NÃO AME O QUE DEUS ODEIA, 1Jo.2.12-17.
Objetivo: Precisamos compreender por que não se
deve amar o mundo.
Nar.: “[...]
Deus é amor”, 1Jo.4.8.
O
Deus que ama é também o Deus que odeia.
Não
pode haver amor sem o ódio.
A
Bíblia apresenta Deus como alguém que odeia. Ele odeia a idolatria e as suas
práticas.
Somos
aconselhados a “não fazer assim ao
SENHOR, nosso Deus, porque tudo o que é abominável ao SENHOR e que ele odeia
fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos
seus deuses”, Dt.12.31.
“[...] O SENHOR [...] diz que odeia o repúdio (divórcio)
e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos
Exércitos; portanto, cuidai de vocês mesmos e não sejam infiéis”, Ml.2.16.
Salomão
declara que “seis coisas o SENHOR
aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos (orgulhoso), língua
mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos
iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere
mentiras e o que semeia contendas entre irmãos”, Pv.6.16-19.
A fala de
João é que “não (devemos) amar o mundo
nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está
nele”, 1Jo.2.15.
Deus
apresenta três motivos pelos quais o cristão “não
(deve) amar o mundo [...]”, 1Jo.2.15, isto porque, a igreja de Deus não
pertence ao mundo e por isso não deve amá-lo.
Não
ame o que Deus odeia porquê [...]
1 – A igreja não é do mundo.
O
evangelho de João declara que “nós não somos do mundo, como também Jesus não
é”, Jo.17.16.
João
sabia dessa verdade e estava ciente de que os seus leitores eram alvo dos
falsos mestres do gnosticismo.
Para
encorajar os leitores, João relembra que somos “filhinhos
[...] porque os nossos pecados são
perdoados, por causa do [...] nome (de) Jesus”, 1Jo.2.12.
Aos
“pais, João [...] escreve, porque
conhecem aquele que existe desde o princípio. (Aos) jovens, João [...] escreve,
porque tens vencido o Maligno”, 1Jo.2.13.
A
todos estes, os “filhinhos, João [...] escreve,
porque conhecem o Pai. Pais, João [...] escreve, porque conhecem aquele que
existe desde o princípio. Jovens, João [...] escreve porque são fortes, e a
palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno”, 1Jo.2.14.
Observem
duas lições espirituais:
A
– A igreja reúne pessoas de todas as idades.
Primeiro,
João usa a expressão “filhinhos meus
[...]”, 1Jo.2.1 que se aplica a todos os leitores.
João
fala para esses “filhinhos, (que) já é
a última hora (volta de Cristo); e, como ouvimos que vem o anticristo, também,
agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora
(que temos para crescer espiritualmente)”, 1Jo.2.18.
Esses
“filhinhos [...] (são instruídos a)
permanecerem nele (Jesus), para que, quando ele se manifestar, tenhamos
confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda”,
1Jo.2.28.
Primeiro,
João classifica a igreja por faixa etária:
Aos
“pais (idosos) [...] porque conhecem
(amadurecimento espiritual) aquele que existe (Jesus) desde o princípio [...]”,
1Jo.2.13;
Aos
“[...] jovens, (que estão em início de
carreira da maturidade espiritual) João [...] escreve, porque (eles) tem vencido
(derrotado) o Maligno”, 1Jo.2.13 através da vida santa.
Esses
jovens são aqueles que estão no processo de amadurecimento espiritual, pois “quando [...] era menino, falava como menino,
sentia como menino, pensava como menino; quando chegou a ser homem, desiste das
coisas próprias de menino”, 1Co.13.11.
Os
pais precisam aprender a “não repreender
ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às
mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza”,
1Tm.5.1, 2.
A
igreja é, portanto, uma família que reúne pessoas de todas as idades.
Todos
nasceram de Deus, mas estão em várias fases de maturidade espiritual tais como
os “filhinhos [...] (os) pais [...] (e
os) jovens [...]”, 1Jo.2.14.
B
– A igreja congrega pessoas que têm um relacionamento espiritual com Deus.
Os
verdadeiros filhos de Deus, independente da sua idade ou maturidade espiritual,
estão seguros de bênçãos espirituais.
Todos
os privilégios apresentados no texto pertencem a todos os cristãos.
João
apresenta três razões para não desanimarmos, mesmo quando provados por Deus:
1
– Fomos perdoados por causa de Jesus.
A
boa nova do evangelho é que nós, os “filhinhos
[...] (temos) os nossos pecados [...] perdoados, por causa de [...] Jesus”,
1Jo.2.12.
O
médico Lucas avisou a Igreja Primitiva de que devia “tomar [...] conhecimento de que se [...] anunciava remissão de
pecados por intermédio (de) Jesus; e, por meio dele, todo o que crê é
justificado de todas as coisas [...]”, At.13.38, 39.
É
por este motivo que “[...] não há
salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome,
dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”, At.4.12.
Todos
nós devemos “[...] saber que (somente) o
Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados [...]”,
Lc.5.24.
2
– Conhecemos a Deus pessoalmente.
