terça-feira, 9 de outubro de 2018

Cl.4.2-18 - RELACIONAMENTOS NECESSÁRIOS.


RELACIONAMENTOS NECESSÁRIOS, Cl.4.2-18.



Objetivo:         Alexander Pope, poeta britânico (1688-1744) escreveu: “errar é humano, mas perdoar é divino”.

            Errar faz parte da vida e a questão principal é como aceitamos ou enfrentamos os nossos fracassos.

            John C. Maxwell, pastor, escritor americano apresenta dez principais razões pelas quais as pessoas fracassam:

·         Inabilidade (não possuiu habilidade) de relacionamento com outras pessoas;

·         Atitude mental negativa;

·         Estar no lugar errado;

·         Ausência de foco;

·         Falta de compromisso;

·         Indisposição para mudar ou inflexibilidade;

·         Mentalidade do caminho mais curto;

·         Confiar apenas no talento humano;

·         Decisões baseadas em informações incompletas;

·         Falta de objetivos ou de sonhos.

            Na vida cristã, o sucesso ou o fracasso espiritual depende de relacionamentos.

            A qualidade da sua vida espiritual dependerá da maneira como você se relaciona com Deus e com as pessoas.

            No último capítulo da carta aos Colossenses, o apóstolo Paulo oferece-nos uma aula sobre este assunto.

1 – A relação do cristão com Deus.

            A nossa obrigação como cristão é “perseverar na oração, vigiando com ações de graças”, Cl.4.2.

            A oração é a base do relacionamento do crente com Deus.

            Perseverar na oração [...]”, Cl.4.2 é dialogar com Deus e sem esse diálogo não existe relacionamento.

            A oração é um mandamento divino, “pedi [...] buscai [...] batei [...]”, Mt.7.7  

            Essa ordenança é acompanhada da garantia de que “[...] entre os que [...] invocam o nome (e) [...] clama ao SENHOR [...] ele os ouve. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”, Sl.99.6; Mt.7.8.           

            No texto, Paulo fala que devemos orar de três maneiras:

            A – Com perseverança.

            A palavra “perseverança [...]”, Cl.4.2 significa “apegar-se, ocupar-se ativamente de”, indicando a ideia de paciência e persistência.

            Jesus diz [...] sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer”, Lc.18.1.

            Paulo declara que o crente deve ser “[...] na oração, perseverante”, Rm.12.12.

            É preciso que eu e você aprenda a “orar sem cessar”, 1Ts.5.17.    

            Perseverar na oração [...]”, Cl.4.2 é orar sem esmorecer, sem desanimar, “[...] embora pareça demorado (Deus) defender [...]”, Lc.18.7 ou responder.

            A outra maneira de orar é [...]           

            B – Vigiando.

            A palavra “[...] vigiando [...]”, Cl.4.2 aponta para o espírito de alerta que todo crente deve ter quando for orar “[...] porque não sabemos quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã”, Mc.13.35.        

            É preciso “ser [...] vigilante (porque) [...] o diabo, nosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”, 1Pe.5.8.          

            [...] Vigiar [...] (é) o discípulo [...] (não se) achar dormindo [...]”, Mt.26.40 e não ter preguiça de falar com Deus.  

            Jesus nos exorta a “vigiar e orar, para que não entremos em tentação [...]”, Mt.26.41.       

            Paulo declara que devemos orar [...]

            C – Com gratidão.

            Toda “[...] oração [...] (deve ser misturada) com ações de graças”, Cl.4.2.

            Paulo fala aos Filipenses que é preciso “não andar ansioso de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as nossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”, Fp.4.6.  

            Se faz necessário “em tudo, darmos graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para conosco”, 1Ts.5.18.     

            O desejo de Paulo escrevendo aos Colossenses é para cada um “dar graças ao Pai [...]”, Cl.1.12 a fim de todos “[...] crescerem em ações de graças”, Cl.2.7.

            E, devido “[...] a paz de Cristo [...] em nosso coração [...] seremos agradecidos”, Cl.3.15.

            Por este motivo, “[...] tudo o que fizermos, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”, Cl.3.17.

            Eis o motivo de todos nós vivermos em “[...] ações de graças”, Cl.4.2.

