O OUTRO NÃO PODE OCUPAR O MESMO ESPAÇO
João Alberto, brasileiro, negro, foi espancado até a morte no Carrefour de
Porto Alegre, RS por dois seguranças. George Floyd, americano, negro, foi morto
por um policial branco em Minneapolis, EUA. De fato, é como disse “Will Smith: ‘Racismo não está piorando, está sendo
filmado” – https://istoe.com.br/morte-de-
As intrigas, brigas, discórdias e embates sempre aconteceram e nunca
deixarão de ocorrer. As teias de desarmonias acontecem no momento da ira,
da raiva, do ódio aflorar, sair “[...] de dentro [...] porque, do coração dos
homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os
homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro
e contaminam o homem” (Mc 7.21-23).
Perceba que a “[...] contaminação (do) [...] homem” (Mc 7.23) não fica
restrita apenas a sua pessoa. Outros, como filhos, parentes, vizinhos e
até mesmo o seu oponente, serão influenciados para o mal. É por este motivo que
“para o insensato, praticar a maldade é divertimento [...]” (Pv 10.23). Ao se
deparar com pessoas dessa laia, faça de tudo para “fugir da presença do homem
insensato, porque nele não divisarás lábios de conhecimento” (Pv 14.7).
Os embates podem acontecer por incentivo daqueles que estão de fora, por uma
das partes, pela falta de inteligência e reconciliação de um e outro. Pode ser
que você esteja planejando há muito tempo alguma revanche, embate por causa de
um desaforo, uma afronta sentida a tempos antigos.
Ao agir com má intenção, premeditar o que irá fazer, de acordo com a Palavra de
Deus, você estará agindo dolosamente. Ou seja, há intenção, desejo de ferir,
machucar, destruir o outro. “[...] Os filhos de Jacó, por causa de lhes haver
Siquém violado a irmã, Diná, responderam com dolo a Siquém e a seu pai Hamor
[...]” (Gn 34.13) e os mataram.
Assim como os filhos de Jacó, muitos ainda nestes dias têm nas “[...] palavras
de sua boca [...] (a) malícia e dolo; abjuram (desistem, fazem paralisar) o
discernimento e a prática do bem” (Sl 36.3). Então, o resultado não pode
ser outro a não ser a destruição mútua. Como nenhum conhece o coração do outro;
somente Deus é quem pode “sondar [...] e conhecer o seu coração, provar e
conhecer os seus pensamentos” (Sl 139.23); então, Deus fala que “o ímpio, com a
boca, destrói o próximo [...]” (Pv 11.9). Esse ímpio é como “flecha mortífera
(instalada em sua) [...] língua [...] falam engano; com a boca fala cada um de
paz com o seu companheiro, mas no seu interior lhe arma ciladas” (Jr 9.8).
Sendo algo interno, marcado desde o ventre materno, o único que pode restaurar
a vida é Deus através de Jesus Cristo. Todos precisam entender que o homem
“[...] nasce na iniquidade (perverso, depravado), e em pecado (o) [...]
concebeu sua mãe” (Sl 51.5) É preciso partir do próprio Deus “dar-lhe coração
novo e por dentro de (cada um) [...] espírito novo; tirar de (todos) [...] o
coração de pedra e lhes dar coração de carne", Ez.36.26 para ser
trabalhado, moldado na direção do bem.
Para amenizar um pouco maldade, a dor, o desespero em cada coração, o próprio
Deus ordena em sua Palavra: “Amai [...] o estrangeiro [...]” (Dt 10.19);
“aborrecei o mal, e amai o bem [...]” (Am 5.15); “[...] amai os vossos inimigos
[...]” (Mt 5.44); “amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,
preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.10); “maridos, amai vossa esposa
e não a trateis com amargura” (Cl 3.19); “[...] amai-vos, de coração, uns aos
outros ardentemente” (1Pe 1.22); “tratai todos com honra, amai os irmãos, temei
a Deus, honrai o rei” (1Pe 2.17).
Isto não quer dizer que todos irão obedecer essas ordens, mas
aquele que se esforçar terá condições de viver melhor neste mundo ao lado do outro
que você julga ser diferente, menor que você e que, portanto, não pode ocupar o
mesmo espaço onde você está.
Pensa melhor antes de matar o físico, o sentimento, a moral ou a vida
espiritual de outros “joãos” da vida e outros “floyds” andantes
pelas estradas. Faça de tudo para aceitar o outro como ele é e jamais pensa que
ele deve ser igual a você.
Rev. Salvador P. Santana
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