NÃO CREIA EM QUALQUER UM, 1Jo.4.1-6.
Objetivo: Ter discernimento espiritual
Nar.: John MacArthur Jr – A maior necessidade da
igreja é o discernimento espiritual.
Diante
de tanta confusão doutrinária, é preciso “[...]
estabelecer distinção (diakrinô – separar coisas através de seus pontos de
diferença, a fim de distingui-las – Jay Adams) [...]”, At.15.9.
Discernimento
é o processo de fazer distinções cuidadosas em nosso pensamento sobre a verdade
e a mentira, o falso e o verdadeiro.
Cada um
de nós precisa ser “[...] alimentado
com as palavras da fé e da boa doutrina [...] (a fim de) rejeitar as fábulas (história contada para ilustrar uma verdade e na qual
animais ou vegetais falam e agem como pessoas) profanas [...]”,
1Tm.4.6, 7.
Para se
ver livre do falso ensino, devemos nos “[...]
aplicar à leitura (Bíblica) [...] (e) ter cuidado [...] de nós mesmos e da
doutrina [...]”, 1Tm.4.13, 16.
O
aconselhamento de Paulo é que precisamos “julgar
(aprovar, discernir, testar ou provar para revelar a sua autenticidade) todas
as coisas, reter o que é bom”, 1Ts.5.21.
João
recomenda aos seus leitores: “Amados,
não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de
Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”, 1Jo.4.1.
As
advertências servem como benefício espiritual para cada um de nós.
1 – Provai os espíritos.
Para
poder discernir corretamente os espíritos, precisamos:
Verificar
a origem do espírito.
A
declaração de João é que os “amados,
não (devem) dar crédito a qualquer espírito; antes, provar os espíritos se
procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”,
1Jo.4.1.
Neste
versículo temos três lições principais:
A
– Não acreditem em todo espírito ou “[...]
não deis crédito a qualquer espírito [...]”, 1Jo.4.1.
A
palavra “[...] espírito [...]”,
1Jo.4.1, é uma metonímia (empregar o termo no lugar de outro), que significa
“ensinamento”.
“[...] O SENHOR [...] diz [...] (que) não (pode)
nos enganar os nossos profetas que estão no meio de nós [...] nem (devemos) dar
ouvidos aos nossos sonhadores, que sempre sonham segundo o nosso desejo”,
Jr.29.8.
Paulo
alerta de que “[...] o Espírito afirma
expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem
a espíritos enganadores e a ensinos de demônios”, 1Tm.4.1.
Não
devemos aceitar o ensino espiritual sem a avaliação do seu conteúdo;
B
– Provar a origem do ensino ou “[...]
provar os espíritos se procedem de Deus [...]”, 1Jo.4.1.
Nem tudo o
que é espiritual ou sobrenatural tem origem divina.
O
alerta de Deus é que, “quando profeta
ou sonhador se levantar [...] e [...] anunciar um sinal ou prodígio (milagre), e
suceder o tal sinal ou prodígio [...] e disser: Vamos após outros deuses [...]
e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o
SENHOR, nosso Deus, nos prova, para saber se amamos o SENHOR [...] de todo o nosso
coração e de toda a nossa alma”, Dt.13.1-3.
Precisamos
chegar todo ensinamento espiritual à luz da Palavra de Deus a fim de saber que,
“se alguém fala, fale de acordo com os
oráculos (mensagem) de Deus [...]”, 1Pe.4.11;
C
– Há muitos falsos profetas, “[...]
porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”, 1Jo.4.1.
Jesus
fala que devemos “acautelar (cuidado) dos
falsos profetas, que se nos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro
são lobos roubadores”, Mt.7.15.
O
pior é “[...] que, dentre nós mesmos,
se levantarão homens falando coisas pervertidas (mentira) para arrastar os
discípulos atrás deles”, At.20.30.
“[...] Haverá entre nós falsos mestres
(ensino), os quais introduzirão, dissimuladamente (esconder as intenções),
heresias (contra a verdade) destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição”,
2Pe.2.1.
John
MacArthur Jr oferece um plano prático para o discernimento espiritual:
1
– Deseje discernimento espiritual “[...]
clamando por inteligência, e por entendimento [...] (para) entender o temor do
SENHOR e achar o conhecimento de Deus”, Pv.2.3, 5;
2
– Ore por discernimento espiritual pedindo que Deus “dê (a você) [...] coração compreensivo para
julgar [...] (e) discernir entre o bem e o mal [...]”, 1Rs.3.9;
3
– Obedeça a verdade “tornando
[...] praticante da palavra e não somente ouvinte, enganando a si mesmo”,
Tg.1.22;
4
– Dependa do “[...] Espírito da
verdade [...] (que) nos guiará a toda a verdade [...]”, Jo.16.13;
5
– Estude as Escrituras a
fim de se “[...] apresentar a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade.”, 2Tm.2.15;
6
– “[...] Cresça na graça e no
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo [...]”, 2Pe.3.18.
Analisar
o conteúdo da mensagem espiritual.
