DEUS É AMOR, 1Jo.4.7-21.
Objetivo: Vivenciar o amor de Deus.
Nar.: Sobre a natureza de Deus, João fala que “Deus é espírito [...]”, Jo.4.24, “[...] que Deus é luz [...] (e) que Deus é
amor”, 1Jo.1.5; 4.8.
Este
é o primeiro conceito de Deus que aprendemos na infância, por meio do cântico “Três
Palavrinhas Só: Deus é amor”.
A
primeira carta de João é uma carta de amor.
O
amor é o tema central desta carta.
Nela,
o verbo amar aparece 28 vezes e o substantivo amor aprece 18 vezes.
No
evangelho de João ele apresenta 37 vezes o verbo amar.
João
apresenta o amor pelos irmãos como prova de comunhão com Deus, isto se deve
porque “aquele que ama a seu irmão
permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço”, 1Jo.2.10.
A
prova da filiação a Deus serve para aqueles que “[...]
são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não
pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão”,
1Jo.3.10.
João,
através do texto base, apresenta o amor como um atributo da natureza de Deus e
as implicações disto na vida daqueles que têm comunhão com Ele.
Não
é à toa que o texto começa dizendo que “aquele
que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”, 1Jo.4.8.
1 – Deus é amor.
“[...] Deus é amor (ágape)”, 1Jo.4.8,
isto é, o amor é a essência do ser divino.
L.
Berkhof apresenta três atributos morais da divindade: a bondade, a santidade e
a justiça de Deus.
A
bondade de Deus é aquela perfeição que o mantém solícito para tratar
generosamente todas as suas criaturas.
Quando
a bondade de Deus se manifesta para os seus filhos, assume o caráter de amor,
graça, compaixão e paciência.
O
“[...] amor (impele a) Deus”,
1Jo.4.8 a se comunicar e se relacionar conosco, isto é possível porque “vemos [...] (o) grande amor nos tem concedido
o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de
Deus [...]”, 1Jo.3.1.
João
apresenta dois aspectos do amor de Deus:
A
– A revelação do amor de Deus.
“Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em
haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele”,
1Jo.4.9.
Três
lições neste verso:
1
– A natureza da revelação do amor.
Veja
que “[...] Deus se manifesta [...]”,
1Jo.4.9, ou torna conhecido o seu amor.
“[...] Manifestar [...]”, 1Jo.4.9
significa tornar plenamente conhecido, com detalhes, mediante revelação clara,
alguma coisa que estava oculta – Augustus Nicodemus;
2
– O conteúdo da revelação do amor.
A
“[...] manifestação (ou a revelação do)
[...] amor de Deus em nós [...] (foi a encarnação ou): em haver Deus enviado o
seu Filho unigênito ao mundo [...]”, 1Jo.4.9;
3
– O objetivo da revelação do amor.
Para
nos dar vida ou “[...] para vivermos
por meio dele (Jesus)”, 1Jo.4.9.
B – A
consistência do amor de Deus.
“Nisto consiste o amor: não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como
propiciação pelos nossos pecados.”, 1Jo.4.10.
Duas
características do amor de Deus:
1
– O amor é incondicional.
A
melhor tradução do grego de “nisto
consiste o amor [...]”, 1Jo.4.10, é “nisto é o amor”.
O
amor de Deus é incondicional, não causado ou espontâneo.
Deus
nos amou livremente, simplesmente porque Ele nos quis amar.
Não
existe no homem motivo ou virtude alguma para ele ser amado por Deus;
A
fala de Jesus é que “não fomos nós que [...]
escolhemos a Jesus; pelo contrário, Jesus nos escolheu a nós outros e nos
designou para que vamos e demos fruto, e o nosso fruto permaneça; a fim de que
tudo quanto pedirmos ao Pai em [...] nome (de) Jesus, ele no-lo conceda”,
Jo.15.16;
2
– O amor é sacrificial.
“[...] Deus [...] nos [...] enviou o seu Filho
como propiciação pelos nossos pecados”, 1Jo.4.10.
Deus
enviou o seu Filho para morrer sacrificialmente por nós.
Jesus
cobriu nossos pecados e nos libertou da culpa.
2 – O cristão deve amar a Deus
e a seus irmãos.
João
apresenta uma série de argumentos sobre o amor ou acerca da importância de
amarmos.
Por
que devemos amar?
A
– Porque o amor procede de Deus.
Deus é a
origem ou a fonte de onde vem o amor.
Se
Deus não existisse, o amor não existiria.
Toda
a capacidade afetiva do homem de se relacionar amorosamente vem de Deus, por
isso de João dizer: “Amados, amemo-nos
uns aos outros, porque o amor procede de Deus [...]”, 1Jo.4.7;
B
– Porque somos filhos de Deus.
Ao
gerar filhos espirituais, Deus os gera segundo a sua natureza espiritual.
Aquele
que é “amados (de Deus e por Deus,
deve), amar uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que
ama é nascido de Deus e conhece a Deus”, 1Jo.4.7.
Se
houver rejeição da nossa parte, “[...]
aquele que não ama permanece na morte”, 1Jo.3.14.
João
é enfático: “Aquele que não ama não
conhece a Deus, pois Deus é amor”, 1Jo.4.8;
C
– Porque Deus nos amou.
