RELACIONAMENTOS NECESSÁRIOS, Cl.4.2-18.
Objetivo: Alexander Pope, poeta britânico
(1688-1744) escreveu: “errar é humano, mas perdoar é divino”.
Errar
faz parte da vida e a questão principal é como aceitamos ou enfrentamos os
nossos fracassos.
John
C. Maxwell, pastor, escritor americano apresenta dez principais razões pelas
quais as pessoas fracassam:
·
Inabilidade (não possuiu habilidade) de
relacionamento com outras pessoas;
·
Atitude mental negativa;
·
Estar no lugar errado;
·
Ausência de foco;
·
Falta de compromisso;
·
Indisposição para mudar ou inflexibilidade;
·
Mentalidade do caminho mais curto;
·
Confiar apenas no talento humano;
·
Decisões baseadas em informações incompletas;
·
Falta de objetivos ou de sonhos.
Na
vida cristã, o sucesso ou o fracasso espiritual depende de relacionamentos.
A
qualidade da sua vida espiritual dependerá da maneira como você se relaciona
com Deus e com as pessoas.
No
último capítulo da carta aos Colossenses, o apóstolo Paulo oferece-nos uma aula
sobre este assunto.
1 – A relação do cristão com
Deus.
A
nossa obrigação como cristão é “perseverar
na oração, vigiando com ações de graças”, Cl.4.2.
A
oração é a base do relacionamento do crente com Deus.
“Perseverar na oração [...]”, Cl.4.2 é
dialogar com Deus e sem esse diálogo não existe relacionamento.
A
oração é um mandamento divino, “pedi
[...] buscai [...] batei [...]”, Mt.7.7
Essa
ordenança é acompanhada da garantia de que “[...]
entre os que [...] invocam o nome (e) [...] clama ao SENHOR [...] ele os ouve.
Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate,
abrir-se-lhe-á”, Sl.99.6; Mt.7.8.
No
texto, Paulo fala que devemos orar de três maneiras:
A
– Com perseverança.
A
palavra “perseverança [...]”,
Cl.4.2 significa “apegar-se, ocupar-se ativamente de”, indicando a ideia de
paciência e persistência.
“Jesus diz [...] sobre o dever de orar sempre
e nunca esmorecer”, Lc.18.1.
Paulo
declara que o crente deve ser “[...] na
oração, perseverante”, Rm.12.12.
É
preciso que eu e você aprenda a “orar
sem cessar”, 1Ts.5.17.
“Perseverar na oração [...]”, Cl.4.2 é
orar sem esmorecer, sem desanimar, “[...]
embora pareça demorado (Deus) defender [...]”, Lc.18.7 ou responder.
A
outra maneira de orar é [...]
B
– Vigiando.
A
palavra “[...] vigiando [...]”,
Cl.4.2 aponta para o espírito de alerta que todo crente deve ter quando for
orar “[...] porque não sabemos quando
virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela
manhã”, Mc.13.35.
É
preciso “ser [...] vigilante (porque)
[...] o diabo, nosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge
procurando alguém para devorar”, 1Pe.5.8.
“[...] Vigiar [...] (é) o discípulo [...] (não
se) achar dormindo [...]”, Mt.26.40 e não ter preguiça de falar com
Deus.
Jesus
nos exorta a “vigiar e orar, para que
não entremos em tentação [...]”, Mt.26.41.
Paulo
declara que devemos orar [...]
C
– Com gratidão.
Toda
“[...] oração [...] (deve ser
misturada) com ações de graças”, Cl.4.2.
Paulo
fala aos Filipenses que é preciso “não
andar ansioso de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de
Deus, as nossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”,
Fp.4.6.
Se
faz necessário “em tudo, darmos graças,
porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para conosco”, 1Ts.5.18.
O
desejo de Paulo escrevendo aos Colossenses é para cada um “dar graças ao Pai [...]”, Cl.1.12 a
fim de todos “[...] crescerem em ações
de graças”, Cl.2.7.
E,
devido “[...] a paz de Cristo [...] em nosso
coração [...] seremos agradecidos”, Cl.3.15.
Por
este motivo, “[...] tudo o que fizermos,
seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele
graças a Deus Pai”, Cl.3.17.
Eis o
motivo de todos nós vivermos em “[...]
ações de graças”, Cl.4.2.
