sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

IGREJA POINT, 2Tm.4.1-5.

IGREJA POINT, 2Tm.4.1-5.

Introd.:           Celebridades que têm declarado ser evangélica: Carla Perez, Andressa Urach, Cris Poli – SuperNany, Joelma, Naldo Benny, Moranguinho, Perla, Mara Maravilha.
            Essa seria uma boa notícia se, juntamente com a confissão de fé evangélica, pudéssemos constatar o interesse por uma vida santificada.
            O que se percebe são pessoas que têm se identificado mais com um determinado grupo religioso do que com o Senhor Jesus Cristo, haja vista o “testemunho” que muito têm dado.
            A Igreja Bola de Neve chegou a ser considerada “o novo point das celebridades” e mostrou que a frequência a essa igreja é aquilo que vários artistas têm em comum.
            Point é uma gíria usada para se referir a um “local badalado”, e várias igrejas têm, de fato, assumido essa característica.
            A igreja point é [...]
I – A gosto do freguês.
            Dito popular: “Cliente tem sempre razão”.
            Na igreja point esse ditado é a mais pura realidade.
            Muitas denominações têm recorrido a vários métodos que, supostamente, têm “dado certo” para trazer pecadores ao “arrependimento”.
            Trazendo pessoas para as igrejas, os métodos não têm sido questionados e analisados pelo crivo da Santa Palavra de Deus.
            Várias igrejas no Brasil adotaram essa prática.
            Em outros países existe várias igrejas ligadas ao movimento denominado “sensível aos interessados”.
            Rick Warren, no seu livro, “Uma igreja com propósito” prega que a igreja deve ser agradável e fácil para os incrédulos para eles se tornarem crentes.
            Ele ensina: “Estabeleça um culto com o objetivo de que os membros da igreja tragam seus amigos. E torne esse culto tão atraente, agradável e relevante aos sem igreja, que os membros da sua igreja ficarão ansiosos por compartilhar esse culto com os perdidos pelos quais eles se interessam”.
            John MacArthur – Pregação superficial, Revista Fé para Hoje, n. 32, Ed. Fiel – afirma que alguns dos gurus desse movimento aconselham inclusive a retirar do sermão todas as referências explícitas à Bíblia.
            Ensinam a nunca pedir à congregação para abrir a Bíblia em um texto específico, pois os “interessados” ficam desconfortáveis com essa atitude.
            É por este motivo que muitos “[...] se recusam a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas”, 2Tm.4.4.
            E o pior é que “[...] haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”, 2Tm.4.3 para ensinarem o que é falso.
            Para os defensores da igreja point, a quantidade de pessoas atraídas ao culto valida o método; afinal, os fins justificam os meios.
            Fique alerta, porque Paulo “conjura (implora com cada um de nós), perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino”, 2Tm.4.1 para não seguirmos os falsos ensinos.
            Algumas ênfases desses grupos de que a igreja deve agradar o freguês.
            A – Comodidade.
            Em tempos não tão distantes, o que se precisava para começar um novo trabalho de evangelização era de uma família ou um grupo de irmãos dispostos ao trabalho de anunciar as boas-novas da salvação.
            Contava-se com a graça de Deus que, à semelhança do que se fazia na igreja primitiva, “louvavam a Deus [...] enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”, At.2.47.
            Os templos eram construídos conforme a necessidade.
            Para a igreja point isso está ultrapassado.
            A primeira coisa para começar um novo trabalho é organizar o local a fim de que tudo funcione para promover a comodidade do público-alvo.
            O local tem que agrade as pessoas com climatização, banco acolchoados, sistema de som de última geração, estacionamento.
            Essas coisas não são más em si mesmas, o que chama a atenção em uma igreja é o conforto ao invés da fidelidade à Palavra.
            Eis a razão de Paulo insistir para “pregar a palavra, instar (insistir), quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”, 2Tm.4.2.
            O que agrada ao freguês é o [...]       
            B – Entretenimento.
            A igreja point se preocupa com o bem-estar dos frequentadores.
            Os cultos viram shows com todo tipo de atração, desde palhaços até um rinque de luta-livre na frente do púlpito.
