O
PROBLEMA DAS EXPECTATIVAS, Gn.2.18-24.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para Escola Dominical – Nossa fé – Falsas
expectativas no casamento – Lições adaptadas dos livros “O que você esperava?
Paul David Tripp e Casamento temporário, de John Piper – ECC – Autoria dos
roteiros do aluno – Rev. Jônatas Abdias de Macedo.
Introd.: Criar
expetativas pode não ser ruim, mas quando elas são frustradas, há um grande
problema.
Quando
a expectativa é muito alta ou equivocada, ficamos expostos à decepção.
Temos
de refletir sobre o perigo de nutrir falsas expectativas quanto ao casamento.
Não
podemos querer o que não tem chance de acontecer.
Temos
de lidar com as expectativas de acordo com o ensino da Escritura para não
esperar o que nem Deus nem o cônjuge nos prometeram.
1 – É possível evitar problemas?
“E
a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha
trouxe”, Gn.2.22.
Foi
possível para Adão e Eva evitar problemas no relacionamento conjugal?
Foi
possível evitar problemas enquanto Adão e Eva estavam no Jardim do Éden.
No
Éden, “[...] um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam”,
Gn.2.25.
Após
o pecado, “abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus,
coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si”, Gn.3.7, daí, o homem
desandou, estragou o relacionamento perfeito que tinham.
Mesmo
após o pecado, com expectativas realistas será possível evitar muitas
frustrações comuns da vida conjugal.
É
dever de cada cristão estar consciente de que não conseguiremos escapar por
completo das situações desanimadoras.
Entenda
que “o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem
do SENHOR”, Pv.16.1.
Falsas
expectativas para o casamento:
1
– O outro me fará feliz;
2
– Serei amado (a);
3
– Posso confiar cegamente;
4
– Serei compreendido (a);
5
– Nada pode arruinar a nossa relação;
6
– Não importa o que você faz, eu sempre perdoo;
7
– Pode acabar o mundo, menos o meu amor por você – amor eterno;
8
– A pessoa mais perfeita, mais linda que eu já conheci.
Deus
não promete um cônjuge perfeito, mas “[...] o SENHOR Deus (fala): Não é bom que
o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”, Gn.2.18,
capaz, apta.
Com
expectativas realistas será possível evitar muitas frustrações na vida do
casal.
Não
conseguiremos escapar por completo das situações desanimadoras.
Precisamos
entender que, “se procedermos bem [...] seremos aceitos [...] se, todavia,
procedermos mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra nós,
mas a nós cumpre dominá-lo”, Gn.4.7.
Nossa
vida e o casamento não acontecem e se desenrolam sempre conforme nossos planos,
aprenda que, “o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos
lábios vem do SENHOR”, Pv.16.1 para corrigir, disciplinar, fortalecer a nossa
fé. É
possível evitar problemas quando reconhecemos que “[...] esta, afinal, é osso
dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão
foi tomada”, Gn.2.23 – respeito, fidelidade, companheirismo, dedicação.
O
nosso casamento precisa ser resgatado, diariamente, pela graça de Deus mais
vezes do que imaginamos.
2 – O correto uso da Escritura.
Não
é à toa, “por isso, deixar o homem pai e mãe e se unir à sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne”, Gn.2.24.
O
problema é que filhos levam e trazem seus embates aos pais – sobre o cuidado da
casa, asseio, responsabilidades domésticas, financeiras, companheirismo, falar
mal da família do outro.
Não
podemos recorrer à Escritura apenas para procurar passagens bíblicas que tratem
das nossas dificuldades.
É
preciso “buscar o SENHOR enquanto se pode achar, invocando-o enquanto está
perto”,
Is.55.6.
É
preciso que “as palavras dos nossos lábios e o meditar do nosso coração sejam
agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!”, Sl.19.14.
Devemos
reconhecer que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”,
2Tm.3.16, 17.
Leia
a Bíblia!
Nas
Escrituras Sagradas encontramos ensinamentos para o casamento, portanto, é
dever de cada um “[...] conhecer Deus e saber que ele é o SENHOR e faz
misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Ele (se) agrada,
diz o SENHOR”, Jr.9.24.
Cada
situação com que um casal tem de lidar é, de certo modo, antecipada por um
mandamento, princípio, proposição ou perspectiva na Bíblia.
As
pessoas da Bíblia são como você e seu cônjuge: fracas e falhas.
As
situações da Bíblia são como as nossas: complicadas e inesperadas.
Desde
“[...] Caim [...] matar [...] Abel [...]”, Gn.4.8 até a traição gananciosa de
“[...] Judas Iscariotes [...] (recebendo as) trinta moedas de prata [...] para
[...] entregar Jesus”, Mt.26.14, 15, vemos os efeitos e as consequências do
pecado em todos os homens.