Outro
assunto que Paulo aborda com os Colossenses é sobre a intercessão, a “súplica, ao mesmo tempo (com ações de graças),
também por nós (os missionários), para que Deus [...] abra porta à palavra (da
evangelização), a fim de falarem do mistério de Cristo, pelo qual também (Paulo)
estava algemado”, Cl.4.3.
O
interesse de Paulo e de muitos missionários serve “para que (ele) [...] manifeste (Cristo), como deve fazer”,
Cl.4.4.
A
oração intercessória “Jesus (fez) rogando
por Pedro (eu e você), para que a [...] fé (dele) não desfalecesse [...] (e) quando
se convertesse, fortalecesse os seus irmãos”, Lc.22.32.
Essa
missão de “[...] Cristo Jesus [...] (continua
até hoje) à direita de Deus [...] intercedendo por nós”, Rm.8.34.
Somos
ordenados “[...] a orar [...] (pelo)
enfermo, e o Senhor o levantará [...]”, Tg.5.15.
Outra
responsabilidade que temos é de “[...]
usar a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de
todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de
autoridade, para que vivamos vida tranquila [...]”, 1Tm.2.1, 2.
É
nosso dever “orar pela paz de Jerusalém
(igreja) [...]”, Sl.122.6.
Deve ser
urgente em nós “[...] orar pelos que nos
perseguem”, Mt.5.44.
“[...] As nossas orações (deve ser em) favor
(dos ministros do evangelho), para que, por muitos, sejam dadas graças a seu respeito
(testemunho), pelo benefício que lhes foi concedido [...]”, 2Co.1.11.
Paulo
apresenta dois pedidos:
1
– Para que Deus abra “[...] porta [...]
(ou) oportunidade para o trabalho (de evangelização) [...]”, 1Co.16.9.
Precisamos
entender que é o próprio Deus que “[...]
põe [...] uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar [...]”, Ap.3.8.
2
– Outro pedido é “[...] para que, em
Cristo, Paulo (ministros) sejam ousados para falar [...]”, Ef.6.20 a
mensagem Bíblica.
A
oração é um meio de graça disponível ao cristão, para alimentar o seu
relacionamento com Deus.
Aplicações práticas:
Muitas
pessoas fracassam por inabilidade em se relacionar com outras pessoas;
A
oração deve ser feita com perseverança, vigilância e gratidão;
A
oração abre portas e capacita para o trabalho.
2 – A relação do cristão e o
mundo.
A
nossa relação diante do mundo é eu e você se “portar
com sabedoria (saber ouvir, falar, agir) para com os que são de fora; aproveitando
as oportunidades (para evangelizar)”, Cl.4.5.
Diante
do mundo “a nossa palavra seja sempre
agradável (sem palavras ofensivas), temperada (para ser ouvida) com sal, para
sabermos como devemos responder a cada um”, Cl.4.6.
“[...] Os que são de fora [...]”,
Cl.4.5 é uma expressão equivalente ao termo rabínico que denotava aqueles que
pertenciam às outras religiões, é usada aqui para significar aqueles que não
são crentes no Senhor Jesus.
O
apóstolo dá três conselhos espirituais:
1
– “Portar com sabedoria [...]”,
Cl.4.5 é andar como Deus manda.
Todo
cristão deve se preocupar com o seu testemunho, pois a vida fala mais alto do
que as palavras, por isso “[...] somos o
sal da terra [...] a luz do mundo [...] (que) se acende [...] para colocá-la [...]
no velador [...] (para) brilhar [...] diante dos homens, para que vejam as nossas
boas obras e glorifiquem a nosso Pai que está nos céus”, Mt.5.13-16.
A
palavra “portar (gr. Peripateo, andar à
roda) [...]”, Cl.4.5 apontando para uma maneira costumeira de viver, um
estilo de vida pautado pela ética.
“[...] Com sabedoria [...]”, Cl.4.5
deve ser de acordo com “[...] os mandamentos
(do) Senhor, para que os cumpramos à risca”, Sl.119.4;
2
– “[...]
Aproveitar as oportunidades”, Cl.4.5 fala de “remir o tempo (ou tirar proveito da oportunidade), porque os
dias são maus”, Ef.5.16.
A
palavra não enfatiza um determinado momento do tempo, mas um espaço de tempo
cheio de possibilidades porque “[...]
os campos [...] já branquejam para a ceifa”, Jo.4.35.
