quinta-feira, 17 de setembro de 2015

ESFORÇO PRÓPRIO

ESFORÇO PRÓPRIO
            “À mesa de um restaurante [...] na praia do Flamengo [...] três diretores da Petrobras e dois executivos do grupo Odebrecht almoçavam [...] os cinco não falavam apenas de negócios. Falavam também de política [...] (ano de) 2006 [...] no almoço, estimou-se que ele (o revamp – obras no mundo do petróleo) custaria até R$ 4 bilhões [...] para modernizar a refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos [...] decidia-se ali que a construtora ganharia o contrato [...] em troca [...] se comprometeram a pagar propina adiantada de R$ 4 milhões à campanha de reeleição [...]” – Época – 901, 14.09.15 – Tempo – Investigação – Alana Rizzo, Ricardo Della Coletta e Filipe Coutinho – pág. 36, 37.
            Muita calma neste momento! Não fique pensando que é somente no Brasil, país em desenvolvimento “na maneira de burlar a lei e fazer extorsão do bem público”, que existe este tipo de falcatrua.
            Também em países de primeiro mundo existem desvios. “[...] Em Évora, cidade portuguesa [...] na penitenciária local [...] o preso número 44, o ex-primeiro-ministro português José Sócrates. Encarcerado desde novembro do ano passado [...] acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal [...] ele é o alvo mais importante das investigações que já puseram gente poderosa de Portugal na mira da Justiça [...] as autoridades já localizaram contas milionárias na Suíça [...] descobriram que existem empresas brasileiras envolvidas no esquema [...] personagens do mensalão e do petrolão [...] não são apenas coincidências [...]” – Veja – edição 2442 – Ano 48, no 36, 09.09.15 – Brasil – pág. 48-50.
            “O professor Paulo de Morais é uma referência em Portugal no tema corrupção [...] (ele fala:) ‘quem deixa roubar está roubando também’” – Idem pág. 54. Suponha que você seja um funcionário público, aquele de confiança, o nome fala tudo, indicado pelo partido político, e de quebra, no seu primeiro dia de trabalho, o Banco do Brasil te convida para passar na agência e abrir a sua conta corrente.
             De imediato, seja sincero, o que vem à sua mente com relação ao seu cargo de confiança? Pensou bem; e você tem toda razão. Esse funcionário precisa ser de confiança não apenas para o partido político que o indicou, mas principalmente para todo o povo brasileiro.
            Esse trabalho prestado é para ser exclusivo em favor da administração pública e não em prol das suas regalias. Mas, você recebe uma visita inesperada: algum outro político influente ou talvez um operador às escondidas para fazer-lhe uma proposta irrecusável.
            Que azar ou que bonança! Nesse momento você se acha sozinho em seu escritório. Ninguém por perto para ser sua testemunha. O seu cheque especial está na pendura. Você consegue pagar apenas o mínimo da fatura do seu cartão de crédito. O açúcar está faltando, o arroz acabou, a carne, nem pensar em comprar, quanto menos o tomate, a batata inglesa e a cebola.
            Parece que uma luz no fundo do poço lhe clareia a mente com a proposta. No início, você acha indecente, mas ao perceber a insistência do interlocutor, as vantagens que serão obtidas, você não pestaneja e cede.
            Dinheiro? Xiii! Nunca esteve tão fácil quanto agora. Já não se tem mais problema em adquirir um montante. Só um detalhe: – Tem que ser em dinheiro vivo no bolso, bens móveis, imóveis, reformas ou algum depósito fora do país e para abrir uma conta não é problema, alguém dará um jeito.
            Algumas considerações precisam ser feitas. Todo cristão precisa ter um senso de responsabilidade e maturidade. É preciso que cada um seja encontrado “[...] fiel no pouco (a fim de que) também (seja encontrado) fiel no muito [...] (pois) quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lc 16.10).
            Fidelidade é o que mais Deus preza no coração humano. E outra, Jesus falou desta forma porque conhece muito bem o coração humano. Jesus “[...] sabe que o (homem) é propenso para o mal” (Ex 32.22). Isto quer dizer que no íntimo do homem, “[...] em [...] (seu coração), isto é, na sua carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em [...] (si); não, porém, o efetuá-lo” (Rm 7.18).
            Esta palavra é muito dura para ser creditada, mas é a pura verdade, portanto, aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1Co 10.12) nos desvios, nas roubalheiras, nas espertezas que muitos homens têm encontrado para ganhar um pouco mais de dinheiro.
            Quer um conselho? Você está de posse de algum cargo especial do governo ou em alguma empresa? Tem algum cartão de crédito de terceiros ou parentes, folha de cheque de irmão ou amigo emprestado? Achou algum dinheiro em cima do armário, que pertence ao seu patrão, ao seu empregado, ao seu pai? Não gaste, ele não é seu.
            Esforça-te para que os homens “[...] observem o (seu) [...] honesto comportamento cheio de temor. Mantenha exemplar o (seu) [...] procedimento no meio dos (incrédulos) [...] para que, naquilo que falam contra (você) [...] como de malfeitor, observando em (sua) [...] boa obra, glorifiquem a Deus no dia da visitação”, 1Pe.3.2.
                                                                                 Rev. Salvador P. Santana

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