quarta-feira, 18 de março de 2020

Gn.2.18-24 - O PROBLEMA DAS EXPECTATIVAS.

O PROBLEMA DAS EXPECTATIVAS, Gn.2.18-24.

 

            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para Escola Dominical – Nossa fé – Falsas expectativas no casamento – Lições adaptadas dos livros “O que você esperava? Paul David Tripp e Casamento temporário, de John Piper – ECC – Autoria dos roteiros do aluno – Rev. Jônatas Abdias de Macedo.

 

Introd.:           Criar expetativas pode não ser ruim, mas quando elas são frustradas, há um grande problema.

            Quando a expectativa é muito alta ou equivocada, ficamos expostos à decepção.

            Temos de refletir sobre o perigo de nutrir falsas expectativas quanto ao casamento.

            Não podemos querer o que não tem chance de acontecer.

            Temos de lidar com as expectativas de acordo com o ensino da Escritura para não esperar o que nem Deus nem o cônjuge nos prometeram.

1 – É possível evitar problemas?

            “E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe”, Gn.2.22.

            Foi possível para Adão e Eva evitar problemas no relacionamento conjugal?

            Foi possível evitar problemas enquanto Adão e Eva estavam no Jardim do Éden.

            No Éden, “[...] um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam”, Gn.2.25.

            Após o pecado, “abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si”, Gn.3.7, daí, o homem desandou, estragou o relacionamento perfeito que tinham.

            Mesmo após o pecado, com expectativas realistas será possível evitar muitas frustrações comuns da vida conjugal.

            É dever de cada cristão estar consciente de que não conseguiremos escapar por completo das situações desanimadoras.

            Entenda que “o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR”, Pv.16.1.

            Falsas expectativas para o casamento:

            1 – O outro me fará feliz;

            2 – Serei amado (a);

            3 – Posso confiar cegamente;

            4 – Serei compreendido (a);

            5 – Nada pode arruinar a nossa relação;

            6 – Não importa o que você faz, eu sempre perdoo;

            7 – Pode acabar o mundo, menos o meu amor por você – amor eterno;

            8 – A pessoa mais perfeita, mais linda que eu já conheci.

            Deus não promete um cônjuge perfeito, mas “[...] o SENHOR Deus (fala): Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”, Gn.2.18, capaz, apta.

            Com expectativas realistas será possível evitar muitas frustrações na vida do casal.

            Não conseguiremos escapar por completo das situações desanimadoras.

            Precisamos entender que, “se procedermos bem [...] seremos aceitos [...] se, todavia, procedermos mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra nós, mas a nós cumpre dominá-lo”, Gn.4.7.

            Nossa vida e o casamento não acontecem e se desenrolam sempre conforme nossos planos, aprenda que, “o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR”, Pv.16.1 para corrigir, disciplinar, fortalecer a nossa fé.                 É possível evitar problemas quando reconhecemos que “[...] esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”, Gn.2.23 – respeito, fidelidade, companheirismo, dedicação.

            O nosso casamento precisa ser resgatado, diariamente, pela graça de Deus mais vezes do que imaginamos.

2 – O correto uso da Escritura.

            Não é à toa, “por isso, deixar o homem pai e mãe e se unir à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”, Gn.2.24.

            O problema é que filhos levam e trazem seus embates aos pais – sobre o cuidado da casa, asseio, responsabilidades domésticas, financeiras, companheirismo, falar mal da família do outro.

            Não podemos recorrer à Escritura apenas para procurar passagens bíblicas que tratem das nossas dificuldades.

            É preciso “buscar o SENHOR enquanto se pode achar, invocando-o enquanto está perto”, Is.55.6.                    

            É preciso que “as palavras dos nossos lábios e o meditar do nosso coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!”, Sl.19.14.

            Devemos reconhecer que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”, 2Tm.3.16, 17.

            Leia a Bíblia!

            Nas Escrituras Sagradas encontramos ensinamentos para o casamento, portanto, é dever de cada um “[...] conhecer Deus e saber que ele é o SENHOR e faz misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Ele (se) agrada, diz o SENHOR”, Jr.9.24.

            Cada situação com que um casal tem de lidar é, de certo modo, antecipada por um mandamento, princípio, proposição ou perspectiva na Bíblia.

            As pessoas da Bíblia são como você e seu cônjuge: fracas e falhas.

            As situações da Bíblia são como as nossas: complicadas e inesperadas.

