OS SACRAMENTOS E A PALAVRA, Sl.19.1, 7-10,
14.
Introd.: A Bíblia, “[...] a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e
espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos
do coração”, Hb.4.12.
A
Palavra de Deus age não apenas em algum tempo ou período histórico, mas é viva
e operante sempre e em todas as épocas.
Em
nossa época não é diferente, afinal de contas suas qualidades agem pelos
séculos.
A
Bíblia nos ensina sobre a origem, o sentido e o propósito do homem, que foi
criado segundo a imagem e semelhança do Criador.
Ela
nos ensina sobre a criação, a queda e a redenção, formando um quadro que torna
a realidade compreensível. E nos ensina absolutos morais verdadeiros.
1 – As propriedades da Palavra.
O
salmista declara que “os céus proclamam
a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”,
Sl.19.1.
É
por este motivo que a glória de Deus é visível nas obras da criação, mas muito
mais visível é a verdade proposicional na sua Palavra escrita, as Sagradas
Escrituras.
Davi,
neste salmo, relata as características e qualidades da Palavra de Deus.
Ele faz
isso em seis frases, nos versos 7 a 9 deste salmo, em que repete, em cada uma
delas, o nome Yahweh (SENHOR na RA), o Senhor Deus da aliança, aquele que não
falha, que cumpre todas as suas promessas.
“[...] SENHOR (Yahweh) [...]”, Sl.19.7
é um nome impronunciável.
“[...] SENHOR (Yahweh) [...]”, Sl.19.7,
fala daquele que existe, do único Deus verdadeiro.
Temos
seis títulos diferentes atribuídos à Palavra de Deus, que abrangem todo o
conjunto da revelação divina.
Observe
o que essas expressões têm a nos ensinar sobre as qualidades das Escrituras.
A
– A lei do Senhor.
“A lei do SENHOR (Yahweh) é perfeita e
restaura a alma [...]”, Sl.19.7.
O
primeiro desses títulos significa que a Palavra de Deus é totalmente perfeita,
livre de toda corrupção, corretamente cheia de todo bem e apropriada “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra”, 2Tm.3.17.
É
por isso que “a lei do SENHOR é
perfeita e restaura (reanima, converte) a alma (a Deus) [...]”, Sl.19.7
e ao dever exigido pelo pacto da graça, firmado pelo Senhor com o seu povo.
“A lei do SENHOR é perfeita [...]”,
Sl.19.7 a ponto de designar o padrão divino para a conduta humana.
É
“a lei do SENHOR [...]”, Sl.19.7
que restaura a vida do homem em todas as suas faculdades e vontades
intelectuais e morais.
Nenhuma
parte do homem está impossibilitada de ser “[...]
restaurada (pela) lei do SENHOR [...]”, Sl.19.7.
Devemos
saber que uma pessoa corretamente instruída na “[...]
lei do SENHOR [...] (não necessita de mais nada para se tornar) sábia [...]”,
Sl.19.7.
B
– O testemunho do Senhor.
“[...] O testemunho do SENHOR (Yahweh) é fiel
e dá sabedoria aos símplices”, Sl.19.7.
A
Palavra de Deus é segura e duradoura.
“[...] O testemunho do SENHOR é [...]”,
Sl.19.7 o fundamento infalível de conselhos verdadeiros e base segura de
esperanças confortantes e duradouras.
Quando
somos guiados e governados pela Palavra de Deus, não correremos nenhum risco de
nos desviar, porque estaremos no caminho pelo qual “[...] o [...] SENHOR [...]”, Sl.19.7 conduz o seu povo rumo
a salvação.
A
palavra “[...] testemunho [...]”,
Sl.19.7 indica o contrato pactual feito entre Deus e seu povo eleito.
Esse
contrato está expresso especialmente nos dez mandamentos.
O
termo “[...] fiel [...]”,
Sl.19.7 nos apresenta a ideia de que a Palavra permanece e está firme e segura,
ou seja, ela é apresentada como algo certo e inabalável, pois o Senhor é quem
confere essa garantia.