Precisamos
“[...] aproveitar as oportunidades”,
Cl.4.5 para falar e testemunhar do evangelho;
3
– “A nossa palavra seja sempre
agradável [...]”, Cl.4.6 compreende todas as comunicações verbais e
corporais.
Jesus
fala “[...] que de toda palavra frívola
(inútil) que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque,
pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado”,
Mt.12.36, 37.
Por
este motivo “a nossa palavra (deve) ser
sempre agradável, temperada com sal, para sabermos como devemos responder a
cada um”, Cl.4.6.
Por
isso, “não (deve) sair da nossa boca
nenhuma palavra torpe (nojenta), e sim unicamente a que for boa para edificação
[...] e [...] transmitir graça aos que ouvem”, Ef.4.29.
Sabemos
que o sal simboliza pureza, preservação e sabor. Logo, a nossa fala deve ser
pura e santa, deve exercer uma influência positiva contra a deterioração e deve
ser saborosa ou gostosa de ser ouvida.
O
objetivo de tal fala é responder adequadamente à pessoa que não é convertida.
Todo
cristão deve “[...] santificar a
Cristo, como Senhor, em seu coração, estando sempre preparado para responder a
todo aquele que nos pedir razão da esperança que há em nós, fazendo-o, todavia,
com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam
contra nós outros, fiquem envergonhados os que difamam o nosso bom procedimento
em Cristo”, 1Pe.3.15, 16.
Aplicações práticas:
Precisamos
nos relacionar bem com as pessoas que não são crentes;
A
nossa maneira de agir atrai as pessoas;
Precisamos
saber o momento certo e a melhor maneira de responder aos questionamentos da
nossa fé.
3 – A relação entre líderes.
Paulo
mantinha muitos relacionamentos. Isso explica, em parte, o sucesso do seu
trabalho.
No
final da carta, ele cita vários dos seus companheiros de lutas e cada um nos
ilustra um princípio de liderança:
A
– Tíquico.
Paulo
reconhece “[...] Tíquico [...] (como)
irmão amado, e fiel ministro, e conservo no Senhor [...]”, Cl.4.7.
“[...] Tíquico (sabia) quanto à [...] situação
(de Paulo, preso em Roma, 62 d.C.) [...]”, Cl.4.7.
“[...] Tíquico [...] de tudo [...] informou (à
igreja dos Colossenses não apenas sobre a prisão, mas principalmente a respeito
da amizade que eles tinham) [...]”, Cl.4.7.
“Paulo [...] envia (Tíquico) com o expresso
propósito de lhes dar conhecimento da [...] situação (de prisão em Roma, 62
d.C.) e de alentar (fortalecer, encorajar, ensinar) o [...] coração (dos)
Colossenses”, Cl.4.8.
Princípio
da liderança: A confiança é a base de qualquer relacionamento.
B
– Onésimo.
“[...] Onésimo (útil) [...]”, Cl.4.9 .
Paulo
escrevendo à Filemom fala que “Onésimo,
antes [...] foi inútil; atualmente, porém, é útil [...]”, Fm.11.
“[...] Onésimo [...] (era considerado) filho
(espiritual) que Paulo gerou entre algemas”, Fm.10.
“Em [...] companhia (de Tíquico), Paulo enviou
Onésimo, (conhecido como) o fiel e amado irmão [...] Eles [...] fariam saber
tudo o que [...] (em Roma, prisão) ocorria”, Cl.4.9.
Princípio
da liderança: Um fracasso de conduta não significa o fracasso definitivo de
uma pessoa. O fracasso não deve gerar pessoas fracassadas.
C
– Aristarco, Marcos e Jesus Justo.
Estes
três nomes: “[...] Aristarco [...]
Marcos [...]”, Cl.4.10 “e Jesus,
conhecido por Justo, os quais são os únicos da circuncisão (judeus) que cooperavam
pessoalmente comigo pelo reino de Deus [...]”, Cl.4.11.
“[...] Eles têm sido (vistos por Paulo como) o
seu lenitivo (consolo, conforto)”, Cl.4.11.
Foi
enviada a “saudação (de) Aristarco
(macedônio de Tessalônica, foi companheiro de viagem de Paulo, At.19.29, 27.2,
“[...] cooperador (do ministério)”, Fm.24) e prisioneiro [...]”,
Cl.4.10.
