segunda-feira, 22 de maio de 2017

2Tm.2.18-20 - O MINISTÉRIO DA HUMILHAÇÃO – Os sofrimentos de Cristo.

O MINISTÉRIO DA HUMILHAÇÃOOs sofrimentos de Cristo, 2Tm.2.18-20.

 

Introd.:           O Credo apostólico fala que Jesus Cristo “padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado [...]”.

            Essa confissão, feita historicamente pela igreja até os nossos dias, é ampla e fortemente embasada nas Escrituras Sagradas.

            A sua fundamentação bíblica, no entanto, não impediu que homens e sistemas teológicos a negassem de forma direta ou indireta, ora afirmando a impossibilidade de Deus sofrer; logo, Jesus Cristo não é Deus, ora afirmando que os fatos narrados nos evangelhos não ocorreram como está descrito; as descrições, dizem, estariam mais próximas da fé dos evangelistas do que da realidade.

            Para nós a Bíblia é o registro fiel, inerrante e infalível da Palavra de Deus; a nossa fé é gerada e amparada pelo Espírito por meio da “[...] palavra de Cristo”, Rm.10.17.

            Vamos estudar o que a Bíblia fala a respeito dos sofrimentos de Cristo.

1 – As causas do sofrimento de Cristo.

            A – O pecado humano.

            Aconteceu quando “[...] por um só homem (Adão) entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram [...] e carecem da glória de Deus”, Rm.5.12; 3.23. 

            O pecado trouxe sobre toda a natureza um estado de maldição e de juízo, pelo motivo de “[...] Adão [...] (ter) atendido a voz de sua mulher e comer da árvore que Deus [...] ordenara não comesses, (por este motivo) maldita é a terra por [...] causa (do pecado de Adão); em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de sua vida. Ela produzirá também cardos (mato) e abrolhos (espinho), e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o seu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”, Gn.3.17-19.

            O homem teve de arcar com as consequências de sua escolha, tornou-se perdido e totalmente, quando “[...] comete pecado é escravo do pecado”, Jo.8.34.

            Só é possível para o homem agradar a Deus se for auxiliado pelo próprio Deus.

            Muitas vezes, é em sua impossibilidade que o homem se lembra do Deus Todo-Poderoso.

            O pecado do homem, que foi permitido por Deus, pôs em andamento a execução histórica do plano eterno e sábio de Deus para salvar o seu povo escolhido desde a eternidade.

            Sem o pecado não seria necessário o sacrifício de Cristo, ao mesmo tempo, o pecado não obrigava Deus a enviar o seu Filho para morrer pelo seu povo.

            Temos que lembrar que Deus não é obrigado a salvar; Ele o faz por sua graça.

            As consequências do nosso pecado foram levadas voluntariamente por Cristo na cruz, a fim de conduzir o seu povo a vencer o mal de forma definitiva.

            Por este motivo, em nós, opera [...]

            B – A justiça e o amor reconciliador de Deus.

            Deus sempre age em harmonia com o seu Ser.

            O homem é pecador porque “[...] por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”, Rm.5.12.

            Sendo assim, esse homem precisa ser punido pelo seu ato de rebelião.

            A disciplina faz parte da execução da justiça eterna de Deus.

            O Senhor não é obrigado a salvar pessoa alguma. Ele o faz movido “[...] pela graça (que) somos salvos, mediante a fé; e isto não vem de nós; é dom de Deus”, Ef.2.8.           

            Não há nada em nós que mereça ou mesmo desperte o amor de Deus pelo motivo de “[...] o SENHOR [...] não [...] ter [...] afeição (amor), nem nos escolher porque fomos mais numerosos do que qualquer povo, pois (somos) [...] o menor de todos os povos (2.419 bi – ICAR – 1.228 bi – seitas incluídas)”, Dt.7.7.           

            Amar e salvar procede do “[...] SENHOR [...] (que) com amor eterno Deus nos amou; por isso, com benignidade nos atraiu”, Jr.31.3.        

            Vem da vontade do próprio Deus “[...] nos escolher nele (Jesus) antes da fundação do mundo [...] nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito (escolha, prazer, desejo) de sua vontade”, Ef.1.4, 5.        

            Sendo assim, somos todos devedores da graça divina.

            A justiça de /deus é santa e o amor do Pai é real.

            A graça de Deus não é barata; ela tem sempre um alto preço para o próprio Deus.

            A graça é a própria fonte do evangelho; sem ela não haveria boas-novas de salvação; todos nós herdaríamos as consequências eternas dos nossos pecados.

