sexta-feira, 3 de julho de 2015

PIERCINGS E TATUAGEM

PIERCINGS E TATUAGEM
            Hoje em dia se discute a respeito do cristão, servo de Deus, sobre a permissão de fazer ou não tatuagem no corpo e colocar piercings. Pais há que defendem com unhas e dentes e deixam seus filhos, sob sua guarda, marcarem todo o corpo. Outros mais rígidos dizem com alto e bom som: “Filho meu tem que obedecer as minhas ordens”.
            Filhos há que, desobedientes que são, enfrentam seus progenitores atacando-os frontalmente. Eles se deixam levar pela influência de seus amigos fazendo sinais em seus corpos. Alguns dizem abertamente que desejam aumentar o número dos chamados marcados pela besta, daí, incluem “a todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte” (Ap 13.16).
            A marca visível não quer dizer que a pessoa faz parte dos aliados à besta. Este texto fala muito mais sobre aquilo que a pessoa faz, seus atos, e o que ela pensa, o que está impregnado na mente e no coração. Mas é preciso tomar cuidado com o que muitas vezes a pessoa tem dito impensadamente, como por exemplo: ‘Eu quero fazer parte do número dos não aliados de Deus’.
            A respeito do povo de Israel é dito que “[...] Deus lhes fez o que desejavam” (Sl 78.29). A discussão é longa, e a maioria deles não entra num acordo amigável e jamais pergunta à Bíblia qual afinal é a posição, conselho e ensino do criador do corpo humano que é o próprio Deus. O Senhor de todas as coisas certa vez disse ao profeta Jeremias: “Invoca-me (chamar, gritar), e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3).
            Para que todas as dúvidas sejam sanadas, então, que se comece perguntando: – Deus, quem é o dono do corpo humano? E Ele responde: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário (lugar de habitação) do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
            Sendo o corpo propriedade do Espírito Santo de Deus deduz-se que ninguém neste mundo pode fazer o que bem entende com esse corpo. Também é preciso saber que, no geral, ou seja, quando se fala de igreja como corpo, organismo vivo neste mundo, todos quantos fazem parte dessa instituição militante, precisam aprender a “[…] dar testemunho” (Lc 21.13).
            É exatamente isso o que cada aprendiz do reino dos céus deve fazer enquanto estiver neste mundo. Essa atitude deve ser tomada porque mais uma vez Paulo reforça dizendo: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (1Co 12.27). Neste caso quem tem autonomia sobre o corpo humano não é o pai, a mãe e nem mesmo o filho, mas o Deus Supremo e Sustentador de todas as coisas.
            Ora, sendo Deus o criador e sustentador de todos as coisas, é evidente que o corpo físico deve ser protegido, porque a ordem é esta: “Tem cuidado de ti mesmo […]” (1Tm 4.16). Nesse cuidado se inclui: boa alimentação, veste adequada, cuidado com a saúde, e, é lógico, não se machucando, porque o correto deve ser este: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja” (Ef 5.29). Todo esse cuidado é requerido porque o único dono do corpo é o Deus Todo-Poderoso.
            Mais uma pergunta: Na história bíblica, na época da igreja primitiva e da igreja cristã, há algum relato sobre tatuagens ou piercings? Sim. Quando Deus mandou Moisés escrever as leis para dar direção ao Seu povo, Ele ordenou dizendo: “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.28).
            Esta ordem fora dada porque o costume dos povos vizinhos era de “[…] clamar em altas vozes e se retalharem com facas e com lancetas (pequeno punhal), segundo o seu costume […]” (1Rs 18.28). Esses cortes não eram profundos, eram feitas pequenas ranhuras “[…] até derramarem sangue” (1Rs 18.28). Com essa atitude seus corpos ficavam tatuados para sempre. Deus não permitiu que tal acontecesse com seus filhos.
            Noutra época, antes de Israel ser levado para o cativeiro, a mensagem proibitiva enviada através do profeta Jeremias foi escrita nestes termos: “Nesta terra, morrerão grandes e pequenos e não serão sepultados; não os prantearão, nem se farão por eles incisões (cortar), nem por eles se raparão as cabeças” (Jr 16.6). É preciso lembrar que o costume da auto flagelação (bater, açoitar) quis invadir e penetrar no meio do povo escolhido, mas Deus os proibiu.
            Jesus falou que o endemoninhado “andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras” (Mc 5.5). Ao invés de usarem facas ou punhais, os endemoninhados usavam pedras para se machucarem, consequentemente, deixando marcas profundas. Caso fosse aprovada essa atitude, Jesus nem teria expulsado o demônio e nem teria escrito que, para se prejudicar, o jovem possesso usava pedras.
            Em nenhum momento da história da igreja cristã se ouviu falar ou foi escrito que membros da comunidade “chamada (de) Povo Santo, Remidos-Do-SENHOR […]” (Is 62.12) tenham marcados os seus corpos ou aberto parte dele para introduzir metais de qualquer espécie para serem usados como enfeites.
            E também sobre piercings a Bíblia não fala nada, mas por dedução é possível saber que se Deus não permitiu que nem mesmo ranhuras fossem feitas, quanto mais perfurar parte do corpo para introduzir joias como adereços.
            Que cada um julgue a si mesmo se está certo ou errado diante de Deus marcar o corpo e colocar piercings, porque em toda a história do povo de Deus eles usavam apenas “[...] o enfeite dos anéis dos tornozelos [...] e as jóias pendentes do nariz (mas estes) tiraria o Senhor [...]” (Is 3.18,21).

Rev. Salvador P. Santana

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