            Outro assunto que Paulo aborda com os Colossenses é sobre a intercessão, a “súplica, ao mesmo tempo (com ações de graças), também por nós (os missionários), para que Deus [...] abra porta à palavra (da evangelização), a fim de falarem do mistério de Cristo, pelo qual também (Paulo) estava algemado”, Cl.4.3.

            O interesse de Paulo e de muitos missionários serve “para que (ele) [...] manifeste (Cristo), como deve fazer”, Cl.4.4.

            A oração intercessória “Jesus (fez) rogando por Pedro (eu e você), para que a [...] fé (dele) não desfalecesse [...] (e) quando se convertesse, fortalecesse os seus irmãos”, Lc.22.32.       

            Essa missão de “[...] Cristo Jesus [...] (continua até hoje) à direita de Deus [...] intercedendo por nós”, Rm.8.34. 

            Somos ordenados “[...] a orar [...] (pelo) enfermo, e o Senhor o levantará [...]”, Tg.5.15.   

            Outra responsabilidade que temos é de “[...] usar a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila [...]”, 1Tm.2.1, 2. 

            É nosso dever “orar pela paz de Jerusalém (igreja) [...]”, Sl.122.6.      

            Deve ser urgente em nós “[...] orar pelos que nos perseguem”, Mt.5.44.

            [...] As nossas orações (deve ser em) favor (dos ministros do evangelho), para que, por muitos, sejam dadas graças a seu respeito (testemunho), pelo benefício que lhes foi concedido [...]”, 2Co.1.11.  

            Paulo apresenta dois pedidos:

            1 – Para que Deus abra “[...] porta [...] (ou) oportunidade para o trabalho (de evangelização) [...]”, 1Co.16.9.

            Precisamos entender que é o próprio Deus que “[...] põe [...] uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar [...]”, Ap.3.8.  

            2 – Outro pedido é “[...] para que, em Cristo, Paulo (ministros) sejam ousados para falar [...]”, Ef.6.20 a mensagem Bíblica.       

            A oração é um meio de graça disponível ao cristão, para alimentar o seu relacionamento com Deus.

Aplicações práticas:   

            Muitas pessoas fracassam por inabilidade em se relacionar com outras pessoas;

            A oração deve ser feita com perseverança, vigilância e gratidão;

            A oração abre portas e capacita para o trabalho.

2 – A relação do cristão e o mundo.

            A nossa relação diante do mundo é eu e você se “portar com sabedoria (saber ouvir, falar, agir) para com os que são de fora; aproveitando as oportunidades (para evangelizar)”, Cl.4.5.

            Diante do mundo “a nossa palavra seja sempre agradável (sem palavras ofensivas), temperada (para ser ouvida) com sal, para sabermos como devemos responder a cada um”, Cl.4.6.

            [...] Os que são de fora [...]”, Cl.4.5 é uma expressão equivalente ao termo rabínico que denotava aqueles que pertenciam às outras religiões, é usada aqui para significar aqueles que não são crentes no Senhor Jesus.

            O apóstolo dá três conselhos espirituais:

            1 – “Portar com sabedoria [...]”, Cl.4.5 é andar como Deus manda.

            Todo cristão deve se preocupar com o seu testemunho, pois a vida fala mais alto do que as palavras, por isso “[...] somos o sal da terra [...] a luz do mundo [...] (que) se acende [...] para colocá-la [...] no velador [...] (para) brilhar [...] diante dos homens, para que vejam as nossas boas obras e glorifiquem a nosso Pai que está nos céus”, Mt.5.13-16.      

            A palavra “portar (gr. Peripateo, andar à roda) [...]”, Cl.4.5 apontando para uma maneira costumeira de viver, um estilo de vida pautado pela ética.

            [...] Com sabedoria [...]”, Cl.4.5 deve ser de acordo com “[...] os mandamentos (do) Senhor, para que os cumpramos à risca”, Sl.119.4;     

            2 –       [...] Aproveitar as oportunidades”, Cl.4.5 fala de “remir o tempo (ou tirar proveito da oportunidade), porque os dias são maus”, Ef.5.16.       