            Jesus Cristo é a própria personificação dessa graça; Ele encarna a graça e a verdade “porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”, Jo.1.17, então, é verdade quando “[...] Jesus (fala que) Ele é o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Ele”, Jo.14.6.           

            Jesus é a causa, o conteúdo e a manifestação da graça de Deus; falar de Cristo é dizer que “[...] o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade [...]”, Jo.1.14.      

            Foi através da “vinda (de Jesus quando) [...] Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”, Gl.4.4, 5.      

            Os sacrifícios do Antigo Testamento, denotam a iniciativa do Deus justo e amoroso que providencia a reconciliação de seu povo pecador.

            Esse processo encontra a sua plenitude e ápice em Jesus Cristo; o verbo encarnado.

            No Antigo Testamento os patriarcas, os profetas e o povo em geral foram perdoados, não porque ofereciam sacrifícios, mas, sim, pela fé no Cristo que viria.

            A obra de Cristo envolve todos os crentes, todos os fiéis do passado, do presente e do futuro.

            Nunca houve nem haverá redenção fora do sacrifício único e vicário de Cristo; a obra de Cristo é completa e suficiente.

            Todos “[...] nós o[...] estávamos mortos pelas nossas transgressões [...] (Deus) nos deu vida juntamente com Cristo, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças (VT), o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”, Cl.2.13-15.     

            O sacrifício do Filho revela o amor do trino Deus: o Pai não passou a nos amar porque o seu Filho morreu por nós; antes, o Filho morreu por nós porque o trino Deus eternamente nos amou e nos confiou ao Filho.

            Aconteceu dessa forma: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (E) Jesus nos dá a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da sua mão. (Por isso) não foram nós que [...] escolhemos Jesus; pelo contrário, Jesus nos escolheu [...] e nos designou para que [...] demos fruto, e o nosso fruto permaneça [...]”, Jo.3.16; 10.28; 15.16. 

            E Paulo declara que “[...] o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor”, 2Tm.2.19.

            E como nem todos conseguem se apartar da injustiça, é por esta razão que “[...] numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra”, 2Tm.2.20.

            O ministério da humilhação fala sobre [...]

            C – A voluntariedade do Filho.

            A vinda de Jesus Cristo e todos os seus atos foram norteados pela obediência do Filho ao Pai.

            A meta de Jesus era glorificar a Deus porque “[...] a sua comida consistia em fazer a vontade daquele que (o) [...] enviou e realizar a sua obra. (Por este motivo) Jesus nada podia fazer dele mesmo [...] porque (Ele) não procurava a sua própria vontade, e sim a daquele que me enviou [...] (e) Ele desceu do céu, não para fazer a sua própria vontade, e sim a vontade (do) Pai que (o) [...] enviou”, Jo.4.34; 5.30; 6.38.         

            Outra meta de Jesus era salvar o seu povo porque “o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; Jesus vem para que tenhamos vida e a termos em abundância. (A finalidade dessa salvação é para) [...] que [...] conheçam a Deus, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”, Jo.4.34; 5.30; 6.38; 10.10; 17.3.         

            A obra de Cristo foi feita com espírito voluntário; Ele assumiu o nosso lugar “[...] nos resgatando da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar [...] para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios (nós), em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido”, Gl.3.13, 14.    

            É impossível ao homem ter acesso a Deus e expiar o seu próprio pecado, Jesus o fez perfeita e vicariamente (substitui) por nós na cruz.

            [...] Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito [...] com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus”, 1Pe.3.18; Hb.7.26. 

            O ministério da humilhação aponta para a [...]

2 – A consciência de Jesus Cristo.

            Jesus Cristo não veio enganado; Ele tinha perfeita consciência do que teria de passar.

            O chamado protoevangelho (início, primeiro), já anunciava que Deus “pôs inimizade entre [...] (a serpente) e a mulher, entre a [...] descendência (da serpente) e o [...]  descendente (da mulher). Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”, Gn.3.15.

            O profeta Isaías, cerca de 700 a.C. declara que “[...] Jesus foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”, I.53.5.           

            Jesus sempre soube que não haveria desvios ou atalhos; “[...] Jesus [...] em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia (desonra), e está assentado à destra do trono de Deus”, Hb.12.2.

            A cruz foi a única alternativa para “[...] Jesus [...] salvar o seu povo dos pecados deles”, Mt.1.21.

            Jesus tinha a plena certeza de que “[...] estava escrito que Ele [...] havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia”, Lc.24.46.          

            Jesus sabia que “[...] Deus, assim, cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas: que o seu Cristo havia de padecer”, At.3.18.        

            E, no ministério terreno, “[...] começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia”, Mt.16.21.          

