IGREJA POINT, 2Tm.4.1-5.
Introd.: Celebridades
que têm declarado ser evangélica: Carla Perez, Andressa Urach, Cris Poli –
SuperNany, Joelma, Naldo Benny, Moranguinho, Perla, Mara Maravilha.
Essa seria uma boa notícia se,
juntamente com a confissão de fé evangélica, pudéssemos constatar o interesse
por uma vida santificada.
O que se percebe são pessoas que têm
se identificado mais com um determinado grupo religioso do que com o Senhor
Jesus Cristo, haja vista o “testemunho” que muito têm dado.
A Igreja Bola de Neve chegou a ser
considerada “o novo point das celebridades” e mostrou que a frequência a essa
igreja é aquilo que vários artistas têm em comum.
Point é uma gíria usada para se
referir a um “local badalado”, e várias igrejas têm, de fato, assumido essa
característica.
A igreja point é [...]
I – A gosto do freguês.
Dito popular: “Cliente tem sempre
razão”.
Na igreja point esse ditado é a mais
pura realidade.
Muitas denominações têm recorrido a
vários métodos que, supostamente, têm “dado certo” para trazer pecadores ao
“arrependimento”.
Trazendo pessoas para as igrejas, os
métodos não têm sido questionados e analisados pelo crivo da Santa Palavra de
Deus.
Várias igrejas no Brasil adotaram
essa prática.
Em outros países existe várias
igrejas ligadas ao movimento denominado “sensível aos interessados”.
Rick
Warren, no seu livro, “Uma igreja com propósito” prega que a igreja deve ser
agradável e fácil para os incrédulos para eles se tornarem crentes.
Ele ensina: “Estabeleça um culto com
o objetivo de que os membros da igreja tragam seus amigos. E torne esse culto
tão atraente, agradável e relevante aos sem igreja, que os membros da sua
igreja ficarão ansiosos por compartilhar esse culto com os perdidos pelos quais
eles se interessam”.
John MacArthur – Pregação
superficial, Revista Fé para Hoje, n. 32, Ed. Fiel – afirma que alguns dos
gurus desse movimento aconselham inclusive a retirar do sermão todas as
referências explícitas à Bíblia.
Ensinam a nunca pedir à congregação
para abrir a Bíblia em um texto específico, pois os “interessados” ficam
desconfortáveis com essa atitude.
É por este motivo que muitos “[...] se recusam a dar ouvidos à
verdade, entregando-se às fábulas”, 2Tm.4.4.
E o pior é que “[...] haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as
suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”, 2Tm.4.3 para ensinarem o que é falso.
Para os defensores da igreja point,
a quantidade de pessoas atraídas ao culto valida o método; afinal, os fins
justificam os meios.
Fique alerta, porque Paulo “conjura (implora com cada um de
nós), perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua
manifestação e pelo seu reino”, 2Tm.4.1 para
não seguirmos os falsos ensinos.
Algumas ênfases desses grupos de que
a igreja deve agradar o freguês.
A – Comodidade.
Em tempos
não tão distantes, o que se precisava para começar um novo trabalho de
evangelização era de uma família ou um grupo de irmãos dispostos ao trabalho de
anunciar as boas-novas da salvação.
Contava-se com a graça de Deus que,
à semelhança do que se fazia na igreja primitiva, “louvavam a Deus [...] enquanto
isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”, At.2.47.
Os templos eram construídos conforme
a necessidade.
Para a
igreja point isso está ultrapassado.
A primeira
coisa para começar um novo trabalho é organizar o local a fim de que tudo
funcione para promover a comodidade do público-alvo.
O local
tem que agrade as pessoas com climatização, banco acolchoados, sistema de som
de última geração, estacionamento.
Essas
coisas não são más em si mesmas, o que chama a atenção em uma igreja é o
conforto ao invés da fidelidade à Palavra.
Eis a razão de Paulo insistir para “pregar a palavra, instar
(insistir), quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina”, 2Tm.4.2.
O que
agrada ao freguês é o [...]