            A palavra não enfatiza um determinado momento do tempo, mas um espaço de tempo cheio de possibilidades porque “[...] os campos [...] já branquejam para a ceifa”, Jo.4.35.

            Precisamos “[...] aproveitar as oportunidades”, Cl.4.5 para falar e testemunhar do evangelho;

            3 – “A nossa palavra seja sempre agradável [...]”, Cl.4.6 compreende todas as comunicações verbais e corporais.

            Jesus fala “[...] que de toda palavra frívola (inútil) que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado”, Mt.12.36, 37.       

            Por este motivo “a nossa palavra (deve) ser sempre agradável, temperada com sal, para sabermos como devemos responder a cada um”, Cl.4.6.

            Por isso, “não (deve) sair da nossa boca nenhuma palavra torpe (nojenta), e sim unicamente a que for boa para edificação [...] e [...] transmitir graça aos que ouvem”, Ef.4.29.     

            Sabemos que o sal simboliza pureza, preservação e sabor. Logo, a nossa fala deve ser pura e santa, deve exercer uma influência positiva contra a deterioração e deve ser saborosa ou gostosa de ser ouvida.

            O objetivo de tal fala é responder adequadamente à pessoa que não é convertida.

            Todo cristão deve “[...] santificar a Cristo, como Senhor, em seu coração, estando sempre preparado para responder a todo aquele que nos pedir razão da esperança que há em nós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra nós outros, fiquem envergonhados os que difamam o nosso bom procedimento em Cristo”, 1Pe.3.15, 16.

Aplicações práticas:

            Precisamos nos relacionar bem com as pessoas que não são crentes;

            A nossa maneira de agir atrai as pessoas;

            Precisamos saber o momento certo e a melhor maneira de responder aos questionamentos da nossa fé.

3 – A relação entre líderes.

            Paulo mantinha muitos relacionamentos. Isso explica, em parte, o sucesso do seu trabalho.

            No final da carta, ele cita vários dos seus companheiros de lutas e cada um nos ilustra um princípio de liderança:

            A – Tíquico.

            Paulo reconhece “[...] Tíquico [...] (como) irmão amado, e fiel ministro, e conservo no Senhor [...]”, Cl.4.7.

            [...] Tíquico (sabia) quanto à [...] situação (de Paulo, preso em Roma, 62 d.C.) [...]”, Cl.4.7.

            [...] Tíquico [...] de tudo [...] informou (à igreja dos Colossenses não apenas sobre a prisão, mas principalmente a respeito da amizade que eles tinham) [...]”, Cl.4.7.

            Paulo [...] envia (Tíquico) com o expresso propósito de lhes dar conhecimento da [...] situação (de prisão em Roma, 62 d.C.) e de alentar (fortalecer, encorajar, ensinar) o [...] coração (dos) Colossenses”, Cl.4.8.

            Princípio da liderança: A confiança é a base de qualquer relacionamento.

            B – Onésimo.

            [...] Onésimo (útil) [...]”, Cl.4.9 .

            Paulo escrevendo à Filemom fala que “Onésimo, antes [...] foi inútil; atualmente, porém, é útil [...]”, Fm.11. 

            [...] Onésimo [...] (era considerado) filho (espiritual) que Paulo gerou entre algemas”, Fm.10.       

            Em [...] companhia (de Tíquico), Paulo enviou Onésimo, (conhecido como) o fiel e amado irmão [...] Eles [...] fariam saber tudo o que [...] (em Roma, prisão) ocorria”, Cl.4.9.

            Princípio da liderança: Um fracasso de conduta não significa o fracasso definitivo de uma pessoa. O fracasso não deve gerar pessoas fracassadas.

            C – Aristarco, Marcos e Jesus Justo.

            Estes três nomes: “[...] Aristarco [...] Marcos [...]”, Cl.4.10 “e Jesus, conhecido por Justo, os quais são os únicos da circuncisão (judeus) que cooperavam pessoalmente comigo pelo reino de Deus [...]”, Cl.4.11.

            [...] Eles têm sido (vistos por Paulo como) o seu lenitivo (consolo, conforto)”, Cl.4.11.

            Foi enviada a “saudação (de) Aristarco (macedônio de Tessalônica, foi companheiro de viagem de Paulo, At.19.29, 27.2, “[...] cooperador (do ministério)”, Fm.24) e prisioneiro [...]”, Cl.4.10.

