AGARRE-SE À VERDADE, 2Jo.1-13.
Objetivo: Motivar-se a andar na verdade.
Nar.: A estratégias das seitas (partido separa de
um grupo maior) é o trabalho de visitação aos lares.
Duplas
vão de casa em casa, distribuindo literatura e divulgando os seus ensinos –
Testemunhas de Jeová e Mórmons.
O
segredo dessa estratégia: a família é o campo mais eficaz para se lançar a
semente de ideias religiosas.
Nos
tempos do apóstolo João, o cristianismo cresceu com o trabalho “diariamente perseverando [...] de casa em
casa [...] não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. Jamais deixando
de [...] anunciar coisa alguma proveitosa [...]”, At.2.46; 5.42; 20.20.
Os
falsos mestres ensinavam heresias (pensamento diferente), no entanto, a Palavra
de Deus alerta de que eles são “[...]
insubordinados (não submetem a nenhuma autoridade apostólica), palradores (falador
de palavras ferinas) frívolos (vão) e enganadores [...] (a ordem) é fazê-los
calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por
torpe (vergonha) ganância ($) [...] entre estes se encontram os que penetram
sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de
pecados, conduzidas de várias paixões”, Tt.1.10, 11; 2Tm.3.6.
O
objetivo de João foi encorajar aqueles irmãos a permanecerem firmes na fé e na
verdade.
A
orientação é que, “se alguém vier ter
conosco e não trouxer esta doutrina (de salvação), não o recebamos em casa, nem
lhe demos as boas-vindas”, 2Jo.10.
Esta
carta é conhecida como “o cartão postal” de João, por causa da sua brevidade e
dos seus ricos detalhes.
A
carta nos incentiva a andar na verdade.
1 – Conhecemos a verdade.
João
inicia a carta falando sobre “[...]
presbítero [...] senhora eleita [...] filhos e [...] a verdade”, 2Jo.1.
A
escrita é “por causa da verdade que
permanece (entre eles) em nós e conosco estará para sempre (a fim de ser
divulgada a todos os homens)”, 2Jo.2.
O
texto apresenta três destaques:
A
– O remetente.
Primeiro,
o evangelista se apresenta como “o
presbítero [...]”, 2Jo.1, como autor ou remetente da carta.
A
palavra “[...] presbítero [...]”,
2Jo.1 significa “ancião” ou “aquele que é mais velho”.
Trata-se
de um termo bíblico bastante conhecido entre os apóstolos.
Paulo
plantava igrejas “e, promovia-lhes, em
cada igreja, a eleição de presbíteros [...]”, At.14.23.
O
primeiro concílio da Igreja Primitiva “[...]
reuniram os apóstolos e os presbíteros [...]”, At.15.6.
Há
qualificações espirituais para alguém ser eleito e ordenado presbítero:
“[...] Se alguém aspira ao episcopado,
excelente obra almeja. É necessário [...] que o bispo seja irrepreensível,
esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para
ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas,
não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob
disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria
casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que
se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo [...] é necessário que ele
tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do
diabo”, 1Tm.3.1-7.
Cada
igreja local possuía um conselho de anciãos ou de presbíteros, em “[...] Éfeso [...] (tinha) os presbíteros da
igreja. (Paulo ordenou a Tito que) [...] em cada cidade, constituísse
presbíteros [...]”, At.20.17; Tt.1.5.
Os
presbíteros se dividiam entre o trabalho de governar e o de ensinar, pois eles
eram “[...] considerados merecedores de
dobrados honorários os presbíteros que presidiam bem, com especialidade os que
se afadigavam na palavra e no ensino”, 1Tm.5.17.
Os
presbíteros também homens de “[...] oração
[...]”, Tg.5.17.
João,
portanto, se apresenta como “o
presbítero [...]”, 2Jo.1, prática comum entre os apóstolos, tal como o
exemplo de Pedro, “[...] presbítero
como eles [...]”, 1Pe.5.1.
B
– Os destinatários.
Os
destinatários são “[...] à senhora
eleita e aos seus filhos [...]”, 2Jo.1.
“[...] A senhora eleita [...]”, 2Jo.1
refere-se a uma igreja local conhecida por João, sendo “[...] seus filhos [...]”, 2Jo.1, os membros individuais
que dela participavam.
Pedro
usou termo semelhante ao dizer sobre “aquela
que se encontra em Babilônia, também eleita [...]”, 1Pe.5.13.
Ele
não estava falando acerca da sua esposa, mas usou o termo feminino para
descrever a igreja de Cristo.
