nem se
farão por eles incisões (cortar), nem por eles se raparão as cabeças” (Jr 16.6).
É preciso lembrar que o costume da auto flagelação (bater, açoitar) quis
invadir e penetrar no meio do povo escolhido, mas Deus os proibiu.
Jesus
falou que o endemoninhado “andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre
os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras” (Mc 5.5). Ao invés de
usarem facas ou punhais, os endemoninhados usavam pedras para se machucarem,
consequentemente, deixando marcas profundas. Caso fosse aprovada essa atitude,
Jesus nem teria expulsado o demônio e nem teria escrito que, para se
prejudicar, o jovem possesso usava pedras.
Em
nenhum momento da história da igreja cristã se ouviu falar ou foi escrito que
membros da comunidade “chamada (de) Povo Santo, Remidos-Do-SENHOR […]” (Is 62.12)
tenham marcados os seus corpos ou aberto parte dele para introduzir metais de
qualquer espécie para serem usados como enfeites.
E
também sobre piercings a Bíblia não fala nada, mas por dedução é possível saber
que se Deus não permitiu que nem mesmo ranhuras fossem feitas, quanto mais
perfurar parte do corpo para introduzir joias como adereços.
Que
cada um julgue a si mesmo se está certo ou errado diante de Deus marcar o corpo
e colocar piercings, porque em toda a história do povo de Deus eles usavam
apenas “[...] o enfeite dos anéis dos tornozelos [...] e as jóias pendentes do
nariz (mas estes) tiraria o Senhor [...]” (Is 3.18,21).
Rev. Salvador P.
Santana
Nenhum comentário:
Postar um comentário