CRESCIMENTO
ESPIRITUAL
Da concepção do óvulo até o
nascimento da criança, há aproximadamente, nove meses. Possivelmente muitos
pensam que, após o nascimento do filho tão sonhado e querido, os problemas se
tornam nulos. É uma artimanha enganosa pensar dessa forma. As dificuldades irão
continuar, o crescimento não cessa, os gastos aumentam a cada dia juntamente
com as preocupações. É preciso que os progenitores tenham a plena consciência
de que a formação do caráter no sentido moral, espiritual, familiar e
financeiro seja moldado, no máximo, até a idade de sete anos. A formação não
caduca, não tira férias ao atingir, como dizem, a idade da razão, continua no
decorrer de toda a sua vida.
Assim também, a vida espiritual tem o seu nascimento e
crescimento. Sem Deus o homem está totalmente perdido neste mundo e no porvir.
Assim como na vida física, na espiritual, a participação é conjunta, entre o
criador e a sua criatura. Mas, na vida espiritual existe diferença, o
nascimento depende exclusivamente de Deus, porque os homens não podem de
maneira nenhuma “[...] nascer do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.13).
Estando vivo espiritualmente neste
mundo o processo de desenvolvimento é comparado ao da vida carnal. Ele precisa,
juntamente com o seu responsável, “[...] ardentemente, como crianças recém-nascidas,
o genuíno leite espiritual, para que, por ele [...] seja dado crescimento para
salvação” (1Pe 2.2). É aquela responsabilidade que os pais recebem e fazem
diante da igreja e de Jesus Cristo de criar seus filhos sob a disciplina do
Senhor, ou seja, levar à igreja, orar por eles e com eles, fazer a leitura
bíblica, visto que os mesmos são incapazes de fazer.
Acontece também no caso em que o
crescimento físico, mental e, como neste caso espiritual, ser retardado,
apontado por muitos de eterna meninice, por isso de Paulo dizer: “Leite vos dei
a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem
ainda agora podeis, porque ainda sois carnais” (1Co 3.2). Não compete ao homem
querer identificar quem é o responsável por esse atraso de desenvolvimento. Aos
olhos humanos é impossível detectar o culpado, se o pai, a mãe, o infante ou o
próprio Deus, mesmo porque, “as coisas encobertas pertencem ao SENHOR [...]
Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre
[...]” (Dt 29.29).
Após esse primeiro estágio de sucção
de leite, sendo aprovado e passado para a fase seguinte, a responsabilidade é
pessoal . Agora ele precisa caminhar, mas não pode ser com as suas próprias
pernas, ainda precisa muitas vezes de ser ajudado pelo seu Senhor. É como disse
Jesus certa vez aos seus discípulos: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós
não o podeis suportar agora” (Jo 16.12). É em meio a essa caminhada que o servo
se desenvolve mais na vida espiritual. Andando junto, ao lado do seu Mestre
Jesus é mais fácil “aprender a fazer o bem; atender à justiça, repreender ao
opressor; defender o direito do órfão, pleitear a causa das viúvas” (Is 1.17).
Nesse processo é possível que haja recaída. Na vida
espiritual nunca, em hipótese alguma, pode se cogitar que o culpado seja o Pai
celeste, ainda que esteja escrito que “[...] Jesus rogou ao Pai, e ele [...]
deu outro Consolador, a fim de que esteja para sempre com (o seu povo)” (Jo
14.16). O fato de o Espírito Santo estar presente não indica que Ele irá
afastar o homem pecador dos seus erros e mazelas. Deus em sua bondade não priva
ninguém da sua liberdade, pelo contrário, que “vivam como pessoas livres. Não
usem a liberdade para encobrir o mal, mas vivam como escravos de Deus” (1Pe
2.16).
Depois desse longo processo de
crescimento, afinal, chegou o término dessa aprendizagem? A resposta mais
correta é um não em letras bem grandes. Todos sabem que ainda não estão bem
preparados e treinados para a vida. Muitos sabem que precisam ser mais
vigorosos e mais ativos com respeito à vida de compromisso com Deus como a
oração, a leitura bíblica e frequência aos cultos. É verdade que “[...] na sua
luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue” (Hb 12.4). Para
entender melhor ,o texto diz que ainda existem milhares de filhos de Deus que
não lutaram até chegar ao ponto de “[...] considerar-se morto para o pecado,
mas vivo para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6.11). Não tomando essa decisão radical
de deixar o pecado, as consequências são danosas. Eis o motivo do conselho de
Paulo: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear,
isso também ceifará” (Gl 6.7).
Não deixe de buscar o melhor para a
sua vida. O seu crescimento espiritual termina somente após a sua promoção para
a vida eterna, porque só terão “[...] felicidade os mortos que, desde agora,
morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas
[...]” (Ap 14.13). E os demais? Aqueles que não foram alcançados com a graça
salvadora; “mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino
todos os escândalos e os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha
acesa; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.41,42).
Sabendo desses resultados só lhe
resta ter uma vida de dedicação a quem te “[...] escolheu nele (em Jesus) antes
da fundação do mundo, para ser santo e irrepreensível perante ele; e em amor”
(Ef 1.4).
Rev. Salvador P.
Santana
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