O
mais interessante é a descrição que João faz da Igreja ao dizer que “[...] amava na verdade e não somente ele, mas
também todos os que conhecem a verdade (buscam amar uns aos outros)”, 2Jo.1.
A
palavra “[...] verdade [...]”,
2Jo.1 aparece quatro vezes referindo-se à realidade divina, aquilo que é real
em última análise, o próprio Deus.
Há
quatro lições importantes aqui:
A
– A “[...] verdade (existe) [...]”, 2Jo.1. Ela não é subjetiva, mas
objetiva.
A
“[...] verdade [...]”, 2Jo.1 não
é relativa, mas absoluta. Ela não é individual, mas universal.
A
“[...] verdade [...]”, 2Jo.1 não
é abstrata, mas pessoal. Deus é a verdade.
Jesus
é “[...] a verdade [...]”,
Jo.14.6, “[...] a palavra (de) Deus é a
verdade”, Jo.17.17 e, “o
Espírito (é a) [...] verdade, que o mundo não pode receber [...]”,
Jo.14.17;
B
– A “[...] verdade [...]”, 2Jo.1 pode ser conhecida. Ela
não é inacessível e vem até nós por meio da revelação pessoal de Jesus e a
iluminação do Espírito Santo;
C
– O conhecimento da “[...]
verdade [...]”, 2Jo.1
produz o amor ou nos dá acesso ao amor divino, isto porque “a graça, a misericórdia e a paz, da parte de
Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor”,
2Jo.3;
D
– O conhecimento e a permanência na “[...]
verdade [...]”, 2Jo.1 é algo eterno e duradouro.
A
“[...] verdade [...]”, 2Jo.1
estará conosco para sempre. Fomos introduzidos pela fé e devemos “[...] crescer na graça e no conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo [...]”, 2Pe.3.18.
João
saúda a igreja com “a graça, a
misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai,
serão conosco em verdade e amor”, 2Jo.3.
Aqui
João apresenta dois aspectos da verdade:
A
– O acesso à verdade – Temos acesso à verdade por meio da “[...] graça [...] (e da) [...] misericórdia [...]”,
2Jo.3.
Paulo
fala que temos acesso à verdade pelo motivo de “[...]
Deus, ser rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e
estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela
graça somos salvos”, Ef.2.4, 5.
Através
desse grande amor de Deus, “[...]
mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”,
Rm.5.1.
É
preciso saber que somos salvo pela graça de Deus.
Só
podemos ter acesso, porque Deus decidiu se autorrevelar, porque “tudo [...] foi entregue (a) Jesus por seu
Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o
Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”, Mt.11.27;
B
– A fonte da verdade – vem “[...]
da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai [...]”, 2Jo.3.
A
fonte dessa “[...] graça [...]
misericórdia e a paz [...] (é o próprio) Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do
Pai [...]”, 2Jo.3.
João
associa a Pessoa de Jesus com a Pessoa de Deus, isto porque, “Jesus e o Pai são um”, Jo.10.30.
“[...] Jesus (nos trouxe) a graça e a verdade [...]”,
Jo.1.17 para ser colocada em nosso coração.
2 – Andemos na verdade.
João
vai direto ao principal assunto da sua carta: “[...]
andar na verdade [...]”, 2Jo.4.
“[...] Andar na verdade [...]”, 2Jo.4
significa viver ou comportar-se de forma obediente a Deus e à sua Palavra, em
todas as áreas da vida.
João
faz um elogio: “Fiquei sobremodo alegre
em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com
o mandamento que recebemos da parte do Pai”, 2Jo.4.
Na
terceira carta João repete essa mesma alegria: “Não
tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade”,
3Jo.4.
João
faz uma petição: “E agora, senhora,
peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o
princípio: que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5.
A
explicação: “E o amor é este: que
andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o
princípio, é que andeis nesse amor”, 2Jo.6.
Três
lições:
A
– Um mandamento: “[...] que nos
amemos uns aos outros”, 2Jo.5.
Trata-se
de uma ordem antiga de Deus: “não se
vingar, nem guardar ira contra os filhos do seu povo; mas amarás o seu próximo
como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR. Como o natural, será entre vós o estrangeiro
que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes
na terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus”, Lv.19.18, 34.
Este
é o “[...] mandamento novo [...] o que
tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”, 2Jo.5.
Amar
não é uma opção é uma ordem coletiva de Deus;
B
– A definição do mandamento: “[...]
O amor (significa viver) [...] andar [...] (de acordo com) os mandamentos (do
Pai) [...]”, 2Jo.6;
C
– A prática do mandamento: “[...]
é que andemos nesse amor”, 2Jo.6.