“[...] Sabedoria [...]”, Sl.19.7 fala
que o Senhor Deus é a fonte da verdadeira sabedoria, e ele a concede para que
os seus saibam decidir entre o que é certo e o que é errado, um parâmetro
norteador para a vida.
“[...] Símplices”, Sl.19.7 designa uma
pessoa ingênua e inocente, que não tem discernimento para distinguir o certo do
errado, assim, o testemunho inabalável do Senhor transforma aquele que é
ingênuo em alguém apto para tomar decisões, ou seja, tornar-se sábio e dotado
de discernimento.
C
– Os preceitos do Senhor.
“Os preceitos do SENHOR (Yahweh) são retos e
alegram o coração [...]”, Sl.19.8.
Os preceitos
de Deus são exatamente acordes com as eternas normas e os princípios do bem e
do mal.
Porque
são retos, a observância dos princípios “[...]
alegram o coração [...]”, Sl.19.8.
A
lei, em vista do sacrifício de Cristo, produz “[...]
alegria [...]”, Sl.19.8; e quando está escrita em nosso coração, imprime
o fundamento do gozo perpétuo por sermos restaurados com uma mente santa.
O
termo “[...] preceitos [...]”,
Sl.19.8 indica instruções específicas, ou seja, abrangente até mesmo nas
questões menores, não apenas os princípios gerais, abrangentes e amplos, mas
também as instruções apontadas individualmente.
“Os preceitos do SENHOR (Yahweh) são (sempre)
retos e (sempre) alegram o coração [...]”, Sl.19.8.
A
Palavra de Deus dirige nossos passos, até mesmo nas ocasiões mais simplórias e
corriqueiras do dia a dia.
Devemos
entender que a nossa vida somente estará ordenada se for moldada unicamente
pela Palavra de Deus em todos os seus termos.
D
– O mandamento do Senhor.
“[...] O mandamento do SENHOR (Yahweh) é puro
e ilumina os olhos.”, Sl.19.8.
O
quarto título nos ensina que, da mesma maneira que a luz não se mistura com as
trevas, a lei de Deus mantêm-se pura e intacta.
Essa
lei, ou “[...] o mandamento do SENHOR (Yahweh)
é puro e ilumina os (nosso) olhos”, Sl.19.8.
“[...] O mandamento do SENHOR (Yahweh) [...]
ilumina os olhos”, Sl.19.8, guiando-nos pelo caminho correto como sendo “lâmpada para os nossos pés [...] a [...] palavra
(de Deus) e, luz para os nossos caminhos”, Sl.119.105.
A
palavra “[...] mandamento [...]”,
Sl.19.8 indica os mandamentos que estão à disposição de todo o povo de Deus.
Nesse
sentido, essa palavra diz respeito às coisas designadas pelo Senhor em sua lei.
A
palavra “[...] olhos”, Sl.19.8 é
empregada para expressar conhecimento, caráter, atitude, inclinação, opinião e
o modo de corresponder às ordenanças da lei do Senhor.
“[...] Os olhos”, Sl.19.8, portanto,
são considerados um bom indicador dos pensamentos íntimos do homem.
“[...] O mandamento do SENHOR (Yahweh) [...]
ilumina os olhos”, Sl.19.8, o sentido aqui é revigorar ou reanimar,
indicando que o mandamento do Senhor revigora o caráter, a atitude do homem.
É
por este motivo que “são os olhos a
lâmpada do corpo. Se os nossos olhos forem bons, todo o nosso corpo será
luminoso; se, porém, os nossos olhos forem maus, todo o nosso corpo estará em
trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas
serão!”, Mt.6.22, 23.
E
a “[...] pureza [...] (mostra que
somente) o mandamento do SENHOR (Yahweh) é puro [...]”, Sl.19.8 para ser
aplicado em nossas vidas.
E
– O temor do Senhor.
“O temor do SENHOR é límpido e permanece para
sempre [...]”, Sl.19.9.
O
conhecimento produzido pelo “[...]
temor do SENHOR [...]”, Sl.19.9 é puro, o respeito a que os filhos de
Deus são levados pela sua Palavra constitui a verdadeira sabedoria.
Jó
fala “[...] que o temor do Senhor é a
sabedoria [...]”, Jó 28.28.