João
apresenta o conteúdo do teste:
Quando
“[...] não damos crédito a qualquer
espírito; antes, provamos os espíritos se procedem de Deus [...]”,
1Jo.4.1, podemos analisar melhor a mensagem.
É por este
motivo que “nisto (que analisamos) reconhecemos
o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é
de Deus”, 1Jo.4.2.
Perceba
que “[...] todo espírito que não
confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do
anticristo, a respeito do qual temos ouvido que vem e, presentemente, já está
no mundo”, 1Jo.4.3.
A
fé cristã é saber que “[...] o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do
unigênito do Pai”, Jo.1.14.
O
texto quer dizer que Jesus participou da nossa humanidade para poder nos salvar
“e livrar todos que, pelo pavor da
morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida”, Hb.2.15.
2 – O caráter espiritual
daqueles que julgam.
João
deixa de falar dos ensinos falsos para destacar o caráter dos irmãos que são
alvo dos falsos profetas.
A
declaração do texto é: “Filhinhos, vós
sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que
está em vós do que aquele que está no mundo.”, 1Jo.4.4.
“Eles procedem do mundo; por essa razão, falam
da parte do mundo, e o mundo os ouve.”, 1Jo.4.5.
“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus
nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o
espírito da verdade e o espírito do erro.”, 1Jo.4.6.
Quatro
lições nestes versos:
Os
filhos de Deus vencem os falsos profetas.
Quando João
fala: “Filhinhos, vós sois de Deus e
tendes vencido os falsos profetas [...]”, 1Jo.4.4.
O
verbo “[...] vencer [...]”,
1Jo.4.4, está no tempo perfeito, indicando uma vitória já conquistada ou
definida, tal como “[...] Jesus têm dito
para que tenhamos paz [...] (porque) no mundo, passamos por aflições; mas tende
bom ânimo; Jesus venceu o mundo”, Jo.16.33.
Os
eleitos de Deus jamais serão enganados pelos falsos profetas.
O
alerta de Jesus é que, “[...] se alguém
nos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acreditemos; porque surgirão
falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para
enganar, se possível, os próprios eleitos”, Mt.24.23, 24.
Conforme
Jesus, é impossível um eleito ser enganado, mesmo porque, “as [...] ovelhas (de) Jesus ouvem a sua voz; Jesus
as conhece, e elas [...] seguem (a) Jesus”, Jo.10.27.
A
garantia da vitória é a presença do Espírito Santo.
Precisamos
saber que, “[...] depois que ouvimos a
palavra da verdade, o evangelho da nossa salvação, tendo nele também crido,
fomos selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor (garantia) da
nossa herança (propriedade, inviolabilidade e segurança) [...]”,
Ef.1.13, 14.
A
verdade é que “[...] não estamos na carne,
mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em nós. E, se alguém
não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”, Rm.8.9.
João fala
que há duas forças opostas; o Espírito de Deus agindo nos crentes se opõe ao
espírito do anticristo que age no mundo ou na sociedade sem Deus.
Jesus
fala que “o Espírito da verdade, (observe)
que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; nós o
conhecemos, porque ele habita conosco e estará em nós”, Jo.14.17.
Os
filhos de Deus ouvem os que falam em nome de Deus.
Veja
que “[...] todo espírito que não
confessa a Jesus não procede de Deus [...]”, 1Jo.4.3, é por este motivo
que “eles procedem do mundo; por essa
razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve”, 1Jo.4.5.
A
diferença é que “nós somos de Deus;
aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos
ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”,
1Jo.4.6.
Jesus
é categórico em afirmar de que, “quem é
de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, (muitos) não lhe dão ouvidos,
porque não são de Deus”, Jo.8.47.
Outra
vez Jesus declara que “as suas ovelhas
ouvem a sua voz; Jesus as conhece, e elas o seguem”, Jo.10.27.
As
verdadeiras ovelhas de Cristo não seguem a voz do estranho.
A
reação à pregação da Palavra ajuda a reconhecer o verdadeiro e o falso.
“Nós somos de Deus (?) [...]”, 1Jo.4.6.
“[...] Aquele que conhece a Deus nos ouve;
aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito
da verdade e o espírito do erro”, 1Jo.4.6.
A tabela
mostra o contraste feito por João:
OS FILHOS DE DEUS
|
OS FALSOS PROFETAS
|
São de Deus
|
Procedem do mundo
|
Maior é o Espírito que habita
no crente
|
Menor é o espírito que está no
mundo
|
Falam da parte de Deus
|
Falam da parte do mundo
|
São ouvidos pelos que conhecem
a Deus e não são ouvidos pelo mundo
|
São ouvidos pelo mundo
|
Reconhecem o Espírito da
verdade
|
Reconhecem o espírito do erro
|
Aplicações práticas: Quem é de Deus jamais será enganado pelos
falsos profetas;
Quem
é de Deus recebe, crê e confessa a doutrina bíblica ensinada pelos apóstolos;
A
mensagem dos falsos mestres é mundana e agrada ao mundo;
Todo
ensino religioso deve ser filtrado pela Palavra de Deus.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – A verdadeira espiritualidade – 1, 2
e 3 João e Judas – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3
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