            Desde “[...] Caim [...] matar [...] Abel [...]”, Gn.4.8 até a traição gananciosa de “[...] Judas Iscariotes [...] (recebendo as) trinta moedas de prata [...] para [...] entregar Jesus”, Mt.26.14, 15, vemos os efeitos e as consequências do pecado em todos os homens.

            O Senhor nos faz ver o mundo como ele é, e faz isso para sermos realistas em nossas expectativas.

            “Eis que o SENHOR Deus (é o único capaz que pode) nos ajudar [...]”, Is.50.9 no uso correto das Escrituras Sagradas.

            Precisamos aceitar que “[...] a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”, Hb.4.12.    

            A Palavra de Deus e a graça de Deus pode tornar você realista e honesto em todo trato no seu casamento.

            Foi por esse motivo que, “havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles”, Gn.2.19, ou seja, Deus foi realista e honesto com Adão.

3 – Criando verdadeiro interesse.

            “Tu és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito”, Ct.4.7.

            Há casais que não estão interessados em interromper o clima romântico, do relacionamento pré-marital para encarar a realidade quanto aos problemas, desafios e provações que enfrentarão.

            Precisamos aceitar que “[...] no mundo, passamos por aflições [...]”, Jo.16.33, apesar de sermos servos de Deus.

            Após o pecado de Adão, ninguém ficou para sempre “[...] toda formosa [...] em (que) [...] não há defeito”, Ct.4.7.

            Não existe um casamento perfeito sem discórdia, mesmo porque, somos orientados a “[...] suportar as aflições [...]”, 2Tm.4.5.

            Todos os casais enfrentam problemas, desafios e provações, por isso, precisamos avaliar as nossas expectativas e pedir orientação à Deus.

            A – Vivemos em um mundo caído.

            Após o pecado de Adão e Eva, “O SENHOR Deus [...] lançou (o homem) fora do jardim do Éden [...]”, Gn.3.23, daí, “viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”, Gn.6.5.

            Todas as relações conjugais são desenvolvidas em um mundo caído e sofrem diariamente os efeitos da queda.

            Por mais que os efeitos do mundo nos afetem, não precisamos temer: “Eis que [...] (o) Emanuel [...] Deus (está) conosco”, Mt.1.23.  

            Aquele que crê tem um “[...] Deus (que) tem força para ajudar [...]”, 2Cr.25.8 em nossos relacionamentos.        

            Não pensa que o seu cônjuge é o mais perfeito e que não tem pecado dizendo: – “Ele é um santo, um anjo de Deus”.           

            B – Um pecador casado com outro.

            Não existe ninguém perfeito, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”, Rm.3.23.

            No casamento somos afetados pelo pecado, fraqueza e falhas da nossa própria natureza e da pessoa com quem nos casamos.

            Os dois com “[...] a língua [...] contamina o corpo inteiro [...] de uma só boca procede bênção e maldição [...] cobiçam [...] falam mal uns dos outros [...]”, Tg.3.6, 10; 4.1, 11.

            Os dois ficam aborrecidos, cansados, respondões e carregam o fardo do pecado, “então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”, Tg.1.15 com brigas e possível separações.  

            Cada um vem de famílias e costumes diferentes, logo, não despreza essa verdade construindo expectativas irreais com respeito ao seu cônjuge.   

4 – Expectativas bíblicas e realistas.

            O texto básico fala: “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”, Gn.2.18.

            Isto quer dizer que o casamento foi criado para ser algo prazeroso ao ser humano e um meio para Deus ser adorado.

            Adão estava só, mas Deus permitiu “dar nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea”, Gn.2.20.

            É o próprio Deus desejando o melhor para seus filhos, “então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne”, Gn.2.21.

            O homem deveria suprir o que faltasse à mulher, e a mulher o que faltasse ao homem.

            A aliança entre o homem e a sua mulher é um claro reflexo do relacionamento de Deus com o seu povo.

            A entrada do pecado afetou imediatamente essa relação.

            Adão fica encantado com a sua esposa, por ter encontrado uma auxiliadora.

            Adão, poeticamente, “[...] disse [...] esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada”, Gn.2.23.

            O encantamento de Adão pela sua esposa acaba quando “então, disse o homem (a Deus): A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”, Gn.3.12.

            A triste realidade do pecado nos faz adotar pressupostos para que tenhamos expectativas bíblicas e realistas sobre o casamento.

            A – Relacionamentos são difíceis.

            Todos os relacionamentos são difíceis.

            Isto não quer dizer que o casamento consista apenas de dificuldades, mas surgem e podem atrapalhar.

            Além dos embates no casamento, todos precisam, “[...] na sua luta contra o pecado (dentro do casamento) [...] resistir até ao sangue”, Hb.12.4.