O
texto fala que os “pais (após o
crescimento espiritual) [...] conhecem aquele que existe desde o princípio
(Jesus) [...]”, 1Jo.2.13.
Todo
filho de Deus conhece que o “Senhor
[...] (é) o seu refúgio, de geração em geração. (Reconhece que) antes que os
montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade,
tu és Deus”, Sl.980.1, 2.
Esse
reconhecimento é fruto da revelação espiritual concedida por Jesus porque “tudo [...] foi entregue (a) Jesus por seu
Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o
Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”, Mt.11.27.
Conhecer
a Deus é ter comunhão com Ele.
3
– Vencemos e resistimos ao Maligno.
Aos
“[...] jovens [...] João escreve,
porque (eles) têm vencido o Maligno”, 1Jo.2.13.
Para
todo “[...] filho (de Deus, através da)
[...] morte (de Jesus, o qual tem poder para) destruir aquele que tem o poder
da morte, a saber, o diabo, e (pode) livrar todos que, pelo pavor da morte, estão
sujeitos à escravidão por toda a vida”, Hb.2.14, 15.
É
o “[...] Filho de Deus (que) se
manifesta para destruir as obras do diabo”, 1Jo.3.8.
A
que “sabemos (é) que todo aquele que é nascido de Deus não vive em
pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. Sabemos
que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”, 1Jo.5.18, 19.
O
segredo para sermos fortes e vencedores é “[...]
conhecer o Pai [...] conhecer aquele que existe desde o princípio [...] (para) ser
forte, e a palavra de Deus permanecer em nós, e termos (condições de) vencer o
Maligno”, 1Jo.2.14.
Aplicações práticas: Eu e você precisamos ser de Deus e viver
para Deus.
Não
ame o que Deus odeia porque [...]
2 – O mundo se opõe a Deus e à
Igreja.
A
palavra mundo é usado no N. T. com três sentidos diferentes:
1
– “[...] O mundo (físico, o planeta
terra) o que Deus fez [...]”, At.17.24;
2
– O “[...] mundo (humano ou a
humanidade quando) Deus de tal maneira [...] deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, Jo.3.16;
3
– O mundo como um sistema que se opõe à vontade de Deus porque “[...] somos de Deus e que o mundo inteiro jaz
(estar sob o poder) no Maligno”, 1Jo.5.19.
Aqui
João usa a palavra mundo com este terceiro sentido.
“Não ameis o mundo [...]”, 1Jo.2.15 é
uma ordem divina que proíbe o cristão de amar ao sistema mau, organizado e
dominado por Satanás.
Quando
“chegou o momento de ser julgado este
mundo, e agora o seu príncipe será expulso”, Jo.12.31 fala a respeito de
quando o homem é levado a Jesus para ser salvo.
É
preciso entender que “[...] veio o
príncipe do mundo (Satanás, “o ladrão (que) vem somente para roubar, matar e
destruir [...]”, Jo.10.10) [...]”, Jo.14.30.
Mas
não precisamos ficar preocupados “[...]
porque o príncipe deste mundo já está julgado”, Jo.16.11.
A
palavra “[...] mundo (inclui a todos
aqueles que estão nas trevas, por isso não podemos) amar nem as coisas que há
no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”,
1Jo.2.15.
Os
cristãos foram escolhidos do mundo, mas “eles
não são do mundo [...]”, Jo.17.16.
“Se (os cristãos) [...] fossem do mundo, o
mundo amaria o que era seu; como, todavia, não são do mundo, pelo contrário,
dele Jesus (os) escolheu, por isso, o mundo (os) [...] odeia”, Jo.15.19.
Os
cristãos são odiados porque os não crentes “[...]
procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve.
Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da
parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito
do erro”, 1Jo.4.5, 6.
Por
esse motivo de João dizer que “não (podemos)
amar o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do
Pai não está nele”, 1Jo.2.15.
É
dever de todo cristão “[...] compreender
que a amizade do mundo é inimiga de Deus [...] aquele, pois, que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”, Tg.4.4.
Sendo
assim, “ninguém pode servir a dois
senhores [...]”, Mt.6.24.
João
destaca três razões para não amarmos o mundo “porque
tudo que há no mundo, a concupiscência (forte e continuado desejo de fazer ou
ter o que Deus não quer) da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não procede do Pai, mas procede do mundo”, 1Jo.2.16.
1
– “[...] A concupiscência (forte e
continuado desejo de fazer ou ter o que Deus não quer) da carne [...]”,
1Jo.2.16 refere-se aos desejos pecaminosos da nossa natureza humana.
“[...] Concupiscência (gr. Desejos da carne.
Desejos do homem pecaminoso, incluindo o desejo sexual e a cobiça) [...]”,
1Jo.2.16.
Estes
“[...] desejos (são) malignos (tais
como a) [...] prostituição, impureza, paixão lasciva (sensualidade,
imoralidade), e a avareza, que é idolatria [...] (é por isso que) a cobiça,
depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado,
gera a morte”, Cl.3.5; Tg.1.15;
2
– “[...] A concupiscência (forte e
continuado desejo de fazer ou ter o que Deus não quer) dos olhos [...]”,
1Jo.2.16 refere-se aos prazeres pecaminosos despertados pela visão ou pela
atração dos olhos que servem de ponto de partida para o pecado.