B – Entretenimento.
A igreja point se preocupa com o
bem-estar dos frequentadores.
Os cultos viram shows com todo tipo
de atração, desde palhaços até um rinque de luta-livre na frente do púlpito.
Jornal
de Vitória, ES, em matéria sobre religião, afirmou que “para atrair jovens,
algumas igrejas estão inovando, com cultos cada vez mais animados e eventos que
são a cara da juventude, em boates, raves e escolas de samba, tudo regado a
músicas cristãs”.
A matéria do jornal cita uma igreja
“ministérios de aventuras” que tem o objetivo de levar os jovens a viagens e
passeios para praticar esportes radicais.
Eis a razão de muitos “[...] se recusarem a dar ouvidos
à verdade, entregando-se às fábulas (história contada para ilustrar uma
verdade)”, 2Tm.4.4.
A igreja point tem um [...]
C – Evangelho
light.
O compromisso dos pregadores não é
mais “[...] anunciar
todo o desígnio de Deus”, At.20.27, antes, sua
função é distrair o público.
A ideia é que as pessoas gostem das
preleções que não mencionem o pecado, o inferno ou a ira de Deus, pois temas
assim assustam os ouvintes.
Os pregadores são animadores de
auditório, com o objetivo de arrancar gargalhadas dos ouvintes.
Paulo a Timóteo fala que “[...] haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as
suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”, 2Tm.4.3.
É por este motivo que ainda hoje
muitos “[...] se
recusam a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (história contada
para ilustrar uma verdade)”, 2Tm.4.4.
Muitas igrejas crescem desse modo,
mas haverá vidas salvas e transformadas?
O resultado pode ser vidas vazias,
pois o evangelho está deturpado e não pode transformar corações.
A igreja point está [...]
II – Retirando o SENHOR do centro.
O
que leva uma igreja a se esforçar para ser um point, um lugar agradável para as
pessoas?
Essa
postura terá lugar sempre que a razão de ser da igreja não for centrada no
Senhor.
Isso
acontece, basicamente, por duas razões:
A – Propósito
invertido.
Catecismo Maior de Westminster –
Pergunta 1 – nos ensina que o fim principal do homem é glorificar a Deus e
gozá-lo para sempre.
A igreja existe para glorificar a
Deus.
Quando glorificar a Deus norteia a
igreja, em seu trabalho de proclamação do evangelho é pregado de forma fiel,
pois a igreja quer honrar a Deus.
Paulo certa vez falou que “[...] na sabedoria de Deus, o
mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem
pela loucura da pregação (que muitos não aceitam ou não acreditam)”, 1Co.1.21.
Cabe ao próprio Deus “[...] ter misericórdia de quem (lhe)
[...] aprouver ter misericórdia e compadecer-se de quem (lhe) [...] aprouver
ter compaixão”, Rm.9.15.
Sendo assim, “[...] não depende de quem quer ou
de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia (com quem ele deseja)”, Rm.9.16.
O problema da igreja point é que o
propósito principal não é a glória de Deus, mas a salvação do perdido.
Se a preocupação primeira é fazer
com que as pessoas creiam, o evangelho será barateado a fim de ser agradável ao
homem.
Paulo
reclama que muitos “[...]
estão passando tão depressa daquele que (os) [...] chamou na graça de Cristo
para outro evangelho”, Gl.1.6.
O pior é “[...] que há alguns que nos
perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo”, Gl.1.7.
Para não sermos enganados, caso
acontecer de “[...]
mesmo um anjo vindo do céu nos pregue evangelho que vá além do que nos tem
(sido) pregado, seja anátema (amaldiçoado)”,
Gl.1.8.
O homem colocado no centro, como
fazem essas igrejas, não aceitaria “[...] um (certo) homem (que) [...] ajoelhou-se, perguntou (a) Jesus:
Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”,
Mc.10.17.
A resposta de Jesus sobre “[...] os mandamentos [...] (de) não
matar, não adulterar, não furtar, não dizer falso testemunho, não defraudar
ninguém, honra a teu pai e tua mãe”, Mc.10.19
está fora de moda nessas igrejas.