O
Senhor nos faz ver o mundo como ele é, e faz isso para sermos realistas em
nossas expectativas.
“Eis
que o SENHOR Deus (é o único capaz que pode) nos ajudar [...]”, Is.50.9 no uso
correto das Escrituras Sagradas.
Precisamos
aceitar que “[...] a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos
do coração”, Hb.4.12.
A
Palavra de Deus e a graça de Deus pode tornar você realista e honesto em todo
trato no seu casamento.
Foi
por esse motivo que, “havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os
animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como
este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse
seria o nome deles”, Gn.2.19, ou seja, Deus foi realista e honesto com Adão.
3 – Criando verdadeiro interesse.
“Tu
és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito”, Ct.4.7.
Há
casais que não estão interessados em interromper o clima romântico, do relacionamento
pré-marital para encarar a realidade quanto aos problemas, desafios e provações
que enfrentarão.
Precisamos
aceitar que “[...] no mundo, passamos por aflições [...]”, Jo.16.33, apesar de
sermos servos de Deus.
Após
o pecado de Adão, ninguém ficou para sempre “[...] toda formosa [...] em (que)
[...] não há defeito”, Ct.4.7.
Não
existe um casamento perfeito sem discórdia, mesmo porque, somos orientados a
“[...] suportar as aflições [...]”, 2Tm.4.5.
Todos
os casais enfrentam problemas, desafios e provações, por isso, precisamos
avaliar as nossas expectativas e pedir orientação à Deus.
A
– Vivemos em um mundo caído.
Após
o pecado de Adão e Eva, “O SENHOR Deus [...] lançou (o homem) fora do jardim do
Éden [...]”, Gn.3.23, daí, “viu o SENHOR que a maldade do homem se havia
multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu
coração”, Gn.6.5.
Todas
as relações conjugais são desenvolvidas em um mundo caído e sofrem diariamente
os efeitos da queda.
Por
mais que os efeitos do mundo nos afetem, não precisamos temer: “Eis que [...]
(o) Emanuel [...] Deus (está) conosco”, Mt.1.23.
Aquele
que crê tem um “[...] Deus (que) tem força para ajudar [...]”, 2Cr.25.8 em
nossos relacionamentos.
Não
pensa que o seu cônjuge é o mais perfeito e que não tem pecado dizendo: – “Ele
é um santo, um anjo de
Deus”.
B
– Um pecador casado com outro.
Não
existe ninguém perfeito, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”,
Rm.3.23.
No
casamento somos afetados pelo pecado, fraqueza e falhas da nossa própria
natureza e da pessoa com quem nos casamos.
Os
dois com “[...] a língua [...] contamina o corpo inteiro [...] de uma só boca
procede bênção e maldição [...] cobiçam [...] falam mal uns dos outros [...]”,
Tg.3.6, 10; 4.1, 11.
Os
dois ficam aborrecidos, cansados, respondões e carregam o fardo do pecado,
“então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma
vez consumado, gera a morte”, Tg.1.15 com brigas e possível
separações.
Cada
um vem de famílias e costumes diferentes, logo, não despreza essa verdade
construindo expectativas irreais com respeito ao seu cônjuge.
4 – Expectativas bíblicas e realistas.
O
texto básico fala: “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”, Gn.2.18.
Isto
quer dizer que o casamento foi criado para ser algo prazeroso ao ser humano e
um meio para Deus ser adorado.
Adão
estava só, mas Deus permitiu “dar nome o homem a todos os animais domésticos,
às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se
achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea”, Gn.2.20.
É
o próprio Deus desejando o melhor para seus filhos, “então, o SENHOR Deus fez
cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e
fechou o lugar com carne”, Gn.2.21.
O
homem deveria suprir o que faltasse à mulher, e a mulher o que faltasse ao
homem.
A
aliança entre o homem e a sua mulher é um claro reflexo do relacionamento de
Deus com o seu povo.
A
entrada do pecado afetou imediatamente essa relação.
Adão
fica encantado com a sua esposa, por ter encontrado uma auxiliadora.
Adão,
poeticamente, “[...] disse [...] esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da
minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”, Gn.2.23.
O
encantamento de Adão pela sua esposa acaba quando “então, disse o homem (a
Deus): A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”,
Gn.3.12.
A
triste realidade do pecado nos faz adotar pressupostos para que tenhamos
expectativas bíblicas e realistas sobre o casamento.
A
– Relacionamentos são difíceis.
Todos
os relacionamentos são difíceis.
Isto
não quer dizer que o casamento consista apenas de dificuldades, mas surgem e
podem atrapalhar.
Além
dos embates no casamento, todos precisam, “[...] na sua luta contra o pecado
(dentro do casamento) [...] resistir até ao sangue”, Hb.12.4.