Péssimo
exemplo de “[...] Davi (que se) levantou
do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que
estava tomando banho; era ela mui formosa”, 2Sm.11.2.
Eis
a razão de “Jesus [...] dizer: qualquer
que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”,
Mt.5.28;
3
– “[...] A soberba (orgulho) da vida
[...]”, 1Jo.2.16 refere-se ao orgulho de se confiar nos bens materiais,
a jactância daquilo que o homem tem e faz.
“[...] O rei Nabucodonosor (se engradeceu) dizendo
[...] (sobre) a grande Babilônia que ele edificou [...] com o seu grandioso
poder e para glória da sua majestade [...]”, Dn.4.30; ele não durou
muito tempo.
Jesus
censura aqueles que “amam o primeiro
lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas”, Mt.23.6.
No
grego a palavra “[...] soberba [...]”,
1Jo.2.16 é usada para descrever alguém arrogante que tenta impressionar os
outros com sua pseudo (falso) importância.
Na
Bíblia temos dois exemplos onde a “tríade do mal” aparece: a tentação de Eva,
Gn.3.6 e a tentação de Jesus, Mt.4.1-11.
C.
H. Dodd resume bem estas três características do mundo: “desejos sórdidos
(sujo), valores falsos e egoísmo”.
As
três características; “[...] a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não
procede do Pai, mas procede do mundo”, 1Jo.2.16.
Aplicações práticas: Amar ao mundo é o amor que Deus odeia;
O
mundo é um sistema contrário à vontade de Deus;
O
mundo seduz o cristão por meio da “[...]
concupiscência da carne [...] concupiscência dos olhos e a soberba da vida
(possuir coisas materiais em excesso) [...]”, 1Jo.2.16.
Não
ame o que Deus odeia porquê [...]
3 – A igreja e o mundo têm
destinos diferentes.
“Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência;
aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”,
1Jo.2.17.
Este
verso divide-se em duas partes:
1
– “Ora, o mundo passa, bem como a sua
concupiscência (forte e continuado desejo de fazer ou ter o que Deus não quer)
[...]”, 1Jo.2.17;
2
– “[...] Aquele, porém, que faz a
vontade de Deus permanece eternamente”, 1Jo.2.17.
As
duas partes são adversas ou se opõem.
O
mandamento para não amar o mundo está na transitoriedade do mesmo em contraste
com a eternidade daquele “[...] que faz
a vontade de Deus permanece eternamente”, 1Jo.2.17.
A
– O mundo passa.
O
texto fala que “[...] o mundo passa
[...]”, 1Jo.2.17.
Observe
que o verbo grego passar (parago) está no presente contínuo, isto é, o mundo
está num processo de deterioração ou desintegração.
O
sistema do mundo atual caminha para o fim, por isso, “[...] os que se utilizam do mundo, (age) como se dele não
usassem; porque a aparência deste mundo passa”, 1Co.7.31.
O
mundo está se autodestruindo, isto “porque
o salário do pecado é a morte [...]”, Rm.6.23.
Fique
sabendo que chegará o dia em que “veremos
novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar
já não existe”, Ap.21.1.
Não
há vida eterna para a pessoa que não faz a vontade de Deus, por isso, “não ame o mundo nem as coisas que há no
mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”, 1Jo.2.15.
B
– A igreja permanece.
A
igreja de Cristo é constituída por aqueles que fazem a vontade de Deus, então
fica esperto, pois “nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai, que está nos céus”, Mt.7.21.
Saiba
que o destino da igreja é a eternidade, por isso de ser declarado que “[...] esta é a promessa que ele mesmo nos
fez, a vida eterna”, 1Jo.2.25.
Tudo
o que foi “[...] escrito (na Bíblia tem
a finalidade) [...] de sabermos que temos a vida eterna [...] nós [...] que cremos
em o nome do Filho de Deus”, 1Jo.5.13.
A
igreja permanece porque “Jesus nos dá a
vida eterna; jamais pereceremos, e ninguém as arrebatará da [...] mão (de)
Jesus”, Jo.10.28.
Fique
atento, pois “os que tiverem feito o
bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a
ressurreição do juízo”, Jo.5.29.
“E irão estes para o castigo eterno, porém os
justos, para a vida eterna”, Mt.25.46 – qual é o seu destino?
A
igreja permanece porque “todos [...] (os
que) morrem na fé [...] (pode) confessar que (é) [...] estrangeiro e peregrino
sobre a terra”, Hb.11.13.
Aplicações práticas: Busque descobrir qual é a vontade de Deus na
Bíblia;
Veja
se você não está deteriorando juntamente com esta humanidade;
Você
“[...] estará para sempre com o Senhor
(?)”, 1Ts.4.17.
Não
ame o que Deus odeia.
Adaptado
pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – A verdadeira espiritualidade – 1, 2
e 3 João e Judas – Rev. Arival Dias Casimiro – Z3.
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