É possível que seja acolhido e
aceito aquele homem que seja “[...] dono de muitas propriedades”,
Mc.10.22 a fim de serem ofertadas.
Point é uma [...]
B – Igreja
como negócio rentável.
Aqueles que enxergam a igreja como
um grande negócio, fazem de tudo para conseguirem mais fiéis.
Para esses o centro é o dinheiro e
tudo é feito para arrecadar mais contribuições a qualquer custo.
Eles declaram que “[...] tudo quanto pedirmos em
nome (de) Jesus, isso (Ele) fará, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirmos (a) Jesus alguma coisa em seu nome, ele o fará. (Só que eles se
esquecem de comparar com outro texto que fala:) E esta é a confiança que temos
para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele
nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos
certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito”, Jo.14.13, 14; 1Jo.5.14, 15.
Isto é, eles alegam poder para fazer
coisas mais fantásticas que Jesus quando, na verdade, ele quis dizer que
teríamos maior alcance do que ele teve, estando só na Palestina.
João 14.12 é entendido pelos neopentecostais
qualitativamente e não quantitativamente, quando fala: “Em verdade, em
verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e
outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai”, Jo.14.12.
O texto de Isaías ao dizer que “certamente, ele
tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o
reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”, Is.53.4, não é compreendido escatologicamente, como se cumprindo
plenamente quando experimentarmos a redenção do nosso corpo, a qual “[...] aguardamos
a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo”,
Rm.8.23 no dia final.
Não há com o que se assustar em
relação a esses “[...]
homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade
(respeito pelas coisas religiosas, compaixão, devoção) é fonte de lucro”, 1Tm.6.5.
Pedro também previne contra os
falsos mestres que são “[...] movidos por avareza, fazem comércio (dos homens) [...] com
palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua
destruição não dorme”, 2Pe.2.3.
Como a sentença de juízo final ainda
não os alcançou, “[...]
muitos seguirão as suas práticas libertinas (conduta vergonhosa), e, por causa
deles, será infamado (má fama) o caminho da verdade”, 2Pe.2.2.
Na verdade, muitos líderes perderam
o foco porque “[...]
querem ficar ricos (então) caem em tentação, e cilada, e em muitas
concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e
perdição”, 1Tm.6.9.
O problema de muitos líderes é que
eles não sabem que “[...]
o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”, 1Tm.6.10.
Para aqueles que têm compromisso com
o dinheiro, fazer da igreja um point é essencial que consigam o que realmente
querem: Encher os bolsos com dinheiro alheio.
A igreja point nega o [...]
III – Teocentrismo: O caminho para a saúde da igreja.
O grande problema que gera a
mentalidade da igreja point é a retirada do Senhor do centro da vida da igreja.
A igreja, bem como todas as coisas,
existe “[...] por
meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
Amém!”, Rm.11.36.
Essa
“[...] glória
(oferecida a) [...] Cristo Jesus [...] (é) por todas as gerações, para todo o
sempre [...]”, Ef.3.21 a fim de conquistar o
caminho para a saúde da igreja.
Como a igreja recebeu a missão “[...] de proclamar as virtudes
daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz [...] (é por este
motivo que) somos raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus [...]”, 1Pe.2.9.
Esse é o caminho para a saúde da
igreja.
A igreja que serve a Deus precisa se
[...]
A – Submeter
às Escrituras.
A Bíblia é a única regra de fé e
prática em todos os aspectos da nossa vida, quer seja individual, quer seja
coletivamente, como igreja.
É preciso ficar atento para a
maneira estabelecida por Deus para chamar pecadores ao arrependimento – a
própria Palavra de Deus.
O modo de o homem ser chamado para o
arrependimento não pode ser através da “[...] sua própria sabedoria [...] aprouve (determinar, ter prazer)
a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação”, 1Co.1.21.
Submeter-se às Escrituras é aceitar
que “[...] a fé vem
pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”, Rm.10.17.