Cada
um dos cônjuges precisa “seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor”, Hb.12.14, só assim, os cônjuges terão condições de
reconhecer o seu pecado com humildade.
B
– Relacionamentos são um meio, não um fim.
A
pergunta de João perdura até nossos dias: “Quem não temerá e não glorificará o
teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e
adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos”,
Ap.15.4.
Toda
criação deve servir e glorificar a Deus.
Com
o nosso pecado tendemos a tratar as pessoas e a criação como mais importantes
do que o criador.
Devemos
saber que foi Deus quem “[...] lançou os fundamentos da terra; e os céus são
obra das suas mãos. Eles perecerão, mas Deus permanece [...]”, Sl.102.25, 26,
logo, Deus deve ser exaltado, glorificado.
A
satisfação relacional perfeita que encontramos é somente em Deus.
Não
podemos elevar a criação acima do criador.
C
– Relacionamentos e os segredos do coração.
Procuramos
estratégias e técnicas para livrar a nossa dor no relacionamento.
As
técnicas nos fazem acreditar que os problemas podem ser resolvidos com ajustes
e comportamentos sem mudanças nas inclinações do coração.
Para
conseguir um coração transformado é preciso que “[...] o fruto do Espírito
[...] (domina com) amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”,
Gl.5.22, 23.
Jesus
Cristo é a única esperança verdadeira para os relacionamentos imperfeitos, por
isso, “[...] Deus [...] (é quem) conhece os segredos dos corações [...]”,
Sl.44.21.
D
– Relacionamentos e a redenção.
Deus
ainda nos mantém em relacionamentos confusos para cumprir o seu propósito de
redenção.
Deus
pode simplesmente melhorar o seu casamento de uma hora para outra.
Queremos
que Deus transforme o nosso relacionamento, mas o Senhor quer que o
relacionamento nos transforme.
O
relacionamento conjugal é “como o ferro com o ferro se afia [...]”, Pv.27.17.
O
aspecto mais perigoso de nossos relacionamentos não é a nossa fraqueza, mas a
nossa ilusão de força, de capacidade para lidar com a situação sozinhos.
Deus
é quem nos “faz passar [...] pelo fogo, e [...] (nos) purifica como se purifica
a prata, e [...] (nos) prova como se prova o ouro [...] (só então, é que o
casal pode) invocar [...] o SENHOR [...]”, Zc.13.9 para nos levar à maturidade
espiritual.
E
– Relacionamentos e a graça.
Um
dos maiores problemas é que “o [...] povo (de) Deus está sendo destruído,
porque lhe falta o conhecimento. Porque [...] rejeita o conhecimento, também
Deus te rejeitará [...]”, Os.4.6.
A
cegueira fecha os nossos olhos para os nossos pecados e para as maneiras como
Deus protege a nós e aos que estão ao nosso redor.
O
efeito dessa cegueira é a maneira tendenciosa como avaliamos nosso casamento,
mirando os pecados, fraquezas e fracassos, em vez do bem que Deus está
operando.
Se
procurarmos pela ação de Deus em nossos relacionamentos, sempre encontraremos
coisas pelas quais poderemos agradecer.
Precisamos
lembrar que é somente “[...] o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos
tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em
Cristo”,
Ef.1.3.
F
– Relacionamentos e a esperança oferecida pela Escritura.
É
um árduo trabalho o relacionamento conjugal.
A
nossa “[...] fé (deve estar) em Deus [...] a nossa [...] esperança (deve) estar
em Deus”, 1Pe.1.21.
Podemos
“[...] nos gloriar em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de
quem recebemos, agora, a reconciliação”, Rm.5.11 com Deus e depois com o
cônjuge.
A
reconciliação com Deus é a base para a forma como nos reconciliamos uns com os
outros.
Quando
Deus reina em nosso coração, a paz reina em nossos
relacionamentos.
Conclusão: Nutrir
expectativas realistas sobre o casamento, algumas vezes, quer dizer “servir uns
aos outros [...]”, 1Pe.4.10 quando essa é a última coisa que queremos fazer.
Outras
vezes é ouvir quando nosso instinto é o de argumentar; ou demonstrar amor
naqueles momentos em que o outro parece não merecer.
Pedir
perdão quando somos tentados a dizer que estamos certos; passar por cima de
ofensas.
Como
cristão, somos chamados no matrimônio a ministrar graça ao nosso cônjuge.
Aplicação:
Viva
com discernimento; casamento não é coisa de somenos importância.
Reavalie
suas expectativas submetendo-as ao crivo bíblico.
Encoraje-se:
não recebemos apenas o triste aviso de que teremos problemas em potencial, mas
também a promessa de que haverá provisão para enfrentá-los.
Rev. Salvador P. Santana
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