POLARIZAÇÃO
Um pouco da polarização política, as
repetidas crises: econômica, ambiental, cultural; as notícias falsas ou não
pelo WhatsApp, têm abalado a vida de muitos brasileiros, dentro e fora do lar.
A situação se agrava quando
familiares mais próximos, amigos íntimos, colegas de trabalho, de estudos se
distanciam por saber que este ou aquele faz comentários de um ou outro
político, ou mesmo que defende ou ofende aquele em quem você votou, não votou ou
ainda que você torce pela sua candidatura para os anos de 2020 e 2021.
“A paciente chegou ao consultório da
terapeuta aflita [...] Christian Dunker, psicanalista [...] não se lembra de
tempos como os atuais [...] piores momentos são aqueles em que não consegue se
aproximar das pessoas – ou vê-se obrigado a afastar-se delas [...] antes só
bebia nos finais de semana e agora bebe até quatro vezes por semana [...]
nessas reuniões de famílias, as pessoas costumam soltar os comentários mais
racistas, preconceituosos [...] a atual conjuntura tem feito com que ele beba
mais [...] eu me sinto desrespeitada [...] segundo a OMS, há 11,5 milhões de
brasileiros sofrendo de depressão [...]” – Época – 16.09.19, no. 1106, O novo
normal – Como se manter são apesar da política – por Danilo Thomaz e Robin
Chancer, pag. 20, 22-24.
Esses são alguns relatos de pessoas
que já não conseguem viver em meio à polarização com a família, com colegas de
trabalho e as tantas crises acontecidas desde tempos antigos.
Desde quando Deus “[...] expulsou o
homem [...] do jardim do Éden [...]” (Gn 3.24), há desonestidade, confusão,
brigas, discórdias, lutas, angústias, depressões e, principalmente, a
polarização.
Fique sabendo que os extremos nunca
serão benéficos para nenhuma das partes. Sempre haverá um que não gosta do
outro, que renega, que não apoia, que faz de tudo para afastar-se do seu
convívio.
Ao fazer a leitura tanto do Velho
Testamento quanto do Novo Testamento, é possível olhar para a vida de muitos
homens que se polarizaram por coisas banais, insignificantes, sem valor
sentimental ou mesmo espiritual mas que, em alguns casos, trouxeram benefícios
para um e ou outro.
Estranho olhar para o benefício ou
malefício das partes. Mas, ao olhar para a realidade da polarização, pode-se
notar que um perde e o outro ganha. Na verdade, os dois têm desejos de ganhar.
Entenda que esse desejo de ganhar acontece não apenas na polarização. Essa
forma de aspiração de granjear encontra-se em qualquer atividade em que o homem
está inserido.
Falar sobre benefícios na
polarização torna-se ensurdecedor para muitos homens, mesmo porque não querem
perder. Veja e faça uma análise a respeito de Davi, quando Saul mandou que lhe
sitiassem a casa, o menino ruivo se dispôs a orar a Deus pedindo: “Livra-me dos
que praticam a iniquidade e salva-me dos homens sanguinários” (Sl 59.2).
Em outra oportunidade, Davi enxergou
a bênção de ser perseguido por Saul, e por esse motivo teve a ousadia de se
colocar em oração, tornando-se mais íntimo de Deus, e dizendo em forma de
canto: “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e
entoarei louvores” (Sl 57.7), não devido a perseguição, Davi cantou, mas porque
ele “clamou ao Deus Altíssimo, ao Deus que por ele tudo executa” (Sl 57.2).
Diante de tanta polarização entre
governos, cidadãos de bem, famílias, amigos, se faz necessário olhar para
muitos outros benefícios que o homem pode alcançar enquanto permanece neste
mundo. Não convém esperar o outro morrer para você considerá-lo como sendo o
melhor parente, amigo ou querer debruçar sobre o seu caixão chorando de
remorso, saudade por ter sido o seu opositor ferrenho.
Pense na possibilidade de você
ganhar, quando polarizado com o outro. Imagine a ousaria de você ficar livre
das amarras, dos pensamentos que o levam a pensar no outro insistentemente por
não poder se libertar de suas palavras, gestos, insinuações.
Paulo, falando aos romanos, faz uma
declaração que pode assemelhar-se ao desespero que muitos estão passando nestes
últimos dias de polarização, desespero, angústia, aflição, briga pessoal ou nas
redes sociais que os leva à depressão, e, consequentemente, à ingestão de
medicamentos controlados para aliviarem a sua dor.
A imagem que Paulo pinta é de um
“homem desventurado (no grego, miserável, coitado, aflito do) homem que sou!
[...]” (Rm 7.24). Note que o verbo “ser” está na primeira pessoa do presente do
indicativo, ou seja, é você mesmo.
Esse “[...] eu (você) [...]” (Rm
7.24), é o causador das questões de embate, da polarização com outras pessoas,
principalmente familiares, e os seus melhores amigos, daí um e outro ficam
envergonhados, e pode acontecer de, até a morte, não se falarem mais.
Portanto, “[...] quem te livrará do
corpo desta morte?” (Rm 7.25), do inimigo causado por causa de políticos,
futebol, religião, coisas mínimas, sem valor, e que você não ganhou nenhum
centavo para discutir no lugar deles.
O texto dá a ideia de um “[...]
corpo desta morte [...]” (Rm 7.24) como que “[...] um assassino, como castigo
por seu crime, era amarrado face a face e membro a membro com a sua vítima. Até
que, através do horror desse estado, o próprio assassino morria.” – O N.T.
interpretado versículo por versículo – Romanos – R. N. Champlin, Ph. D. – pag.
698.
“Reconcilia-te, pois, com ele e
tenha paz, e assim te sobrevirá o bem” (Jó 22.21 sobre a sua vida física,
emocional e espiritual.
Rev. Salvador P. Santana
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