Essa preocupação de submeter-se à
Palavra de Deus, dominava o coração de Paulo a tal ponto de ele levar a Palavra
de Cristo aos corações, mesmo porque, “como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como
pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés
dos que anunciam coisas boas!”, Rm.10.14, 15.
“Jesus (comissionou seus discípulos, ordenando-lhes
que) [...] ensinassem (aos evangelizados) a guardar todas as coisas que Jesus tinha
ordenado [...]”, Mt.28.18, 20.
A instrução de Paulo a Timóteo é que
deve “pregar a
palavra, instar (insistir), quer seja oportuno, quer não, corrigir, repreender,
exortar com toda a longanimidade e doutrina”,
2Tm.4.2.
Se a maneira estabelecida por Deus
para chamar pecadores ao arrependimento é a proclamação da Palavra, devemos
estar atentos a outro princípio [...]
B – Fidelidade
na proclamação.
A fidelidade na proclamação deve ser na “[...] doutrina (ensino, instrução
religiosa)”, 2Tm.4.2.
A fim de buscar essa fidelidade, se
faz necessário “ter cuidado
de si mesmo e da doutrina. Continuar nesses deveres; porque, fazendo assim,
salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”,
1Tm.4.16.
Devemos ser fiéis porque “[...] haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as
suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”, 2Tm.4.3.
Haverá muitos que “[...] se recusarão a dar ouvidos
à verdade, entregando-se às fábulas (história contada para ilustrar uma
verdade)”, 2Tm.4.4.
Para evitar esses que recusam a
Palavra e para não cair em erro, eu e você, “[...] desde a infância (nascer de novo, é preciso se
dedicar e) [...] saber as sagradas letras, que podem nos tornar sábios para a
salvação pela fé em Cristo Jesus”, 2Tm.3.15.
Paulo não negociava a sua mensagem,
apesar de “[...] os
judeus pedirem sinais, como os gregos (tinham desejos de) buscarem sabedoria”, 1Co.1.22.
Paulo nos exorta a “[...] pregar a Cristo
crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios”, 1Co.1.23.
E, assim
como foi para Paulo, também para mim e você “[...] não (podemos) [...] envergonhar do evangelho,
porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do
judeu e também do grego”, Rm.1.16.
Na
proclamação da Palavra deve haver [...]
C – Dependência
do Senhor.
Depois de Paulo nos alertar quanto
ao fato de que os homens “[...] se recusarão a dar ouvidos à verdade [...]”, 2Tm.4.4, é preciso que cada um de nós “[...] seja sóbrio (moderado,
controlado) em todas as coisas, suportar as aflições (diante daqueles que
rejeitam o evangelho), fazer o trabalho de um evangelista, cumprir cabalmente (com)
o nosso ministério (de proclamação da verdade)”,
2Tm.4.5, sempre na dependência do Senhor.
É verdade que a dependência do
Senhor nos levará a acreditar pela fé que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”, 2Tm.3.16.
Os nossos métodos não podem encher a
igreja, mesmo porque, “[...] nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus,
que dá o crescimento”, 1Co.3.7.
Não faça parte da igreja point, faça
parte da igreja de Deus.
Conclusão: A igreja não
pode se dobrar à mentalidade de que para salvar pecadores vale tudo, inclusive
negociar o evangelho.
Precisamos deixar de lado qualquer
ideia, por mais atraente que possa parecer, que retire o Senhor Jesus do centro
da vida da igreja.
Que possamos aceitar que é da
vontade de Deus que a igreja se empenhe na proclamação das boas-novas da
salvação.
Podemos, pela graça de Deus, ver
mudanças significativas e ter igrejas que cresçam de forma saudável,
preocupadas, unicamente, com a glória do Senhor.
Aplicação: Tenha o
propósito de evangelizar os perdidos, apresentando o evangelho com fidelidade.
Adaptado pelo Rev. Salvador P. Santana
para ED – Nossa fé – CCC – Rev. Milton Coutinho Jesus Jr.