            Jornal de Vitória, ES, em matéria sobre religião, afirmou que “para atrair jovens, algumas igrejas estão inovando, com cultos cada vez mais animados e eventos que são a cara da juventude, em boates, raves e escolas de samba, tudo regado a músicas cristãs”.
            A matéria do jornal cita uma igreja “ministérios de aventuras” que tem o objetivo de levar os jovens a viagens e passeios para praticar esportes radicais.
            Eis a razão de muitos “[...] se recusarem a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (história contada para ilustrar uma verdade)”, 2Tm.4.4.
            A igreja point tem um [...]                  
            C – Evangelho light.
            O compromisso dos pregadores não é mais “[...] anunciar todo o desígnio de Deus”, At.20.27, antes, sua função é distrair o público.
            A ideia é que as pessoas gostem das preleções que não mencionem o pecado, o inferno ou a ira de Deus, pois temas assim assustam os ouvintes.
            Os pregadores são animadores de auditório, com o objetivo de arrancar gargalhadas dos ouvintes.
            Paulo a Timóteo fala que “[...] haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”, 2Tm.4.3.
            É por este motivo que ainda hoje muitos “[...] se recusam a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (história contada para ilustrar uma verdade)”, 2Tm.4.4.
            Muitas igrejas crescem desse modo, mas haverá vidas salvas e transformadas?
            O resultado pode ser vidas vazias, pois o evangelho está deturpado e não pode transformar corações.
            A igreja point está [...]
II – Retirando o SENHOR do centro.
            O que leva uma igreja a se esforçar para ser um point, um lugar agradável para as pessoas?
            Essa postura terá lugar sempre que a razão de ser da igreja não for centrada no Senhor.
            Isso acontece, basicamente, por duas razões:
            A – Propósito invertido.
            Catecismo Maior de Westminster – Pergunta 1 – nos ensina que o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
            A igreja existe para glorificar a Deus.
            Quando glorificar a Deus norteia a igreja, em seu trabalho de proclamação do evangelho é pregado de forma fiel, pois a igreja quer honrar a Deus.
            Paulo certa vez falou que “[...] na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação (que muitos não aceitam ou não acreditam)”, 1Co.1.21.
            Cabe ao próprio Deus “[...] ter misericórdia de quem (lhe) [...] aprouver ter misericórdia e compadecer-se de quem (lhe) [...] aprouver ter compaixão”, Rm.9.15.
            Sendo assim, “[...] não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia (com quem ele deseja)”, Rm.9.16.
            O problema da igreja point é que o propósito principal não é a glória de Deus, mas a salvação do perdido.
            Se a preocupação primeira é fazer com que as pessoas creiam, o evangelho será barateado a fim de ser agradável ao homem.
            Paulo reclama que muitos “[...] estão passando tão depressa daquele que (os) [...] chamou na graça de Cristo para outro evangelho”, Gl.1.6.
            O pior é “[...] que há alguns que nos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo”, Gl.1.7.
            Para não sermos enganados, caso acontecer de “[...] mesmo um anjo vindo do céu nos pregue evangelho que vá além do que nos tem (sido) pregado, seja anátema (amaldiçoado)”, Gl.1.8.
            O homem colocado no centro, como fazem essas igrejas, não aceitaria “[...] um (certo) homem (que) [...] ajoelhou-se, perguntou (a) Jesus: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”, Mc.10.17.
            A resposta de Jesus sobre “[...] os mandamentos [...] (de) não matar, não adulterar, não furtar, não dizer falso testemunho, não defraudar ninguém, honra a teu pai e tua mãe”, Mc.10.19 está fora de moda nessas igrejas.
            É possível que seja acolhido e aceito aquele homem que seja “[...] dono de muitas propriedades”, Mc.10.22 a fim de serem ofertadas.
            Point é uma [...]
            B – Igreja como negócio rentável.
            Aqueles que enxergam a igreja como um grande negócio, fazem de tudo para conseguirem mais fiéis.
            Para esses o centro é o dinheiro e tudo é feito para arrecadar mais contribuições a qualquer custo.
            Eles declaram que “[...] tudo quanto pedirmos em nome (de) Jesus, isso (Ele) fará, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirmos (a) Jesus alguma coisa em seu nome, ele o fará. (Só que eles se esquecem de comparar com outro texto que fala:) E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito”, Jo.14.13, 14; 1Jo.5.14, 15.