            [...] Marcos, primo de Barnabé [...]”, Cl.4.10 é o autor do segundo Evangelho.

            [...] Marcos [...]”, Cl.4.10 é o motivo da separação entre “[...] Paulo e [...] (Barnabé quando) João, porém, aparta-se deles, voltou para Jerusalém”, At.13.13.

            Posteriormente “[...] Marcos [...] (foi) útil para o ministério”, 2Tm.4.11 de Paulo.

            A recomendação “[...] (sobre Marcos (é) quem recebeu instruções (do próprio Paulo); se ele fosse ter (com os Colossenses, devia ser) [...] acolhido)”, Cl.4.10.

            E Jesus, conhecido por Justo, os quais são os únicos da circuncisão (judeu) que cooperava pessoalmente (com Paulo) [...] pelo reino de Deus [...]”, Cl.4.11.

            Princípio da liderança: Quando ajudamos os outros, estamos nos ajudando.

            D – Epafras.

            Outro também que estava com Paulo e manda “saudações (é) Epafras (plantador de igrejas), que é dentre vós (membro da igreja de Colossos) [...]”, Cl.4.12.

            [...] Epafras [...] (por ser) servo de Cristo Jesus, o qual se esforçava sobremaneira, continuamente (pelos) Colossenses [...] nas orações [...]”, Cl.4.12.

            A petição de “[...] Epafras [...] (era) para que (os) Colossenses conservassem perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus”, Cl.4.12.

            E (o próprio) Paulo dava testemunho dele de que muito se preocupava (pelos) Colossenses [...] pelos de Laodicéia e pelos de Hierápolis”, Cl.4.13.

            Princípio da liderança: As pessoas estão interessadas em quem se interessa por elas.

            C – Lucas.

            Aquele que envia “saudações (é) Lucas (autor do evangelho de Lucas e de Atos dos Apóstolos) [...]”, Cl.4.14.

            É possível que “[...] Lucas, o médico amado (tenha abandonado o seu consultório para ser o médico de Paulo) [...]”, Cl.4.14 e “[...] cooperador”, Fm.24 na evangelização.

            Princípio da liderança: Nos melhores relacionamentos, a alegria de estar junto é o suficiente.

            D – Demas.

            [...] Também Demas”, Cl.4.14 foi um “[...] cooperador”, Fm.24 de Paulo, contudo “[...] Demas [...] amou o presente século [...] abandonou (Paulo) [...]”, 2Tm.4.10.

            É possível que não tenha resistido às durezas do ministério da cruz.

            Princípio da liderança: Pessoas magoadas são as que mais magoam as outras.

            E – Arquipo.

            Paulo fala que “também (era para ser) dito a Arquipo (que estava em Colossos, possível passando por problemas ministeriais, para ele ficar) [...] atento para o ministério que recebeu no Senhor, para o cumprir (com dedicação)”, Cl.4.17.

            Provável que “[...] Arquipo [...]”, Cl.4.17 fosse filho de Filemom “[...] e Áfia [...] (pois havia uma) igreja [...] em sua casa”, Fm.2.           Princípio da liderança: Em nossos relacionamentos, podemos levantar ou derrubar as pessoas.

Aplicações práticas:   

            Não podemos separar o trabalho de liderança do relacionamento com as pessoas;

            Ninguém consegue realizar um trabalho eficiente sem a ajuda de uma equipe;

            O segredo do sucesso está na qualidade dos nossos relacionamentos.

            Paulo encerra “saudando os irmãos de Laodiceia, e Ninfa (rica), e à igreja que ela hospedava em sua casa”, Cl.4.15.

            E, (a ordem era:) uma vez lida [...] (a) epístola perante eles (Colossenses), providenciado por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodiceia, (devia ser) lida igualmente perante eles”, Cl.4.16.

            A saudação (troca de informações sobre a família) é de próprio punho: Paulo. (A recomendação:) Lembrai-vos das minhas algemas (ore). A graça (favor imerecido) seja convosco”, Cl.4.18.



            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para E.D. – Filipenses e Colossenses – Cristo: Nossa alegria e suficiência – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3.

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