            Cada um dos cônjuges precisa “seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”, Hb.12.14, só assim, os cônjuges terão condições de reconhecer o seu pecado com humildade.

            B – Relacionamentos são um meio, não um fim.

            A pergunta de João perdura até nossos dias: “Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos”, Ap.15.4.

            Toda criação deve servir e glorificar a Deus.

            Com o nosso pecado tendemos a tratar as pessoas e a criação como mais importantes do que o criador.

            Devemos saber que foi Deus quem “[...] lançou os fundamentos da terra; e os céus são obra das suas mãos. Eles perecerão, mas Deus permanece [...]”, Sl.102.25, 26, logo, Deus deve ser exaltado, glorificado.

            A satisfação relacional perfeita que encontramos é somente em Deus.

            Não podemos elevar a criação acima do criador.

            C – Relacionamentos e os segredos do coração.

            Procuramos estratégias e técnicas para livrar a nossa dor no relacionamento.

            As técnicas nos fazem acreditar que os problemas podem ser resolvidos com ajustes e comportamentos sem mudanças nas inclinações do coração.

            Para conseguir um coração transformado é preciso que “[...] o fruto do Espírito [...] (domina com) amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”, Gl.5.22, 23.

            Jesus Cristo é a única esperança verdadeira para os relacionamentos imperfeitos, por isso, “[...] Deus [...] (é quem) conhece os segredos dos corações [...]”, Sl.44.21.

            D – Relacionamentos e a redenção.

            Deus ainda nos mantém em relacionamentos confusos para cumprir o seu propósito de redenção.

            Deus pode simplesmente melhorar o seu casamento de uma hora para outra.

            Queremos que Deus transforme o nosso relacionamento, mas o Senhor quer que o relacionamento nos transforme.

            O relacionamento conjugal é “como o ferro com o ferro se afia [...]”, Pv.27.17.

            O aspecto mais perigoso de nossos relacionamentos não é a nossa fraqueza, mas a nossa ilusão de força, de capacidade para lidar com a situação sozinhos.

            Deus é quem nos “faz passar [...] pelo fogo, e [...] (nos) purifica como se purifica a prata, e [...] (nos) prova como se prova o ouro [...] (só então, é que o casal pode) invocar [...] o SENHOR [...]”, Zc.13.9 para nos levar à maturidade espiritual.

            E – Relacionamentos e a graça.

            Um dos maiores problemas é que “o [...] povo (de) Deus está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque [...] rejeita o conhecimento, também Deus te rejeitará [...]”, Os.4.6.

            A cegueira fecha os nossos olhos para os nossos pecados e para as maneiras como Deus protege a nós e aos que estão ao nosso redor.

            O efeito dessa cegueira é a maneira tendenciosa como avaliamos nosso casamento, mirando os pecados, fraquezas e fracassos, em vez do bem que Deus está operando.     

            Se procurarmos pela ação de Deus em nossos relacionamentos, sempre encontraremos coisas pelas quais poderemos agradecer.

            Precisamos lembrar que é somente “[...] o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”, Ef.1.3.            

            F – Relacionamentos e a esperança oferecida pela Escritura.

            É um árduo trabalho o relacionamento conjugal.

            A nossa “[...] fé (deve estar) em Deus [...] a nossa [...] esperança (deve) estar em Deus”, 1Pe.1.21.

            Podemos “[...] nos gloriar em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação”, Rm.5.11 com Deus e depois com o cônjuge.

            A reconciliação com Deus é a base para a forma como nos reconciliamos uns com os outros.

            Quando Deus reina em nosso coração, a paz reina em nossos relacionamentos.    

Conclusão: Nutrir expectativas realistas sobre o casamento, algumas vezes, quer dizer “servir uns aos outros [...]”, 1Pe.4.10 quando essa é a última coisa que queremos fazer.

            Outras vezes é ouvir quando nosso instinto é o de argumentar; ou demonstrar amor naqueles momentos em que o outro parece não merecer.

            Pedir perdão quando somos tentados a dizer que estamos certos; passar por cima de ofensas.

            Como cristão, somos chamados no matrimônio a ministrar graça ao nosso cônjuge.

Aplicação:       

            Viva com discernimento; casamento não é coisa de somenos importância.

            Reavalie suas expectativas submetendo-as ao crivo bíblico.

            Encoraje-se: não recebemos apenas o triste aviso de que teremos problemas em potencial, mas também a promessa de que haverá provisão para enfrentá-los.

              

 

 

Rev. Salvador P. Santana

 


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