“[...] Marcos, primo de Barnabé [...]”,
Cl.4.10 é o autor do segundo Evangelho.
“[...] Marcos [...]”, Cl.4.10 é o
motivo da separação entre “[...] Paulo
e [...] (Barnabé quando) João, porém, aparta-se deles, voltou para Jerusalém”,
At.13.13.
Posteriormente
“[...] Marcos [...] (foi) útil para o
ministério”, 2Tm.4.11 de Paulo.
A
recomendação “[...] (sobre Marcos (é) quem
recebeu instruções (do próprio Paulo); se ele fosse ter (com os Colossenses,
devia ser) [...] acolhido)”, Cl.4.10.
“E Jesus, conhecido por Justo, os quais são os
únicos da circuncisão (judeu) que cooperava pessoalmente (com Paulo) [...] pelo
reino de Deus [...]”, Cl.4.11.
Princípio
da liderança: Quando ajudamos os outros, estamos nos ajudando.
D
– Epafras.
Outro
também que estava com Paulo e manda “saudações
(é) Epafras (plantador de igrejas), que é dentre vós (membro da igreja de
Colossos) [...]”, Cl.4.12.
“[...] Epafras [...] (por ser) servo de Cristo
Jesus, o qual se esforçava sobremaneira, continuamente (pelos) Colossenses
[...] nas orações [...]”, Cl.4.12.
A
petição de “[...] Epafras [...] (era) para
que (os) Colossenses conservassem perfeitos e plenamente convictos em toda a
vontade de Deus”, Cl.4.12.
“E (o próprio) Paulo dava testemunho dele de
que muito se preocupava (pelos) Colossenses [...] pelos de Laodicéia e pelos de
Hierápolis”, Cl.4.13.
Princípio
da liderança: As pessoas estão interessadas em quem se interessa por elas.
C
– Lucas.
Aquele
que envia “saudações (é) Lucas (autor
do evangelho de Lucas e de Atos dos Apóstolos) [...]”, Cl.4.14.
É
possível que “[...] Lucas, o médico
amado (tenha abandonado o seu consultório para ser o médico de Paulo) [...]”,
Cl.4.14 e “[...] cooperador”,
Fm.24 na evangelização.
Princípio
da liderança: Nos melhores relacionamentos, a alegria de estar junto é o
suficiente.
D
– Demas.
“[...] Também Demas”, Cl.4.14 foi um “[...] cooperador”, Fm.24 de Paulo,
contudo “[...] Demas [...] amou o
presente século [...] abandonou (Paulo) [...]”, 2Tm.4.10.
É
possível que não tenha resistido às durezas do ministério da cruz.
Princípio
da liderança: Pessoas magoadas são as que mais magoam as outras.
E
– Arquipo.
Paulo
fala que “também (era para ser) dito a
Arquipo (que estava em Colossos, possível passando por problemas ministeriais,
para ele ficar) [...] atento para o ministério que recebeu no Senhor, para o
cumprir (com dedicação)”, Cl.4.17.
Provável
que “[...] Arquipo [...]”, Cl.4.17
fosse filho de Filemom “[...] e Áfia
[...] (pois havia uma) igreja [...] em sua casa”, Fm.2. Princípio da liderança: Em
nossos relacionamentos, podemos levantar ou derrubar as pessoas.
Aplicações práticas:
Não
podemos separar o trabalho de liderança do relacionamento com as pessoas;
Ninguém
consegue realizar um trabalho eficiente sem a ajuda de uma equipe;
O
segredo do sucesso está na qualidade dos nossos relacionamentos.
Paulo
encerra “saudando os irmãos de Laodiceia,
e Ninfa (rica), e à igreja que ela hospedava em sua casa”, Cl.4.15.
“E, (a ordem era:) uma vez lida [...] (a) epístola
perante eles (Colossenses), providenciado por que seja também lida na igreja
dos laodicenses; e a dos de Laodiceia, (devia ser) lida igualmente perante eles”,
Cl.4.16.
“A saudação (troca de informações sobre a
família) é de próprio punho: Paulo. (A recomendação:) Lembrai-vos das minhas
algemas (ore). A graça (favor imerecido) seja convosco”, Cl.4.18.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Filipenses e Colossenses – Cristo:
Nossa alegria e suficiência – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3.
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