O
amor de Deus por nós é a grande motivação para amar uns aos outros.
João
fala que “[...] devemos nós também amar
uns aos outros”, 1Jo.4.11.
O
grande motivo para esse amor ao próximo é porque somos “amados (incondicionalmente) [...]”, 1Jo.4.11.
“[...] Devemos [...] amar [...] (porque) Deus
de tal maneira nos amou [...]”, 1Jo.4.11 sem impor condições;
D
– Porque Deus permanece em nós.
A
verdade é que “ninguém jamais viu a
Deus [...]”, 1Jo.4.12.
A certeza
que temos é que, “[...] se amarmos uns
aos outros, Deus permanece em nós [...]”, 1Jo.4.12.
Quando
nos dispomos a “[...] amar uns aos
outros, Deus permanece em nós (para consolar, ajudar, fortalecer a alma) [...]”,
1Jo.4.12.
Veja
que essa ação de amar contribui para que o “[...]
o amor (de) Deus é, em nós, aperfeiçoado (completo, finalizado)”, 1Jo.4.12.
Perceba
que “nisto (através do amor ao próximo)
conhecemos que permanecemos (sobreviver) nele (Deus) [...]”, 1Jo.4.13.
Em
contrapartida, em resposta ao amor que devotamos ao outro, “[...] Deus, permanece em nós [...]”,
1Jo.4.13.
Esse
amor acontece em nossos corações pelo motivo “[...]
em que Deus nos deu do seu Espírito (a fim de nos impulsionar a viver para Ele)”,
1Jo.4.13.
É
somente após o Espírito Santo de Deus em nosso coração é que “[...] temos visto e testemunhamos que o Pai
enviou o seu Filho como Salvador do mundo”, 1Jo.4.14.
É
por este motivo que, todo servo de Deus, ou, “aquele
que confessar que Jesus é o Filho de Deus (tem a vida eterna) [...]”,
1Jo.4.15.
Confessando
Jesus, “[...] Deus permanece (em) nós,
e nós, em Deus (para toda a eternidade)”, 1Jo.4.15.
“E (é por este motivo que) nós conhecemos e
cremos no amor que Deus tem por nós [...]”, 1Jo.4.16.
É por todas
essas razões que “[...] Deus é amor, e
aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele”, 1Jo.4.16;
E
– Porque o amor aperfeiçoa.
O
perfeito amor de Deus tem poder “[...]
aperfeiçoador (completar, finalizar, levar até o fim) [...]”, 1Jo.4.17.
Essa
ação completa acontece quando “[...] permanecemos
em Deus, e Deus, (permanece em) nós”, 1Jo.4.16, daí, “nisto (que praticamos) é em nós aperfeiçoado
o amor [...]”, 1Jo.4.17.
Esse
“[...] amor aperfeiçoado, (serve) para
que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós
somos neste mundo (dedicado ao Senhor)”, 1Jo.4.17.
Embora
não sejamos perfeitos iguais a Cristo, não somos do mundo.
Estamos
no processo de crescimento ou aperfeiçoamento espiritual;
F
– Porque o amor destrói o medo.
O
texto fala que “no amor não existe medo
(fobia em relação a qualquer assunto em nossa vida) [...]”, 1Jo.4.18.
“[...] O perfeito amor (colocado em nosso
coração através do Espírito Santo de Deus) lança fora o medo (em relação a
nosso futuro espiritual) [...]”, 1Jo.4.18.
A
explicativa do texto: “[...] Ora, o
medo produz tormento (na alma por não saber o destino eterno) [...]”,
1Jo.4.18.
É
por este motivo que “[...] aquele que
teme (viver perdido espiritualmente) não é aperfeiçoado (completado) no amor
(de Deus em seu coração)”, 1Jo.4.18;
G – Porque
somos capazes de amar.
Não
sabíamos o que era o amor e desconhecíamos a experiência de amar e de sermos
amados.
A
maior razão porque “nós amamos (é) porque
ele (Deus) nos amou primeiro (sem merecer)”, 1Jo.4.19;
H
– Porque o amor prova honestidade.
O
amor é a carteira de identidade do cristão.
Pela
prática do amor um cristão verdadeiro é distinguido do hipócrita.
É
por este motivo que, “se alguém disser:
Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso [...]”, 1Jo.4.20.
Não
existe amor na vida do ímpio e muito menos na vida do hipócrita, isto porque, “[...] aquele que não ama a seu irmão, a quem
vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”, 1Jo.4.20;
I
- Porque o amor é um mandamento.
Amar
a Deus e ao próximo não é uma opção, mas uma ordem divina.
A
conjunção aditiva “ora (aponta para a
nossa responsabilidade como cristão, servo de Deus) [...]”, 1Jo.4.21.
É
verdade sobre o que “[...] temos, da
parte dele (Deus), este mandamento (para ser obedecido, cumprido à risca) [...]”,
1Jo.4.21.
Veja
que essa obrigação é coletiva, ou seja, “[...]
que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”, 1Jo.4.21.
Aplicações práticas: Nosso amor por Deus comprova-se em nosso
amor pelos outros.
O
amor de Deus por nós foi comprovado pela morte sacrificial de Jesus.
Devemos
amar porque temos a capacidade de amar.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – A verdadeira espiritualidade – 1, 2
e 3 João e Judas – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3
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