FILHOS ORFANADOS
“[...] Tragédias
[...] contabilizadas (desde) 2015 (como) feminicídio o assassinato em que o
fato de a vítima ser mulher é determinante para o crime, o drama dos órfãos
dessas famílias permanece invisível [...] perdem ao mesmo tempo a mãe, morta, e
o pai, preso pelo crime hediondo [...] os (filhos) veem quando o (pai) começa a
agredir com socos [...] pauladas (facadas e tiros em suas progenitoras) [...]” –
Revista Época – 09.03.20 – Os órfãos do feminicídio – por Renata Mariz – pág.42.
“Qual ave
que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu
lar” (Pv 27.8). No caso dos pais em questão do feminicídio, tanto o pai quanto
a mãe são como a “[...] ave que vagueia longe do seu ninho [...] vagueando
longe do seu lar” (Pv 27.8) para não mais voltar, principalmente a mãe que foi
morta.
O pai,
quando vai preso, pode até voltar, mas conforme relatos de crianças e seus familiares,
“[...] o menino pega algum pedaço de madeira ou cabo no quintal e simula a cena
do crime [...] (outros) chegam à casa da família chorando e gritando que (o
pai) matou a mamãe [...] agora sou avó, mãe, pai e tudo delas [...]” – Idem,
pág. 42, 46. O pai voltando para casa, ele será recebido como um pai amoroso ou
como monstro cruel? Não é à toa que Jesus fala que “[...] no mundo, passais por
aflições [...]” (Jo 16.33).
A verdade é
que a mãe não volta mais. Infelizes são aquelas crianças que ficam sabendo da
verdade de que a mãe não voltará mais. Muitos avós preferem dizer para seus netos
que a mãe virou uma estrela, está fazendo um tratamento em outra cidade
diferente. Eles falam que o pai, teve que viajar às pressas ou que logo voltará.
A psicóloga
Carla Bertuol, na área de saúde mental e infância e professora na Unifesp, declara
que a “[...] família responsável por cuidar dos órfãos [...] não (pode) silenciar
a criança, mas sim dar espaço para que ela se manifeste, o que pode ocorrer nos
desenhos, nos brinquedos, nas perguntas [...] fazer essas emoções circularem em
sua cabeça [...]” – Idem, pág. 45, 46.
Para não
prejudicar filhos, netos que foram submetidos à desordem familiar, às mortes
cruéis, aos abusos, expostos a brigas e discórdias, se faz bem “[...] deixar a
mentira, falando cada um a verdade com o seu próximo [...]” (Ef 4.6), órfãos deixados
por seus pais, a fim de que essa criança não sofra mais emocionalmente, para não
ficar mais angustiada. Conte a verdade, custe o que custar.
Um filho orfanado
será como uma “[...] ave [...] longe do seu ninho [...]” (Pv 27.8) que precisa
do convívio do pai e da sua mãe. Esse filho “[...] longe do seu ninho [...]”
(Pv 27.8) pode correr sérios riscos emocionais, portanto, ele precisa não
apenas de “[...] psicoterapia ou de remédio [...]” – Idem, pág. 45. Ele
necessita urgentemente de ser “[...] tomado pela sua mão direita (pelo) SENHOR,
seu Deus [...] (que) lhe dirá: Não temas, que eu te ajudo” (Is 41.13).
Os filhotes
ficam sem proteção, apesar do esforço dos avós. Qualquer ameaça de ataque
inimigo é motivo para ficarem desesperados e podem, a todo custo tentar pular
na tentativa de se salvarem. Haverá falta de alimentação adequada para os
filhotes porque eles são totalmente dependentes da “[...] ave que vagueia longe
do seu ninho [...]” (Pv 27.8), seu pai e sua mãe, a procura de alimento.
Filhotes são dependentes porque não sabem voar. Precisam aprender a voar com a
ave que já voa.
Se a “[...]
ave que vagueia longe do seu ninho [...]” (Pv 27.8) apronta a maior desordem
natural, imagine o homem que anda vagueando, sem destino, perambulando, longe
do seu lar físico e espiritual. Perceba a desordem em que fica a família. Pense
nos sérios problemas que causam a ausência da mãe e do pai dentro do lar.
Pode ter a
certeza de que a falta de proteção, a falta de um pai, de uma mãe para aqueles
que ficam é muito trágico. É assim quando um pai de família se ausenta,
vagueia, anda longe, preso, quando uma mãe, ausente porque a morte a alcançou. O
pai e a mãe vagueando longe do seu lar deixa a família em apuros, sem casa,
comida, amor e o que mais for necessário.
O homem
andando fora do seu lar, preso e a mãe morta, seja cristão ou não, está fadado ao
fracasso, à destruição, a desonra, e pode, se não for apoiado pelas avós, tias,
mendigar o pão, a viver sempre escondido de Deus e de sua família por causa do
seu pecado cometido e não confessado. É preciso que este homem, preso, confesse
o seu pecado e volte para os braços do Pai Celeste.
O homem que
abandona sua família e, ou, a casa de Deus, precisa ser disciplinado e
restaurado por Deus enquanto tem vida neste mundo, caso contrário, será
arrancado dele em seu erro.
Este homem
longe dos braços do Pai, afastado do cuidado de Jesus deve ser trazido de
volta, primeiro para junto da cruz de Cristo, depois para o seio da sua família
que ficou, seus filhos e reconquistá-los com grande amor.
O homem que
ficou afastado da família e da igreja tem a obrigação de rogar à sua família, à
sua igreja e, principalmente a Deus que o ama e o quer muito bem, porque “as
misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas
misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).
O homem
fugido do seu lar e de Deus necessita dos cuidados do Pastor Divino, e quem
sabe, talvez precise da vara e do cajado para tirá-lo do fundo do poço. Volte!
Você precisa ser reconduzido ao aprisco do bom Pastor das almas perdidas.
Retorne para
os braços do Pai, para evitar que o Diabo o envolva mais ainda nos “[...] seus
delitos e pecados” (Ef 2.1).
Cuida Senhor
de cada lar, de cada criança onde aconteceu algum feminicídio. Deus, não deixe
que esses filhos vivam como “[...] ave que vagueia longe do seu ninho [...]
vagueando longe do seu lar” (Pv 27.8) imitando seus pais para não correrem o
perigo de cair no maior precipício de todos os tempos; “[...] ser lançado no
fogo eterno” (Mt 18.8).
Rev.
Salvador P. Santana
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