quarta-feira, 11 de março de 2020

FILHOS ORFANADOS.


FILHOS ORFANADOS
            “[...] Tragédias [...] contabilizadas (desde) 2015 (como) feminicídio o assassinato em que o fato de a vítima ser mulher é determinante para o crime, o drama dos órfãos dessas famílias permanece invisível [...] perdem ao mesmo tempo a mãe, morta, e o pai, preso pelo crime hediondo [...] os (filhos) veem quando o (pai) começa a agredir com socos [...] pauladas (facadas e tiros em suas progenitoras) [...]” – Revista Época – 09.03.20 – Os órfãos do feminicídio – por Renata Mariz – pág.42.
            “Qual ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lar” (Pv 27.8). No caso dos pais em questão do feminicídio, tanto o pai quanto a mãe são como a “[...] ave que vagueia longe do seu ninho [...] vagueando longe do seu lar” (Pv 27.8) para não mais voltar, principalmente a mãe que foi morta.
            O pai, quando vai preso, pode até voltar, mas conforme relatos de crianças e seus familiares, “[...] o menino pega algum pedaço de madeira ou cabo no quintal e simula a cena do crime [...] (outros) chegam à casa da família chorando e gritando que (o pai) matou a mamãe [...] agora sou avó, mãe, pai e tudo delas [...]” – Idem, pág. 42, 46. O pai voltando para casa, ele será recebido como um pai amoroso ou como monstro cruel? Não é à toa que Jesus fala que “[...] no mundo, passais por aflições [...]” (Jo 16.33).
            A verdade é que a mãe não volta mais. Infelizes são aquelas crianças que ficam sabendo da verdade de que a mãe não voltará mais. Muitos avós preferem dizer para seus netos que a mãe virou uma estrela, está fazendo um tratamento em outra cidade diferente. Eles falam que o pai, teve que viajar às pressas ou que logo voltará.
            A psicóloga Carla Bertuol, na área de saúde mental e infância e professora na Unifesp, declara que a “[...] família responsável por cuidar dos órfãos [...] não (pode) silenciar a criança, mas sim dar espaço para que ela se manifeste, o que pode ocorrer nos desenhos, nos brinquedos, nas perguntas [...] fazer essas emoções circularem em sua cabeça [...]” – Idem, pág. 45, 46.
            Para não prejudicar filhos, netos que foram submetidos à desordem familiar, às mortes cruéis, aos abusos, expostos a brigas e discórdias, se faz bem “[...] deixar a mentira, falando cada um a verdade com o seu próximo [...]” (Ef 4.6), órfãos deixados por seus pais, a fim de que essa criança não sofra mais emocionalmente, para não ficar mais angustiada. Conte a verdade, custe o que custar.
            Um filho orfanado será como uma “[...] ave [...] longe do seu ninho [...]” (Pv 27.8) que precisa do convívio do pai e da sua mãe. Esse filho “[...] longe do seu ninho [...]” (Pv 27.8) pode correr sérios riscos emocionais, portanto, ele precisa não apenas de “[...] psicoterapia ou de remédio [...]” – Idem, pág. 45. Ele necessita urgentemente de ser “[...] tomado pela sua mão direita (pelo) SENHOR, seu Deus [...] (que) lhe dirá: Não temas, que eu te ajudo” (Is 41.13).
            Os filhotes ficam sem proteção, apesar do esforço dos avós. Qualquer ameaça de ataque inimigo é motivo para ficarem desesperados e podem, a todo custo tentar pular na tentativa de se salvarem. Haverá falta de alimentação adequada para os filhotes porque eles são totalmente dependentes da “[...] ave que vagueia longe do seu ninho [...]” (Pv 27.8), seu pai e sua mãe, a procura de alimento. Filhotes são dependentes porque não sabem voar. Precisam aprender a voar com a ave que já voa.
            Se a “[...] ave que vagueia longe do seu ninho [...]” (Pv 27.8) apronta a maior desordem natural, imagine o homem que anda vagueando, sem destino, perambulando, longe do seu lar físico e espiritual. Perceba a desordem em que fica a família. Pense nos sérios problemas que causam a ausência da mãe e do pai dentro do lar.
            Pode ter a certeza de que a falta de proteção, a falta de um pai, de uma mãe para aqueles que ficam é muito trágico. É assim quando um pai de família se ausenta, vagueia, anda longe, preso, quando uma mãe, ausente porque a morte a alcançou. O pai e a mãe vagueando longe do seu lar deixa a família em apuros, sem casa, comida, amor e o que mais for necessário.      
            O homem andando fora do seu lar, preso e a mãe morta, seja cristão ou não, está fadado ao fracasso, à destruição, a desonra, e pode, se não for apoiado pelas avós, tias, mendigar o pão, a viver sempre escondido de Deus e de sua família por causa do seu pecado cometido e não confessado. É preciso que este homem, preso, confesse o seu pecado e volte para os braços do Pai Celeste.
            O homem que abandona sua família e, ou, a casa de Deus, precisa ser disciplinado e restaurado por Deus enquanto tem vida neste mundo, caso contrário, será arrancado dele em seu erro.
            Este homem longe dos braços do Pai, afastado do cuidado de Jesus deve ser trazido de volta, primeiro para junto da cruz de Cristo, depois para o seio da sua família que ficou, seus filhos e reconquistá-los com grande amor.
            O homem que ficou afastado da família e da igreja tem a obrigação de rogar à sua família, à sua igreja e, principalmente a Deus que o ama e o quer muito bem, porque “as misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).
            O homem fugido do seu lar e de Deus necessita dos cuidados do Pastor Divino, e quem sabe, talvez precise da vara e do cajado para tirá-lo do fundo do poço. Volte! Você precisa ser reconduzido ao aprisco do bom Pastor das almas perdidas.
            Retorne para os braços do Pai, para evitar que o Diabo o envolva mais ainda nos “[...] seus delitos e pecados” (Ef 2.1).
            Cuida Senhor de cada lar, de cada criança onde aconteceu algum feminicídio. Deus, não deixe que esses filhos vivam como “[...] ave que vagueia longe do seu ninho [...] vagueando longe do seu lar” (Pv 27.8) imitando seus pais para não correrem o perigo de cair no maior precipício de todos os tempos; “[...] ser lançado no fogo eterno” (Mt 18.8).
            Rev. Salvador P. Santana

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