Amor
e obediência são inseparáveis, pois quem ama obedece.
O
amor cristão é um ato de volição (escolher), e não um sentimento meloso.
3 – Permaneçamos na verdade.
Alerta
à igreja: “Porque muitos enganadores
têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne;
assim é o enganador e o anticristo”, 2Jo.7.
Quatro
perguntas:
Quem
são eles? “[...] Muitos enganadores
[...]”, 2Jo.7 ou pessoas que fazem outras cometerem atos errados, e não
apenas terem ideias erradas – Westcott, e o pior, ele “[...] têm saído pelo mundo fora [...]”, 2Jo.7.
O
ensino falso corrompe a mente e a conduta.
Eles
também são “[...] o anticristo”,
2Jo.7 ou pessoas que são contra ou querem ocupar o lugar de Cristo.
O
que eles confessam? Eles “[...] não
confessam Jesus Cristo vindo em carne [...]”, 2Jo.7.
Em
todo tempo “[...] não (podemos) dar crédito
a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque
muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”, 1Jo.4.1.
Eles
negam a humanidade de Jesus.
De
onde eles saíram? Eles “[...] têm
saído pelo mundo fora [...]”, 2Jo.7.
“[...] Dentre nós mesmos, se levantam homens
falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles”, At.20.30.
“Eles saíram de nosso meio; entretanto, não
eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido
conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é
dos nossos”, 1Jo.2.19.
Quantos
são? Eles são “[...] muitos enganadores [...] e o anticristo”,
2Jo.7.
O
número de enganadores é muito maior do que “[...]
discípulos (de Jesus): A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são
poucos”, Mt.9.37.
João
exorta aos irmãos a permanecer firmes na verdade ou fiéis às doutrinas fundamentais
da fé cristã.
Ele
ordena: “Acautelai-vos [...]”,
2Jo.8. Significa olhai, contemplai ou vigiai.
Há
três perigos que precisam ser vigiados:
A
– O perigo “[...] para não
perder aquilo que temos
realizado com esforço, mas para recebermos completo galardão”, 2Jo.8 que
se conquistou espiritualmente.
O
discurso do falso mestre é que ele está nos oferecendo algo novo que não temos,
mas na verdade, eles estão roubando a nossa fé.
O
texto deseja que eu e você “[...] receba
completo galardão”, 2Jo.8.
B
– O perigo de ir além do que é ensinado na Bíblia.
“Todo aquele que ultrapassa a doutrina de
Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem
tanto o Pai como o Filho”, 2Jo.9.
Ultrapassar
o que ensina a Bíblia é tão perigoso quanto o ficar aquém do ensino bíblico.
É
perigoso fazer acréscimos à Palavra de Deus.
C
– O perigo de ser condescendente (desviar) com os falsos mestres.
A
reprimenda de João é que, “se alguém
vem ter conosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis
as boas-vindas”, 2Jo.10.
A
explicativa: “Porquanto aquele que lhe
dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más”, 2Jo.11.
A
Bíblia fala que devemos ser “[...]
hospitaleiro”, rm.12.13 abrindo as portas aos visitantes.
A
respeito do falso mestre, pastor João que “[...]
não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas”,
2Jo.10, pois sendo hospitaleiro com os falsos crentes, “[...] dando-lhes (as) boas-vindas fazemos cúmplices das suas
obras más”, 2Jo.11.
João
era inflexível sobre este assunto por três motivos:
A
– Não dá ao falso mestre a impressão de que a sua doutrina herética é
aceitável;
B
– Que o filho de Deus não seja contaminado pelo contato e possíveis amizades
com o falso mestre;
C
– Não dá ao falso mestre a munição para usar no próximo lugar onde parasse.
João
encerra a carta destacando a importância da comunhão e da alegria cristã.
Ele
fala que o assunto para se precaver do falso mestre não acabou, pois “ainda tinha muitas coisas que lhes escrever;
não quis fazê-lo com papel e tinta, pois esperava ir ter com eles, e conversaria
de viva voz, para que a [...] alegria (deles) seja completa”, 2Jo.12.
Ele
quer dizer que nada substitui o contato humano.
A
igreja é uma comunidade relacional. E as relações não devem ser virtuais, mas
presenciais.
O
texto finaliza dizendo que “os filhos
da tua irmã eleita (igreja onde João estava) te saúdam”, 2Jo.13.
Aplicações práticas: Permaneça na verdade.
Seja
fiel à sã doutrina.
Fica
alerta, pois o mundo está cheio de enganadores espirituais.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – A verdadeira espiritualidade – 1, 2
e 3 João e Judas – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3.
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