PETIÇÃO
Não existe ninguém neste mundo que
ainda não tenha pedido alguma coisa emprestada ao seu próximo. É costume pedir dinheiro,
roupa, carro, casa de praia, uma xícara de arroz, feijão, café ou utensílios
domésticos emprestados. Geralmente as pessoas são bondosas.
É muito difícil o pidão receber um
não de imediato. Pode ser que o amigo abordado tente protelar a resposta
dizendo: – Mais tarde você me procura; – Vou pensar um pouco mais; – Preciso
rever a situação; – Tenho que consultar o meu cônjuge; – Por hora é impossível
te ajudar. Tais respostas são sinais de que o pedinte pode ter esperança.
Moisés anda na contramão daqueles
que fazem alguma petição ao ser humano. Ao invés de pedir socorro, auxílio,
ajuda ao seu próximo, o legislador apresenta dois preciosos pedidos Àquele que
pode e tem tudo nas mãos, o próprio Senhor, o Deus criador de todas as coisas.
A sua petição é simples; ele pede graça
e sucesso. Ele entende que quando o homem faz a sua súplica a Deus, é o melhor
caminho que ele pode trilhar, visto que é um pisar seguro e verdadeiro.
Você não pode titubear, duvidar,
ficar inseguro. Peça com coragem a quem pode estender a mão para que “seja
sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus [...]” (Sl 90.17). Prestou atenção no
rogo? É natural que as pessoas ao fazerem as suas petições, o fazem com
interesse próprio, mas o que se nota é que o poeta não foi egoísta,
exclusivista, pedindo a graça só para si.
Ele disse: “Seja sobre nós [...]”
(Sl 90.17). Ele se lembrou da família, da Igreja, da coletividade, daqueles que
estão à sua volta: vizinhos, amigos e toda a sociedade. Em seu pedido está o
desejo da amabilidade, da ternura ou do deleite de Deus em favor de todos.
O mesmo desejo de pedir a graça de
Deus em favor da coletividade nasceu no coração de outro escritor sagrado ao
dizer: “[...] Não escondi da grande congregação a tua graça e a tua verdade” (Sl
40.10b). Esse pedido nasce no reconhecimento de que a graça de Deus é o seu
rico trato para com o homem. É o reconhecer de que Deus age de forma agradável
e amorosa em favor dos seus. É a forma de agradecer, orando, pedindo a Deus os
seus favores.
Quando o autor bíblico fala: “Seja
sobre nós [...]”; ele quer dizer que só a bênção da presença do Senhor pode dar
significado e alegria à vida. Foi exatamente isso o que aconteceu com Moisés no
deserto. Conforme outro salmista: “[...] A [...] graça (do Senhor) é melhor do
que a vida [...]” (Sl 63.3).
Esse é um dos maiores motivos dos lábios
de cada adorador louvar a Deus por se lembrar de que a graça é o favor
imerecido de Deus em seu favor. Em meio a essa graça, está inclusa a salvação,
a boa vontade de Deus que produz nos filhos de Deus a luz das boas obras.
É interessante notar que o salmista
reconheceu que é somente ao “[...] Senhor [...] (que) pertence a graça, pois a
cada um retribuis segundo as suas obras” (Sl 62.12). Esse pedido da graça de
Deus “[...] sobre nós [...]” (Sl 90 17) deve ser constante em sua vida. Esse pedido da graça deve ser feito somente
ao “[...] Senhor, nosso Deus [...]” (Sl 90.17) porque só dele procede toda
graça maravilhosa.
A petição do salmista tinha somente
um propósito: O sucesso da vida profissional. É como se ele dissesse: Dá-nos
sucesso em tudo o que fazemos, seja no trabalho secular ou espiritual a fim de “[...]
confirmar sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas
mãos” (Sl 90.17b). Sim, garanta pelo menos a nossa sobrevivência.
É como se continuasse a pedir para
Deus: Ajude-nos a sair da difícil situação econômica em que nos encontramos.
Moisés tinha plena certeza que aqueles que servem a Deus seriam outorgados com
bênçãos eternas. A confirmação dessas obras sobre as suas mãos é para compensar
os anos maus e tristes que ele havia passado no deserto. Por isso, cada serve precisa
suplicar para que Deus abençoe e confirme aquilo que tem feito com esforço.
Faz-se necessário que Deus se faça o
seu guia e conselheiro. É preciso que por meio da autoridade de Deus você tenha
um privilégio especial, mas é preciso deixar Deus dirigir e governar as obras
de suas mãos. Por isso da repetição: “[...] Confirma sobre nós [...] sim,
confirma a obra das nossas mãos” (Sl 90.17b).
Esse é um tipo de curso contínuo de
pedido e perseverança na graça de Deus, pois somente ele pode capacitar e
completar todo o curso da obra de suas mãos.
Querido irmão! Deixe Deus conduzir a
sua vida a um resultado próspero em todas as ações e empreendimentos que você
esteja vivendo neste mundo. Continue pedindo a Deus que não somente as obras de
suas mãos sejam confirmadas e abençoadas, mas principalmente, a sua vida
espiritual. E saiba desta verdade: É somente Deus que pode conferir sucesso em
tudo, nos interesses temporais e espirituais, por isso, não peça ao homem, peça
favores a Deus.
Rev. Salvador P. Santana
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