O
salmista declara “o temor do SENHOR é o
princípio da sabedoria [...]”, Sl.111.10.
A
palavra “[...] temor [...]”,
Sl.19.9 indica a advertência a respeito das maldições sobre a desobediência,
que pronunciam julgamento, que descrevem a Deus irado com o pecado.
Esse
“[...] temor do SENHOR é límpido (limpo,
puro moralmente e eticamente, por este motivo) permanece para sempre [...]”,
Sl.19.9.
A
expressão “[...] temor [...]”,
Sl.19.9 evidencia o modo pelo qual o Senhor quer ser adorado, portanto, há
somente culto verdadeiro quando Deus é adorado segundo prescreve a sua lei.
F
– Os juízes do Senhor.
“[...] os juízos do SENHOR são verdadeiros e
todos igualmente, justos”, Sl.19.9.
A
Palavra de Deus sempre está em consonância com a verdade, pois o que Deus quer
é sempre a verdade.
Na
oração sacerdotal, Jesus fala que “[...]
a [...] palavra (de Deus) é a verdade”, Jo.17.17.
Por
isso “[...] os juízos do SENHOR são
verdadeiros e todos igualmente, justos”, Sl.19.9, formando um todo
conciso: a Palavra, a verdade e a justiça de Deus.
“[...] Juízos [...]”, Sl.19.9 indica
que todos os termos desse trecho se referem ao julgamento do Senhor.
2 – O sacramento como selo da Palavra.
Os
sacramentos são exercícios praticados com a finalidade de nos tornar mais
certos e seguros da Palavra de Deus e de suas promessas.
Como
somos carnais, os sacramentos também nos são dados em coisas carnais, a fim de
que eles nos instruam conforme a capacidade da nossa rude condição e nos
dirijam e nos conduzam como os mestres fazem com as crianças que estão aos seus
cuidados.
Os
sacramentos cumprem o propósito firmado pelo Senhor de serem um selo e um
penhor da palavra com a finalidade de solidificar nossa fé.
Sabemos
que o Senhor nos selou “[...] como selo
da justiça da fé [...] a fim de que nos fosse imputada a justiça [...] (mesmo) daqueles
que não são [...] mas [...] andam nas pisadas da fé [...]”, Rm.4.11, 12.
Os
sacramentos são exercícios que nos tornam mais certa a fidedignidade da Palavra
de Deus.
O
Senhor confirma sua graça e sua misericórdia pactual, tanto pela Palavra quanto
pelos sacramentos, contudo, somente aqueles que recebem a Palavra e os sacramentos,
porque é proclamada e crida.
Paulo
fala que “[...] todos quantos foram batizados
em Cristo de Cristo nos revestimos”, Gl.3.27.
O
revestimento é a prova de que “[...] em
um só Espírito, todos nós fomos batizados [...]”, 1Co.12.13.
Os
sacramentos são testemunhos da Palavra de Deus, que confirmam a bondade do
Senhor para conosco em nos sustentar, preservar, alimentar, fortalecer e
aumentar a nossa fé.
A Palavra e
os sacramentos possuem a mesma função, comunicar a Cristo Jesus.
Conclusão: Os sacramentos e a Palavra, possuem a
propriedade de fortalecer e instruir no caminho correto a ser seguido.
Os
sacramentos é um meio pelo qual o Espírito Santo do Senhor confirma nossa fé,
portanto, a nossa salvação em Cristo Jesus.
Aplicação: Se os sacramentos ratificam a Palavra de
Deus, quão próximo você está dela e quanto você aprofundou seu conhecimento
sobre ela?
Que
medidas práticas você pode tomar para aprender mais dos preceitos do Senhor?
A
Palavra de Deus “é mais desejável do
que ouro, mais do que muito ouro depurado; e é mais doce do que o mel e o
destilar dos favos”, Sl.19.10 para você?
“As palavras dos meus lábios e o meditar do
meu coração são agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!(?)”,
Sl.19.14.
Rev.
Salvador P. Santana
Adaptado pelo Rev. Salvador P.
Santana para E.D. – O batismo e a Ceia do Senhor – Palavra Viva – Rev.
Christian Brially Tavares de Medeiros – ECC.
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