           Isto é, eles alegam poder para fazer coisas mais fantásticas que Jesus quando, na verdade, ele quis dizer que teríamos maior alcance do que ele teve, estando só na Palestina.
            João 14.12 é entendido pelos neopentecostais qualitativamente e não quantitativamente, quando fala: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai”, Jo.14.12.
            O texto de Isaías ao dizer que “certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”, Is.53.4, não é compreendido escatologicamente, como se cumprindo plenamente quando experimentarmos a redenção do nosso corpo, a qual “[...] aguardamos a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo”, Rm.8.23 no dia final.
            Não há com o que se assustar em relação a esses “[...] homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade (respeito pelas coisas religiosas, compaixão, devoção) é fonte de lucro”, 1Tm.6.5.
            Pedro também previne contra os falsos mestres que são “[...] movidos por avareza, fazem comércio (dos homens) [...] com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme”, 2Pe.2.3.
            Como a sentença de juízo final ainda não os alcançou, “[...] muitos seguirão as suas práticas libertinas (conduta vergonhosa), e, por causa deles, será infamado (má fama) o caminho da verdade”, 2Pe.2.2.
            Na verdade, muitos líderes perderam o foco porque “[...] querem ficar ricos (então) caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição”, 1Tm.6.9.
            O problema de muitos líderes é que eles não sabem que “[...] o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”, 1Tm.6.10.
            Para aqueles que têm compromisso com o dinheiro, fazer da igreja um point é essencial que consigam o que realmente querem: Encher os bolsos com dinheiro alheio.
            A igreja point nega o [...]
III – Teocentrismo: O caminho para a saúde da igreja.
            O grande problema que gera a mentalidade da igreja point é a retirada do Senhor do centro da vida da igreja.
            A igreja, bem como todas as coisas, existe “[...] por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”, Rm.11.36.
            Essa “[...] glória (oferecida a) [...] Cristo Jesus [...] (é) por todas as gerações, para todo o sempre [...]”, Ef.3.21 a fim de conquistar o caminho para a saúde da igreja.
            Como a igreja recebeu a missão “[...] de proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz [...] (é por este motivo que) somos raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus [...]”, 1Pe.2.9.
            Esse é o caminho para a saúde da igreja.
            A igreja que serve a Deus precisa se [...]
            A – Submeter às Escrituras.
            A Bíblia é a única regra de fé e prática em todos os aspectos da nossa vida, quer seja individual, quer seja coletivamente, como igreja.
            É preciso ficar atento para a maneira estabelecida por Deus para chamar pecadores ao arrependimento – a própria Palavra de Deus.
            O modo de o homem ser chamado para o arrependimento não pode ser através da “[...] sua própria sabedoria [...] aprouve (determinar, ter prazer) a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação”, 1Co.1.21.
            Submeter-se às Escrituras é aceitar que “[...] a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”, Rm.10.17.
            Essa preocupação de submeter-se à Palavra de Deus, dominava o coração de Paulo a tal ponto de ele levar a Palavra de Cristo aos corações, mesmo porque, “como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!”, Rm.10.14, 15.
            “Jesus (comissionou seus discípulos, ordenando-lhes que) [...] ensinassem (aos evangelizados) a guardar todas as coisas que Jesus tinha ordenado [...]”, Mt.28.18, 20.
            A instrução de Paulo a Timóteo é que deve “pregar a palavra, instar (insistir), quer seja oportuno, quer não, corrigir, repreender, exortar com toda a longanimidade e doutrina”, 2Tm.4.2.
            Se a maneira estabelecida por Deus para chamar pecadores ao arrependimento é a proclamação da Palavra, devemos estar atentos a outro princípio [...]
            B – Fidelidade na proclamação.
             A fidelidade na proclamação deve ser na “[...] doutrina (ensino, instrução religiosa)”, 2Tm.4.2.
            A fim de buscar essa fidelidade, se faz necessário “ter cuidado de si mesmo e da doutrina. Continuar nesses deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”, 1Tm.4.16.
            Devemos ser fiéis porque “[...] haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”, 2Tm.4.3.
            Haverá muitos que “[...] se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (história contada para ilustrar uma verdade)”, 2Tm.4.4.
            Para evitar esses que recusam a Palavra e para não cair em erro, eu e você, “[...] desde a infância (nascer de novo, é preciso se dedicar e) [...] saber as sagradas letras, que podem nos tornar sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus”, 2Tm.3.15.
            Paulo não negociava a sua mensagem, apesar de “[...] os judeus pedirem sinais, como os gregos (tinham desejos de) buscarem sabedoria”, 1Co.1.22.
            Paulo nos exorta a “[...] pregar a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios”, 1Co.1.23.
            E, assim como foi para Paulo, também para mim e você “[...] não (podemos) [...] envergonhar do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”, Rm.1.16.
            Na proclamação da Palavra deve haver [...]
            C – Dependência do Senhor.
            Depois de Paulo nos alertar quanto ao fato de que os homens “[...] se recusarão a dar ouvidos à verdade [...]”, 2Tm.4.4, é preciso que cada um de nós “[...] seja sóbrio (moderado, controlado) em todas as coisas, suportar as aflições (diante daqueles que rejeitam o evangelho), fazer o trabalho de um evangelista, cumprir cabalmente (com) o nosso ministério (de proclamação da verdade)”, 2Tm.4.5, sempre na dependência do Senhor.
            É verdade que a dependência do Senhor nos levará a acreditar pela fé que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”, 2Tm.3.16.
            Os nossos métodos não podem encher a igreja, mesmo porque, “[...] nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”, 1Co.3.7.
            Não faça parte da igreja point, faça parte da igreja de Deus.
Conclusão:      A igreja não pode se dobrar à mentalidade de que para salvar pecadores vale tudo, inclusive negociar o evangelho.
            Precisamos deixar de lado qualquer ideia, por mais atraente que possa parecer, que retire o Senhor Jesus do centro da vida da igreja.
            Que possamos aceitar que é da vontade de Deus que a igreja se empenhe na proclamação das boas-novas da salvação.
            Podemos, pela graça de Deus, ver mudanças significativas e ter igrejas que cresçam de forma saudável, preocupadas, unicamente, com a glória do Senhor.
Aplicação:       Tenha o propósito de evangelizar os perdidos, apresentando o evangelho com fidelidade.

            Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para ED – Nossa fé – CCC – Rev. Milton Coutinho Jesus Jr.


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