            Cristo não tinha ilusões quanto ao seu sofrimento, “[...] Jesus (tinha ciência que era) [...] chegada a (sua) hora de ser glorificado [...]”, Jo.12.23.      

            O ministério da humilhação aponta para a [...]

3 – A obediência perfeita de Cristo.

            Jesus sabia perfeitamente o que teria de realizar e os sofrimentos pelos quais passaria.

            Quando “[...] Jesus [...] sobe para Jerusalém [...] (Ele) vai cumprir ali tudo quanto está escrito por intermédio dos profetas, no tocante ao Filho do Homem”, Lc.18.31.    

            A obediência de Cristo assume um papel ainda mais importante quando nos atentamos para o fato de “[...] Jesus, subsistir em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”, Fp.2.6-8.          

            Somente assim, Jesus pôde ser “[...] crucificado em fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus [...] (assim) também nós somos fracos nele, mas viveremos, com ele [...] pelo poder de Deus”, 2Co.13.4. 

            Precisamos entender que, “embora sendo Filho, Jesus aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu”, Hb.5.8.        

            A obediência de Jesus foi em favor do seu povo, mesmo porque, “[...] a [...] comida (de) Jesus consistia em fazer a vontade daquele que o enviou e realizar a sua obra”, Jo.4.34 para salvar o seu povo escolhido.

            A obediência de Jesus foi perfeita “porque verdadeiramente se ajuntaram [...] (em Jerusalém) contra [...] Jesus [...] para fazerem tudo o que a [...] mão (de Deus) e o seu propósito predeterminaram”, At.4.27, 28.

            Jesus Cristo, o único homem que não precisava padecer, todavia, ele voluntariamente o fez por nós, “[...] para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta”, Hb.13.12.  

            O ministério da humilhação fala sobre [...]

4 – A intensidade e a extensão dos sofrimentos de Cristo.

            Somos levados a pensar que os sofrimentos de Cristo se deram apenas no Calvário.

            [...] Jesus Cristo sofreu na carne [...] pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado”, 1Pe.4.1 – fome, sede, sem lugar para dormir, tudo que tinha não era seu.

            Durante o seu ministério terreno, Jesus conviveu em uma atmosfera pecaminosa e hostil; “[...] Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado (pelo Diabo), é poderoso para socorrer os que são tentados”, Hb.2.18.

            Jesus (enfrentou a) incredulidade e perversidade (da sua) [...] (e até) mesmo (dos) [...] seus irmãos (que não) criam nele”, Mt.17.17; Jo.7.5.       

            As armadilhas das autoridades judaicas, a traição de Judas, a omissão de Pedro e o abandono de todos os seus discípulos “[...] para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram”, Mt.26.56.   

            Os sofrimentos de Cristo foram físicos e espirituais a ponto de “[...] sua alma (ficar) [...] profundamente triste até à morte [...]”, Mt.26.38 e logo depois, “[...] Cristo sofreu na carne [...]”, 1Pe.4.1.

            A ira de Deus sendo derramada sobre Jesus, até chegar o momento em que foi “[...] desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso”, Is.53.3.

            A extensão dos sofrimentos de Cristo foi com a finalidade de “[...] Jesus comprar com o seu próprio sangue”, At.20.28 a nossa salvação.

            E, “porque fomos comprados por preço. Agora, pois, glorificamos a Deus no nosso corpo”, 1Co.6.20 a fim de sermos santificados em amor.

            O ministério da humilhação fala [...]

Conclusão:      Sobre o nosso aprendizado.

            Na época do apóstolo Paulo, muitos homens “[...] se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição (dos mortos) já se realizou, e estavam pervertendo a fé a alguns”, 2Tm.2.18.

            Por meio de Cristo aprendemos que a vitória sobre o sofrimento está na plena submissão à vontade de Deus.

            Devemos aprender a “[...] sofrer como cristão, (sendo assim) não se envergonhar disso; antes, glorificar a Deus com esse nome”, 1Pe.4.16.

            Os sofrimentos de Cristo devem nos conduzir a ver de forma mais real e concreta o amor de Deus, que exige uma resposta do seu povo em obediência, fé e amor.

Aplicação:       A nossa vida tem sido digna do sacrifício de Cristo e do seu propósito  em nós?

            Todos nós somos responsáveis pelos sofrimentos de Cristo.

            Jesus Cristo é o responsável pela nossa salvação.

 

 

 

     Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana para Estudo – Palavra viva – O credo apostólico– Em vez de fé na fé, o conteúdo da fé – CCC – Rev. Hermister Maia Pereira da Costa.                   

 

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